Passos nas Sombras



Naquela manhã quando Sarah finalmente desceu para o café da manhã, Olívia já estava a sua espera sentada na mesa da Grifinória, se sentia um pouco nervosa afinal, teria um teste logo mais no campo de quadribol e isso a estava fazendo perder o apetite.



– Por onde foi que você andou ontem a noite? - perguntou a menina chegando bem perto de Sarah para que pudessem conversar sem as meninas.



– Estava cumprindo detenção... – respondeu Sarah com desanimo, se não bastasse ter tido de cumprir, agora tinha todo o conteúdo de Astronomia para copiar. Então vendo o rosto preocupado de Olivia, bateu em seu ombro amigavelmente e sorriu - ...não se preocupe, não é nada grave... só azarei duas corvinalenses que estavam falando mal da minha família no banheiro.



– Você o que? – perguntou Oivia e então encarou a garota – Você sabe que não se pode usar a varinha nos corredores.



– Eu sei... mas elas... – então se aproximou mais de Olivia e resolveu lhe contar - ... bem, elas estavam dizendo que eu não servia para o Potter, que era mais uma que ele iria usar e deixar de lado como faz com todas as outras... até aí tudo bem, eu não ligo, mas quando disseram que meu pai se matou e minha mãe se explodiu, eu não agüentei.



– Ok... você tem razão em azarar elas... – disse Olivia bebendo um pouco de suco e encarando a garota - ... e o que a professora Minerva disse ? Se bem me lembro ela disse que da próxima vez que você saísse da linha, chamaria seus avós.



– Sim... ela até disse que chamaria eles mas quando contei o motivo, ela me dispensou, mas não sem antes me dar um castigo. – respondeu Sarah dando uma mordida em uma torrada. – A tortura com Filch durou até umas 2h30 da manhã...



– 2h30 da manhã??? – Perguntou Olivia confusa – l... mas você chegou quase 6h00, onde é que você ficou todo esse tempo?



– Bem... eu.. – começou ela mas foi interrompida por uma comoção no alto do patamar onde ficam os professores. Dumbledore estava se aproximando de seu “altar” para falar para todos que estavam ali, só então Sarah se dera conta de que o salão estava lotado de gente, mesmo sendo um sábado, o salão principal nunca ficava completo com todos os alunos. – Ué... porque todo mundo tá reunido no salão principal? Vão servir algum café especial hoje?



– Não... recebemos um aviso ontem na aula de Astronomia para que não faltássemos o café pois iam nos dar um aviso importante. Se tivesse ido a aula saberia... – disse Emmeline desgostosa, parecia zangada com alguma coisa mas Sarah não teve tempo de perguntar o porque. Dumbledore pediu que todos se sentassem, e que lhe dessem um pouco de sua atenção.



– Ontem a noite recebi uma notícia maravilhosa. – começou ele - Sei que todos vocês ficaram empolgados e devo dizer que essa noticia, poderá afetar os dias letivos. Também sei da ânsia de todos vocês por conhecimento e creio que muitos ficaram decepcionados por terem de perder algumas de suas preciosas aulas.



Sarah então olhou para Olivia e essa deu de ombros, sempre que Dumbledore falava, era com rodeios, pelo menos tinha sido assim desde que entrara na escola. Emme e Alice Também trocaram olhares curiosos.



– Do que será que ele está falando? – disse Sarah mais para si mesmo do que para Olivia.



– O Ministro em pessoa... – continuou Dumbledore - ... visitou-nos na noite passada para entregar a solicitação para que Hogwarts seja a sede do 

Torneio Internacional de Duelos.



A jovem praticamente levara um susto afinal, a maioria os alunos fizera o maior barulho em comemoração, Dumbledore pacientemente esperou que todos se acalmassem e então continuou.



– Esse torneio consistirá de duas partes. As 3 maiores escolas de Magia e Bruxaria existentes, irão selecionar alunos para um torneio interno cujo o ganhador, irá participar do torneio internacional. – Novamente a algazarra tomou conta do salão e Dumbledore outra vez esperou os ânimos se acalmarem - Sim sim, também fiquei feliz com a escolha do Ministro da Magia, afinal, precisamos de alguma aventura esse ano não é? – Seu olhar percorreu cada mesa ali e por alguns minutos, Sarah teve a impressão de que esse olhar caíra sobre ela, mas meneou a cabeça, devia ser sua mania de perseguição outra vez a assombrando. – Pois bem, devem estar se perguntando como os nossos campeões serão escolhidos não? Devo advertir, esse torneio é algo sério, pessoas despreparadas já se feriram muito gravemente, então, não sejam levianos. Deixo a escolha dos campeões para cada diretor de casa, cada diretor, irá se reunir com seus pupilos, e assim decidir quem são seus melhores duelistas para então começarmos nosso campeonato interno. Vejamos, Cada diretor escolherá dois duelistas, que irão enfrentar os outros duelistas das outras casas, o duelista que obtiver mais vitórias será o representante da escola no Campeonato Internacional. – Então novamente houve um alvoroço e Albus Dumbledore meneou os braços e sua voz retumbou – CONTUDO... devo dizer que esse torneio só será permitido para alunos que tenham mais de 15 anos, ou seja, somente sexto e sétimo anos é que poderão participar.



Agora já não eram só gritos de felicidade, mas também de protestos. O que fez com que Dumbledore alterasse um pouco sua voz – Silencio, para os alunos de sexto e sétimo ano, empenhem-se e boa sorte. Ao restante dos alunos, se esforcem ao máximo, e pratiquem pois esse não será o único torneio interno que teremos... Obrigado e tenham todos um bom dia.



