Capítulo 13



DESTINOS ENTRELAÇADOS


Autora: Rosana
Revisora: Marjarie

Capítulo 13


Os quatro amigos pegaram o Nôitibus e desceram em frente ao grande estádio, onde o show aconteceria. Cassie estava ansiosa e não parava de pular, Hermione mais contida, podia-se perceber sua alegria pelos olhos brilhando, os meninos apenas as seguiam.
O lugar já estava atolado de gente, mas Cassandra não tinha vindo ver o querido Robbie de longe, e rapidinho se enfiou no meio da multidão. Empurrando e às vezes lançando um feitiço baixinho, queimou alguns bumbuns, que saltaram de lado, abrindo espaço para ela passar. Hermione censurou-a com o olhar, Rony dava risada e Harry apenas balançou a cabeça. Adiantaria falar alguma coisa?
Conseguiram chegar à frente do palco, o show ainda não começara, mas nesse momento as luzes diminuíram, e numa explosão de cores e fogos o grande astro inglês surgiu no palco, cantando, We Will Rock You, uma das músicas que Cassie cantara em sua primeira detenção. O público vibrou, ovacionando e cantando junto.
- Conheço essa música. – Rony falou surpreso, mal acreditando em tudo que via.
Cassie sorriu e começou a cantar junto. Hermione, de braços erguidos, aderiu completamente ao meio. Harry fitava Cassie e, vendo a alegria dela, sorriu, no que ela retribuiu pegando a mão dele.
O show era incrível, Harry precisava admitir, o cara sabia envolver a platéia, fazia brincadeiras, e o público retribuía. Era certo que ele tinha uma expressão meio irônica no rosto, que Cassie lhe explicaria depois, que não era ironia o que as pessoas viam, e sim orgulho de tudo que ele havia conseguido, e tinha que ser mais orgulhoso mesmo, ela defendia-o veemente, afinal era um excelente artista.
Quando Sir Willians começou a cantar Angel, Mione, com as mãos juntas ao peito, já chorava. Rony, balançando a cabeça como quem diz: ‘Quem entende as garotas?’, passou o braço pelos ombros da amiga, os dois ouvindo a música, deixaram-se embalar. Rony tinha que admitir que era muito bonita.
Harry passou o braço pela cintura de Cassie e ela lhe deu um suave beijo na face encostando a cabeça na curva do pescoço dele.
Era sua música preferida, não havia dúvidas, Cassie pensou suspirando. Estava feliz por poder assistir ao show com Harry do lado.

