A Iniciação



— O que raios você estava fazendo Carter! – dizia Lucius Malfoy naquela noite logo após o jantar. – Eu repassei o plano com a equipe antes do jogo animal, você devia ter dado sumiço naquele pomo!



— E FOI O QUE EU FIZ! – bradou o garoto com os olhos cintilando para cima de Lucius.  – EU SUMI COM AQUELE POMO! ANTES MESMO DO JOGO COMEÇAR!



— ENTÃO COMO POTTER PEGOU AQUELE MALDITO POMO! – vociferou Lucius já levando a mão na varinha ao ver o garoto Carter apontar a dele.



— Meninos...- disse Bellatrix se interpondo entre eles- ... que diferença faz isso? Temos muito trabalho pela frente, e vocês mais do que ninguém sabem disso...



Os garotos apenas se viraram para ela que os encarou com o costumeiro sorriso sádico e maníaco. – Que importa um jogo estúpido de quadribol quando temos coisas mais importantes a fazer? – Seu olhar percorreu o grupo. Tinham instruções. Bella havia aprendido muito bem como manejar as artes das trevas, era algo de família que ela preservava com todas as forças. Os planos traçados a princípio acabara os expondo demais, a primeira ordem acabou os levando por fim a uma detenção por causa de Potter e seus amigos. A segunda ordem partira de sua mãe, seu mestre havia pedido para ficarem de olho no seu professor de Historia da Magia pois este, estava estudando sobre algo que ele muito queria. Bem,  a confirmação veio mais cedo do que o grupo imaginava e, com ela, uma nova ordem de pegar tudo o que o velho caduco estava estudando. Bom, eles teriam conseguido isso a mais tempo se não tivessem se envolvido em tantas confusões... e como sempre Potter era o culpado disso. Foram inúmeras tentativas frustradas, ela tinha de admitir. Dumbledore parecia estar sob vigia constante na época. O que deixou ainda mais tensa a relação e as ações que deviam executar. Mas no final eles tiveram sua chance. Talvez por estarem nervosos, ou até mesmo ansiosos por impressionar o Lord das trevas, na ânsia de tentar tirar do professor o que ele sabia, a situação fugiu ao seu controle, deram cabo da sua vida tentando alterar a mente do velhote.  No dia seguinte, todos pensavam que este havia morrido por causa da idade, e quando eles se depararam com seu fantasma, ele parecia não lembrar de nada do que vivera nos últimos dez dias. Pois bem, tiveram sorte por assim dizer, mas tinha de confessar que ficou apreensiva com isso. Bom, estavam de posse do material, mas sair com toda aquela pesquisa do castelo não era tão fácil sob os olhos atentos de Dumbledore. Tentara uma vez, ela lembrava-se bem. Mas Perks estava no caminho, o que aquela maldita mestiça fazia nos corredores ela não tinha idéia, mas a azarou antes mesmo que esta percebesse que ela estava ali. Recebera um belo castigo por isso. Mas por fim, sua família teve de admitir que com Dumbledore e seus bichinhos a solta, JAMAIS alguém poderia sair do castelo sem ser visto. Lucius também tentara, mas novamente fora pego pelo corvo nojento do zelador. Isso lhe rendeu bons momentos com Lorigan o que fez com que o professor nunca mais confiasse nele. Bem, se é que aquele abelhudo amante de trouxas algum dia se quer tivesse confiado nele. Optara por ser mais ousada, lançando Imperius no lufano para que acabasse com Potter. Talvez assim suas frustrações acabassem. Mas infelizmente isso não ocorreu, e pior, dera ainda mais dor de cabeça afinal, o garoto além de não ter matado James Potter, estava vivo... poderia delatá-la, o jeito era acabar com as provas de seu envolvimento eliminando-o.



— Aquele maldito Potter! – exclamou Malfoy dando um soco na poltrona – Suas artimanhas estão me tirando do sério.



— Nosso diretor não pode fazer nada contra ele? – ouviu a voz de Rosalie Parkinson, e então o garoto meneou a cabeça negativamente.



— Ele faz parte do Ministério da Magia... embora Potter seja filho do assassino... ele ainda é menor de idade... além disso, se fizesse ou tentasse algo, acabaria com a credibilidade do Ministério, e isso não é nada bom – concluiu Lucius parecendo um pouco mais controlado.



Embora a conversa estivesse mais calma, e todos chegassem a conclusão de que Potter era decididamente uma pedra em suas botas. Não sabia quais eram as novas ordens, a não ser as que Carrow havia lhes passado de serem discretos. Talvez quisessem o idiota do Potter pai e para isso precisava do Potter filho... Porém Bella, não queria que o vexame das primeiras missões afetasse sua credibilidade com o Lord, e assim....



— Acho que podemos sim... dar um motivo para que nosso diretor possa fazer alguma coisa... – disse ela novamente um brilho insano pairando em seu olhar - ... estão lembrados sobre nosso “amigo” que anda atacando a esmo pelo castelo? – isso era algo que realmente a envergonhava, fora “pega” por assim dizer por alguém que lhe atacou pelas costas. Usando sua astúcia, ela podia muito bem usar isso ao seu favor. Olhou de um a um dos seus amigos e então os encarou com seu costumeiro sorriso. – Pensem... eu fui a única testemunha até agora sobre o fato... somente eu vi suas vestes e delatei diante metade da escola...  poderíamos nos passar por esse justiceiro...



— Essa idéia não é de todo ruim... – disse Carter coçando o queixo. Severus como sempre nada disse, apenas observou-os com desinteresse costumeiro. - O problema agora era conseguir convencer o povo de que Potter é quem estaria "Azarando" os alunos.



— Podemos deixar pistas... -  concluiu Mayfair juntando as pontas dos dedos em frente aos lábios enquanto apoiava os braços nos joelhos. - ...contudo devemos ser cuidadosos, qualquer deslize o que fizermos para culpá-lo pode acabar o inocentando.



— Então vamos começar a colocar esse plano em prática... – disse ela.Bella, sendo a única até então que vira o "Bruxo mascarado", indicara as roupas, nos mínimos detalhes e a máscara que ele usava. Não seria difícil conseguir uma fantasia do mesmo estilo, e uma vez ou outra sair azarando os alunos e ainda mais, instigar os outros de que eram obras de gryffindors. Hogwarts agora sob comando de um Comensal da Morte teriam muito mais vantagens, o que queria dizer que teriam apoio se precisassem. Um farfalhar no topo da janela indicava uma coruja. Ela estava um tanto depenada o que parecia mostrar que tinha sido atacada por alguma coisa, ou pior, interceptada. A coruja forçou a entrada pela janela e então deixou cair um pequeno pedaço de pergaminho em seu colo. Ela abriu-o com todo cuidado e seu rosto se iluminou.