– Que legal... como se a gente já não tivesse problemas demais... – disse Alice dando um suspiro - ... Agora vamos ter de ser avaliados também nos duelos?



– Deixe de besteira Alice... – retrucou Emmeline - ... Como se um grifinório fosse ruim em duelos... a gente já sabe quem é que vão ser os escolhidos... Black e Potter são os melhores duelistas desde o quarto ano...



Sarah encarou Emmeline assim como as outras garotas e então a jovem com seus olhos claros indicou o grupo de marotos sentados mais a frente empolgados com as últimas notícias.



– Você tem certeza Emme? – disse Olivia – Remus também é muito bom e inteligente....e...



– Tá Olivia.. – respondeu Emmeline encarando a amiga - ... a gente sabe que você tem uma quedinha pelo Lupin, mas convenhamos, em duelos ele irá seguir regras... afinal é monitor... num duelo de verdade quem for mais criativo e rápido... ninguém vai seguir regras e nisso... Potter e Black são nossa melhor chance...



– Detesto admitir mas Emme tem razão – disse Sarah olhando de soslaio para a mesa da Sonserina – Principalmente se o adversário for o Malfoy... o professor Slughorn com certeza vai escolhe-lo...



– Sabe que até seria interessante ver Potter chutar a bunda do Malfoy... – disse finalmente Alice e sorrindo - ... imagina só como ele ficaria com a cara ...



– Suponho que melhor do que a cara com que ele está olhando pra nós agora... – disse James dando um thauzinho para Lucius e parando ao lado de Sarah e lhe entregando um pedaço de pergaminho - ... Não se atrase.



O garoto dera um beijo nas costas da mão da jovem, e antes de sair fizera uma reverência e então alcançou os outros marotos que estavam de saída do salão.



– Hummm... – fez Alice e então Emmeline se atirou por baixo da mesa e sentou-se ao lado de Sarah curiosa.



– Anda... anda... o que foi que Potter escreveu ai... – disse ela e então a jovem Sarah sentira o rosto corar levemente.



– Não é nada Emmeline... só que eu e Olivia temos teste para o time de quadribol – e então sacudiu o papelzinho dobrado que simplesmente abrira mas nem chegou a ler, Emme tentou pegar mas Sarah o escondeu no bolso da calça jeans- ... eu já te disse...



– Como assim “eu e Olivia” – perguntou Olivia confusa – Não era só você?



– Não... Falei com Potter ontem quando cheguei do castigo, ele perguntou se eu conhecia mais alguém que jogava bem quadribol pois parece que o outro batedor, parceiro de Sirius vai ficar no St. Mungus por um bom tempo...



Sarah fez a melhor cara de inocente que conseguiu, Emme parecia não muito convencida MAS fora salva na última hora por Olivia que ficara surpresa com a notícia e então ambas saíram do salão principal.



 



– Anda logo James... – Sirius berrava da sala comunal, já se passava da hora que haviam marcado para o treino, mas conhecia James, iria montado em uma vassoura.



– Ainda estão aqui? - Perguntou Olivia enquanto desciam.



– A Noiva lá em cima deve estar ocupada demais ... – disse Sírius perdendo a calma. – Ei cabeça de galho eu vou acompanhar as meninas... depois você me alcança... – então pegou sua vassoura e saiu do salão comunal com as meninas. O caminho até o campo de quadribol foi agradável, conversaram, riam, e o nervosismo de Sarah finalmente estava se dissipando.



– E então Perks, vai fazer o teste pra ser minha nova parceira? – Sarah coçou a cabeça - ... não sei, na verdade sempre ajudei meu avô com o time o qual ele é treinador então eu fazia um pouco de tudo... – então olhou para Olivia – Talvez Olivia seja melhor nisso do que eu não é, mas... posso ser uma espécie de coringa...



– Sarah é boa em qualquer posição... vi ela pegando um pomo uma vez muito rápido – Disse Olivia e Sarah lhe repreendeu.



– Olivia está exagerando.... Eu gosto de voar... só ainda não tenho uma vassoura decente pois meu avô acha que já me meto em encrencas demais sem uma imagina se eu tivesse...



Sirius a encarou por uns momentos e então sorriu,- Bem, podemos arrumar uma vassoura para seu teste, não acho que as da escola irão fazer jus a sua performance.



O dia estava um pouco nublado o que Sarah agradeceu, não queria ter de usar nenhum protetor nos olhos, e os raios poderiam lhe atrapalhar. O time de quadribol estava todo ali, e alguns outros alunos também. Sarah não tinha noção de que disputaria a vaga com alguém, mas havia visto o panfleto sobre os testes e se não tivesse sido “convidada” talvez não teria nem participado. James então chegou voando em sua vassoura e pousou magestosamente (como ele sempre fazia) no chão de areia.



– Boa tarde meus ilustres colegas e companheiros... – começou ele e Sírius girou os olhos nas órbitas. – Como sabem estamos empatados na competição com as cobrinhas...



– Prongs... dá pra você parar de frescura e ir direto ao ponto? – disse ele – Todos já te conhecem e sabem o quanto o time é importante então menos papo e mais ação!



– Tenha calma meu caro Patfoot.. – respondeu James pomposamente - ... Hum... deixe me ver, primeiro tenho que saber como são montados em uma vassoura, e segundo, vamos treinar com a ajuda do time, artilheiros com os canditados a artilheiros... batedores com batedores... e assim por diante. Bem... vamos começar...