HPHPHP

- Nossa, isso foi incrível. – Hermione disse andando ao lado dos amigos. – Nunca imaginei que eu pudesse assistir um show do Robbie Willians. – completou com as mãos juntas próxima ao peito, soltando um suspiro feliz.
Rony ao seu lado mal acreditava que aquela tiete fosse sua amiga Hermione. Não estava fascinado como a amiga, mas tinha que confessar que o show fora mesmo incrível.
Cassie e Harry, abraçados, vinham atrás dos dois.
- Está bravo comigo? – ela perguntou.
- Por que estaria?
- Por não ter comentado nada.
Harry pensou durante alguns segundos.
- Não estou bravo, só queria que você tivesse dito antes.
- Não estou acostumada a dar conta dos meus passos. – Cassie retrucou em tom de desculpas. – Eu ia chamá-los, tanto que comprei os quatro ingressos. Mas quando sondei vocês, percebi que não seria uma boa idéia.
- Aqui está bom para chamarmos o Nôitibus não? – Hermione perguntou antes que Harry pudesse dizer algo.
Estavam numa parte distante do estádio. Um lugar completamente deserto. Olhando dos lados, perceberam estar sozinhos.
Harry sentiu um arrepio na nuca, olhou atento em todas as direções, chamando a atenção dos amigos.
- O que foi... – Cassie começou a perguntar, mas foi interrompida pelo grito dele.
- CORRAM!
Rony e Hermione debandaram rua abaixo. Harry pegou Cassie pela mão e dispararam na direção contrária.
Harry virou numa esquina, nem olhando para trás, mas a curiosa Cassie não agüentou. Viu dois vultos seguindo-os, as longas capas esvoaçando, dizendo-lhe que não eram meros assaltantes, luzes verdes completaram a sua certeza quando um raio chocou-se com a parede que acabaram de contornar.
- Você viu quem são? – Harry perguntou.
- Não. Precisamos de um plano, não podemos ficar correndo à toa.
- Concordo.
Virando outra esquina, os dois depararam com o fim do caminho. Um beco.
- E essa agora. – Harry resmungou, puxando Cassie para trás de uma caçamba de lixo, pois passos apressados se aproximavam. – Silêncio. – sussurrou para Cassie, cobrindo-os com a Capa da Invisibilidade, que levara para qualquer eventualidade.
Ele nem precisaria pedir, Cassie prendeu a respiração, esperando. O coração batia acelerado, tanto pela corrida, quanto pelo medo. No que fora meter Harry? Era uma idiota mesmo. Sabia que isso podia acontecer, não sabia? Mas mesmo assim achara que poderia fazer o que quisesse. Sua esperteza, e falta de bom senso, poderiam cobrar um alto preço nessa noite. Ainda tinha Hermione e Rony. Oh Miguel, permita que eles estejam bem, rezou com fervor de olhos fechados. Que Harry não se machuque.
Os dois ouviram, os passos, de quem quer que fosse, afastando-se. Harry atreveu-se a dar uma espiada, e não viu ninguém no beco.
- Acho que foi embora. – disse olhando para Cassie agachada atrás de si. – Você está bem?
- Sim. Acha melhor darmos mais um tempo?
- Talvez. Como você acha que nos encontraram?
- Não faço a mínima idéia. Só sei que eu fui uma estúpida em achar que isso poderia ter dado certo.
- Não é sua culpa.
- Não? – ela perguntou irônica.
Cassie levantou-se dando alguns passos no beco.
- Aonde você vai? Fica aqui que eu vou olhar. – Harry a puxou.
- Não. Eu vou olhar, e você fica aqui.
- Cassie...
- Harry, por favor. Não me faça sentir mais culpa por você se colocar na linha de frente, OK? Coloque sua capa. – pediu antes de afastar-se.
Não olhou para ver se Harry atendia seu pedido, encostada na parede, aproximou-se da entrada do beco, olhando de ambos os lados.
Colocar a capa? Ficar para trás? Harry pensou olhando a furtiva Cassie. Quem ela achava que ele era? Aproximou-se dela pegando-a pela cintura e virando-a para si.
- Acha mesmo que eu permitiria que você se colocasse na minha frente?
Cassie ficou espantada com a expressão feroz no rosto do quase sempre tranqüilo Harry, mas a raiva também tomou conta dela rapidamente.
- Permitir? – questionou irônica. – Ninguém manda em mim Harry.
- Nem em mim. Até parece que eu ia ficar escondido na barras da sua saia.
- Estou de calça. – ela falou no que ele ao menos prestou atenção.
- Sabe-se lá quantos comensais rondam o lugar. E sem discussão Cassandra. – ele atalhou ao ver que ela ia retrucar.
Cassie quase sapateou de tanta irritação. Mas os dois começaram a caminhar na direção contrária ao som dos passos que se afastavam.
Harry ia à frente puxando-a pela mão, pelo andar dele percebia-se que ainda estava bravo. Cassie na retaguarda, não estava menos irritada. Ambos olhavam de todos os lados, atentos, mas não se falaram mais, até o momento que ouviram gritos e sons de luta, vindos de direções diferentes.
- Mione! – Cassie exclamou.
- E Rony. Precisamos ajudá-los. – ele falou indeciso sobre que direção seguir.
- Precisamos nos separar.
- Não! – Harry quase gritou. – Vamos juntos.
- Harry, não temos tempo para discussões, eles podem estar em perigo e precisamos ajudá-los.
- Cassie...
- Por favor, cuide-se. – ela falou segurando seu rosto e olhando bem dentro dos olhos dele. – Eu... – não conseguiu dizer, virou-se para seguir a direção do grito feminino que ouvira.
Harry puxou-a pelo braço, dando-lhe um beijo.
- Não faça besteiras. – disse em tom preocupado. Não queria separar-se de Cassie, mas faria o que fosse necessário para tirar os amigos dessa situação.
Harry correu tentando fazer o mínimo de barulho, o coração palpitava de receio pelo que encontraria. Parou de supetão quando viu um vulto à frente, atirando feitiços em direção a uma cabine telefônica, o homem estava tão entretido que não viu a aproximação de Harry.
- ESTUPEFAÇA! – gritou, atingindo o comensal em cheio, pelas costas, fazendo-o desabar de frente.
- Harry! – num grito, Hermione veio correndo em sua direção abraçando-o. Rony mais contido aproximou-se andando, e deu um batidinha com o pé no comensal caído. – Você está bem?
Harry parou petrificado. Se Mione e Rony estavam juntos, quem gritara na direção que Cassandra seguira?
- Armadilha. – falou para si. – Cassandra está em perigo. – disse já retornando de onde viera, com os amigos a seguirem-no.
Já estavam na metade do caminho quando três vultos surgiram como do nada, à frente deles. Hermione gritou. Rony e Harry ergueram as varinhas, prontos para a luta.