— Sr. Carrow quer nos ver no escritório dele... – disse ela pondo-se em pé olhando para Lucius. – Eu, você e Snape.



— Porque só vocês três? – perguntou Parkinson desgostosa.



— Quer ir e perguntar para ele pessoalmente? – perguntou Snape e a menina pareceu se encolher. – Eh... eu achei que não.... – concluiu o garoto pondo-se em pé.



— Acho melhor não deixar nosso diretor esperando... – disse Malfoy pondo-se em pé. Os três saíram das masmorras lentamente. Mesmo que o toque de recolher estivesse por tocar, com toda certeza tinham um “álibi”. O pequeno bilhete do diretor. Estavam passando pelos corredores quando viram dois vultos furtivos em um dos corredores do terceiro andar. Até teve a nítida impressão de que o ser desmiolado puxou-lhe a varinha. Contudo quando fez um gesto para dentro da capa os vultos desapareceram.



— Deve ser alguns desses alunos do primeiro ano... – ouviu Severus dizer enquanto andava passivo e enigmático um pouco mais a frente.



Ela tinha de admitir que ultimamente, embora Severus ainda fosse um dos mais eficientes ele andava muito sério e calado, andar com a ruivinha não lhe estava fazendo nada bem. E por esse motivo, tinha de ficar com os olhos mais abertos do que antes.



— Anda muito calmo Serv... – disse ela com o rosto impassível e um pequeno sorriso ferino - ... sua ruivinha anda fazendo alguma coisa para acalmá-lo?



— As vezes... – disse ele calmo - ... me pergunto como você...  – então olhou ela dos pés a cabeça - ... veio parar na casa das Cobras...



— O que quer dizer? – disse ela cerrando os olhos e ele então parou e virou-se para encará-la.



— Uma cobra... ela se mantém na surdina... – começou ele cerrando os olhos ao encará-la - ... Uma serpente se mantém quieta... até que sua presa chegue perto o suficiente... para ai sim, dar o bote. Ela não sai por ai anunciando aos quatro vento suas reais intenções... nem ao menos se exibindo. – Então voltou a andar mas não sem antes lançar um olhar para a garota – Lord não gosta de exibicionismo gratuito.



A essa altura já estavam na porta da torre da diretoria. Bellatrix encarou o garoto como se estivesse pronta para puxar-lhe a varinha. Mas a porta do escritório então se abriu e a figura de Amycus então apareceu.



— Que bom que vieram senhores... – disse ele saindo da sala e fechando-a atrás de si.  - ... quero que me acompanhem.



Sem entender muito bem o que estava acontecendo. Os alunos seguiram o professor pelos corredores até o saguão de entrada. Entraram no salão principal que agora estava deserto, e por fim pegaram a saída lateral que levava para a parte externa dos jardins. Ninguém ousou se quer questionar Carrow, o que elevava digamos assim o nível de respeito e devoção dos três alunos que ali estavam. Tinha a mais absoluta certeza de que seu mestre estava tomando a decisão certa. O Lorde das Trevas estva pronto para tomar o poder na Grã Bretanha, pronto para assumir o poder total do mundo mágico como nenhum outro lorde negro já tinha conseguido. Aquele que não deve ser nomeado, já era o maior e mais temido lorde que já caminhou pela terra e agora teria o poder absoluto sobre um dos antigos reinos mágicos. Os bens estruturados planos do bruxo das trevas estavam em fase de conclusão; e agora que o mundo mágico tinha perdido um de seus “heróis” e seu antigo líder do “amor” estava para cair em desgraça e também não existia mais resistência que seria capaz de barrar seus avanços. Carrow esticou a varinha em direção a um dos pequenos barcos os quais geralmente os alunos do primeiro ano faziam a travessia para o inicio das aulas. E os três alunos ficaram apreensivos.



— Entrem... – disse ele.



Um a um os seus alunos entrou no barco. Ele por sua vez sentou-se atrás deles e com a varinha lançara um feitiço fazendo com que este fosse em direção a floresta proibida. Nunca na verdade Dumbledore tinha deixado eles chegarem tão perto do lugar. Talvez por terem vários seres ocultos e porque não dizer perigosos. Com tudo, um passo que deveria ser dado com cautela mas deveria ser agilizado, sim a tomada de Hogwarts. Tanto que naquela mesma manhã, antes dos transtornos matinais, recebera a mensagem para recrutar quantos mais alunos conseguisse. Já tinham de certa forma alguns, mas não o suficiente. Precisava agilizar uma ação audaciosa, mas que seria de grande valia. Seus pequenos pupilos em Hogwarts desconheciam que seu mestre possuia uma ligação de legilimence com suas mentes e sabia de suas ações e dos acontecimentos na escola por antemão. Sendo assim podia traçar seus planos; reunira seus comensais e dera ordens que como sempre seriam executadas com perfeição; nada que uma dose de medo não faça as coisas acontecerem como sua vontade. Seus jovens bruxos seriam agora iniciados na mais alta honraria.  Não que não houvesse alunos brilhantes e dignos dessa recompensa, mas Amycus Carrow I sabia que seria uma motivação a mais para os pais, membros do clã de seu amo, que seus filhos ingressando, mostrariam ainda mais obediência e quem sabe influenciaria também aos seus nobres colegas de escola.



As velhas e escuras árvores da tão conhecida floresta proibida, como sempre ocultam em suas entranhas qualquer coisas que pretenda parecer despercebido pelos olhos da velha escola, um local perfeito para um encontro. O Lorde das Trevas desaparatou no meio de uma clareira no meio da mata fechada, e com um toque de sua varinha chamara seu fiel escudeiro em Hogwarts. Amycus Carrow. Este levaria até ele seus pequenos pupilos, Severus Snape, Bellatrix Black e Lucius Malfoy.  Não demorou muito para vê-los adentrando na clareira. Prontamente os três começaram a caminhada para onde seu mestre estava. Lord Voldemort tinha consciência dos passos e por onde passam seus pequenos pupilos. Voldemort caminha calmamente pelo local conjurando algumas maldições, azarações e feitiços na clareira, e somente aqueles que são fieis ao Lorde das Trevas é que poderiam entrar naquela área, qualquer outro que tentasse cairia morto instantaneamente, algo que lhe agradaria imensamente.



