Capítulo 02



DESTINOS ENTRELAÇADOS

Autora: Rosana



Capítulo 02




Enfim chegara o dia da partida para Hogwarts. Harry não saíra da casa dos tios, não tivera ânimo para tanto, apesar do convite de Rony para ir até a Toca. Incrível, ele que sempre era o primeiro a estar pronto para sair da casa dos tios, nesse ano se enfurnara de uma tal maneira em seu quarto, que surpreendera a todos.

Sua rotina só era quebrada de noite, com os estranhos sonhos, e a voz da menina chamando-o.

Mas tinha que ser honesto consigo mesmo. Estava feliz por estar voltando para casa. Hogwarts!

Seu tio deixou-o em frente à estação, com sua bagagem, sem nem ajudá-lo a buscar um carrinho, o que não era surpresa nenhuma. Harry soltou um profundo suspiro de desânimo e seguiu para a plataforma 9 ¾.

Passou pela barreira dando de cara com a cacofonia que sempre antecedia os embarques para a escola. Entrou no trem acenando para alguns amigos e seguiu direto para o último vagão, abriu a porta num repente assustando-se com o rosnado que recebeu de volta. Um enorme cão negro encarou-o com seus olhos castanhos, se bem que mais parecia um lobo, apesar da cor. Mas espera aí? Um cachorro? Eram proibidos em Hogwarts pelo que sabia.

- Shhh. Você prometeu não rosnar para ninguém. – disse uma voz por trás do animal, já que este estava sentado numa posição que ficava difícil para Harry visualizar a sua dona.

Uma cabeça de cabelos encaracolados e longos apontou de lado sorrindo, mas quando deu de cara com Harry ela arregalou os olhos, engolindo em seco.

- Por Vlad. Mas já? – ela exclamou.

Harry já ouvira diversas expressões quando as pessoas se deparavam com sua cicatriz, mas esta garota não olhava para sua cicatriz, e sim o encarava dentro dos olhos um tanto quanto assustada.

- Vlad? - ele se viu perguntando.

- Desculpe. Minha avó diz que é feio sempre chamá-lo, ainda mais por ele não ter sido um bom homem. Mas é incondicional. E foi mal encará-lo, mas seus olhos são mesmo diferentes. – ela acrescentou rápido sem saber como dizer que já o conhecia.

- Meus olhos? – Harry se surpreendeu provavelmente ficando vermelho. Será que aquela era outra maluca como Luna Lovegood?

Não parecia maluca agora que ele podia vê-la melhor já que ela empurrara o enorme cão para o chão. Era muito bonita, com aquela massa de cabelos cacheados. Longos e meio rebeldes, de uma cor indefinível, entre castanho e acobreado. Os olhos eram negros, profundos, misteriosos. Trazia um sorriso na boca pequenina.

- Eu posso me sentar? – ele perguntou não vendo alternativa já que com certeza as outras cabines estariam ocupadas.

- Claro.

O cachorro rosnou de novo.

- Black. O que eu disse?

- Black? – Harry se espantou com o nome.

Cassandra entendeu no ato o que ele pensou. E agora? Diria a verdade, pelo menos em parte.

- Na verdade é Blackleg, meu avô que o batizou. Mas não gosto desse nome, Black é muito fiel, para ser chamado de traidor. Não é companheiro? – perguntou acariciando o pescoço do animal que fechou os olhos com satisfação. - Como ele é todo negro, Black fica melhor. – completou.

- Concordo. – Harry se viu dizendo, tentando não pensar em outro enorme cão negro.

- Você gostaria de acariciá-lo? – ela perguntou.

- Melhor não. – Harry falou olhando para as presas do enorme cachorro.

- Não tenha medo. Black esse aqui é o..... – Cassandra olhou-o numa clara interrogação.

Harry ficou surpreso por ter que se apresentar, nem se lembrava da última vez que dissera seu nome.

- Harry.

- Harry. – ela falou sorrindo num tom suave, que ele estranhamente achou conhecido. – Muito bem, Black, Harry é amigo, que tal você deixá-lo passar a mão na sua cabeça.

O cachorro olhou-a como se estivesse entendendo, e em seguida olhou para Harry analisando-o. Levantou, aproximando-se do menino que engoliu em seco. Era agora que seria comido por aquele bicho enorme. Mas não, o cachorro parou a sua frente encarando-o, como se esperasse o próximo passo de Harry.

Cassandra sentou-se ao lado de Harry e pegando na mão dele apoiou-a na cabeça de Black, que para surpresa de ambos deitou-a no joelho do garoto. Cassie soltou a mão do menino rindo deliciada, no que foi acompanhada por Harry, que não se lembrava da última vez que dera uma risada.

Foi assim que os amigos, Rony, Hermione e Gina encontraram Harry, rindo. Os três mortos de preocupação com ele e ele dando risada com uma garota desconhecida e passando a mão na cabeça de um cachorro. Cachorro! Exclamaram os três ao mesmo tempo chamando a atenção de Harry, Cassandra e Black que soltou um rosnado na direção dos desconhecidos.

- Oi pessoal! – Harry falou retirando a mão da cabeça do cachorro.

- Black, sem rosnados. – Cassandra falou.

- Black? – os três perguntaram sem desviar os olhos do animal. Parecia um jogral ensaiado.

