Noite de Descobertas



As nuvens encobriam o céu que antes estava límpido. Os sons noturnos não eram mais ouvidos o que queria dizer que algo muito maligno estava espreitando nas sombras. No alto da torre do lado leste, um vulto era visto na janela. Embora muitos dissessem que sempre fora um bruxo excentrico e considerado perante o Ministério um visionário maluco, Cuthbert Binns apenas se achava um amante da história. Seus vários estudos sobre a história bruxa nunca foram publicados ou até mesmo o tinham lhe tornado famoso, mas eram para ele a razão pela qual vivia, não só pelo fato de ser apaixonado pelas histórias mas também, por sua missão de ajudar cada cabecinha vazia de Hogwarts a também se apaixonar pela história de si mesmos. O bruxo sabia que alguns achavam uma tremenda chatice mas para ele, isso era apenas um obstáculo para pessoas com pouca sensibilidade para perceber a "essência" dos fatos históricos que foram tão importantes para a sociedade bruxa.


"Realmente alguns não tem a sensibilidade necessária para tal entendimento..." - pensava ele em meio a muitas anotações.


A vida toda havia dedicado aos estudos da história bruxa que povoavam a Inglaterra, e a cultura que haviam deixado. Também se dedicou a estudar todos os passos dos maiores bruxos que viveram e dentre todos, deparou-se com um, ou melhor "O Bruxo" que despertara seu maior e atual interesse.


— Vejamos aqui... - disse ele baixinho pegando seu caderninho de anotações. A mesa estava forrada de pergaminhos espalhados por todo o tampo, também havia alguns livros tão antigos se não mais antigos do que ele - ... estou vendo que de acordo com a lenda, Ynys Wydryn ficaria tecnicamente em alguma parte de Glastonbury, mais provavelmente próximo do maior lago que existe lá... ou que existiu...


O professor então pegara alguns papéis bem antigos que guardava dentro de um velho livro, a muito vinha se dedicando a história de Merlin e como ele e a ilha das maçãs tinham relacionamento. Para muitos Binns estava ficando louco afinal, Avalon era apenas uma lenda entre muitos outros bruxos que não acreditavam nela. Mas para ele, que vinha estudando Merlin e seus poderes a dois anos, tinha certeza que essa preciosa ilha não só havia existido como ainda existia.


— Correto, pela geografia o povo do Lago se instalava em Somerset, tanto que se não estiver enganado, ainda existem alguns remanescentes deles por aquele local... como mostra nesse pergaminho... - dizia ele aos seus "botões" enquanto puxava mais dois rolos de pergaminho empoeirados e colocava-os mais próximo - ... onde parei, ahhh sim sim... a íra de Morgana fora tamanha que mesmo indo contra o seu aprendizado deixara um pergaminho contando como se chegar a ilha... sei que para se chegar lá, é preciso passar pelo denso nevoeiro que as protege de qualquer invasor...todas as tentativas antigamente foram frustradas... mas, se ela deixou alguma evidência... onde foi parar? Como ninguém encontrou o caminho ainda? - E então puxara mais dois rolos recém adquiridos em buscas e mais estudos - ... não não... tem mais algo ai que não se encaixa... é contra a ordem dos druídas deixar arquivos escritos... e Morgana no entanto se rebelou contra Merlin o único homem de Avalon deixando tal artefato... mas com quem? - abrira novamente, em todos os dados que tinha vira com clareza que Merlin era o único homem ou bruxo que conseguira entrar na ilha das maçãs, a grã sacerdotisa, ser supremo em sabedoria e em contato com a Deusa maior, a Dama do lago não permitia a entrada de seres do sexo masculino. No caso, homens, as sacerdotisas tinham de ser puras e intocadas para aprenderem os mistérios da Ilha e da Deusa maior, por isso ele se perguntava como uma grã sacerdotisa pôde fazer algo assim, revelar o caminho que tanto era protegido.


Um Elfo então entrou pela porta trazendo-lhe o jantar. Binns a muito tempo não descia e participava dos jantares, seus estudos eram o mais importante. E fora nessa hora que vira que realmente suas várias ausências tinham sido muito bem aproveitadas.