HPHPHP

Cassie aproximava-se de onde achara que veio o grito, mas o silêncio anormal era muito estranho, nenhuma luta, nenhum raio, nenhum som. Um arrepio varreu seu corpo, mas não deixou que o medo tomasse conta, continuou em frente.
Chegou em uma esquina particularmente escura, o coração batia alucinado pelo que haveria do outro lado. Agindo astutamente, em vez de olhar de uma vez, abaixou-se, deitando-se no chão e devagar, rastejando, apontou a cabeça do outro lado. Uma pessoa encolhida num canto da parede chamou a sua atenção. Hermione? Cassie não tinha certeza, a sensação era de perigo, mas não poderia virar as costas, tinha que verificar.
- Mione. – sussurrou.
A pessoa ao menos se mexeu, continuando abaixada, abraçava os joelhos.
Cassie olhou de todos os lados e para trás. Droga! Abaixada, foi aproximando-se devagar.
- Mione. – chamou de novo baixinho, quando estava mais perto.
Dessa vez viu uma reação. A pessoa ergueu a cabeça levemente, acenando que sim.
Cassandra estranhou a amiga não falar nada, mas antes que pudesse se aproximar mais, foi empurrada para o chão, e teve uma varinha apontada diretamente para o rosto.
- Ora, ora, ora. – uma voz de mulher, irônica. – Enfim nos encontramos. Você não é uma garotinha fácil.
Cassie encarou os olhos frios da mulher a sua frente. Bellatriz!
- Agora somos somente nós duas. Uma reunião de primas. – ela falou soltando uma risada estridente. Ergueu-se, trazendo Cassie pela gola da jaqueta.
Cassandra ergueu a varinha, mas esta foi varrida da sua mão. Bellatriz empurrou-a em direção à parede batendo a cabeça da garota com força. Cassie tentou não pensar que estava sem saída.
- Você é muito parecida com ele. – a mulher disse. – Isso será bom para meu currículo. Matei o pai, e agora vou matar a filha.
Para surpresa de Cassie, Bellatriz guardou a varinha, ergueu a mão fazendo uma leve carícia em seu rosto. Os olhos da mulher pareciam alucinados, ela estava completamente maluca.
- Seus olhos são dos Black. Arrogantes e cheios de coragem. Mas não há esperança para você. – a mão desceu para o pescoço de Cassie e começou lentamente a apertá-lo.
Cassie tentou afastar as mãos de Bellatriz de seu pescoço, mas a mulher em sua loucura era mais forte do que esperava, apertando mais e mais. Quando de repente ela afrouxou o aperto. Cassie caiu no chão, ofegando.
- A sua sorte é que ele a quer viva. Para quê eu não sei, mas não posso falhar de novo com meu Mestre. Erga-se.
Cassandra, ainda de joelhos olhou para a bruxa com raiva.
- Não. – Cassie sussurrou, pois era difícil falar.
- Acha que não posso obrigá-la? – a outra gritou irritada. – Você é apenas uma garotinha que teve sorte até agora.
Bellatriz pegou a varinha, erguendo-a à frente da garota.
- Impe...
- Expelliarmus! – Harry gritou, interrompendo o feitiço de Bellatriz, chegando correndo juntamente com Tonks e Lupin.
- Idiota! – ela berrou, correu em direção a sua varinha, sumindo rapidamente.
Foi tudo tão rápido que os outros mal tiveram tempo de lançar alguns feitiços que erraram seu alvo.
- Cassie! – Harry ajoelhou-se junto à garota pegando-a pelos ombros. – Você está bem?
A garota acenou que sim, tentou falar, mas não conseguiu, a garganta doía.
- Melhor irmos. – Lupin disse olhando dos lados.