Sarah sentiu um frio enorme no estomago mas tentou não perder o controle, Era sua chance de mostrar que era boa em alguma coisa e não ia desperdiçar.



“Que pensamento tosco é esse Perks?” – ouviu uma vozinha em sua mente – “Por que se sair bem é tão importante, se não fosse Potter você nem estaria aqui! “



– Não é por causa de Potter! – respondeu ela em pensamento para aquela vozinha em sua cabeça. Era como travar uma batalha com sua consciência. E se lidar com uma Sarah já era um problema, imagina duas? Enfim, seus pensamentos acabaram por se interromper quando Olivia lhe cutucou.



– Você me ouviu?



– Hã? Desculpa Olivia o que estava dizendo?



– Que Potter nem se quer nos cumprimentou, isso é falta de educação não? – reclamou Olivia. Realmente James nem se quer olhou para elas, falou com todos.



– Bom, pode ser que ele não queira mostrar que vai ser imparcial não? – respondeu Sarah – Veja bem, se nós duas por milagre entrarmos para o time, com tudo que andam falando de mim, vão dizer que só entrei para o time porque estava saindo com ele e você se aproveitou disso por ser minha amiga ele também te chamou...



– É... pensando por esse lado... – concordou Olivia, e então as duas ouviram a voz de James chamando Sarah. Ela virou-se e encontrou o olhar de James e engoliu em seco. Não entendia por que raios estava tão nervosa. Talvez fosse porque todas as atenções estariam voltadas a ela naquele momento, é... poderia ser isso.



“Relaxe Perks... pense que é só mais um treino com o vovô” – disse ela a si mesma mentalmente.



– PERKS!!!



Sarah então virou-se e viu Sírius lhe jogando a vassoura. Ela a agarrou e olhou curiosa, não era uma vassoura da escola, era a vassoura dele.



– Eu te disse que precisaria de uma vassoura boa para sua performance... – e quando James o olhou ele jogara um beijinho para o amigo que começou a rir e meneou a cabeça. James então se aproximou de Sarah ficando de costas para o restante do grupo.



– Me desculpe por não ter falado com você ou Olivia... – disse ele a encarando e Sarah o encarou de volta - ... eu, bem... eu não queria que pensassem que estou... você sabe...



– Você quis ser imparcial.. – disse ela e então sorriu - ... não esquente a cabeça com isso... eu entendo perfeitamente.



O garoto abriu um enorme sorriso, bem diferente do costumeiro que ela via estampado em seu rosto quando estava em público. De alguma maneira, ele sempre foi diferente quando estava com ela, parecia ser outra pessoa.



– Pelo que vejo, já tem alguém ao seu favor... – e apontou para Sírius - ... ele não deixa ninguém nem tocar nessa vassoura...



– Acho que ficou com pena de mim... afinal, quem consegue voar com as vassouras da escola?.. - James concordou com a cabeça e então novamente Sarah lhe perguntou - Então Sr. Capitão... o que quer que eu faça?



– Bem, pode sobrevoar o campo primeiro, depois quero que faça alguns arremessos contra nosso goleiro.



Ela então meneou a cabeça concordando, e respirou fundo. Não estava vestida com o uniforme dos jogadores mas com uma roupa bem confortável, como as que usava para treinar com o time de seu avô. Montou na vassoura e respirou fundo, dera impulso e a vassoura começou a flutuar. Assim que inclinou seu corpo a vassoura começou a ganhar velocidade, era tão fácil montá-la que Sarah teve de se controlar para não fazer algum movimento brusco. Depois de umas duas voltas, já tinha se acostumado e então viu alguns círculos e o sinal de James para que fizesse o trajeto pelo centro deles, isso não era algo tão difícil, e pensou ela, e então depois de fazer o trajeto, era a vez de mostrar se era boa com uma Goles. James lançara uma para ela que agarrou-a com o braço esquerdo e depois de uma volta, aparecera por debaixo do goleiro e arremessou-a no canto direito não dando chance alguma para o goleiro. Dera meia volta com a vassoura e observou um dos artilheiros que estavam no chão segurando uma goles embaixo do braço conversando despreocupadamente com outros jogadores. Ela inclinou sua vassoura fazendo um rasante, passando bem perto do garoto e roubando-lhe a Goles.



– Me empresta? – disse ela já com a Goles em punho e subindo rapidamente em direção ao gol. Fizera uma finta pela esquerda jogando a goles na trave central pelo meio das pernas do goleiro. Dera meia volta com a vassoura e vira Olivia lhe acenando e fez sinal para que lhe arremessasse a Goles, Olivia obedeceu e com a varinha arremessou a goles no ar, e Sara a pegou com um loopin a arremessando logo em seguida arremessando novamente ao gol, o Goleiro quase o defendeu mas a goles escorregou de suas mãos e entrou no terceiro Aro a esquerda. James então fez sinal para que descesse, e então foi o que ela fez. Ele não tinha expressado emoção alguma o que a deixou em dúvida sobre seu desempenho, ao contrário de Sírius que a recebeu com um grande sorriso.



– Isso foi....INCRIVEL! – disse ele pegando a vassoura que ela lhe devolvera – Como nunca tinha se inscrito para o time?