- Esse é Black, o cachorro da.... – Harry parou, somente nesse momento percebendo que não perguntara o nome da menina.

- Cassandra. – ela ajudou-o.

- Eu nunca a vi em Hogwarts Cassandra. Em que casa você está? – Hermione perguntou sentando-se à frente da menina.

Essa deveria ser Hermione, melhor amiga de Harry. Sabia que ela era muito inteligente, teria que tomar cuidado com ela.

- Você nunca me viu em Hogwarts, porque eu nunca estive lá.

- Ah, entendo. Então talvez você não saiba que cães são proibidos em Hogwarts.

Cassandra sorriu levemente.

- Eu tenho uma autorização especial do Diretor Alvo Dumbledore. Ele disse que talvez alguns monitores se incomodassem com o Black. Você quer ver?

Hermione perdeu momentaneamente a fala. Harry virou para a janela escondendo um sorriso, até Gina e Rony se controlaram para não sorrir. Cassandra havia sido educada ao falar, apenas um leve toque de desafio em seu tom foi percebido. Antes que Hermione pudesse responder algo, Cassandra retirou um pergaminho do bolso estendendo para a menina a sua frente.

Quando Hermione leu o documento e viu a assinatura de Dumbledore, viu que tinha feito papel de arrogante. Devolveu o documento pedindo desculpas.

- Sem problemas. O trato é que Black fique com um certo senhor Hagrid.

- Rúbeo? – Harry perguntou surpreso.

- Sim.

- Black se dará bem com Hagrid, ele já tem Canino com ele.

- Black não me parece ser covarde como Canino. – aventurou-se a dizer Rony.

- Isso é verdade, Black é muito corajoso. – Cassandra falou sorrindo para o que achava ser Ronald Weasley. Rony, melhor amigo de Harry.

- Cassandra, esses são meus amigos, Rony, Mione e Gina. - Harry apresentou-os. - Rony e Gina são irmãos. – acrescentou.

- Se você não dissesse, eu não adivinharia. – ela disse brincando o que fez todos darem risada.

- Harry, você está bem? – Hermione perguntou baixinho, mas mesmo assim chamou a atenção dos outros dois.

Cassandra sentiu-se demais ali naquele momento, levantou-se.

- Vem Black, vamos dar uma voltinha.

- Ei, não precisa sair Cassandra. – Harry falou segurando-a pela mão.

Quando ele viu o que fizera soltou-a rapidamente um tanto sem graça.

- Sem problemas, vejo que vocês querem conversar, eu volto depois. – Cassie disse tentando demonstrar calma, mas sentira-se afetada pelo toque de Harry.

- Cassandra, espere. – Hermione a chamou, sentindo-se culpada. – Não queria mandá-la embora.

- Você não mandou, fica tranqüila. – Cassandra falou já saindo sendo seguida pelo cachorro.

Eles ficaram num estranho silêncio depois da saída de Cassandra.

- Quem é ela? - perguntou Rony.

- Não sei. Não conversamos muito.

- Estranho. Será que ela vem de onde? – Gina perguntou.

- E então? – Hermione perguntou. – Como você está? – continuou encarando Harry.

- Bem. – ele respondeu desviando o rosto para a janela.

- Por que não quis ir à Toca esse ano? – Rony perguntou um tanto sentido.

- Não seria uma boa companhia, até eu já estava me irritando comigo mesmo.

- Nós ficamos preocupados com você.

- Eu sei.

- Harry... – começou Mione.

- Pessoal, esqueçam, melhor esquecerem. É o que estou tentando fazer.

Depois disso Mione ficou de boca fechada, juntamente com Rony e Gina.



HPHPHP



Cassie foi até a parte traseira do último vagão, abriu a porta e saiu encostando-se à grade, ficou a olhar a paisagem passando de forma rápida, Black sentou-se ao seu lado enfiando a cabeçorra por baixo da sua mão, numa clara indicação de que queria carinho. Cassandra deu risada do jeito meigo do seu cão, nesses momentos ele não parecia a fera que era.

- Você é um crianção, não é mesmo?

O cão deu um latido como se confirmasse.

- Você viu Black, que coisa, no meio de tanta gente, quem é o primeiro garoto com quem damos de cara? Harry Potter! Destino! É, acredito que Dumbledore está certo.

Cassie lembrou-se de quando viera à Inglaterra há três dias atrás. Dumbledore acompanhara-a até ao Caldeirão Furado, para que providenciasse seu material no Beco Diagonal, mas antes de ir embora lhe explicara alguns detalhes.

- Não sei ainda como proceder neste caso. Por um lado gostaria de contar a Harry sobre você Cassandra, por outro...

- Tem medo de que Voldemort ainda esteja vagando pela cabeça dele.

- Isso. Será um risco para você se ele descobri-la.

- Entendo. Deixo à sua escolha essa decisão. Prometi lhe ajudar e ao Harry, o que o senhor decidir, aceitarei.

Dumbledore ficou olhando para aquela garotinha, e nesse momento tomou a sua decisão, que Harry ficasse novamente irado com ele, mas não poderia colocar aquela menina em risco.

- Não conte.

Cassandra olhou para o diretor com seriedade.

- Sabe que ele poderá quebrar bem mais do que seus objetos não?

Dumbledore sorrira ante essa pergunta.