— Mas claro, como pude ser tão obtuso... nem Morgana conseguiria enganar Merlin, é óbvio que ele deve ter feito algum outro encantamento de proteção. Ele não é o Maior bruxo que já existiu por acaso... ele deve ter descoberto... - então puxara novamente dois pergaminhos, em um deles havia uma imagem desenhada de Merlin, ao qual aparecia com sua atual túnica branca, com detalhes de Luas e estrelas azuis muito vivos e amarrada na cintura com um cordão prateado. Estava no alto de um morro, parecia diante de uma torre ou um pedaço de castelo muito pequeno, ao qual se referia como Tor.Lá a mão esquerda segurando o bastão, que apontava para a lua. Abaixo dessa figura. Demorou um pouco para perceber mas, Binns percebeu do quê se tratava esse "apontar para a lua". - Eureca!!! Mas é claro, ele usava esse cajado para poder abrir essas brumas então... deve ter usado isso para alterar aquele feitiço! - Seu semblante preocupado novamente anuviou suas expressões na face - ... não, não pode ser isso... ele não teria como ter conseguido saber qual era o feitiço, Morgana poderia não saber muito sobre as coisas mas era uma feiticeira poderosa, jamais iria deixar que tal pergaminho caísse nas mãos de Merlin... ele deve ter obrigado ela a modificá-lo... - passou a mão em mais alguns pergaminhos o abrindo um por um e vendo seu conteúdo - ... só se...bem, pode até ser... - disse ele comparando duas gravuras de Merlin, em uma estava segurando o cajado para as brumas a qual mostrava que ele apontava o cajado para abri-las na outra ele apenas segurava uma espécie de colar com um pingente, demorou para que bins notasse a semelhança. - é pode ser, ele deve ter feito a modificação usando uma chave... mas o quê?


Bins então começara a escrever o que deduzira. Que Merlin modificara o feitiço de Morgana, era óbvio, que talvez tivesse alterado para se ter uma chave para abrir, seria a saída mais provável para quem não tem em mãos o "feitiço" em si Mas qual era essa chave?


Estava tão absorto em seus estudos, que mal notou a porta de seu escritório ser aberta. O seu escritório praticamente escuro, a única luz vinha de um velho castiçal sobre a mesa a qual trabalhava. Então de repente se viu amarrado em sua própria cadeira. E um forte aperto em seu peito o fez perder o ar enquanto sua cadeira era virada em direção a escuridão do resto do quarto.


Os olhos de Sarah procuravam tentar ver do que se tratava aquela cena, mas não conseguia ver direito, era apenas a visão de quem estava numa sala antiga, com apenas um candelabro como iluminação. Parecia que não haviam notado sua presença e assim que viu o pobre senhor ser preso contra sua própria cadeira, sentiu a imensa vontade de partir para a briga. Não conseguia ver seu rosto de onde ela estava, apenas via que era idoso pelo alto de sua cabeça aparecer no encosto da cadeira, e ter fios brancos esvoaçando quando esses vultos no escuro o viraram para que eles pudessem o encarar. A jovem até tentou se mexer mas era como se estivesse presa onde estava, não conseguia fazer absolutamente nada, apenas via a cena como se fosse um filme. Um dos vultos se aproximou da mesa, e então sua mão fora iluminada e uma marca negra, como uma tatuagem ela viu em seu punho. Não tivera muito tempo para ver os detalhes, e então um raio partiu da varinha da segunda figura que estava nas sombras e atingiu o velho que estava amarrado, este pareceu espernear de dor por alguns segundos e logo o vulto com a tatuagem lançara um raio esverdeado o qual ela conhecia muito bem o feitiço, ESTUPEFAÇA. Ela tentou gritar mas nesse instante foi puxada por alto e quando deu por si estava sentada numa cama.


Sarah olhou em volta confusa, o que ela tinha visto tinha sido apenas um sonho? Meneou a cabeça e levou as mãos nos olhos os pressionando um pouco e os abrindo novamente. Pelo visto tinha tido outro pesadelo. Olhou em volta, havia um belo vaso com flores ao seu lado, o qual podia sentir perfeitamente o perfume. Sorriu imaginando que aquilo devia ser coisa de Olivia, e então tentou se mover na cama e sentiu algo sólido debaixo de sua perna. Ergueu os cobertores e então pegou a pequena bolinha dourada que estava ali ao seu lado. Um pomo de ouro.


— Ora... até que enfim a Srta. Acordou. – ouviu uma voz e então rapidamente escondeu o pomo de ouro no bolso do casaco. Tentou sorrir o mais inocentemente que conseguiu. – Não se levante, prometi a prof. McGonagall que não a deixaria sair daqui sem antes conversar com ela.


— Agora estou encrencada mesmo... – murmurou ela enquanto a enfermeira sumia de vista. Não sabia exatamente quanto tempo ficara desacordada, na verdade nem sabia como tinha ido parar na ala hospitalar. Tentou refazer os passos que havia feito antes de sentir o corpo todo adormecer mas ainda assim, não lembrava de ver nada suspeito, só de que estava sozinha no corredor do terceiro andar. Poucos minutos se passaram e então a enfermeira voltou.


— Bem senhorita, a professora Minerva não vai poder vir até aqui nesse momento... – disse a enfermeira com um olhar sério que Sarah acabou estranhando - ... mas disse que lhe enviará uma coruja assim que possível, e que por enquanto, é para acompanhá-la até a sua torre.


— Não tem necessidade... – disse ela com um sorriso chutando as cobertas e ficando em pé ao lado da cama - ... não quero incomodar, e estou me sentindo bem. Posso voltar para a torre sozinha... só... me diga... – a enfermeira prestou atenção - ... que horas são?