Os olhos astutos vasculhando cada mínimo movimento da floresta, o Senhor das trevas tinha um plano em mente e não desistiria dele por nada, e a única coisa que poderia ajudá-lo nisso eram uma pilha de pergaminhos de um velho caduco. Por anos esteve a procura de tais indícios mas mesmo com tanto empenho jamais chegara tão perto de algo concreto como o que estava prestes a ter. Ouvira quando mais jovem lendas sobre o "tão poderoso" Merlin, mas nem em sombra chegaria aos seus pés se Lord Voldemort colocasse suas mãos em todo o conhecimento que ele tivesse. Avalon, a terra mais poderosa de que se ouviu falar. Até no mundo bruxo muitos a consideravam uma lenda, por sorte ele não era um desses inúteis.  Em meio as sombras pesquisou muito, correu o mundo procurando a cada mínimo vestígio e eis que toda a verdade estaria bem debaixo do seu nariz. Um quebrar de galhos o fez rapidamente voltar aos seus objetivos ali. Hogwarts estava tão cega com respeito a ele que se surpreendera quando conseguira quebrar a segurança do velhote Dumbledore. Realmente o velhote estava perdendo o jeito, ou confiando demais nos imbecís que o cercava.



Amycus estava alerta, principalmente aos discípulos de Dumbledore que permaneceram na escola e faziam de tudo para não serem pegos, ele sabia... sabia que agiam por suas costas mas seu amo lhe advertira para ter paciência e não cometer erros. E assim ele mais do que ninguém estava tentando controlar-se mas Merlin, isso era difícil! Contudo quando seu amo ouvira murmúrios de que o professor ainda mais maluco que o diretor gastara todas as suas economias em pesquisas sobre o mesmo assunto o qual o Lord das trevas estava querendo saber, ficara de olho e ainda assim mandara seus aprendizes, por assim dizer se certificarem da veracidade dos fatos. Momentos após a confirmação, mandara que obtivessem tudo, qualquer pedaço de pergaminho que o velho professor tivesse anotado sobre o assunto. Porém, algo ocorreu naquele fatídico dia, e para sua surpresa, algo totalmente fora dos padrões havia acontecido.



O Lord das trevas aproximou-se assim que vira a chegada dos seus convidados. Viu o jovem e promissor Snape beijar-lhe as vestes e então Malfoy, aparecer dando um passo adiante.



— Então... – Disse Voldemort encarando seus jovens pupilos com o olhar amedrontador. Sua voz nasalada e como um chio de cobra ecoou misturando-se a escuridão. Quem estivesse por perto talvez achasse um som agourento.



— Milorde... espero que o que tenhamos conseguido tenha sido do seu agrado... – disse Lucius Malfoy agachado e sem nem se quer encará-lo.



— Devo dizer que... para minha surpresa... – então olhara para os outros dois que estavam na mesma posição do jovem de cabelos louros. - ... a leitura foi bastante reveladora.



Empunhando a varinha e usando de Legilimencia, soubera de todos os fatos, até mesmo dos pequenos obstáculos que eles tiveram de enfrentar. Ele já sabia de tudo afinal, tinha um ótimo faro para tais assuntos, mas se eles queriam realmente servi-lo teria de ser muito mais do que simples alunos conhecedores de Artes das Trevas.



—Milord… - começou Bellatrix Black, uma bela jovem no auge de seu poder por assim dizer. Seus olhos faiscavam o que lhe mostrava a fibra mortal que existia dentro dela. Claro que Bellatrix, uma das mais jovens e promissoras comensais sabia exatamente como desviar os seus pensamentos, porém os outros não eram tanto. Olhara com o canto dos olhos e mentalmente pronunciara as palavras das quais um raio atingira os três adrupdamente como se fosse uma bofetada em suas faces.



— Imagino que devam saber os riscos que colocaram meus planos... - disse-lhes em tom calmo apesar de que seu olhar poderia queimar-lhes a pele.



— Perdão My lord! – disseram os três praticamente juntos. Mas ele não estava ali para ouvir súplicas. Queria que seus pupilos fossem recompensados sim mas, que ainda o respeitassem, que o temessem. Agitou a mão ossuda contrastando com suas vestes negras. A pele parecendo um mármore branco refletido ao brilho do luar.



— Que isso sirva de lição... – disse-lhes o Lord das trevas enquanto eles se encolhiam - ... ouvi que vocês são os mais promissores e por isso estão aqui. Dei-lhes a chance de provar que eram dignos, e embora tivessem me trazido a pesquisa daquele velhote... – ele então voltou a falar calmamente e encarar-los – ... outra pessoa precisou vir até mim e entregar a última peça do quebra cabeças.  – pode ver o olhar confuso do trio que olhou para Amycus que apenas continuou do lado direito em posição ereta os encarando.



— Mas... mestre... – começou Lucius com receio de outra reprimenda - ... entregamos tudo...



— Não tudo... – respondeu o Senhor das trevas o encarando e ele praticamente se calou.



— Outra pessoa? – perguntou Bellatrix.



— Sim Srta Black... – e então ele se aproximou dela - ... outra pessoa que no momento... – Ele olhou novamente para o trio e continuou -  ... considerarei omiti-lo por enquanto... Ele provou a mim ser merecedor de confiança, assim como meu caro Amycus aqui... me informou também que vocês são dignos... Mostrem-me seus braços esquerdos...



Os três adolescentes olharam uns para os outros, e sem questionar dobraram a manga das vestes e deixaram o antebraço a mostra. Um a um o lord das trevas tocou sua varinha. Uma luz esverdeada entrou em contato com sua a pele, e uma fina linha percorreu o antebraço como uma navalha formando o desenho de uma caveira, tendo uma cobra como língua. Assim como o desenho se formava, ele sabia que a dor seria tanta que tinha a mais absoluta certeza de que eles desistiriam, porém, tinha de admitir que os três a estavam suportaram gloriosamente.  Via em seus olhos o quanto a dor os consumia enquanto a tatuagem estava sendo feita. Não podia negar também que eles tinham contornado bem os problemas causados pelos defensores da bandeira da Justiça,  e que matar dois alunos era como estampar que tinha algo errado na escola ocasionando assim a saída de Dumbledore.. - ... espero que não hajam mais enganos ou tentativas inúteis de provar que são ainda mais incompetentes do que eu imaginava.



— Estas tatuagens... – disse então Amycus encarando os alunos - ... são o reconhecimento pelos seus serviços e um modo de promove-los ao clã do Senhor das trevas...



Lord Voldemort pode ver o olhar do trio para ele e dera um sorriso macabro.