- Realmente senti que ele quis quebrar meu aristocrático nariz. Mas ele se conteve bem, você não acha? – devolveu sorrindo maroto.

Cassie sorriu de volta.

- Devo travar amizade com ele, ou o senhor prefere que eu me mantenha afastada?

- Vamos deixar por conta do destino de vocês, decidir o que será melhor. Concorda comigo? - ele perguntou, recebendo um aceno positivo da parte dela. - Então, já que você está me fazendo esse enorme favor, não quer me perguntar nada?

Cassandra o olhou sabendo que, pela primeira vez estando frente a frente com Dumbledore, poderia fazer as perguntas que não fizera por carta, mas estranhamente se continha. Soltou um profundo suspiro.

- Como o senhor sabia?

Dumbledore não precisou perguntar a que assunto ela se referia.

- Cibele, sua mãe me contou antes de ir embora. Ela tinha certeza que se algo acontecesse a ela, seus avós a esconderiam de Sirius.

- Ela estava certa. – Cassie disse pensativa, de repente uma idéia lhe ocorrendo. – Ela também tinha o dom da previsão?

- Não. Mas depois que ela morreu, pensei muito naquela conversa, e acredito que ela sabia, mas não previra, sua morte.

- Ela queria que você contasse a Sirius sobre mim?

Dumbledore confirmou.

- Ele não sabia mesmo? – Cassie perguntou, ficara em dúvida quando a avó dissera que Sirius sabia que Cibele estava grávida.

- Não, ele não sabia. Confesso que pensei muito em contar, mas depois percebi que você tinha suas razões para manter silêncio e elas eram válidas para o momento. Seus avós também não permitiriam que ele a visitasse, afinal todos acreditavam que ele estava ao lado de Voldemort.

- Minha mãe morreu pensando que ele era um traidor.

- Sua mãe amava muito seu pai, mas achou que estava fazendo o certo ao tirá-la de cena. Acreditou que quando Sirius entrou para a Ordem de Fênix não somente ele correria perigo, mas ela e você também. Fez isso para a sua proteção. E depois....

- Depois ele foi tido como traidor. O senhor acredita mesmo que ela o amou depois de todas as coisas horrorosas que disseram que ele fez?

Dumbledore ficou em silêncio por alguns minutos, nem ele sabia de toda a história, não poderia dar os detalhes que Cassandra queria saber. Em vez disso retirou uma chave de dentro do bolso entregando-a à garota.

- O que é isso? – ela perguntou sem estender a mão para pegar o objeto.

- A chave do cofre de Sirius no Gringotes....

Antes que ele terminasse Cassandra negava com a cabeça.

- Não quero o dinheiro dele.

- Mas é seu por direito de nascimento. E há a casa.... – ela não o deixou terminar de falar.

- Não. Eu não o conheci, ao menos ele sabia da minha existência. Dê ao Harry sr. Dumbledore. – o velho bruxo ficou surpreso ante aquelas palavras. – Harry foi o parente mais próximo que ele teve nos dois últimos anos, é direito dele ficar com a herança de Sirius.

Dumbledore compreendeu os motivos da menina e aceitou-os guardando a chave.

- Eu preciso ir criança. Tom cuidará de você. – falou fazendo um sinal ao dono do bar.

- Pode deixar comigo Sr. Dumbledore, a menina ficará protegida.

- E arranje alguém para levá-la à estação Tom. Por favor.

O homem acenou positivo, e pegando a bagagem de Cassandra começou a subir as escadas.

- Você ficará bem? – Dumbledore perguntou.

- Acredito que sim. Só de ter saído do castelo já me sinto mais leve. – ela falou sorrindo.

- Ah sim! – ele falou de repente como se lembrasse de algo, enfiou a mão nas vestes trazendo-a de volta juntamente com um pergaminho. – Isto é para o caso de você ter problemas com os monitores no trem.

Cassandra pegou o papel não entendendo que tipo de problemas poderia ter, ergueu a sobrancelha esquerda levemente numa clara indagação. Dumbledore apenas apontou para Black.

- Ah! Entendi. – ela falou sorrindo.

- Então até daqui a três dias Cassandra. – ele despediu-se.

- Obrigada, Professor.

- Não me agradeça criança. Talvez venha a se arrepender de ter decidido a me ajudar.

- De jeito nenhum. Aconteça o que acontecer, nunca me arrependerei de ter vindo com o senhor.

Ela falou firme e convicta do que dizia.



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- E não me arrependerei mesmo. – disse Cassie ao vento que passava veloz pelo último vagão do trem que seguia nesse momento para Hogwarts. Onde seu destino a esperava.

Achou que já dera tempo suficiente de todos conversarem com Harry, resolveu voltar, pois estava ficando com frio.

Abriu a porta do vagão de leve, espiando para dentro, e estranhou o silêncio que ali imperava. Franziu o cenho não entendendo as expressões fechadas.

- Está tudo bem? – arriscou perguntar.

Os olhares voltaram para ela, e foi como se despertassem de repente, todos falando ao mesmo tempo.

- Você deve ter sentido frio lá fora.

- Demorou a voltar.

- Por que você não senta aqui?

Apenas Harry ficou em silêncio virando-se de novo para a janela. Pelo jeito a conversa não havia sido produtiva, Cassie pensou sentando-se de frente para Harry, para sua surpresa, Black aproximou-se do garoto apoiando de novo a cabeça em seu joelho, ela sorriu para o cachorro aprovando a iniciativa.