— Basicamente... 15h00, você ficou desacordada desde ontem por volta das 19h00, Pirraça a encontrou e alertou o diretor. – disse a enfermeira recolhendo os lençóis – Agora apresse-se, volte logo para sua torre... e aguarde o comunicado da professora Minerva.


Sarah assentiu, e mais que depressa saiu da ala hospitalar. Ficara ainda confusa, e se perguntando o que tinha acontecido. Mas mesmo que forçasse seu cérebro, não conseguia achar nada que lhe desse uma pista do ocorrido. Esgueirou-se por uma passagem a qual sabia que iria dar no corredor para a grifinória, estava se aproximando do quadro da mulher gorda quando tocou seu bolso e encontrou o pomo dourado.


— Deixa de besteiras Perks... – pensou ela consigo mesma -... por que raios James iria até a ala hospitalar?


Colocou a bolinha no bolso novamente, deu de ombros e disse a senha para entrar na sala comunal. Nem bem tinha entrado um mar de cabelos negros voou para cima dela.


— Sarah Leah Perks... o que foi que você se meteu ontem a noite???


— Por Merlin Alice... deixe a coitada respirar... – a voz de Emmeline, seus olhos eram de preocupação apesar dela não deixar transparecer. Alice parecia abatida e Sarah não teve outra coisa a dizer se não pedir desculpas.


— Não tinha intenção de preocupar vocês... – disse ela agora se sentando no sofá - ... mas digamos que foi contra a minha vontade.


— Nós sabemos... – disse Emmeline finalmente, e então olhou para Olivia - ... Potter nos disse que foi atacada ontem a noite.


— É eu... – então Sarah encarou Emmeline e logo depois Olivia com uma sobrancelha levantada - ... Potter? E como é que ele ficou sabendo? Além disso... como é que sabem que fui atacada?


— Bem... - começou Olivia - ... como você não apareceu depois do jantar, e nem depois da meia noite, algo me dizia que havia acontecido alguma coisa... então ia sair pra procurar você quando encontrei Potter. Ele falou com os marotos e pediu para que Peter fosse verificar. – então ela coçou a cabeça - ... pelo menos acho que foi isso, estava nervosa demais pelo seu sumiço.


— Talvez porque ele seja pequeno... e tem menos probabilidade de verem ele...- concluiu Alice coçando a cabeça.


— ENFIM... – falou Emmeline encarando Olivia – Pelo que ele disse, você tinha sido atacada... por acaso você não viu quem a atacou não?


— Não... eu não me lembro de nada na verdade... – disse ela finalmente massageando o ombro, talvez tivesse batido contra o chão quando caiu - ... só me lembro de estar saindo do salão principal e quando passava pelo corredor do Pirraça... senti como se alguém tivesse me jogado uma bola de neve... e acabei desmaiando.


— Aposto que foram aquelas cobrinhas... – disse Alice amassando os nós dos dedos - ... vocês sabem que eles ainda não engoliram a nossa vitória do último campeonato das casas.


— Não sei Alice... talvez eu só estivesse no lugar errado e na hora errada... – mas algo dentro dela dizia que não era isso. Não sabia dizer muito bem o porque.


— Bom, acho melhor a gente ir para a aula de feitiços... – disse Emmeline cutucando Alice - ... e Olivia, leve Sarah lá para cima, ela deve estar precisando descansar.


Olivia assentiu com a cabeça, e Sarah negou com a cabeça.


— Eu estou bem... não preciso que Olivia perca a aula para cuidar de mim.


— Ah deixa de falar besteira... – disse Olivia a pegando pelo braço e a carregando escadaria acima - ... mesmo que fosse para a aula não ia conseguir me concentrar e depois... eu me acerto com o professor... venha... – então olhou para Emmeline e Alice - ... e vocês duas, dêem um jeito de copiar a matéria, vou precisar copiar de vocês depois...


— Sim Senhor Capitão... – respondeu Emmeline batendo continência e sumindo de vista.


Quando chegaram ao dormitório, Sarah jogou-se na cama e Olivia sentou-se aos seus pés.


— Alguém anotou a placa da vassoura que me atropelou? – disse ela com o rosto enfiado no travesseiro e Olivia bateu em suas pernas. – O que foi?


— Você não viu mesmo quem fez aquilo com você? – perguntou Olivia e Sarah então sentou-se na cama dando um suspiro.


— Infelizmente não Olivia, se eu tivesse visto ou ouvido alguma coisa... você sabe o que eu teria feito... – respondeu a garota e então sorriu - ... mas veja, eu estou bem... não foi nada demais... acho que alguém deve ter me confundido... ou o mais possível... alguma fã revoltada do Potter...


As duas começaram a rir e então Olivia foi até o malão e pegara alguns sapos de chocolate e jogara para Sarah.


— Pegue isso... você deve estar faminta... – Sarah sorriu, e agradeceu. – Espere um pouco, vou até a cozinha ver com algum elfo algo de verdade pra você comer... – então antes de sair pela porta voltou e encarou Sarah – Ah... e só pra sua informação... estamos no time.