— ... Porém agora tem uma ligação mágica. Quando essa tatuagem queimar não importa o que esteja fazendo, ou com quem estejam, devem atender ao chamado do Lord das trevas imediatamente.  – Concluiu Amycus.



— Sim My lord! – disseram os três ao mesmo tempo.



— Espero grandes feitos... – então novamente olhou de um a um dos que estavam ali presentes - ... quero que recrutem os melhores bruxos que encontrarem. Serão meu exército particular na escola... – Seu sorriso macabro ecoou na escuridão e  com um farfalhar e balançar de vestes sumiu em meio a uma fumaça negra.



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— Me perdoe...



Sarah o ouviu sussurrar em seu ouvido, não sabia como reagir a isso. Ambos estavam passando por situações semelhantes. Estavam basicamente sozinhos e perdidos. Enfim, o que mais ela podia fazer? Embora estivesse paralisada, não sabia como deveria agir. Mas tinha de confessar que sentir seu corpo novamente entre os braços de James Potter, era como se tudo... se todos os seus problemas se tornassem menores. Que realmente as coisas poderiam ser boas outras vez. Fechou os olhos e respirou profundamente. Podia ainda sentir o perfume do garoto. Sentiu os lábios dele próximo a sua mandíbula e lentamente virou seu rosto para encará-lo. Seus lábios estavam a milímetros de distância. Podia sentir a respiração dele. Tinha a mais absoluta certeza de que o que mais precisava naquela hora era algo que só ele podia lhe dar. Aos poucos a distância foi diminuindo... diminuindo...



— EI.... – Olivia estalara os dedos na frente de seus olhos- ACORDA GAROTA!...



A jovem morena então piscara algumas vezes e olhara ao redor. A sala já estava começando a esvaziar.



— Ãhhh ... desculpa Oli... – respondeu ela encarando a amiga.



— Onde é que você está com a cabeça? – perguntou a garota ajudando Sarah a guardar os pergaminhos e utensílios que usou durante a aula.



— Não é nada Olivia... só ... – novamente Sarah respondeu enquanto guardava o livro dentro da mochila.



— Como não é nada? – perguntou outra vez Olivia cruzando os braços e encarando a amiga com os olhos cerrados – Você sabe por acaso em que aula estava?



— Er...... oooobvio... – respondeu ela e então olhou em volta, estavam na sala de Transfiguração, logo, estariam em uma aula com a professora McGonagall - ... Transfi..guração..



— Aham... – disse ela desconfiada acompanhando Sarah de perto para fora da sala - ... e que assunto?



— Er... – Sarah tentou buscar alguma lembrança da aula de Transfiguração mas era praticamente impossível. Sua mente estava praticamente o malão de Alice no quesito organização, e acreditem, seria mais fácil sair da floresta proibida sã e salva do que sair do meio da bagunça de Alice.



— Desde que você voltou daquele seu “encontro” com o Potter que praticamente anda no mundo da lua... – ralhou Olivia. Claramente ela ainda não tinha o tinha perdoado por colocar a vida de seu amado Remus em risco.  – O que raios rolou pra que você ficasse assim.



— Não rolou nada além do que eu te contei... – respondeu ela dando um suspiro. Infelizmente... ou felizmente, o toque de recolher tocou antes que algo acontecesse fazendo com que ela percebesse que não estavam seguros. Não dissera mais nenhuma palavra em todo o trajeto de volta a torre e, quando chegou, os marotos o esperavam na sala comunal para alguma conversa a qual ela não fez muita questão de participar. – Eu te disse... ele só me abraçou e pediu desculpas...



— Então quer dizer que... vai ser seguro estar na mesma sala que vocês dois juntos ao mesmo tempo? – perguntou ela enquanto desciam a escadaria e iam para as estufas. Teriam uma aula de Herbologia no próximo período, e se ela queria ser uma auror, tinha de pelo menos prestar atenção para não levar bomba nos seus Niens.



— Seguro... seguro.... – respondeu Sarah com um sorriso – não tenho certeza... mas vai ser mais tranqüilo...



— E aí meninas... – disse Derick, o corvinal bonitão. – Espero que estejam bem... – seu olhar recaiu sobre Sarah e a garota apenas sorriu sem graça.



— Do jeito que você fala parece que sou a recordista em acidentes... – disse ela.



— E não é? – perguntou Olivia rindo da cara que a garota fizera a ela. Derick dera uma gostosa gargalhada. O que Sarah acabou acompanhando depois de uns segundos.



— Ok... tudo bem... eu admito... – disse ela com um sorriso. -  ... mas que fique claro que eu apenas sou perseguida por confusão e não ao contrário.



— Sim sim... a gente sabe... – disse Derick fazendo cara de pouca confiança - ... Que bom saber que se recuperou do seu braço... não seria justo a melhor artilheira da Gryffindor ficar de fora da partida final...



— Não deixe Emme ficar sabendo disso ou cabeças vão rolar... – disse Olivia e começaram a rir.



— Nem me fale nisso... – disse ele agora chegando mais perto das meninas - ... Amber Fisher está querendo a minha por ter envolvido ela na confusão durante o jogo...



— Que confusão? – perguntaram as duas praticamente ao mesmo tempo.



— Fiquei sabendo que alguns lacaios do nosso ilustre diretor iriam tentar distrair seu suporte.. sabe... – então ele fez sinal para que elas se aproximassem mais - ... sua “cobertura em solo” contra as cobras... – e então apontou para Snape e Mayfair que viravam a curva no final do corredor - ... então reuni o grupo do Informativo para poder fazer alguma coisa.



Os sonserinos então passaram por eles e lançaram o tipo de olhar que faz com que Sarah puxasse a varinha. Mas ela conteve-se.



— Enfim... – continuou ele - ... Berta Jorkins, ela está tão cansada do que Carrow e seus discípulos estão fazendo que está pensando em lançar uma nova versão do jornal da escola...



Enquanto o garoto ia comentando sobre o que havia acontecido, Sarah ia lembrando-se da Corvinal. Não é que não gostasse de Berta Jorkins, ela apenas não concordava com várias coisas que a garota doidinha fazia para conseguir os “tais furos”, muitos deles graças a Sarah estar saindo com James. A garota nem chegava a meio metro do tal jornaleco para evitar ir para mais detenções, mas se a Corvinha estava planejando uma revolução na escola...



— Sim... ela também já tem certas dúvidas sobre o caráter do nosso diretor... e cá entre nós... eu nunca acreditei em nada do que falavam sobre os Potters... – disse o garoto - ... e depois que meu tio Gregory sumiu.. bem...