- Black gostou mesmo de você Harry.

- Ele é muito bonito. – o garoto disse acariciando a cabeça dele. – Que raça ele é?

- Ah nem sei, só que tem antepassados lobo, pois vive uivando. Mas como ele é negro, deve ter outra raça misturada, andei fazendo umas pesquisas e não encontrei lobos negros.

- Eu não consigo entender porque motivo Dumbledore abriu uma exceção.

Cassandra preferiu ficar em silêncio, não sabia o que dizer, mas sentiu todos os olhos convergirem para si. Teria que pensar em algo, e rápido.

- Você terá que perguntar a ele. – ótima resposta. Deixou a todos em dúvida até de que ela não sabia o motivo do diretor.

- De onde você é Cassandra? – Gina perguntou.

- Romênia.

- Nossa, e de que escola você vem?

- Scarisoara. Fica na Transilvânia.

Viu Rony estremecer e sorriu já imaginando o que ele pensara.

- Mas a casa de meus avós, fica na Valáquia, e é de lá que ele veio Rony. – não resistiu em provocá-lo.

- Quem?

- Oras, quem você pensou quando eu disse Transilvânia, Conde Drácula. O empalador, o mais temido vampiro de todos os tempos, o que nunca morre. – e foi baixando o tom de voz, deixando todos arrepiados.

Caiu na risada quando os viu de olhos arregalados.

- Ah você tá brincando comigo. – Rony resmungou, apesar de ter um vampiro em sua casa, Drácula sempre o assustara.

- Estou sim.

As meninas deram risada da cara de Rony, e até Harry soltou um risinho, Cassandra era boa em contar histórias.

- Vlad Drakul. Era um príncipe de Valáquia, e um senhor feudal que combateu os turcos, sua história misturada às lendas tem origens reais, dizem que mordia o pescoço de suas vítimas para beber seu sangue, assim revigorava-se e resistia à velhice. Provavelmente foi o primeiro dos vampiros, pai de todos.

- Nossa. – Gina exclamou.

Até Hermione se interessou.

- No mundo dos trouxas há muitos filmes sobre Drácula.

- Eu vi alguns. – Cassie disse. – São engraçados. O último que vi foi Van Helsing, interessante. – comentou, pois o final fora terrível, odiava filmes assim.

- Não dá medo morar lá? – Gina estava curiosa.

- Não. Para dizer a verdade era um tédio tremendo.

- Por que você mudou de escola? Seus avós vieram com você? – Rony quis saber.

Cassandra ficou séria de repente, e voltou o olhar para a janela. Rony deu de ombros como quem pergunta o que dissera de errado.

- Eles ficaram na Romênia, só eu vim para a Inglaterra.

- Por.... – Rony ia fazer outra pergunta indiscreta quando a porta da cabine se abriu, deixando passar três garotos.

Cassie olhou para os dois garotos enormes, quase idênticos, que ladeavam um terceiro, loiro de cabelos sebosos.

- Então continua se escondendo no último vagão Potter? – gracejou irônico. – Creio que temos uma conta a ajustar. – disse já que não se esquecera do último encontro no trem antes das férias.

- Vê se não enche Malfoy. – Rony resmungou.

Então esse era Malfoy, filho de uma dos comensais da morte mais féis. Cassandra estudou-o atentamente, tentando imaginar de que lado pesava a simpatia desse garoto. É, a aura que ele passava não era nada boa, não mesmo.

Sua clara demonstração de interesse acabou atraindo a atenção dele, que se virou para Cassandra encarando-a, quando de repente ele arregalou os olhos.

- Eu conheço você. – disse de repente, esquecendo os outros ocupantes do vagão.

- É? – Cassie se surpreendeu, até que lhe veio à memória que na visita à Londres de fato tinha sido apresentada a esse esquisitinho que tentara entabular conversa diversas vezes quando ficara sabendo neta de quem ela era. Resolveu brincar um pouquinho com ele. – Eu não me lembro de já tê-lo visto.

- Foi em Londres, há dois anos atrás, você é neta de Petre Colomano, herdeira da casa Colomano, mora na Valáquia, e é descendente de gran....

- Não sou mais. – achou melhor interromper sua biografia antes que esse garoto intrometido, falasse mais do que devia, não queria que essa informação vazasse, pelo menos por enquanto. Gostaria de evitar por uns dias a alcunha de princesa. Sentiu os olhares sobre si espantados.

- Não é mais o quê? – Draco perguntou.

- Herdeira da casa Colomano. Renunciei à herdade. – bom, era uma meia verdade.

- Renunciou? Mas você...

Ele foi interrompido de novo.

- Prefiro não falar nesse assunto se você não se importar.

- Claro, mas voltando ao nosso encontro....

- Como não me recordo de nosso encontro, esse assunto também esgotou.

- Mas nós conversamos durantes horas. – ele disse arrogante. Quem aquela garota pensava eu era para ignorá-lo dessa maneira na frente daqueles idiotas da Grifinória?

- Horas? Você não acha que eu me lembraria?

Rony escondeu um risinho com a mão.

- Do que você está rindo Weasley?

- De você ué, tem mais algum palhaço por aqui?