— É sério? – disse Sarah com um sapo a meio caminho da boca – Me lembre de agradecer ao Potter por isso depois.


Olivia sumiu pela porta e então Sarah recostou-se em sua cama, não tinha se dado conta mas estava faminta. Não soube dizer se era o cansaço, ou fora a “emoção” por estar de volta a sua cama, mas fechara os olhos mais uma vez, e praticamente caíra no sono.


A noite se aproximava, e com ela novas preocupações. Dumbledore estava sentado em sua mesa com Fawkes empoleirado ao seu lado enquanto pensava em tudo o que estava acontecendo. Tudo bem que o professor Binns já estava com uma idade avançada.


— Diretor? – ele ouviu a voz de um pequeno elfo aos pés de sua mesa e então o olhou.


— Oh, meu caro Visgo... – disse ele com um sorriso - ... alguma nova noticia?


— Madame Pomfrey está aqui... - e então apontou para a porta que se abriu e então ele se levantou para recebê-la.


— Oh que bom vê-la... – disse ele mostrando uma poltrona a sua frente e convidando-a para sentar.


— Vim apenas para informar-lhe Sr. Que o professor Binns faleceu de causas naturais.


— Hummm... – o velho bruxo alisou sua longa barba prateada e então encarou a funcionaria - ... suspeitei que poderia ser, afinal... todos nós envelhecemos não é? – e então sorriu - ... bem... Visgo... tranque bem a porta dos aposentos do Sr. Binns, creio que seus pertences deveram ser recolhidos amanhã pela manhã...


— Sr. Diretor... – disse a bruxa agora com um sorriso tímido - ... creio que não vai ser necessário... quando encontramos seu corpo sentado serenamente no seu sofá de estudos, seu fantasma perambulava pelo cômodo ainda estudando. Pelo que entendi, ele não se deu conta de que morreu.


— Bom... então deixemos como está e cuidemos do corpo do nosso ilustre mestre de História da Magia... – disse ele com um sorriso bondoso. Faremos a cerimônia fechada amanhã e comunicaremos ao Ministério sobre seu falecimento. Obrigado Madame Pomfrey.


Visgo e a enfermeira saíram então do salão deixando Dumbledore sozinho em sua sala. Em sua longa história em naquela escola, nunca tivera tanto uma sensação de presença das trevas como estava sentindo agora. Precisava ficar atento. Ainda mais do que de costume.


Quando Sarah finalmente acordou já estava escuro do lado de fora do castelo, havia ao lado de sua cama uma bandeja com alguns bolinhos e pães que Olivia trouxera. Ainda deixara um bilhete dizendo que devia comer assim que acordasse. Achou estranho professora McGonagall ainda não ter lhe enviado algum recado como ela disse que faria, então levantou-se e fora se lavar. Tomar um banho refrescante iria tirar todo aquele peso de suas costas e com certeza lhe faria bem. Foi para debaixo do chuveiro deixando a água correr por seu corpo, sentia ainda fisgadas no meio das costas mas talvez fosse por que caiu de mal jeito. Tinha de agradecer Pirraça por te-la socorrido ou provavelmente estaria estirada naquele corredor. Falar bem dele para o fantasma da Corvinal tinha sido uma boa idéia, apesar dela ser muito cortejada pelo fantasma da sonserina tinha carinho por Pirraça de algum modo. Enfim, ainda bem que ela sempre teve uma espécie de "amizade" com ele. Depois de se vestir sentou-se para comer, não sabia que horas eram mas já deviam estar servindo o jantar. Foi então que percebeu uma coruja empoleirada na sua janela. Era o bilhete da professora McGonagall. Engoliu em seco, não lembrava de ter feito nada para ninguém, ok, ok, ela tinha provocado Mandy, mas depois de tanta repreensão contra o uso de varinhas nos corredores, como é que alguém poderia usar e não ser pego? Ela era a prova mais viva de que sempre pegavam os alunos. Coçou a cabeça e então decidiu que era hora de ir falar com sua professora. Desceu as escadas do dormitório, não havia ninguém no salão comunal. O que era estranho não ter ninguém, balançou os ombros e então seguiu pelo corredor do sétimo andar, precipitou-se por uma passagem que ficava atrás de uma tapeçaria com um cara com três rostos e saíra no corredor do quarto andar, enquanto andava, não encontrava ninguém, o que achou estranho, mas tinha mais coisas no que pensar. Olhou para os lados quando chegou no primeiro andar, não havia ninguém também. Foi então que encontrou Pirraça flutuando sobre a escada.


— Ora ora... – disse ele com uma cara de deboche - ... achei que teria alguém para me fazer companhia.


— Mas você não quer a companhia de outro fantasma Pirraça? – respondeu ela com um sorriso. Tinha certeza de que se ele fosse de carne e osso teria ficado rubro. – Qual é Pirraça, eu sei que foi você quem me encontrou. E eu queria agradecer.


— Humm... - fez ele torcendo o nariz – Não pense que fiz isso por gentiliza... apenas não queria nada sujando meu corredor favorito.