– Bem, o time sempre foi completo então porque eu ia persuadir ao capitão pra me deixar entrar? – respondeu Ela enquanto Olivia era chamada para fazer o seu teste – E obrigado pela vassoura, ela é com certeza foi o que fez eu voar tão bem. Sirius ouviu James lhe chamando e então correu ao seu encontro, se despedindo de Sarah com um aceno. A garota então foi sentar-se para observar o teste de Olivia. Como disse a Sirius, Olivia era ótima como batedora, por duas vezes quase derrubou Mckinnon, o outro artilheiro da vassoura. James estava sorrindo e isso chamou a atenção de Sarah, o quadribol era realmente lhe fazia bem, mas qual era o bruxo que não gostava desse esporte? Olhara para o céu bem na hora que Sírius jogava o balaço em direção a Olivia e esta com um loopin desviava e na descida o rebatia de volta. Na humilde opinião de Sarah, Olivia tinha sido perfeita como batedora e nenhum outro que havia participado poderia competir com ela. A bela morena desceu da vassoura eufórica, Sarah nunca a tinha visto assim antes.



– Você foi brilhante Olivia... – disse Sarah indo de encontro a amiga - ... eu ainda te pergunto como você pode achar que não ia se sair bem fazendo um teste.



– Sabe como é... sempre fui meio que criticada por meu pai sobre esse lance de gostar de quadribol... – respondeu a garota um tanto tímida. Sarah sabia sobre os conflitos na família de Olivia e ela nunca gostava de tocar nesse assunto.



– Esquece isso... – disse Sarah cutucando Olivia - ... você foi ótima.



A equipe toda de quadribol se reuniu assim que James posicionou a vassoura sobre eles.



– O resultado dos testes vão estar no mural da Grifinória, vamos nos reunir e decidir, até lá boa sorte a todos.



– Venha... – disse Sarah engatando no braço de Olivia - ... isso pede uma festinha de garotas no dormitório...



Estavam saindo do campo de quadribol quando encontram Lupin e Peter que pelo visto estavam vendo tudo da arquibancada.



– Escondendo o jogo hein? – a voz de Lupin chegou aos ouvidos das meninas e Sarah sentiu Olivia enrijecer.



– Escondendo? – respondeu Sarah com um sorriso e sacudindo Olivia para agir mais naturalmente – Vocês é que nunca perguntaram para que mostrássemos não é Olivia?



– É... – disse ela dando um pequeno pigarro - ... A gente não gosta de ficar se mostrando por ai.



– Eu sei.. – respondeu Lupin com um sorriso - ... Convivo tanto com James e Sírius que as vezes me esqueço que existem pessoas normais nesse castelo. Mas posso dizer uma coisa... as duas foram ótimas, e duvido que já não tenham seus nomes na lista do nosso capitão.



– Deixa disso Remus... – disse Sarah sentindo o rosto corar - ... James disse que seria imparcial, além disso... se ele não pedir opinião dos jogadores com certeza irão dizer que é “favoritismo”, ou esqueceu do que estão comentando por aí?



– Que você é a queridinha do Potter? – perguntou Peter, e Remus o encarou feio. – Bem, desculpe... a gente sabe que não tem nada haver com isso não é Remus?



– Desculpem meu amigo... – disse Remus encarando Olivia e Sarah agora - ... ele não tem muito jeito com as palavras, não quis ofender.



– Não tem problema... – Sarah então sorriu para Peter -... ele falou a verdade, é isso mesmo que estão dizendo... – e então dera um suspiro e encarou Remus - ... mas quer saber? Nunca liguei para o que dissessem de mim... não vai ser agora que vou começar...



– Podemos acompanhar vocês? – perguntou Remus e então encarou Olivia. Sarah então, sorriu para ele. Tinha de arrumar uma desculpa para deixa-los sozinhos, quem sabe não se acertassem? Sabia que a amiga era apaixonada por ele desde o quarto ano, mas por alguma razão somente no sexto ano é que Remus percebeu que elas existiam. Então encarou Peter e ele rapidamente entendeu o que ela pretendia.



– Podem ir na frente... – respondeu Sarah e então encarou Peter - ... tenho de conversar com Peter sobre uma coisinha que ele me perguntou na aula de Herbologia.



– É... isso mesmo – repetiu o garoto - ... estava mesmo pensando nisso... você sabe não é... não consegui mais congelar nada com o Glaucius....



Sarah fingiu prestar atenção em Peter e então ao olhar para Remus e Olivia, pode ver o garoto olhar para traz e dar-lhe um sorriso. Este que ela entendeu como um OBRIGADO, muito discreto. Sorriu para ele de volta e então quando já estavam afastados, conseguiu respirar mais aliviada. Peter então a encarou e sorriu.



– Quando é que esses dois vão se entender? – disse Peter cruzando os braços.



– Bom.... – respondeu Sarah com um sorriso - ... se continuarmos dando uma forcinha... não deve demorar muito...



– Isso foi legal. – Sarah e Peter viraram para o outro lado e encontraram James e Sírius andando ao seu encontro. Por alguns minutos Sarah ficara sem palavras, e então sorriu.



– Eu sou uma pessoa legal... – então colocou as mãos para trás de si -... teimosa, esquentada... impulsiva... mas fora isso...



– Esqueceu linda e talentosa. – completou o garoto e então Sírius pigarreou passando o braço pelo ombro de Peter.



– E essa é nossa deixa wormtail, venha... – disse ele andando rumo ao castelo com Peter. – Mais um pouco desse lance e eu vou começar a vomitar corações...



Sarah então sentiu que Potter a encarava e queria evitar ao máximo ter de encará-lo. Não sabia o motivo de estar se sentindo assim, o coração saltou ao peito e praticamente ficara sem palavras ao ouvir os elogios. Não sabia quanto tempo tinha ficado em silencio naquela posição vendo Sirius e Peter desaparecer de vista.