Nesse momento Draco puxou sua varinha, mas mal teve tempo de apontá-la, pois teve o nariz quase tocado por nada menos que três varinhas. Cassie apenas ficou observando. Estranhamente Harry também não reagiu.

Ele recuou guardando sua varinha, ao mesmo tempo em que, Crabbe e Goyle já estavam no corredor.

- assandra, espero que logo você se lembre de nosso encontro, que foi muito agradável. – ele ainda falou, mesmo aquela garota tendo desistido de sua herdade, não deixava de ser uma descendente da mais pura linhagem de bruxos, e ainda por cima de grandes soberanos. Tentou aproximar-se dela, mas Black rosnou nesse momento arreganhado os dentes.

- Iso é um cachorro. – ele ainda falou surpreso dando um passo para trás.

- Você é bom Malfoy. – ela ironizou.

Os outros deram risadinhas.

- Não é permitido cachorros, em Hogwarts. – teria que sair por cima desse encontro. Mas que droga.

- Está tudo certo Malfoy, Cassandra tem autorização especial de Dumbledore. – Hermione disse.

Ele olhou para os outros, que ainda mantinham suas varinhas às mãos, e não conseguiu se refrear antes de soltar um último desaforo.

- Aconselho-a Cassandra a escolher melhor seus amigos em Hogwarts, você não vai querer ficar do lado errado.

- Assim como seu pai está, Malfoy?

Draco franziu o cenho ante a provocação e bateu em retirada sem dizer mais nada.

- Como você sabe do pai dele? – Mione perguntou.

- As notícias correram o mundo bruxo. – Cassie explicou.

Depois de alguns segundos de silêncio, Rony não agüentou a curiosidade.

- Você renunciou mesmo à sua herança?

Cassie soltou um profundo suspiro o que chamou a atenção de Black que veio para seu lado dando uma lambida em sua mão como sinal de apoio.

- Mais ou menos. – respondeu enfim.

Ninguém disse mais nada. Harry estava curioso para saber a história daquela garota, mas sabia se controlar, mesmo porque também não gostava muito de perguntas, ainda mais nos últimos tempos.

- Acho melhor colocarmos nossas vestes. Estamos chegando. – disse Hermione.

Quando o trem parou na estação todos já estavam prontos para descer, Black seguiu à frente da dona abrindo caminho para ela, pois ninguém chegava muito perto dele.

Viu um homem enorme, muito barbudo, muito cabeludo, chamando os garotos do primeiro ano, Dumbledore lhe dissera que não seria necessário seguir com eles, ela enfrentaria também, um tal chapéu seletor para saber em que casa ficaria, podia seguir de carruagem até o castelo. Seria menos humilhante, para uma garota de dezesseis anos do que ser vista no meio de crianças de onze, pensou sorrindo ao lembrar as palavras do diretor.

- Você deve ser Cassandra. – o homenzarrão falou aproximando-se.

- E você deve ser Hagrid. – ela disse de volta sorrindo.

- Tem um belo exemplar aí. – Hagrid disse apontando para Black.

- Esse é Black, Hagrid. Black, esse aqui é o Hagrid que o hospedará durante esse ano. Por isso comporte-se na presença dele ouviu? – ela falou para o cachorro que apenas colocou a língua de fora.

- Você pode levá-lo na carruagem, mas deixe-o à porta de entrada. Eu o pegarei depois de deixar os alunos do primeiro ano com a Professora McConagall.

- Ok.

- Harry, você está bem? – ela ouviu-o falar ao se afastar, mas não conseguiu ouvir a resposta do garoto.

Cassie seguiu para as carruagens observando que eram puxadas pelos mesmos testrálios que a trouxeram da Romênia juntamente com Dumbledore.

- Esse bichinhos são realmente esquisitos.

- Para não dizer feios. – ouviu uma voz falar próxima, virou-se dando de cara com Harry. – Você pode vê-los? – ele perguntou.

- Claro. – ela respondeu espantada diante da pergunta.

Harry pareceu não perceber seu espanto, e Cassie deixou por isso mesmo.

- Você não vai com os alunos do primeiro ano?

- Não. Professor Dumbledore disse que poderia ir de carruagem, seria menos traumático. – ela falou sorrindo.

- Então vamos.

Deram poucos passos em direção a uma das carruagens onde Rony e Hermione já os esperavam, quando alguém chamou por Harry. Os dois viraram-se observando uma bonita garota de longos cabelos negros aproximando-se.

- Olá Harry.

- Oi Cho. – ele disse, sem fazer esforço de continuar a conversa.

A garota olhou para Cassandra esperando ser apresentada, mas Harry ficou em silêncio, não tinha nada a dizer a Cho, que o decepcionara ano passado.

- Bom, só passei para dizer olá. – e com isso Cho seguiu para uma das carruagens de cabeça baixa.

- Ela parece ter ficado chateada.

- Ela é que me chateou ano passado. – foi a resposta atravessada.