HPHPHP

A Toca estava com todas as luzes acesas quando Lupin e Tonks chegaram escoltando Harry e Cassie. Rony e Mione tinham ido na frente com o senhor Weasley.
- Vocês estão bem? – a senhora Weasley perguntou olhando para Harry.
- Eu estou. Cassie... – ele começou olhando para a garota.
- Tô bem. – ela falou baixinho sentando pesadamente no sofá.
Um silêncio se estabeleceu no ambiente.
- Muito bem. Quem começa a falar? – Lupin exigiu em tom sério.
Cassie ergueu os olhos para ele. Rony e Hermione trocaram um olhar e Harry ia abrir a boca, mas Cassandra foi mais rápida.
- Minha culpa. – ela disse em tom baixo. – Eu obriguei os três a me acompanharem. Ignorei todas as suas preocupações para com o Harry. Sinto muito. – completou olhando para Lupin.
Os dois se encararam durante longos segundos, quando Harry, Mione e Rony começaram a falar ao mesmo tempo.
- Quietos. – a senhora Weasley colocou ordem na confusão. – Querida, você sabe que você-sabe-quem está atrás de Harry, por que o colocou em perigo?
Cassandra olhou para a senhora Weasley, sabendo que o que ela dizia era verdade. Colocara Harry em perigo.
- Não acho que ela tenha me colocado em perigo, senhora Weasley. – Harry disse de repente. – Em primeiro lugar eu fui porque quis, e em segundo, eles não estavam atrás de mim. – olhou para Cassandra.
- O quê? Como não estavam atrás de você?
Cassie olhou estranhamente para Harry.
- Bellatriz disse que Cassie teve sorte até agora. O que isso quis dizer? – ele questionou olhando a garota.
Cassie não conseguiu fitar Harry. Então ele percebera. O que diria? Imaginava apenas os motivos do Lorde das Trevas.
- Se você teve sorte até agora, isso quer dizer que outras coisas aconteceram não? Como o ataque em Hogsmead. Não foi por mim, não é?
- Talvez eu possa responder a essa pergunta, Harry. – uma voz suave e um pouco cansada disse entrando na sala.
Todos se voltaram para ver Dumbledore, seguido da professora Eveline. O bruxo aproximou-se da garota para ver o ferimento em seu pescoço.
- Molly! Talvez uma toalha fria para o pescoço de Cassandra alivie um pouco a dor. – pediu em tom educado.
- Claro.
- Muito bem. – o bruxo falou sentando-se. Fitou os garotos um a um. – Fiquei sabendo de uma pequena aventura. Vocês estão feridos? – perguntou, mas seu olhar prendeu o de Harry.
Os meninos acenaram negando com a cabeça, mas não abriram a boca.
- Aqui está. – a senhora Weasley voltou com a toalha que Eveline pegou das mãos dela, e colocou no pescoço de Cassie.
Cassie agradeceu apenas murmurando um obrigada.
- Então? – Harry falou. – O senhor sabe porque Bellatriz foi atrás de Cassie?
- Sei. Mas vamos começar do início. – Dumbledore falou soltando um profundo suspiro. Já imaginava a reação de Harry. – Cassandra veio a Hogwarts a meu pedido.
A informação causou uma certa comoção.
- Achei que fosse porque ela brigou com os avós. – Rony disse.
- Isso foi depois do meu pedido.
- Por que pediu a ela que viesse a Hogwarts? – Harry perguntou, uma estranha sensação de que não gostaria de ouvir a resposta.
- Para protegê-lo. – Dumbledore disse simplesmente.
- O quê? – o garoto indignou-se.
- Sabe Harry, Cassandra tem um dom, que ainda não posso explicar com exatidão para você. Desde muito pequena ela sonha com um garoto, com uma estranha cicatriz na testa em forma de raio. Ela achava que fosse produto de sua imaginação até que descobriu que ele existia de fato.