— Ok... – fez Sarah passando por ele com um sorrisinho - ... então talvez não queira outro fantasma sujando seu corredor... sabe... uma certa Senhorita cinzenta...


— Ei... espera... ai... – disse ele praticamente atravessando a garota o que fez Sarah ter a impressão de ter passando em meio a uma teia de aranha.


— Argh... quantas vezes eu disse pra não fazer isso... – disse ela se contorcendo -... é uma sensação horrível.


— O que você quis dizer agora pouco? – perguntou ele.


— Humm... – Murmurou ela cruzando os braços – Eu ia fazer um convite a ela em seu nome... mas parece que você não esta muito interessado em ter companhia não é?


— Você faria isso? – perguntou ele desconfiado. – Qual é seu preço mandrião?


— Bom... eu não ia pedir a você nada... – respondeu Sarah – mas, gostaria de uma pequena coisinha... conhece Mandy Wilson não? Só gostaria que você fosse.... bem... você mesmo sempre que a visse.


— Ohhhhhh, Santa Sarah não é tão santinha assim... – respondeu ele arqueando uma sobrancelha e dando um sorrisinho de canto de lábio - ... hummm vejamos... posso ser eu mesmo correto?


— Totalmente... – respondeu Sarah.


— E... você vai falar com a Srta. Fantasma da Corvinal? – perguntou ele outra vez.


— O mais rápido que eu conseguir... – respondeu novamente a jovem e então viu o fantasma fazer cara de pensativo.


— Tudo bem... Temos um acordo firmado Srta. – disse ele com um sorriso matreiro nos lábios. Fazendo uma nobre e longa reverencia.


— Não deveria estar no salão principal com os outros Pirraça?


Sarah levara um susto ao ouvir a voz da vice diretora Minerva McGonagall atrás de si. E ficara matutando quanto é que a professora teria ouvido de sua conversa com o Poltergeist.


— Como... você está me comparando aquele bando de fantasmas esfarrapados?? Estou ofendido! – Pirraça então fizera uma grande e exagerada encenação de ofensa e flutuou rumo ao andar de cima.


— Estava esperando você Srta. – disse a professora fazendo um gesto para que ela entrasse em sua sala, Sarah por sua vez sentira um frio horrível em seu estomago, era o que bastava... além dos costumeiros puxões de orelha, iria ganhar uma advertência por ter feito um acordo com Pirraça. – Vamos, sente-se.


— Obrigado... – disse ela meio sem jeito enquanto sentava-se na cadeira em frente a mesa da professora.


— É bom ver que está bem... nos dera um grande susto ontem a noite. – Professora Minerva a olhava de um jeito muito estranho, até pensou em perguntar mas decidiu não dar sorte ao acaso.


— Me desculpe professora, não tive a intenção. – respondeu ela preocupada e a professora pareceu notar.


— Não se preocupe... não lhe chamei aqui para dar-lhe um castigo... ou por alguma travessura que pediu ao Pirraça – e então sorriu amigavelmente o que fez com que Sarah ficasse um pouquinho mais relaxada - ... Gostaria de saber se talvez, você tivesse visto, ou ouvido alguma coisa antes de ter sido... – então a professora tentou achar palavras para o ocorrido mas não as encontrou.


— Azarada? – completou Sarah e Minerva apenas meneou a cabeça.


— É ... bem, não seria essa palavra que eu usaria mas... você me entendeu – respondeu a professora então Sarah respirou fundo. Não tinha a mínima noção de quem fizera aquilo, ou o porque... bem, talvez tivesse alguma idéia mas estava em dúvida se contava ou não a vice – diretora.


— Olha professora... – disse ela finalmente decidindo - ... talvez algumas garotas estejam... sabe... meio chateadas e no caso até... bem...


— Você quer dizer... – começou a professora - ... por causa de sua relação com o Potter?


Sarah sentiu o rosto ficar muito quente, nunca tinha se quer pensado que tinha uma “relação” com o garoto. Eles apenas conversavam, riam, se metiam em encrencas... mas não podia chamar aquilo de “relação”


— Não sei se posso chamar de “relação”... – disse ela - ... ele apenas soube que eu gostava de quadribol... e...


— A chamou para o time... – respondeu a professora com um sorriso - ... eu sei, ele me passou a lista dos novos jogadores, e... por sua empolgação... tenho certeza de que teremos a taça esse ano não?


— Claro... – Sarah respondeu um tanto receosa, mas o semblante de Minerva ficara mais sério.


— Sarah... – Minerva começou juntando os dedos das mãos sobre a mesa e encarando a jovem. Sarah engoliu em seco quando viu aquela expressão - ... gostaria que me contasse exatamente o que aconteceu ontem a noite.


Sarah então contou exatamente o que tinha acontecido, desde que saíra da biblioteca e fora para o salão principal. E do salão principal pelo trajeto no terceiro andar, e a sensação estranha de que havia mais alguém ali. E depois como sentiu o baque em suas costas, e como isso a deixou praticamente como se mergulhasse no lago congelado. A professora ouviu atentamente tudo o que havia contado e Sarah teve a nítida impressão de que seu semblante agora era mais preocupado do que nunca tinha visto antes.