HPHPHP



Cassandra olhou para aquele enorme castelo, cortado contra a escuridão da noite sem estrelas. Um bolo se formou na boca de seu estômago, mas sua expressão continuou impassível como sempre. Dumbledore havia lhe explicado sobre a seleção das casas, e comentado por alto sobre cada uma. O que será que o tal chapeuzinho veria nela? Uma pessoa corajosa e ousada para a Casa da Grifinória? Leal e sincera que eram as prerrogativas de Lufa-Lufa? Na Corvinal eram escolhidos os inteligentes, ela era inteligente. Ou na Sonserina? Seria ela uma pessoa astuciosa que fazia de tudo para atingir suas metas? Se fosse tomar como exemplo os últimos acontecimentos, ela diria que sim, pois não chantageara o avô para estar ali? Tudo bem que ele disse que não precisava voltar se saísse de casa, bom, na verdade nem ao menos queria isso.

Quando desceu da carruagem estava mais do que levemente nervosa. Sentiu uma mão pousar sobre seu ombro, e virou-se dando com o rosto cheio de simpatia de Harry.

- Fica tranqüila.

- Eu estou.

- Eu percebi. – ele falou apontando para as mãos dela fechadas em punho.

Cassandra olhou para baixo e deu um sorriso meio trêmulo abrindo as mãos e balançando-as para melhor circular o sangue. Virou-se então para o enorme cachorro que a seguia.

- Black. Você fica aqui na porta esperando o Sr. Hagrid. E por favor, seja educado, prometo que amanhã cedinho irei vê-lo.

O cão abanou o rabo e subiu com as patas nos ombros de Cassandra, deu uma lambida em seu rosto e sentou-se à beira da porta como se tivesse entendido o que a dona falou. Cassandra virou-se para Harry sorrindo, mas assustou-se com sua palidez repentina.

- Harry! Você está bem?

- Tá... tá tudo bem. Eu só.... – ele não sabia como se expressar. Quando vira Black com as patas apoiadas nos ombros de Cassandra, sentira uma dor cega no coração ao lembrar da despedida no ano passado na estação de Hogwarts, Sirius em sua forma de cachorro fizera a mesma coisa. – Está tudo bem. Vamos entrar.

Cassandra observou o garoto entrando de cabeça baixa, olhou para Black, nesse momento percebendo várias coisas. Sirius era um animago que se transformava em cachorro, ela o vira em sonhos, era negro e enorme, muito parecido com seu Black. O nome do cachorro seria uma constante lembrança para Harry. Começava a duvidar se tinha sido uma boa idéia trazer o cão consigo, não queria que Harry sofresse mais do que já tinha sofrido.

- Desculpe Harry. – falou baixinho para si, e seguiu atrás do garoto.

- Srta. Colomano! Srta. Colomano. – uma senhora alta, e toda empertigada, chamava por Cassandra no alto da longa escadaria.

- Aqui senhora. – Cassie gritou detrás de um mar de estudantes que se viraram para ela.

- Ah senhorita, rápido. Ficará separada por enquanto dos alunos mais velhos. Por aqui, por favor.

Cassie tentava passar, mas estava difícil.

- O que vocês estão fazendo parados. Andando. Andando. – Prof. McConagall ralhou com os estudantes que atulhavam as escadarias, e mais que ligeiros todos começaram a se mexer.

- Boa sorte. – gritaram Harry, Mione e Rony à Cassandra, que não conseguiu dizer nada apenas acenando com a cabeça.

Cassie conseguiu enfim alcançar a professora que a esperava.

- Isso não é muito usual. – disse ela assim que Cassie chegou a sua frente.

- O quê?

- Alunos mais velhos.

- Ah sim. – o que deveria dizer? Não sabia se o Sr. Dumbledore havia informado a professora sobre sua história e o que de fato estava fazendo ali.

- Ainda mais nos tempos de hoje. – continuou a senhora afastando-se.

Cassandra seguiu-a olhando para os lados com curiosidade, o castelo era mesmo enorme. Foram parar em uma sala ao lado do saguão, por enquanto apenas ela se encontrava ali.

- O diretor fez essa pequena cortesia com você, de não vir com os alunos do primeiro ano, mas será a primeira a ser selecionada. Quando chegarem, deve segui-los. Você entendeu?

- Sim senhora.

Foi deixada sozinha na sala, ficando mais ansiosa a cada segundo.

- Por Vlad. E se eu cair numa casa cheia de filhos de Comensais? Eu tô perdida. – resmungava para si mesma quando um ar gelado invadiu a sala, dois fantasmas passaram conversando animadamente, e um terceiro vinha atrás, solitário, quando a viu.

- Ora. Você não é muito velha para estar no primeiro ano? – ele lhe perguntou.

Velha? Quem é que ele estava chamando de velha?

- Estou no sexto ano, senhor. – disse com dignidade empinando o pequeno nariz arrebitado.

- Sexto ano? E somente agora será selecionada? Estranho, muito estranho.

- Mas há precedentes.

- Precedentes?

- Com certeza. Já houve transferência de escola há alguns anos atrás, eu não sou a primeira aluna a ser selecionada para uma classe adiantada.

Nick-Quase-Sem-Cabeça tocou o queixo como se estivesse tentando se recordar de algo.

- Ah sim. – falou tão entusiasmado que sua cabeça pendeu para o lado, trazendo uma expressão de olhos arregalados por parte de Cassie. – Fabre Duquesne! Mas criança, isso foi há mais de 100 anos.

Primeiro a chamara de velha agora de criança, Cassie começava a se irritar com esse fantasma, mas foi impedida de responder-lhe quando os alunos do primeiro ano passaram pela porta. Cassie sentiu-se estranhamente mais calma quando viu as expressões assustadas, e até mesmo aterrorizadas dos aluninhos.