– Me desculpe... – ouviu a voz de James por fim e então decidiu o encarar - ... não queria deixar você sem graça.



– Confesso que não estou acostumada a ouvir elogios... mas obrigada – disse ela tentando parecer o mais normal que conseguiu.



– Posso lhe acompanhar Srta. Perks – James disse em tom de brincadeira a encarando então a jovem sorriu mordendo o lábio inferior.



– Tudo bem... – disse por fim começando a andar - ... você conhece os riscos de andar comigo.



– E pretendo correr cada um deles... – respondeu ele a encarando. Sarah então gargalhou e dera um empurrãozinho de leve no ombro do garoto como se ele tivesse feito uma piada.



Mas ele continuou a encarando, a garota então olhou para a frente tentando disfarçar mas aquela situação estava um tanto estranha. – ... obviamente se a Srta. Perks permitir.



– Humm... – Sarah então virou e andando de costas um pouco mais a frente o encarou, pelo visto ele gostava de deixá-la sem graça, já que era assim, dois poderiam jogar esse jogo - ... e o que faria se ela permitisse?



Pôde ver que o pegara de surpresa, e sinceramente tinha gostado disso. Vira que James então tentou sorrir e então passara uma das mãos sobre os cabelos bagunçados.



– Bom... – começou ele e sorriu marotamente - ... isso dependeria se permitiria ou não...



– E como se permite algo que não se sabe o que é? – perguntou ela arqueando uma das sobrancelhas desconfiada o que fez James sorrir ainda mais. A essa altura já estavam próximos a entrada que levava ao interior do castelo.



– Deixe me ver... – disse ele fazendo cara de pensativo - .. um passeio pelo lago a luz da lua... ou, uma aventura pelas masmorras.. - e então voltou a encará-la sorrindo - ... observar as estrelas no alto da torre de astronomia... – ia falando enquanto subiram então as escadas que levavam para o interior do castelo, e entraram no corredor para o saguão, Sarah então virou-se pra ele novamente e colocara os braços atrás do corpo, James então parou de andar e a encarou.



– Oferta muito tentadora Sr. Potter.. – disse ela começando a andar de costas e com um sorriso matreiro nos lábios - mas aí depende...



– Depende... – disse ele continuando a acompanhá-la mas sem desgrudar seus olhos castanho esverdeados dos olhos dela e então fora a vez dela sorrir marotamente enquanto andava de costas o encarando.



– Se sou ou não mais um troféu na sua coleção...



– E se eu provar que não é um troféu.. – disse ele a encarando sério - ...sairia comigo?



Ela dera um sorrisinho e então lhe dera as costas e continuou andando. James então parou de andar e perguntou novamente. Sarah então virou para ele sem parar de andar.



– Talvez... - e então continuou seu caminho rumo ao salão principal. James sorriu meneando a cabeça e subiu as escadarias rumo a sala comunal, precisava de um banho frio.



A semana passou como um jato, em meio a provas e é claro seus costumeiros castigos, Sarah mal teve tempo para um papinho feminino com Olivia ou com as outras. Também em meio as confusões costumeiras, havia o clube de duelos que havia sido aberto para os diretores das casas treinarem seus campeões. Mal tinha visto James e os marotos, ao menos os via de passagem nas refeições. Mas sempre estavam ocupados conversando ou absortos em seus planos para importunar Snape e as outras cobrinhas. Mas decidiu deixar isso de lado e continuar com sua vidinha como era antes. Embora tivesse certeza de que parecia que faltava algo, não entendia o que era, mas era essa a sensação. Naquela noite, logo após o jantar, Sarah voltara para a sala da Grifinória basicamente sozinha. Fizera o trajeto tantas vezes que já era automático. Não vira Olivia no salão principal para o jantar, o que queria dizer que estava na sala comunal. Pegou um pratinho com petiscos e levou para a sala comunal. Estranhava o fato de James ou um dos garotos, a não ser claro Lupin, ter falado alguma coisa sobre seu teste para o time, mas estava se sentindo tão bem que nem mesmo Mandy estragaria seu humor. Andava calmamente passando pelo terceiro andar quando sentira um arrepio na nuca e então algo acertou-a pelas costas, foi como mergulhar no lago congelado em pleno inverno. Seus pés amorteceram, em seguida suas pernas e logo seu corpo não correspondia e seus olhos escureceram e caiu com tudo no chão de pedra. Um vulto encoberto pelas sombras com um aceno de varinha girou o corpo da garota e encarar sua face, um pendente de prata com uma meia lua azul preso ao seu pescoço caiu sobre suas vestes chamando sua atenção, mas quando se aproximava para examinar melhor...



– ALUNO ATACADOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!! ALUNO ATACADOOOOOOOOO.



Pirraça o poltergeist, viera ao encontro do corpo que estava estendido no meio do corredor.



– Qual é Padfoot! - dizia James com a varinha em punho. Estavam numa sala vazia sendo supervisionados por Minerva McGonagall e Lorigan Bruce, o professor de DCAT.



– Vamos Sr. Black... mova as pernas, como na esgrima - dizia Lorigan tentando ajudar Sírius que parecia um tanto distante. Minerva se aproximara de Lorigan com um semblante meio preocupado.



– Alguma coisa lhe preocupa? - perguntou ele agora sentando-se sobre uma das carteiras.



– Estou com uma sensação muito estranha... - disse ela sem o encarar, se tinha algo preocupante era quando Minerva tinha esses pressentimentos e o professor a conhecia muito bem. - ... conversei com Albus, ele não devia fazer alto tão grande assim nos tempos em que estamos...