- Não acredito. – Harry falou baixinho.
- Acredite. Infelizmente os sonhos de Cassie acontecem ao mesmo tempo em que você está em perigo. Depois do que houve no Ministério, eu percebi que seria melhor ela estar por perto.
- Por que não me contou? – Harry perguntou encarando Cassie.
Ela ia falar quando Dumbledore a interrompeu.
- Eu pedi que não contasse. Você deve entender Harry, eu não queria que Voldemort soubesse da existência de Cassandra, e com ele entrando na sua mente, isso seria um pouco perigoso. Mas ele soube de outra maneira. Minha precaução não adiantou muito. – Dumbledore soltou um suspiro cansado.
- Com quem mais você sonha? – Harry perguntou.
Cassandra ergueu os olhos um pouco assustada.
- Só com você. – falou suave.
- Eu não entendo. Por quê? Por quê só comigo?
- Talvez eu possa esclarecer um pouco esse ponto. – Eveline falou pela primeira vez. – Suas mães foram as melhores amigas, e seus pais como irmãos. A ligação entre eles era uma coisa incrível. Remo pode confirmar o que digo. – ela olhou para Lupin, recebendo confirmação. – Apesar de Cibelle ter se afastado depois que engravidou de Cassie, Lilly continuou em contato com ela.
- Minha mãe sabia da Cassie e não contou ao Sirius?
- Sua mãe nunca trairia a amizade com a mãe de Cassie, contando sobre a gravidez. – Eveline disse de modo severo. – Ela podia não concordar com os motivos de Cibelle, mas respeitou sua vontade.
Harry aceitou a explicação. Do pouco que sabia da mãe, imaginava que ela tomaria esse tipo de atitude mesmo.
- A coincidência de seus nascimentos foi incrível. Na época eu brinquei que elas deveriam ter combinado tudo. – Eveline falou com um sorriso saudoso. - Vocês dois nasceram no mesmo dia, e no mesmo horário. Assim como Sirius é seu padrinho Harry, Lilly é madrinha de Cassandra. Vocês dois se conheceram bebês. – ela disse sorrindo. – Foi um pouco antes de... – ela não completou, mas Harry entendeu. – Era para vocês terem crescido juntos. Mas com tudo que aconteceu... Cibelle teria contado a Sirius toda a verdade, ela bem que tentou. Durante anos foi a Azkaban visitá-lo, mas nunca a deixaram entrar.
Cassie ergueu os olhos para Eveline. Dumbledore percebeu, e, para evitar perguntas, tomou a palavra.
- Não há como ter certeza, mas vocês podem ter formado algum tipo de ligação, tantos acontecimentos parecidos podem ter deixado alguma seqüela na vida de Cassie, ainda mais pelos seus antecedentes ciganos. Um povo cheio de misticismo.
- Então o senhor acha que Voldemort quer a Cassie por essa ligação que ela tem com o Harry? – Hermione perguntou.
Cassandra temia a pergunta. Não queria que soubessem de suas visões. Mas Hermione era muito esperta.
- Ah! – Mione falou de repente, compreendendo tudo num segundo.
- Ah, o quê? – Rony perguntou.
Ninguém disse nada. Melhor contar tudo.
- Eu herdei um poder dos meus ancestrais ciganos, apesar da professora Trelawney dizer que eles são uma farsa, eu sou a prova viva de que o povo cigano tem muito mais nele do que meros charlatões. – Cassie disse erguendo a cabeça e encarando Harry nos olhos. – Quando caí da vassoura em nosso primeiro jogo de quadribol eu tive uma visão. Elas são dolorosas e cansativas, por isso decidi bloqueá-las com Oclumência.
- Ele a quer pelas visões. Não é? – Hermione perguntou olhando Dumbledore.
- Você sabia? – Rony sussurrou no ouvido de Hermione que não lhe deu atenção.
- Como Voldemort descobriu?