- Fiquem aqui. Já volto. – ouviu a professora dizer a eles.

- A safra nova. – o fantasma disse de repente, atraindo a atenção das crianças. – Espero que muitos de vocês caiam na Casa da Grifinória. – e com essas palavras deu um adeusinho.

Os rostinhos voltaram-se para Cassandra com curiosidade, ela sorriu para eles tentando aparentar calma, teve seu sorriso retribuído pelos alunos. Um garotinho mais corajoso aproximou-se.

- Você não é muito velha para estar no primeiro ano?

Mas o que estava acontecendo hoje? Calma Cassie, pensa só, você é bem maior que os pirralhos, para eles é velha mesmo.

- Estou no sexto ano, mas como venho de outra escola, terei que ser selecionada para as casas como vocês.

- Você sabe como é a seleção? – ele perguntou esperançoso.

- Vocês não sabem?

Várias cabecinhas negaram. Pobres crianças, ninguém as avisava? Bom, este ano eles saberiam como seriam escolhidos, em poucas palavras Cassie contou-lhes quem os escolhiam para as determinadas casas. Recebeu vários suspiros de alívio, e alguns sorrisos de gratidão. Quando a professora McConagall chegou encontrou os alunos conversando tranqüilamente, olhou para Cassandra com o cenho franzido, mas recebeu apenas um sorriso da menina.

- Você primeiro srta. Colomano.

Cassie saiu à frente das crianças, muito calma, ver a agonia das crianças estranhamente lhe transmitira segurança. Sorriu quando passou pelos alunos seguindo direto à frente da mesa dos professores.

- Nem parece que essas crianças estão nervosas. Estranho. - comentou Mione.

Harry concordou com a amiga, mas não tirou os olhos de Cassandra, tinha dedo daquela garota na calma dos alunos do primeiro ano, pois ela sorria muito faceira.

Cassie passou os olhos pelos professores que estavam à mesa, e deu um sorrisinho muito discreto para Dumbledore, mas seus olhos pararam num professor próximo a ele que a fitava de olhos arregalados, ela encarou-o com a sobrancelha erguida, mas ele desviou o olhar parecendo assustado.

Quando os alunos se perfilaram de frente para os professores, um chapéu em cima de um banquinho começou a cantar uma música, que contava os feitos de cada casa e do que se esperava de seus alunos.



Reitero o que disse há um ano. Unam-se.

Somente com a união de todos, o mal será vencido.

Tenho dito e redito.

Vamos dar início nesse momento à seleção desse ano.




Terminou a musiquinha o estranho chapéu.

- Srta. Colomano. Sente-se aqui, por favor. – Profa. Minerva chamou-a apontando o banquinho, com o chapeuzinho roto nas mãos.

Cassie aproximou-se, pegando-o nas mãos, colocou-o na cabeça, ouvindo uma voz em sua mente.

- Ah o que temos aqui, uma princesa.

Cassie deve ter feito uma cara horrível, pois quem estava próximo deu algumas risadinhas.

- Não gosta de ser chamada de princesa? Mas você é muito mais que isso, não é mesmo? Inteligente, seria perfeita para Corvinal, mas... – ele fez uma pausa de efeito. – Sonserina faria bom uso de suas estratégias.

A garota pensou em Harry. Se fosse para outra casa que não Grifinória, ficaria afastada dele, sua missão era protegê-lo, e depois de tudo pelo que o vira passar, não queria ficar longe dele.

- Decidida você. Gosto disso. – continuou baixinho. - SEXTO ANO. GRIFINÓRIA. – gritou enfim.

Os alunos da casa aplaudiram a nova companheira, enquanto Cassie tirava o chapéu olhando para ele, deu-lhe um sorriso.

- Muito obrigada, senhor. – disse.

- Não há de quê, princesa. – ele respondeu baixinho.

- Se me chamar de princesa de novo, eu termino de descosturá-lo. – falou brava, entregando o chapéu para a professora, que ouvira, mas não entendera a troca de palavras.

Dumbledore também ouvira e conteve-se para não sorrir.

Cassandra seguiu para a mesa da Grifinória onde os alunos do sexto ano abriram um espaço para ela.

- Você conversou com o chapéu? - Rony perguntou curioso.

- Vocês ouviram?

- Não. – Hermione respondeu.

- O que ele disse?

- Nada de útil, é muito petulante o rasgadinho.

Harry sorriu ao ouvir o apelido.

Depois de todos os alunos terem sido selecionados, e se fartado do lauto jantar, Dumbledore deu os avisos de praxe, e desejou uma Boa Noite a todos.

Cassandra em vez de seguir com os alunos foi atrás de Hagrid.

- Sr. Hagrid. – chamou aproximando-se dele. – Black lhe deu trabalho?

- Tentou arreganhar os dentes, mas eu fui cuidadoso. – ele falou sorrindo. – Não se preocupe, seu cachorro será bem cuidado.

- Cachorro? – uma voz disse atrás de Cassie que se virou encontrando os olhos negros do professor que a encarara antes. - Não são permitidos cachorros nesta escola senhorita, terá que se livrar dele.

Cassie ficou de boca aberta com a clara demonstração de desprezo do homem para com ela.