— Sinto muito... – disse Olivia e Sarah apenas sorriu solidária.



— Não tudo bem... meu irmão parece ser o único que ainda tem o diretor em alta conta... mas ele sempre foi um débil mesmo então... – ele sorriu - ... Jorkins azarou a coitada da Amber... mas a azaração foi tão severa que fez ela gritar de dor...



— Então foi por isso aquele grito... – perguntou Sarah.



— Sim... Berta não controlou muito bem sua varinha e a coisa saiu do controle... – então ele chegou mais perto das meninas - ... acho que ela já não vai ser tão bela quanto antes depois do feitiço... – então ele se endireitou e sorriu mais uma vez – Que bom ver que está pronta pra outra Perks!



O garoto então tocou no ombro de Sarah, sorriu para Olivia e então começou a andar rumo ao corredor principal. As meninas ficaram o observando, fora questão de segundos e “CATAPUM” lá estava ele estendido no chão. Sarah reconheceu a azaração do tropeço, virou rapidamente para o lado oposto do corredor e Peter apenas apontou para uma capa que desaparecia passagem adentro.



— É muita cara de pau do Potter! – disse por fim Olivia. – Ele não quer nada sério com você, mas mesmo assim... azara qualquer um que tenta se quer olhar pra você.



— Não tenho controle algum sobre ele... – disse Sarah dando um suspiro, não tinha contado “exatamente” o que “quase” tinha acontecido no seu encontro com James, pois sabia que a amiga talvez ficasse imaginando coisas. Eles não podiam ficar juntos... e ponto. Não havia nada que ela pudesse fazer. - ... além disso não acho que ele queira enfrentar Minerva McGonagall.



— E porque ele teria de enfrentar ela? – perguntou Olivia curiosa e então a garota lhe encarou. Tinha esquecido completamente de contar o motivo de ter ido até a sala de sua professora.



— Ahhh é... esqueci de te contar... – disse Sarah.  – Venha, te conto no caminho. Enquanto andavam Sarah tentou resumir os fatos acontecidos durante sua visita a sala da diretora da Gryffindor. Pode notar o espanto de Olivia quando mencionou que sua professora de Transfiguração seria sua tutora.



— Que seus avós tinham Dumbledore e McGonagall em alta estima... – comentou Olivia com espanto - ...bem isso eu sabia... mas daí darem sua guarda para um deles?



— Eu sei... – respondeu a garota - ... é muita maluquice...



— Maluquice ou não... – disse Olivia parando na frente da garota com um sorriso - ... pelo menos agora você tem uma nova família...



— Sempre tive uma Oli... – respondeu Sarah sorrindo – Você é como minha irmã... sabe disso.



— É... talvez seja por isso que as vezes tenho vontade de arrancar seus cabelos... – respondeu Olivia sorrindo o que fez com que Sarah também gargalhasse. Desceram as escadarias para o corredor principal quando viram uma pequena comoção mais a frente. Alunos riam, outros pareciam um tanto horrorizados com alguma coisa.



— Mas o que é que está acontecendo? – perguntou Olivia se aproximando do grupo próximo ao corredor principal.



— Deixa que eu abro passagem... – ouviram então Emmeline dizendo e com a delicadeza de um trasgo fora empurrando alguns alunos para que enfim elas pudessem ver. – Com licença... – Empurrara um quintanista- .... Oh desculpe... mas preciso passar, Obrigado... – Mais um sendo empurrado – Dá licença aí texugo anão! – Agora era um garotinho do primeiro ano que praticamente saía correndo.



Na imensa parede havia uma pintura, bem, não exatamente uma pintura. Mas um desenho feito às pressas pelo que as garotas podiam notar. Uma grande frase, que dizia “ Boas vindas, diretor...”, e logo abaixo desta, um desenho, embora não tão bem feito, mais bastante engraçado de um homem que possuía certos traços que lembravam o diretor, caminhando até suas calças caírem. Emme por sua vez soltou a maior gargalhada. Alice embora estivesse rindo tentava se manter firme. Era fato de que depois do pequeno resultado no jogo de quadribol pareceu, pelo menos aos olhos de Sarah que injetara certo ânimo por assim dizer nos alunos. Lufanos passaram a levantar a cabeça diante das serpentes o que fazia com que muitos répteis ficassem furiosos. Mas não tão furioso quanto Carrow quando apareceu no final do corredor com Lastrange e Mayfair.



— É melhor sairmos daqui ou vai sobrar pra gente... – disse Olivia mas Sarah estava curiosa para saber o que é que aconteceria.



— Ora.. Ora... Ora... – ouviu a voz de Carrow sorrindo, apesar de que Sarah tinha a mais absoluta certeza de que ele não pretendia fazê-lo.  – Acho que o autor dessa obra prima espera que eu ache graça. – então ele virou-se para o grupo de alunos que agora já estava até bem grandinho e olhou para alguns dos professores, McGonagall estava entre eles. Cambaleando pelo corredor o zelador apareceu com um balde e tentou rapidamente apagar o desenho do homem. Mas assim que ele o fez, uma fumaça azul subiu e o desenho se multiplicou na parede ao lado. – FAÇA ME UM FAVOR HOMEM! – disse Amycus pegando o pano agora esfregando o novo desenho. Mas mais uma vez o desenho se multiplicou. Agora eram três “Carrows” andando e perdendo as calças. – Quero que chamem Lorigan Bruce... AGORA!...



— Não sei o que o Professor Bruce tem haver com isso Sr. Diretor... – disse calmamente a professora.



— Ora vamos Minerva... – disse ele com um sorriso nervoso - ... obviamente isso é coisa daqueles delinqüentes dele... veja... veja... – ele passou a mão na tinta que ainda estava fresca – ... é acara deles...



Sarah viu a professora Minerva se aproximar da parede, inclinar o corpo e examinar minuciosamente. Então se endireitou e encarou o professor.



— Para mim isso tem mais haver com uma das travessuras de Pirraça... algo desse nível não é fácil de se conseguir... – disse ela calmamente. - ... além disso, o senhor deixou claro que os alunos das outras casas não se igualam no quesito inteligência e talento com os alunos da Sonserina... – Sarah pode notar que vários alunos pareceram se sentir insultados com aquilo – e no que me diz respeito aos “delinqüentes” – ela então olhou séria - ... estavam na minha sala afinal... Sr. Black tem um desafio pendente com Sr. Mayfair ainda essa semana...



— Não disvirtue minhas palavras... – tentou ele dizer inutilmente afinal todos ali conheciam a decência de Minerva McGonagall.