– Sei que está preocupada... - respondeu Lorigan colocando a mão em seu ombro a confortando. - Mas o conhece melhor do que eu, ele apenas quer desviar a atenção dos alunos do que realmente esta acontecendo.



– Sim... eu sei - respondeu ela - mas chamando toda a atenção para o castelo? Não acha que trazer pessoas estranhas para a escola não é perigoso?



– Estaremos aqui... - disse ele agora a encarando nos olhos, o que fez com que o tempo parasse - ...vamos defende-los.



– Khannn - pigarreou James e então os dois professores o encararam.



– Algum problema Sr. Potter? - perguntou Minerva como se nada tivesse acontecido.



– Só um pequeno probleminha... - disse ele apontando para o elfo que estava estirado no chão. - Sírius repeliu meu estupore e acertou ele quando entrava...



Minerva então pegara a varinha e fora em direção ao pobre elfo que estava caído próximo a porta entre aberta.



– Rennervate! - disse ela e um raio multicor saiu de sua varinha envolvendo o corpo do pequeno elfo, ele então estremeceu e voltou a abrir os olhos.



– Ringo sente muito Sra... - disse o pequeno enquanto se levantava e fazia uma reverencia - ... mas o diretor pediu que a Sra. fosse até a ala hospitalar.



– Aconteceu alguma coisa? - perguntou ela preocupada.



– Ringo não sabe Senhora... - respondeu ele - ... só veio porque o Diretor Dumbledore disse para avisar a senhora...



Minerva olhou para Bruce, este então assentiu com a cabeça e então saiu desabalada pelas portas de carvalho.



– O que estão olhando? - disse ele finalmente para James e Sírius que estavam no meio da sala os observando - Vocês tem Richardson e Brenner para enfrentar, ou acham que já são os escolhidos da Grifinória?



Minerva entrou na Ala hospitalar e lá estava Dumbledore conversando com Madame Pomfrey, a enfermeira a quem Albus havia contratado naquele ano, era uma mulher um tanto nova, talvez um pouco mais nova que Minerva, mas muito competente.



– Albus? - disse ela indo até eles - O que aconteceu?



– Oh Minerva... - respondeu ele com um leve sorriso - ... não queria lhe preocupar tanto, Ringo deve ter lhe deixado nervosa.



– Ele não soube me dizer o que era... - a professora agora o encarava, aquela sensação que havia sentido... tinha alguma coisa errada.



– Bem, eu não o culpo.. - disse o diretor então se virando e olhando para a cama. - ... creio que seja uma de suas alunas.



Minerva olhou para a jovem que estava deitada na cama, com o rosto pálido, era Sarah Perks, uma de suas alunas do sexto ano. Engoliu em seco, e com o olhar preocupado encarou o diretor.



– O que foi que aconteceu com ela Albus? - perguntou com um tom de emergência na voz. Algo um tanto estranho, mas natural afinal era diretora da casa da jovem, provavelmente estava preocupada.



– Ainda não sabemos Minerva... - disse o diretor com um olhar acolhedor - ... foi encontrada por Pirraça no corredor do terceiro andar, Madame Pomfrey disse que alguém lhe lançara um feitiço e chegou aqui já desacordada. Agora está apenas dormindo, desfiz o feitiço e agora ela está apenas dormindo. Mas me pergunto quem teria feito algo do gênero...



– A Srta Perks aqui vinha tendo um pouco de problemas... - disse por fim a Professora pegando na mão da menina e ajeitando-lhe o cabelo sobre o travesseiro - ... ela tem um gênio um pouco difícil.



– Sim... temo acreditar que é algo que venha da família... - então a encarou por debaixo dos óculos de meia lua e sorriu. - ... fique tranqüila minha cara... ela irá ficar aqui em observação essa noite, apenas por precaução.



Minerva olhou mais uma vez para o rosto da jovem e sorriu para o diretor.



Já se passava das duas horas da manhã e Olivia estava sentada na cama, e nada de Sarah aparecer.



– Onde é que essa menina se meteu... - sussurrou ela e então ouviu a voz de Emmeline que estava vendo uma revista.



– Deixe de besteiras Olivia, das duas uma ou está com o Potter, ou está em detenção outra vez...



Olivia então chutou os cobertores e começou a se trocar. Emmeline a encarou.



– O que você vai fazer?



– Não é óbvio? - disse ela jogando um casaco por cima da camiseta - Vou atrás dela.



– Ficou doida?



– Sarah não cometeu crime algum e sinceramente duvido que esteja com o Potter, ele e os marotos não apareceram o dia todo e quando a vi no salão principal ela estava sozinha. Meu instinto me diz que aconteceu alguma coisa. - Olivia pegou a varinha, escondera na manga do casaco e desceu as escadarias rumo ao salão comunal. Aquela hora estava vazio, a não ser por James que pregava algo no quadro de avisos. Ela então parou por alguns segundos e então ele notou sua presença.



– Heiii... onde vai com tanta pressa... - e então olhou para o relógio no alto da parede - e a essa hora? Conheço um certo monitor que não vai gostar nadinha de te pegar fora da cama... - Dera um sorriso amigável o qual Olivia não correspondeu e então o jovem garoto percebeu sua preocupação. - Aconteceu alguma coisa?



– E que... - relutou ela mas sua preocupação venceu - ... bem, você não viu a Sarah na hora do jantar não é?