- O prof. Dumbledore permitiu senhor. – conseguiu dizer.

- O diretor permitiu muitas coisas a você, o que me intriga. O que a senhorita tem que os outros alunos não têm?

- Ah Snape já incomodando uma Grifinória. – Dumbledore disse aproximando-se

- Os outros alunos também se perguntarão, Dumbledore os motivos de você ter dado tantas regalias a essa garota.

- Os motivos são meus e somente meus. Black fica em Hogwarts juntamente com Hagrid. Acredito que isso não afetará sua suscetibilidade, não é mesmo?

- Se assim for, não tenho motivos para reclamar. – e dizendo isso, virou-se de repente com as vestes esvoaçando e retirou-se.

- Eu hem? Que deu nele? – Cassie perguntou olhando o homem se afastar.

- Esse é o professor Snape, ele não é muito fã dos Grifinórios, pois é diretor da Sonserina. – disse Rúbeo baixinho para Cassie.

- Ahhhh! – entendeu ela de imediato a rabugice do homem, mas isso não explicava porque ele a olhara espantado.

- Hagrid, prof. Snape não faz diferença entre os alunos. – Dumbledore disse.

- Sei. – foi a resposta do grandalhão dando uma piscadinha para Cassie.

Dumbledore olhou para a menina, somente nesse momento percebendo o quanto ela era parecida com a mãe. Snape a reconhecera? Provavelmente, ainda mais depois de ouvir o sobrenome dela. Previa alguns desentendimentos por ali. Mas seriam contornados, tinha certeza.

- Cassandra, você já sabe onde é seu dormitório?

Cassie olhou dos lados vendo que não havia mais nenhum aluno ali para indicar-lhe onde ficava, fitou o diretor com o cenho franzido, negando com a cabeça.

- Vamos, eu a acompanho.

- O senhor será acusado de me dar regalias diretor. – ela brincou seguindo-o. - Tchau Hagrid. Diga ao Black que o verei amanhã cedo.

- Pode deixar, darei seu recado.

Os três se separaram ao pé da escada, com Dumbledore e Cassie seguindo para cima.

- Foi impressão minha ou você já conheceu nosso jovem amigo? – ele perguntou de repente.

- Ele foi o primeiro com quem dei de cara no trem. Viajamos juntos.

- Destino, minha cara Cassandra. Destino!

- Foi o que eu pensei. Sabe, professor, fiquei imaginando se foi mesmo uma boa idéia trazer o Black.

- Você diz por causa do nome?

- E a aparência, lembra muito o..... – ela não terminou de dizer, não precisava.

- Talvez seja até melhor, quem sabe, ele não sai daquela apatia?

- É. – Cassie disse, mas ainda tinha dúvidas.

Os dois pararam em frente a um grande retrato onde havia uma mulher gorda com cabelos de cachinhos que em nada contribuíam para sua aparência, fora o vestido rosa, cheio de babadinhos. Cassie fez força para não rir.

- Senha? – ela perguntou em tom cantante.

Mas antes que Dumbledore pudesse abrir a boca, o retrato girou aparecendo Hermione.

- Ah Cassandra, eu já ia procurá-la, achei que estivesse perdida.

- O Diretor Dumbledore fez a gentileza de me acompanhar, Hermione. Obrigada Sr. – Cassie falou virando-se para ele.

- Eu é que agradeço. – ele respondeu encarando-a sério.

Cassie entendeu o que ele agradecia e acenou afirmativamente com a cabeça, seguindo Hermione para o salão comunal da Grifinória.

- Você já o conhecia? - Mione perguntou curiosa.

- Encontrei-o algumas vezes na casa de meu avô.

- Sei. – mas Hermione sentira que esses dois conheciam-se a mais tempo do que ela queria admitir.

As duas seguiram para o quarto que dividiriam, juntamente com Lilá Brown e Parvati Patil. Hermione apresentou Cassandra às duas que deram sorrinhos simpáticos.

- Esta será sua cama. – indicou para Cassandra, uma cama próxima à janela.

Cassie não disse nada, seguiu em direção à cama sentando-se e ficou olhando para fora. E se tivesse pesadelos nessa noite? Às vezes eles eram calmos, mas quando sonhava com alguns acontecimentos passados ou a mais presente morte de Sirius acordava gritando. No castelo do avô ninguém ouvia, visto que seu quarto ficava numa das torres, longe do quarto dos avós. Mas e ali?

- Está tudo bem Cassandra? – Hermione perguntou, e as outras duas meninas pararam o que faziam para ouvir sua resposta.

- Sim. Só estou cansada.

Hermione ainda a fitou por alguns segundos, mas não disse nada, Cassie achou melhor se preparar para dormir antes que fosse alvo de mais curiosidade, se os pesadelos viessem, as garotas acordariam, fazer o quê?





Continua...



N.A.:-



Oi pessoal!

Harry e Cassie já se encontraram....eu não resisti em demorar muito com esse encontro. Eu sei q os acontecimentos no trem foram bem parecidos com o primeiro ano do Harry, mas é aí que as coisas ficam interessantes, que os destinos começam a se cruzar, que as similaridades começam a fazer sentido....os motivos de tudo isso? Hum devo dizer que vão demorar um pouco para serem revelados.....só espero conseguir juntar tudo...









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