— Mas foram essas as suas palavras diante todo o corpo docente a alguns minutos... – respondeu ela com olhar inocente. – Além disso, Pirraça é capaz de coisas ainda piores... – então ela voltou a examinar a parede  - ... ele ainda foi extremamente educado... geralmente ele usa insultos...



— Não acredito que isso seja coisa daquele Poltergeist...  – ele parecia duvidar o que fez com que a professora o encarasse.



— Obviamente o Sr. Não está familiarizado com ele... – continuou a professora juntando as mãos na frente das vestes - ... mas como um homem da lei, e como o Senhor mesmo me disse... ser um bruxo altamente disciplinador e capaz, creio que se conseguir discipliná-lo... aposto que todo o castelo irá lhe agradecer por isso. Eu ficaria imensamente agradecida... se me der licença...– então ela olhou para os alunos – O que estão esperando para voltarem aos seus afazeres... vamos... andem...



Sarah pode notar que quando sua professora passou por ela dera um pequeno sorriso. A garota tratou de pegar Olivia pelo braço e desaparecer de vista. Fosse quem fosse que havia feito aquela travessura, com certeza teriam retaliação e todos pagariam pela brincadeira.



— Vou até a biblioteca entregar esses dois livros... ou Madame Pince vai arrancar minha pele...– disse Olivia parando no meio do corredor parecendo lembrar-se de algo enquanto olhava a mochila.



— Quer que eu vá com você? – perguntou ela mas a garota meneou a cabeça.



— Pode deixar, a gente se vê no salão comunal... – disse Olivia saindo correndo.



 Lentamente ela seguiu caminho pelos corredores até a torre dos Leões. Assim que chegou, tivera que desviar de dois alunos do primeiro ano que passaram por ela correndo.



— Cuidado por onde anda Pigmeu... – ouviu ela e então dera de cara com Sírius - ... olá minha bela leoa...



— Olá Sr. Black...  – respondeu ela e então ele parou e lhe encarou - ... Se não for pedir muito, poderia por favor parar de azarar os garotos que falam comigo?



— Moa????? – perguntou ele fazendo cara de espanto – Eu sou completamente inocente!



— Aham... – disse Sarah dando dois passos e ficando a meio palmo do “focinho” do garoto - ... Sei de alguns segredinhos seus Sr. Black, e também sei que se não foi você quem lançou a azaração do tropeço em Derick agora pouco foi o James...



Então ele inclinou ainda mais o corpo quase encostando a ponta do nariz e cerrou os olhos.



— Se continuar mostrando essas garras eu vou acabar roubando um beijo seu... e não me importo com o que o galhudo vai fazer comigo... vou morrer feliz! – disse ele abrindo um sorriso o que fez com que Sarah levasse um susto e ele começasse a gargalhar.



— Isso não tem graça Sírius! Já estão dizendo que minha má sorte é contagiosa... – ralhou Sarah jogando a mochila sobre a poltrona.



— Pelo menos não preciso me preocupar em azarar a ala masculina toda do castelo... – ouviu uma voz vinda das escadarias e James então aparecia descendo. Segurava a capa em uma das mãos, a camisa branca aberta alguns botões e a gravata frouxa caída sobre o peito. Sarah imediatamente sentiu o coração palpitar. - ... principalmente os metidos a besta.



— Hum... – pigarreou ela tentando se recompor - ... pois saiba que foi graças aqueles “metidos”... você teve tempo para conseguir pegar aquele pomo... - Viu que tanto Sírius, quanto Peter tentaram segurar o riso, e então ela estranhou o comportamento. Remus também parecia ter achado graça do que ela disse, porém continuou- ... eles ajudaram nosso suporte em.... – novamente risinhos - .... terra, e.... MAS DO QUE É QUE VOCÊS ESTÃO RINDO?



James então jogou a capa sobre a poltrona ao lado das coisas da garota e então sorriu.



— Sabíamos que eles tentariam alguma coisa... – começou ele, colocando a mão dentro do bolso e tirando o pomo, o soltando na sala dando um sorriso. Não foi preciso dizer mais nada. Era óbvio o que havia acontecido.



— Você não pegou o pomo! – exclamou ela um pouco atordoada – Digo, você levou um!



— Lastrenge e Carter afanaram o pomo original para garantir que James não o pegasse... – disse Remus sentando-se na poltrona diante a lareira - ... Aproveitaram-se da baixa visibilidade e do mal tempo para tira-lo de dentro do malão.



— Mas como... – começou ela.



— Você acha que o nosso Diretorzinho... – interrompeu Sírius agora sorrindo - ... iria permitir que depois daquela confusão toda no salão principal nós déssemos uma surra nas minhocas dele?



— Feitiço ilusório... – concluiu James - ... Eu sei que a minha visão não é das melhores, e nem a visibilidade era boa... o que todos viram saindo do malão foi apenas uma ilusão, desapareceu uns cinco minutos depois do inicio do jogo...



— E como foi que descobriram isso? – perguntou ela.



— Sou lobo... – disse Lupin com um sorriso torto - ... tenho uma certa vantagem...



Os garotos começaram a rir. Sarah então cruzou os braços e encarou os quatro.



— Aham... sei... – respondeu ela sarcástica - ... não nego que seu lance da lua cheia não te dê certa vantagem... mas será que foi isso mesmo? -  Pode notar que James ficou sério por alguns instantes mas não entendeu o motivo. Ele olhou para Remus que então se levantou.



— É... Sarah conhece nosso “segredinho”... – disse ele esticando as costas.



— Pelo menos um deles... – respondeu Sírius e dera uma piscadinha para James. – Vamos meu caro e nobre aprendiz.... – passou o braço pelo pescoço de Peter e acompanharam Remus para fora da sala comunal. James então voltou sua atenção a Sarah que então o encarou compreendendo.



— Remus me contou... – disse ela sentando-se na poltrona onde Remus estava - ... já faz algum tempo.



— E sobre o resto? – perguntou ele sentando-se na pequena mesa de centro diante dela.



— Sobre o lance ilegal de animagia? – perguntou ela - ... Um cervo, um lobo, um cão e um rato... quatro figuras entalhadas na porta da “Sala morotica” da AG é algo meio obvio não?



— Acho que não... – respondeu ele um tanto sem graça - ... afinal você foi a única que percebeu.



De certa forma era verdade, ninguém pareceu se interessar pelos “guardas falantes” da sala além dela.



— Confesso que... – começou ele a dizer e então sorriu timidamente (algo realmente raro vindo dele) - ... me surpreendi quando vi que seu patrono mudou... e... bem... pensei que talvez você não soubesse o motivo.