- O professor que ensinou Oclumência à Cassandra, desapareceu.
Harry fitou Cassie, mais uma mentira.
- O mesmo que gosta de esportes radicais? – perguntou irônico.
Cassandra engoliu em seco. Sabia que ele ficaria bravo, não sabia?
Harry entendia os motivos por terem escondido tantas informações dele, mas mesmo assim se sentia traído.
Os dois ficaram olhando-se nos olhos durante longos segundos, até que Harry desviou os seus. Pelo jeito os bons momentos acabaram. Cassandra ergueu-se, se aproximando da senhora Weasley.
- Sinto muito ter sido a causadora de tanta confusão senhora Weasley. Espero que a senhora possa me perdoar. – falou e em seguida subiu as escadas para o quarto onde dormira enquanto ficara na Toca.
- Não foi culpa dela. Tá, a idéia foi dela, mas ela ia sozinha. Nós que a obrigamos a nos levar. – Rony disse em defesa de Cassandra.
- Para dizer a verdade, eu nem pensei nas conseqüências. – Mione falou um pouco constrangida.
Os dois olharam para Harry que não abriu a boca.
- Não importa de quem seja a culpa, os quatro erraram. – a senhora Weasley falou severa.
- A Cassie tá certa sabe? Ficar esperando sentado, trancados em casa por algo que ao menos sabemos de onde vem, não é a solução. – Rony disse.
Mione apesar de não concordar muito nesse ponto com o amigo, assentiu com a cabeça.
- Vocês não passam de crianças. – a senhora Weasley disse mais brava ainda.
- Eles erraram, é claro. – Dumbledore concordou. – Deveriam ao menos ter avisado. Mas eu sabia quando convidei Cassandra a se juntar a nós que coisas do tipo aconteceriam, a garota é muito independente, sabe o que quer e vai atrás. Não posso mudar seu jeito, na verdade eu não quero mudar.
- Mas ela colocou todos em perigo, Alvo. Sei que ela não tem um exemplo a seguir, e não posso condená-la, mas não é mais criança. – a senhora Weasley disse, numa contradição da frase anterior.
- Eu também não tenho um exemplo a seguir, e já fiz besteiras maiores do que essa. – Harry não pôde ficar em silêncio. Apesar de estar magoado com as mentiras e omissões, não podia deixar de defender Cassandra.
Cassie ouviu a frase de Harry, e um sorriso involuntário apareceu. Talvez nem tudo estivesse perdido. Quem sabe com o tempo ele não esqueceria que ela o enganara?
- Estou pronta.
Eveline aproximou-se de Cassandra passando um braço pelos ombros da garota, numa espécie de conforto.
- Você não precisa ir embora. – a senhora Weasley disse ao ver a mochila nas costas de Cassie.
- Eu não imporia mais a minha presença depois de ter colocado seu filho em perigo, senhora Weasley. Mesmo assim agradeço a delicadeza. E muito obrigada por ter permitido que eu passasse o Natal em sua casa.
Carlinhos que até esse momento ficara em silêncio, aproximou-se da garota para dar-lhe um forte abraço.
- Eu não esperava uma aventura menor do que essa princesa.
Cassie teve que sorrir ante as palavras do amigo.
- Se quiser conversar, escreva. Está bem? – ele a segurou pelos ombros encarando-a nos olhos, até que ela acenasse que sim com a cabeça.
- Então vamos. – Dumbledore disse.
Cassie aproximou-se de Mione e Gina dando um abraço nas duas, Mione disse um obrigada baixinho. Rony abraçou a amiga e ganhou um beijo no rosto.
- Obrigada por ter ido ao Ministério comigo, senhor Weasley. – disse estendendo a mão ao bruxo.
- Não há de quê. Cuide-se e não apronte muito. – ele falou apertando a mão da garota.
- Vou tentar.