— Sarah... – começou ela e a menina sentiu o estomago dar um salto pois a coisa parecia muito séria - ... não acho que esse “ataque” que aconteceu com você, seja obra de uma simples garota maluca enciumada...


A garota encarou a professora confusa, se não fosse uma das garotas da torcida embecilizada, quem poderia ser? Algum sonserino?


— Professora... – começou ela - ... eu sei que Grifinórios e Sonserinos não são o que se pode chamar de “melhor convivência” mas...


— Não Sarah... você não entendeu... – Minerva agora tomava uma postura ainda mais séria, o que fez com que Sarah encolhesse na cadeira - ... a magia que foi lançada em você... não é de conhecimento de algum aluno... pelo menos, nem eu e nem o Diretor Dumbledore, achamos que algum aluno do sétimo ano, seria capaz de tal feito.


O baque daquela informação tinha sido um tanto estranho. Se não tinha sido obra de nenhum aluno, como é que havia acontecido? Sarah se lembrava de ter se desentendido com Filch ou com a nariguda da bibliotecária, mas não com nenhum professor ao ponto de algum deles ir a forra e azará-la.


— Mas então... – disse ela confusa, mas a professora a interrompeu.


— Não quero que fique preocupada com isso, estamos investigando e iremos descobrir quem teria usado tal tipo de magia. O diretor acredita que nenhum aluno seria capaz de fazer algo do gênero, MAS minha opinião é diferente. – então ela levantou-se e foi até a garota – Quero que me prometa, que se ver ou ouvir qualquer coisa suspeita, me avise.


Sarah meneou a cabeça concordando ainda um pouco confusa. Quando finalmente terminou a conversa com a professora, o jantar no salão principal já havia terminado. Sua cabeça estava um tanto confusa, se tal feitiço era tão poderoso, como algum aluno teria tido acesso a ele?


— Isso é muito estranho... – disse ela para si mesmo levando as mãos até os bolsos do casaco, foi então que notou a bolinha dourada. Esqueceu de perguntar as meninas se era de alguma delas. Mas tinha a nítida impressão de que pertencia a outra pessoa. – Deixa disso Sarah...


Sem querer sua varinha que estava em sua manga tocara no pomo. Este começou a se mexer e então Sarah o tirou do bolso novamente. Uma pequena abertura apareceu nele. E no seu interior um pedaço de papel. Quando abriu estava escrito “Me encontre no corredor do sétimo andar depois do jantar, na sala a frente da tapeçaria do Barnabás, o Amalucado.” Ainda um pouco confusa se devia ir ou não, Sarah ainda desconfiava de que poderia se tratar mesmo de James, mas ainda tinha dúvidas quanto ao que a professora havia lhe dito. Mas, decidiu arriscar. Subiu o corredor que levava ao Hall de entrada, o salão principal agora estava quase vazio, o jantar devia ter terminado. Pegara um atalho pela passagem do quarto andar e então seguiu pelo corredor até chegar a frente da tapeçaria de Barnabás.


— Que estranho... – disse ela virando para a parede oposta - ... não tem nenhuma sala aqui.


Andou uma vez para o inicio do corredor, depois até o final. Não havia passagem alguma. Andou mais uma vez e outra, pra lá e pra cá. Olhou para a tapeçaria. Sobre ela estava escrito “Barnabás, o Amalucado”.


— Humm... o lugar é esse mas... cadê a sala que dizia no bilhete? – então pegara o bilhete e leu outra vez. – Eu estou no lugar certo mas... Hã?


No lugar onde antes ela tinha certeza de que não havia nada, uma maçaneta discreta apareceu. Um tanto receosa, Sarah levou a mão a maçaneta mas não a abriu, as palavras da professora McGonagall ainda tilintavam no seu cérebro. E se fosse alguém fazendo uma brincadeira de mal gosto? Se fosse uma armadilha de algum sonserino? Recuou um pouco.


— Não... ninguém ia se atrever a fazer qualquer coisa na ala hospitalar... se tivesse aparecido alguém suspeito... – então respirou fundo, tinha somente duas opções... ou entrar e saber o que realmente queriam com ela... ou não aparecer e ficar se remoendo o resto da noite sobre o assunto. – Qual é Sarah... você nunca foi de dar para trás em nada na vida... não vai ser hoje a primeira vez... – dizendo isso ela pegou e girou a maçaneta.


Quando abriu a porta, colocou a cabeça para ver melhor mas estava um tanto escuro. Talvez fossem seus olhos mas, somente quando entrou, um a um dos castiçais acenderam. Era uma sala ampla, como uma sala comunal. Havia lareira, prateleira com livros, até uma fonte nos fundos da sala fazendo um burburinho de água. Dera mais alguns passos mas não havia ninguém além dela.