— Você realmente achou que eu não tivesse nenhuma lembrança feliz? – disse ela com um sorriso triste. Ok, ela naquele dia da reunião realmente ela não as tinha. – Eu apenas não queria mostrar isso a você e os outros.



— E... porque? – perguntou ele sem a encarar. Sarah respirou fundo uma vez, duas, precisava manter o controle. Estava na cara do motivo.



— Não finja que não sabe o motivo Potter. – disse ela séria.  – Não vou repetir...



Sarah então se levantou pronta para pegar suas coisas e desaparecer escadas acima. Mas James fora mais rápido e bloqueou a passagem com o próprio corpo. A garota levantou o rosto e o encarou séria. Já estava ficando cansada desse comportamento e não ia mais tolerar criancice.



— Vai me dizer que achou que o meu patrono era igual ao seu só porque você conjurava um igual? – disse ela – Sim, eu sabia o tempo todo que era sua forma animaga... e por isso também tenho evitado mostrar esse feitiço na frente dos outros. Droga... nem Olivia sabe sobre isso!



Ele então sorriu. Sarah fechou os olhos mais uma vez, sua respiração começava a ficar descompassada. Qual era o motivo daquilo tudo afinal?



— Qual é a graça? – perguntou ela agora sem já um pingo de paciência.



— Isso quer dizer que já não existe segredos meus que você não saiba... – disse ele com um sorriso maroto nos lábios.



“Porque Merlin? Porque é tão difícil se manter firme na frente dele?” – pensou ela se dando por vencida. Meneou a cabeça negativamente e desviando do garoto começou a andar rumo as escadas. – Se azarar mais algum garoto que venha até mim para conversar... – disse ela virando-se e o encarando – Vai ter de se entender comigo ouviu?



— Então... – disse ele abrindo os braços fingindo alongar-se - ... tenho muito trabalho a fazer...



— Eu estou falando sério. – respondeu ela o encarando.



— E eu também.... – respondeu ele - ... sempre falo quando o assunto é você.



            Realmente era difícil lidar com James, podia estar furiosa com ele por algum motivo, e ele de repente a surpreendia com algo absurdamente fofo. Ficara tentando inutilmente buscar algum argumento e ele continuava lhe encarando. – Pega leve então... – respondeu ela finalmente e ele abrira um sorriso.



— Não prometo nada... – respondeu ele sorrindo.



—____________________________________



A manhã de sábado já se avançava preguiçosamente. Os NIENS cada dia mais próximos e as coisas cada vez piores. Sarah sentia os seus músculos doerem de ter passado praticamente a noite anterior polindo novamente a sala de troféus. Sim, todos estavam tendo seus “castigos merecidos” depois do desentendimento no salão principal. Embora não estivesse mais “evitando” James por assim dizer, estavam sempre tão ocupados que mal se viam. A não ser nas aulas e, muitas destas James não comparecia nem mesmo Sírius. Remus dizia que eles estavam passando bastante tempo com Lorigan, traçando estratégias de combate afinal, Mayfair usaria de todas as que conheciam e as que eles não conheciam também.



— Uma amostra é esse feitiço... – disse Sarah levantando a manga da camiseta e mostrando a atadura. - ... já se passaram quatro dias, e mesmo indo com freqüência a sala da Madame Ponfrey ela ainda não conseguiu cicatrizar...



— Você mostrou isso a professora Minerva? – perguntou Lupin que agora sentava-se na sua frente em cima de uma mesa. Seu rosto coberto de foligem.



— Sim... – respondeu ela baixando a manga novamente - ... ela disse que nunca viu algo assim... pelo menos não na “nossa magia” – a garota abriu “aspas” com os dedos.



— Ohhhh entendi... – respondeu Remus. – Bom, acho que acabamos por hoje... quer que eu te acompanhe?



— Ahhh não... vou só guardar essas coisas no armário ali na frente... – Sarah sabia que Olivia devia estar doida para passar um tempo com o monitor já que haviam passado praticamente metade daquele Sábado limpando pela quinta vez na semana a sala de troféus. - ... acho que deve ter alguém desesperada por um pouco de atenção.



Sarah pode ver as bochechas do garoto ficarem um pouco rosadas e ele sorrir sem jeito.



— Pode até ser...- respondeu ele a ajudando a guardar os utencílios que eles usaram - ... mas tem um certo capitão que também está desesperado por um pouco de atenção.



— O que foi que ele te prometeu? – perguntou ela sem olhar para o garoto.



— Como? – perguntou ele.



— O que ele vai te dar se você der alguma informação para ele... – respondeu ela cruzando os braços. - ... só porque não estou com vontade de usar a varinha contra ele... – e então encarou o garoto – no momento... que isso fique claro - ... não quer dizer que eu não vá usar... principalmente se ficar azarando qualquer um que me disser um “OI”.



— O corvinho lá não quer “só dizer um OI” – advertiu Remus e ela dera uma risada.



— Você não acha que se...  -  então ela fechou a porta do armário de vassouras e então encarando o garoto novamente continuou - ... Eu por acaso tivesse algum interesse já não teria demonstrado?



— Eu sei que não... – respondeu ele com um sorriso - ... mas não sou eu quem precisa ser convencido.



— Se ele me conhecesse tão bem quanto deveria... não precisaria azarar ninguém... – respondeu ela limpando as mãos nas vestes - ... pronto... tudo arrumado.  



— Tem certeza de que não quer que eu te acompanhe? – perguntou mais uma vez Remus mas Sarah meneou a cabeça negativamente.



— Remus eu já estou em detenção... se tentarem alguma coisa uma a mais uma a menos... – respondeu ela dando de ombros – além disso está quase na hora do jantar...



O garoto dera-lhe um beijo no rosto e então tomou o rumo do terceiro andar. Sarah ao contrário, iria reto a sala comunal, precisava de um banho. Passou pela passagem e rumou para o sexto andar, lá havia novamente uma pichação, agora do Sr. Carrow sendo atingido por um raio e sendo eletrocutado. Realmente era hilário e por mais que tentasse ninguém parecia muito disposto a tirar as “pinturas”. Lorigan mesmo disse que era um tipo de tinta que ele não conhecia. Ela sabia que era uma forma de protesto, na verdade eles podiam... só não tinham vontade. E como Sarah previra as coisas não pararam por ai, tais “brincadeiras” começaram a aparecer pelos corredores em vários deles. Muitas vezes eram mensagens bobas, mas que no fim se tornavam bem grosseiras. Sarah jurava que em uma de suas saídas das estufas viu uma imagem de Carrow usando saias e dando risinhos e acenando como uma donzela. Isso estava tirando o diretor do sério. Por duas vezes o viu tentando enfeitiçar Pirraça mas este caçoava dele e saia flutuando gargalhando. Estava saindo da passagem no sexto andar quando viu o fantasma residente da Ravenclaw.