Aproximou-se de Harry que estava de costas para a sala, olhando sem ver através da janela.
- Harry... as coisas não deveriam ter sido assim. – tinha tanta coisa para falar, mas não conseguia encontrar as palavras.
- Aproximou-se de mim apenas por causa dos seus sonhos? – ele não resistiu em perguntar, mas não a olhou.
As pessoas na sala afastaram-se dos dois, dando-lhes um tempo sozinhos.
- Claro que não. Eu não ia me aproximar de você, deixei as coisas acontecerem, e a primeira pessoa que dei de cara no trem foi você. Lembra?
Harry se lembrava.
- Dumbledore disse para eu deixar que o destino agisse, e eu deixei. Não me arrependo de ter ficado sua amiga e nem... – hesitou. - ... e nem de termos ultrapassado essa fronteira. – completou.
O silêncio de Harry foi pesado. Cassie mordeu o canto interno do lábio, indecisa se dizia mais alguma coisa, ou se desistia, soltou um profundo suspiro.
- Talvez eu me arrependa. – Harry falou virando-se para Cassie.
Ela o olhou sem demonstrar o que lhe ia no coração. Será que tinha ainda um coração? Estranhamente parecia que ele havia parado de bater. Harry não iria perdoá-la. Nunca.
Cassandra virou-se de costas para Harry e seguiu para a porta da Toca, saiu para o ar frio da madrugada. Parou, olhando para cima sentindo os olho secos. Talvez estivesse seca por dentro também. Uma lambida em sua mão lhe mostrou que Black estava ao seu lado. Passou a mão na cabeça do cachorro e aproximou-se de Eveline que a esperava. Dumbledore despediu-se de todos e os três, mais o animal que não saía do lado de Cassie, seguiram andando em silêncio.
- Aqui nos separamos. – Dumbledore disse depois de alguns minutos de caminhada. – Professora Eveline a levará para a escola Cassandra. – disse à garota que mantinha os olhos fixos à frente. – Ele esquecerá. Dê-lhe um tempo. – não obteve resposta.
Dumbledore fitou Eveline e a mulher balançou a cabeça como quem diz para deixar as coisas como estavam. Dar tempo ao tempo. O velho bruxo soltou um profundo suspiro, e num estalo sumiu da frente das duas.
Eveline então ergueu a mão com a varinha e o Nôitibus apareceu na frente delas num segundo.
Cassie fez a viagem de volta para Hogwarts num silêncio sepulcral. Black de tempo em tempo gania baixinho, sentindo toda a tristeza de sua dona. Eveline bem que tentou puxar conversa mas a garota manteve-se em seu mutismo.
Chegaram já com os primeiros raios de sol surgindo no horizonte. Cassie deu um abraço em Black, e ao entrar no castelo ouviu o uivo sonoro do animal do lado de fora, mas no momento não tinha ânimo para consolá-lo. Subiu as escadarias para a Torre da Grifinória com passos pesados, não cumprimentou ninguém pelo caminho, mal viu os outros alunos. Eveline ficou no patamar apenas observando a lentidão com que Cassandra se movia.
Entrou no quarto jogando-se na cama de bruços, enterrou a cabeça no travesseiro, imaginando se os avestruzes se sentiam desconsolados quando enfiavam a cabeça na terra.
Virou de costas na cama fitando o teto e finalmente deixou as lágrimas deslizarem pelo rosto. Chorou pelo medo que sentiu ao dar de cara com Bellatriz, viu a morte nos olhos da mulher e apesar da raiva que sentia por ela, ficou estranhamente paralisada ao pensar que chegara seu fim. Chorou de raiva por ter tido a chance de vingar Sirius e tê-la perdido. E chorou por pena de si mesma, por ter sido fraca em várias situações e com isso, talvez, ter perdido a pessoa que mais amava. Harry!