— Será que devo esperar? – pensou ela, mas achava que já tinha tido muita sorte até ali, para quê abusar não? Quando estava atravessando a sala rumo a porta de saída viu que a porta se abriu e James apareceu.


— Poxa... até que enfim... - disse o garoto com um sorriso. - ... pensei que teria de voar até o dormitório das garotas outra vez.


— Dessa vez ia levar um avada nas fuças... – respondeu Sarah de mau humor – Que idéia foi essa James... quase me matou do coração!


— Você entendeu a mensagem não entendeu? – perguntou ele indo até a mesinha no centro da sala e colocando uma trouxinha com guloseimas sobre ela incluindo, cerveja amanteigada.


— É claro que entendi... – disse ela sarcástica - ... você nem se quer assinou o bilhete... eu pensei que fosse sei lá... alguma de suas fãs doidas armando uma armadilha... podia ser até algum sonserino metido a bes...- James se endireitou e então parou diante dela e inclinou-se ficando alguns centímetros de seu rosto. Sarah perdera a fala por alguns segundos mas se recompôs. -... besta... pode me dizer que sala é essa?


— Em primeiro lugar... estou orgulhoso em ver que se arriscou mesmo sem saber se era uma armadilha... – disse ele a encarando - ... em segundo, não sei que sala é essa... estava passando por aqui pensando em um lugar onde pudéssemos conversar em paz... e então... essa sala apareceu.


Dizendo isso ele endireitou-se novamente e então foi mexer na lareira. Sentindo uma pontinha de culpa pela má educação, Sarah andou até uma das poltronas e deixou-se cair praticamente. Estava exausta, confusa, e porque não dizer “assustada”. Olhava fixamente para a porta, pensando se por acaso Olivia estaria sentindo sua falta. Saíra sem avisar ninguém, nem ao menos um bilhete. Bem talvez encontrassem o bilhete que a professora Minerva havia lhe mandado, em cima de sua cama.


— Me pergunto quem seria o sortudo que toma seus pensamentos... – disse James lhe entregando uma garrafa de cerveja amanteigada.


— Ah... deixa de ser bobo... – respondeu ela agora sorrindo - ... só estava pensando que fui meio rude com você agora pouco, então... me desculpe.


James dera a volta na mesa e então se sentou na poltrona a sua frente. Ele parecia meio diferente, o brilho maroto em seus olhos não estava lá. Não era lá muito íntima dele, mas nunca negou ajuda a alguém que precisasse.


— Ok... então... qual é o problema? – perguntou ela agora dando um gole na garrafinha de cerveja amanteigada e o encarando. Ele apoiou os braços nas pernas e ficara em silêncio – Qual é James... não venha me dizer que não aconteceu nada, porque estou ciente de que algo aconteceu sim.


Observou o garoto por alguns instantes e então ele ergueu os olhos e lhe encarou por alguns minutos antes de começar a falar.


— Conversei com meu pai ontem... – começou ele, seu rosto expressava algo que nunca havia visto antes - ... comensais da morte... eles... bem... eles...


— Foram atrás de sua família? – perguntou ela agora colocando a garrafa de cerveja na mesinha da mesa e o vendo recostar-se na poltrona e jogar a cabeça para traz. Ele ficara assim em silencio por alguns minutos Sarah então não disse nada, a hora que ele se sentisse a vontade para falar com ela, ele falaria. Então, o garoto dera um sorriso estranho. A garota então o encarou. E antes que ela lhe perguntasse o porque do sorriso ele começou a falar.


— Sabe... – começou ele sem a encarar -... até ontem, eu tinha algumas dúvidas sobre o que realmente estava acontecendo lá fora... estamos tão protegidos aqui que... – então ele dera um suspiro - ... se não fosse por meu pai, jamais eu saberia o que poderia estar nos esperando quando sairmos... – ele levantara os olhos e então a encarou - ... a coisa lá fora é séria Sarah, pessoas estão morrendo, existe um bruxo das trevas tão terrível que consegue se manter nas sombras sem que ninguém admita que ele existe de verdade... – a garota então engoliu em seco. James então se levantou, com um aceno de varinha limpou a mesa de centro e então sentou-se bem na frete da garota - ... e o que houve com você ontem... – agora ele pegava suas mãos entre as dele - ... só fez me mostrar que também não estamos seguros aqui dentro.


O toque das mãos dele nas suas fez com que Sarah paralisasse. Não sabia dizer o que estava acontecendo com ela, sentiu um calafrio por todo seu corpo e de súbito se levantou sem saber direito o porque.