– Sim... isto é... só a vi de relance conversando com Mckinnon quando eu e os rapazes passamos lá para pegar algo pra comer... - disse ele com um tom de preocupação na voz - ... Sírius e eu tínhamos um treino com Prof. Lorigan mas...



– O que foi? - perguntou ela quando notara a cara que James fizera. O jovem grifinório encarou Olivia e tentou tranqüilizá-la - Não se preocupe, volte para o dormitório, não quero ver minha nova batedora se metendo em encrencas. Correu para o dormitório dos garotos e acordou Peter



– Anda logo Peter.... preciso que você faça algo - disse ele sacudindo Peter que levantara a cabeça assustado.



– PUDIM??? cadê meu Pudim??? - Então abrira os olhos ainda sonolentos e olhou para James. - James? Já amanheceu?



– Qual é.... eu estava no meio de um sonho com a Henrieta Dibois... - resmungou Sírius jogando o travesseiro em James que acabou se irritando.



– Dá um tempo Padfoot, o assunto é sério! - então voltou-se para Peter que agora parecia acordado - Preciso que vá até a Ala Hospitalar dar uma espiada.



– Pra que? - perguntou Lupin coçando os olhos - Está querendo saber se a nova enfermeira está de plantão?



– É nessas horas que agradeceria se fosse capaz de me transformar em rato... Outch... eiii- disse Sírius recebendo o travesseiro de volta.



– Você quer parar de pensar com a cabeça ai de baixo??? O assunto é sério! - Disse James e então os outros 3 marotos acabaram se convencendo de que o caso realmente era sério - Lembra-se do que houve na sala do Lorigan?



– Hummm ... - fez Sírius coçando o queixo - ... a parte em que pintou um clima entre McGonagall e Bruce?



– Não seu tapado... - respondeu James já com a paciencia no limite - .... quando você acertou o elfo!



– Ahhhh sim.... e dai?



– Bem... - voltou James a falar olhando para Peter - ...ele disse que o diretor havia mandado pedir que McGonagall fosse até a Ala hospitalar.



– Sim... eu me lembro - respondeu Sírius - ... onde você quer chegar?



– Encontrei Olivia agora no salão comunal... ela estava preocupada pois não viu Sarah desde o jantar... - então olhou para Sírius e Lupin, este último já estava colocando uma roupa e abrindo a porta do dormitório. - É isso que quero que faça Peter, vá até a ala hospitalar e se certifique.



Peter mais que depressa transformou-se em um rato e sumiu pela porta do dormitório, James bagunçou os cabelos com a mão direita e Sirius notou sua preocupação.



– Vá tomar um banho frio e tente se acalmar... - disse ele agora fora da cama observando o maroto Mor andando de um lado para o outro. - ... Peter vai voltar logo com a resposta.



James meneou a cabeça negativamente, não conseguia parar de pensar que "em parte" se tivesse acontecido algo com a garota, seria sua culpa. Foi até seu malão e pegara sua capa de invisibilidade, se Peter demorasse mais, ele mesmo sairia da torre.



– Não vou conseguir ficar quieto Padfoot... - disse ele novamente passando a mão nos cabelos já bagunçados - ... não até ter certeza.



Dizendo isso desceu as escadarias do dormitório novamente, Remus estava sentado ao lado de Olivia que ainda não havia ido para o dormitório.



– Não se preocupe Olivia... Sarah deve estar bem... - dizia Lupin enquanto James sentava-se na outra poltrona apoiando os cotovelos nos próprios joelhos unindo as mãos próximo a boca pensativo. Se passaram alguns minutos os quais James Potter não tinha certeza de quantos, então ouviu a voz de Olivia.



– Estou com um mal pressentimento Remus.. - dizia Olivia torcendo as mãos com nervosismo, James então levantou-se e Remus o encarou meneando a cabeça negativamente. O Monitor sabia que se James fosse pego, ele podia dar adeus a sua indicação para ser um dos campeões da Grifinória no torneio. Quando o capitão dera um passo na direção da passagem, Peter apareceu esbaforido e um tanto sujo. Olivia levara um susto pois James foi o primeiro a chegar até ele.



Peter ergueu a mão e apoiou-se nos joelhos tentando conseguir fôlego, parecia que havia corrido uma maratona.



– E então? - perguntou James, enquanto Remus se levantava assim como Olivia que não entendia nada do que estava acontecendo.



– Como foi que você saiu? - perguntou ela e então James fez sinal para que Peter contasse o que tinha visto.



– Eu... bem, ouvi a conversa do zelador.. tem uma aluna da Grifinória na Ala hospitalar..



– E você sabe quem é? - perguntou Olivia ainda mais aflita.



– Sei que ela está bem... - disse Peter finalmente - ... não pude ouvir mais, pois o gato sarnento de Mandy estava...



– Ok... - disse Lupin colocando o braço sobre os ombros de Olivia e a guiando até as escadas -... amanhã Sarah estará de volta e nos contará o que houve, aposto que não foi nada demais...



Olivia apenas assentiu com a cabeça, e voltou a subir as escadas. James e os outros dois marotos e Sírius que acabava de se juntar a eles.



– E então? - disse James olhando para os lados para se certificar de que estavam sozinhos.



– A Sarah está na Ala Hospitalar... - disse Peter finalmente estirando-se no sofá - ... McGonagall está com ela.



– Mas como ela foi parar na Ala hospitalar? - perguntou Sírius enquanto James sentava-se em frente a Peter sob a mesinha de centro e pedia para que ele continuasse.