— Como vai Srta. Perks... – disse a Dama Cinzenta esboçando um sorriso translúcido.



— Olá... como está Helena? – respondeu a garota. Sempre soube várias teorias sobre a história da fantasma mas assim como o seu professor de História da Magia, ela não achava que perguntar algo tão pessoal e terrível como “como foi que você morreu”, fosse de bom tom, sem mencionar que podia ter sido algo horrível e que os fantasmas talvez não gostassem de reviver isso. – Pirraça me contou que você o ajudou... e agradeço por isso.



— Não se preocupe... – respondeu ela flutuando elegantemente enquanto Sarah a acompanhava andando ao seu lado - ... esse Carrow não serve para o cargo... e tem tornado não só a nossa morte um verdadeiro inferno como ontem mesmo o vi amaldiçoando um dos nossos elfos.



— Que horror... – assustou-se Sarah, sabia que ele era terrível mas porque matar um elfo doméstico? E por que razão ele fez isso?



— Não sei dizer... – disse o fantasma - ... ele vem tentando entrar na antiga sala de Dumbledore a meses... eu sei porque o vi.



Sarah então parou de andar e encarou o fantasma. - Achei que Carrow havia ficado com a sala do antigo diretor Dippet porque quis... – respondeu Sarah.



— Não, não querida... – falou a fantasma agora fazendo sinal para Sarah para que a acompanhasse até um canto mais privado do corredor - ... ele não conseguiu entrar na sala. Ela se trancou assim que Dumbledore partiu. Carrow vem perturbando desde fantasmas até mesmo os pobres elfos para que façam o que ele ordena.



—  E o que ele quer tanto da sala do Dumbledore? – perguntou a garota curiosa mas a fantasma meneou a cabeça em sinal de negação.



— Não tenho idéia... o único que entra na sala é Pirraça... – respondeu ela.



— Eu ouço alguém sussurrando meu nome.... – Sarah ouviu a voz do poltergeist cantarolando – Ohhhh, ouço sim.... minha bela Dama Cinzenta...



— Olá Pirraça... – disse Helena com um sorriso simpático no rosto - ... estava contando a Sarah sobre as tentativas frustradas do novo diretor de entrar na sala de Dumbledore.



— Hunf... – gemeu o poltergeist - ... aquele cabeça de prego... Ele tentou usar um feitiço em mim! EM MIM!



— Eu sei... eu sei... – disse Helena afagando as costas do fantasma e girando os olhos nas órbitas - ... isso é horrível.



— Com certeza... – confirmou Sarah em apoio - ... E por isso você anda pintando as paredes do castelo?



— Eu???? – perguntou ele agora parecendo ofendido – Eu JAMAIS faria algo tão sem graça! Isso é uma ofensa ao meu talento!



— Tudo bem... tudo bem... – disse a garota - ... enfim, o que tanto ele quer que você pegue lá dentro?



— Nada demais... apenas pergaminhos velhos... – respondeu ele dando de ombros. – Vê se isso é possível? Fuçar o lixo dos outros? Eu??? Euzinho?



— Que espécie de ser usaria seus nobres talentos numa coisa dessas... – disse Sarah e ele pareceu concordar – Porque você não se vinga? Você faz isso lindamente...



Ele então olhou para ela com os olhos cerrados. Deu uma volta planando lentamente a encarando desconfiado. – O que você quer dizer com isso?



— Oras, que você se quiser pode tornar a vida dele um inferno aqui dentro... – respondeu ela dando de ombros e então viu os olhos de Helena faiscarem e um sorriso traquinas aparecer.



— É verdade Pirraça.. – respondeu Elena docemente - ... se tiver alguma idéia nessa cabecinha marota... eu ajudo você...



— Você me ajudaria? – perguntou ele rapidamente e a garota se segurou para não rir.



— É claro... somos parceiros! – disse Helena – O que me diz?



— Achei que era só daquela vez... -  Se ele não fosse translúcido Sarah tinha certeza de que suas bochechas estariam vermelhas - ... pensei que você tinha me ajudado por que ela pediu.



— Oras... qual o significado de “parceiros” você não entendeu? – Agora ela o encarava docemente. E ele como sempre parecia um cãozinho com olhos brilhantes. Então ela olhou para Sarah assim como o Pirraça. Os dois sorriam diabolicamente o que causou um arrepio na garota. – Sendo assim... tenho alguns planos em mente... – respondeu Pirraça.



 Quando a garota pensou em respondeu escutou algo explodindo praticamente no andar de baixo. Mais que depressa correu em direção ao barulho assim como os outros alunos que estavam pelos corredores.



— ESTUPEFAÇA! – Sarah conseguiu ouvir e logo um clarão no meio de fuligem.



— Seu idiota! Como se atreve... – bradava uma voz até então desconhecida. Sarah demorou para perceber o que estava se passando.



— Não tenho culpa se esse aí não sabe o devido lugar! – Era Rosalie Parkinson, a monitora Sonserina que agora estava parada ao lado de Snape. Enquanto o corpo de uma garoto ruivo estava atirado no chão.



 - E qual é o seu então Parkinson? – dizia Amos Diggory agora enfurecido – O coitado do Leonard não estava nem se quer no meio da nossa discussão!



— Eu o vi pichando a parede... – agora era Snape que estava com a varinha em punho em direção ao grupo a sua frente.



— Se era ele mesmo...  – perguntou uma garota com o cachecol da corvinal e óculos rosa - ... onde está a prova? Cadê as tintas?



— Tolinha... – agora era uma garota loira com olhos  - ... ele não precisa de tinta alguma se tem uma varinha...



— Ora sua.... – Uma menina baixinha foi segurada por Derick antes que pegasse ela pelos cabelos. Snape rapidamente esticou o braço novamente e a manga de sua camisa subiu alguns centímetros. Não foi muito, mas para os olhos da garota foi o suficiente para ver uma marca. O diretor chegou e começou a falar,e como sempre mais protestos e mais uma vez os sonserinos estariam livres de qualquer reprimenda. Porém Sarah embora não estivesse envolvida no acontecimento viu algo que lhe chamou atenção. Uma marca escura, uma tatuagem no braço esquerdo de Severus Snape.


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