— Engraçado você dizer isso... – disse ainda de costas para ele, estava tentando tomar coragem para encará-lo. Sentia um gelo na barriga quando estava com ele. Quando foi se virar dera de cara com ele e então sorriu sem jeito, e tentou dar uns dois passos para traz mas encostou na estante de livros. Tentou disfarçar, como se tivesse planejado se encostar mesmo na estante e então disse – Hum... professora Minerva deu a entender a mesma coisa agora pouco. – Observou que James cruzou os braços e a encarava, podia dizer que se sentia incomodada, mas não se sentia assim – Digo, ela me pediu se eu vi ou... bem.. ouvi alguma coisa mas, eu apenas senti... como se alguém tivesse jogado uma bola de neve bem no meio das minhas costas. E meus pés começaram a amortecer, logo minhas pernas amoleceram e... – Então ergueu os ombros – Acordei na ala hospitalar...


— E o que a professora Minerva te disse exatamente... – perguntou James sem tirar os olhos dela, Sarah então andou até uma das poltronas e se sentou outra vez. James a seguiu com os olhos.


— Bem... disse que esse feitiço que foi lançado em mim... não é de conhecimento de alunos de sexto ou sétimo ano... mas.. – então se levantou outra vez e encarou o garoto que ainda a encarava - ... também disse, que mesmo que alguém dissesse isso, ela não acreditava... pediu que se eu ouvisse, ou visse alguma coisa que a procurasse antes de qualquer coisa.


James então se moveu, andou até a janela e olhou para fora. Não sabia dizer o que ele estava pensando. Sarah então apenas o acompanhou com os olhos mas não foi até ele, se deteve próximo a estante mais uma vez.


— Acho que não estamos mais seguros quanto eu pensei... – disse ele e então virou-se e começou andar até Sarah, a garota percebeu que seu olhar agora era de preocupação - ... acho que ela não lhe contou o porque está desconfiada... - a garota meneou a cabeça negativamente e então ele parou diante dela - ... o único que conseguiu quebrar aquela azaração lançada em você foi Dumbledore.


— E... como você sabe? – James apenas deu um sorriso e escondera as mãos nos bolsos da calça.


— Eu sou um maroto... não existe segredos nesse castelo que eu não descubra. – Aham... – disse ela cruzando os braços e se encostando na estante com ar de desconfiança. – Sei...


James então se aproximou mais de Sarah, a garota sabia que devia desviar o olhar mas não conseguia. O sorriso que havia em seu rosto agora aquecia seu coração de um jeito que não conseguia explicar.


— Bem... – começou ele apoiando um dos braços ao lado da cabeça da garota se curvando um pouco. -... eu precisava saber como você estava... então... – delicadamente, James pegara uma mecha de seu cabelo e começou a brincar com os dedos - ... saí no meio da noite e...


— Humm – respondeu ela - ... estava tão preocupado assim? Que precisou sair depois do horário, quebrando as regras... só para ver como eu estava?


James meneou a cabeça confirmando então se aproximou ainda mais, Sarah conseguia sentir sua respiração sobre os lábios.


— Omg... que coisa fofa... - disse ela, seu coração disparou no peito. Sentiu ele se aproximando ainda mais dos seus lábios e então levantou a mão e com dois dedos tocou nos lábios de James o parando antes de lhe beijar - Pensou que ia ser tão fácil assim? - Dizendo isso, a jovem esquivou-se do Maroto e andou até a porta. Não sabia quais eram as reais intenções de James, e por Morgana, não cairia de amores só porque ele fora lhe visitar ou se preocupava com ela, em sua mente, repreendia-se por sentir tais sentimentos dos quais ela nem se quer compreendia. Mas ali não estava uma garota que se deixaria abater tão facilmente por James Potter. Estava com a mão na maçaneta da porta quando o ouviu.


— Eu falei sério... - A garota então virou novamente para James e o encarou, uma mão segurando a maçaneta da porta. Observou que o garoto dissera aquilo sem olhar em seus olhos. Mas então ergueu sua cabeça e a encarou. - ... realmente estava preocupado com você.


— Eu sei... - disse ela com um sorriso - ... mas lembra-se do que eu disse aquele dia depois do teste de quadribol?


— Lembro... - respondeu ele escorando-se charmosamente contra a estante de livros. - ... mas como irei provar se não me der uma chance pra isso?


— Não precisa de chance... - disse ela com um sorriso - ... você é James Potter, um Maroto. Pode conseguir qualquer coisa que queira.


— Vem a Hogsmead comigo amanhã? - perguntou ele e então Sarah meneou a cabeça sorrindo.


— Você não desiste... - disse ela e ele encolheu os ombros. - ... vou pensar na sua proposta... satisfeito?


— Sinceramente não... - James sorriu mais uma vez - ... me diga agora que irá a Hogsmeade comigo amanhã.


— Tudo bem... - respondeu ela finalmente - ... mas arraste Remus, eu já tinha combinado de ir a Hogsmeade com Olivia.


— Amanhã... as oito, no saguão de entrada. - James disse com um sorriso nos lábios.


— Estaremos lá. - disse a garota saindo da sala. Seu coração acelerou em seu peito. Não sabia exatamente o que estava fazendo, nem ao menos tinha idéia do que faria no dia seguinte. Mas seria a hora de colocar tudo em pratos limpos, e saber de verdade porque James Potter, o Maroto Mor, estava tão interessado nela.

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