– Vejam bem... não deu pra mim saber de todos os detalhes, mas li o prontuário.... e claro... subornei Pirraça porque foi ele quem a encontrou caída no corredor do terceiro andar... - dizia Peter pausadamente pois estava ainda cansado - ... Pirraça disse que não viu nada só um raio saindo das sombras e a acertando pelas costas... também disse que havia um vulto mas ele sumiu quando ele gritou por ajuda.



– Pirraça pedindo ajuda? - perguntou Sírius desconfiado - essa é nova pra mim.



– O que dizia o prontuário? - agora era James quem estava perguntando.



– Só que havia sido atingida por um feitiço, não tinha especificação de qual - continuou Peter - ...mas pelo que ouvi da conversa entre a enfermeira e McGonagall, Dumbledore foi o único que conseguiu desfazer a azaração.



– Então não pode ter sido coisa de aluno.. - James ouviu a voz de Remus e então se levantou.



– Pode... - respondeu James - .. desde que esse aluno conheça feitiços e encantamentos que alunos normais não conheçam....



– Está desconfiando de que as cobras tem haver com isso? - perguntou Sírius.



– Deixa de bobagens James... eles não iam ser tão bestas... - respondeu Remus e James meneou a cabeça.



– Pensa bem Moony... Sarah não tem inimigos... a não ser é claro aquela garota.... - e então fez um movimento sobre os peitos indicando o tamanho - e cá entre nós ela não é tão inteligente para conjurar uma azaração que só o diretor ia conseguir reverter. - então voltou-se para Peter - ... dizia quanto tempo ela vai ficar lá?



– Não... - respondeu Peter coçando a cabeça - ... mas Minerva estava do lado dela, e parecia mais preocupada do que o normal.. Onde você vai?



– James! - exclamou Sírius, mas Remus o segurou enquanto viam James jogar a capa de invisibilidade sobre o corpo e desaparecer de vista. - Você já viu ele agir dessa maneira alguma vez?



Lupin meneou a cabeça, e colocou as mãos nos bolsos do roupão.



– As coisas por aqui estão mudando meu caro Sírius... - disse ele tomando o rumo da escada para o dormitório.



O ar frio da noite chegava aos corredores os deixando ainda mais sombrios, James sentiu um arrepio em sua nuca, algo que vinha acontecendo com muita freqüência ultimamente. Passara por uma das portas secretas no sexto andar e praticamente deslizara até o terceiro andar. Andava calmamente e com cuidado, qualquer vento mais forte que o acertasse iria esvoaçar a capa e o expor a qualquer um que estivesse pelos corredores.Entrara então na tapeçaria do velho gordo bebendo em um barril que ele sabia que se o seguisse chegaria ao corredor do primeiro andar sem maiores problemas. Mentalmente se perguntava o que é que ele estava fazendo. Mas não conseguia chegar em nenhuma resposta.



"Concentre-se ou vai acabar sendo pego" - disse ele mentalmente enquanto olhava por de traz da tapeçaria se o caminho estava livre, estranhou ver algum movimento de professores naquele corredor, principalmente aquela hora. Dera mais alguns passos e então a porta da enfermaria se abriu, uma enfermeira levando com ela um aluno, parecendo do primeiro ano da Sonserina rumo aos corredores que levava as masmorras. Antes que a porta se fechasse, com o máximo de rapidez e agilidade que conseguiu, James escorregou para dentro da Ala Hospitalar. Varreu com os olhos cada uma das camas tentando localizar onde Sarah estava então viu a chefe das curandeiras falando com alguém que estava atrás de uma divisória.



– Professora... lhe asseguro que ela está bem, está apenas dormindo agora... a Senhora é quem precisa descansar.



– Estou bem... quero estar aqui quando ela acordar... - James ouviu a voz de sua professora de Transfiguração e diretora da Grifinória e então apressou-se a esconder-se do outro lado da divisória.



– Eu insisto Sra... - dizia a enfermeira - ... ela não irá acordar até ao menos amanhã... mas prometo que assim que acontecer, será a primeira a saber.



Mesmo contra sua vontade, Minerva levantou-se e encarou a enfermeira que sorria docemente. James sabia que sua professora se preocupava com eles, mas a sua reação a ter de se afastar de Sarah foi um tanto estranha.



– Está bem... - disse ela finalmente e se posicionou na frente da enfermeira - .. mas só irei depois de ter certeza de que nada nem ninguém passará por aquela porta.



James viu sua professora passar por ele e ir em direção a porta da enfermaria, não demorou muito a enfermeira sumiu em sua salinha nos fundos e a enfermaria caiu na penumbra. Mesmo por debaixo da capa podia ver a luz refletindo pela salinha da enfermaria, saiu de trás da divisória e então sentou-se na cadeira onde possivelmente sua professora estava sentada antes, descobriu a cabeça para poder ver melhor, e então viu Sarah deitada na cama. Seu rosto estava um pouco pálido, mas parecia estar apenas dormindo. Sentiu seu coração estremecer por alguma razão e então levou sua mão até a dela, estava fria. Uma onda de temor passou por seu corpo. Algo novo que até aquele exato momento ele jamais havia sentido antes. Aproximou mais a cadeira da cama da garota, e fez um carinho em seu rosto, sua pele era como a de um pêssego, suave e macia. Conseguia sentir seu perfume, não conseguia distinguir mas era agradável e fazia se sentir bem. Puxou o cobertor sobre o corpo de Sarah e voltou a segurar sua mão. Em sua mente uma única frase ainda martelava.



"James... o que está acontecendo com você".


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