Continua...

N.A.:- Oi Pessoal!
Sabe o que foi mais engraçado nesse capítulo? Pela primeira vez a Marjarie ficou com dozinha da Cassie...ahahah...muito boas as reações da minha mana...vocês entenderão quando lerem as notas dela..eheheheh
Esse capítulo está pronto desde que terminei o cap 12, já que eu escrevi tudo junto e resolvi dividir por causa do tamanho... Só não postei antes porque tive muitos probleminhas, coisas pequenas mas que me impediram de dar total atenção para a história, mas isso não vem ao caso.
Eu queria ter escrito de outra maneira a reação do Harry, mais bravo, irado, gritando, mas lendo de novo, eu gostei dessa reação de mágoa dele, da aparente tranqüilidade com que ele disse que talvez se arrependesse do que viveu com a Cassie, acho que dessa maneira magoa mais, do que se ele tivesse esbravejado como era a minha intenção inicial... não sei se vocês vão concordar comigo, claro, cada um tem a sua maneira de ver as coisas. Mas resolvi deixar desse jeitinho....
O show do Robbie é mais ou menos como alguns que já assisti, ele é super brincalhão mesmo, e como resultado recebe algumas malucas tirando a blusa p ele... sério... as mulheres adoram mostrar os seios para o Robbie, é muito louco...
Estava na hora das revelações não?
Espero que vocês tenham gostado, e escrevam para dizer que sim ou que não, OK?
Cap 14, vai demorar, não tenho nada escrito....apenas idéias...
Bjs

Ps: postei o capítulo 12 novamente, havia um erro no clima..eheheh...Lara, valeu por ter prestado tanta atenção. Pessoal, quando vocês perceberem erros desse tipo, por favor, não deixem de me avisar, OK? Espero que tenha arrumado certo...
Ps2: outra coisa, eu costumo responder todos os reviews que recebo, somente aqueles que estão sem endereços de e-mail que fica meio complicado, em alguns casos que pego os endereços no próprio FF, eles voltam, pode ser endereços antigos, então deixem seu endereço de e-mail, gostaria de agradecer seu review.


Notas da Marjarie: BUUUUUUUUUUAAAAAAAAAAAAAAAAA *gastando caixas e caixas de lenços de papel* meu coração está partido em pedacinhos... ai, eles eram tão perfeitos juntos. Por que tiveram que se separar? Por quê? *agitando os punhos para o alto* Tô inconsolável, snif, snif...
Mas como a maninha falou... essa reação do Harry é a mais certa. Mostra o quanto ele está magoado e também magoa muito mais, nossa, é muito pior do que ouvir gritos e uma baita explosão do Harry-kun (ainda triste e desanimada). Mas mesmo assim, com o coração em frangalhos, não posso negar que foi um ótimo cap, com emoção na dose certa. E o início? Uau, muito perfeito! Com a descrição do show para logo depois ter uma cena de ação tudo de bom. Nossa, foi incrível!! E o Harry tem um jeito tão heróico né? (se derretendo toda) pena que o casal fofo se separou no final T_T eu já esperava que isso acontecesse, mas ler a cena foi muito mais dolorido do que apenas imaginá-la, aiai, mas ainda tenho esperanças! Os lindinhos ficarão juntos e o final será suuuuuuper feliz (sonhando acordada).
Bem, vou ficando por aqui... ainda tenho que me recuperar da desidratação depois de chorar tanto pelo q aconteceu com a Cassie
Beijinhos
Mar



Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.