Chapter VII

Hermione acabou por dormir na enfermaria por insistência de Madame Pomfrey e Zabini. Quando ele voltou do jantar para trocar de turno reparou no rosto d garota completamente confuso e sério enquanto encarava sua mão sendo esmagada pela de Draco, e foi ai que ele percebeu que ela havia entendido tudo.

-Pensei que fosse ser mais rápida. – o moreno recostou-se na cama do amigo, iniciando uma conversa com Hermione.

-Posso ser inteligente, mas não leio mentes. – ainda olhava para suas mãos- como que eu iria descobrir se ele mal falava comigo assuntos triviais?

-Hermione, seja sincera consigo mesma: você no fundo já sabia. Só não queria admitir. Qual é, o garoto começa a rosnar pra um papel, ronrona e fica com os olhos pretos quando olha pra você. Estudamos sobre os veelas, falta de informação não é nenhuma desculpa.

-Você também dá essas duras nele? – perguntou já encarando Zabini, meio corada.

-O tempo todo.

-Você... Você sabe quanto tempo ele tem? – não queria, porém sua voz demostrava preocupação por se sentir culpada na situação.

-Bem, até ontem ele estava mais do que saudável, só esperando beijar você. Mas depois de hoje, eu realmente não tenho nem ideia se ele vai acordar. O veela sentiu um enorme desgosto quando te viu com o Krum. Acho que ele aguentaria se você tivesse sido beijada, mas como tomou a atitude... eu não faço a menor ideia.

Podia parecer calmo porém Blásio Zabini estava louco de preocupação com o melhor amigo,

-Ele acordou enquanto você estava jantando. Estava bastante agitado, só conseguiu se acalmar quando prometi estar ao lado dele quando acordar.

-Você não devia ter feito isso, Granger. Se não gosta dele, não dê a sua pena. Não seria certo nem com você, nem com ele. Sabia que ele já tem o nome dos filhos de vocês?

-Isso é algum efeito colateral do veela?! – estava abismada.

-Não, essa parte ele conta desde os 13 anos.

-Meu Deus... – ela estava em total choque.

-Eu entendo se você precisar de tempo para absorver isso tudo. Mas precisa dar uma resposta a ele sobre o Natal.

-Diga a ele que aceito passar no Castelo esse ano. Peça desculpas por não estar aqui pela manhã, preciso processar tudo isso primeiro. E por favor, não diga a ele que sei sobre o veela. Preciso pensar em um jeito de colocá-lo contra a parede.

-Como quiser.

Havia sido difícil soltar o aperto de Malfoy em sua mão, mas uma vez conseguido praticamente correu até seu quarto. Nessa noite nem se importou em jantar, seu foco era tomar um banho e depois ir direto para a cama.

***

Soube que Draco havia sido liberado no dia seguinte, mesmo que ainda estivesse bastante fraco. Pelo visto ele tivera forças o suficiente para ter um ataque no meio da enfermaria a procura de Hermione. Ela honestamente não estava pronta para encarar ele sabendo da verdade. Sabia que ele dava em cima dela, mas pensava que era por não ter nada para fazer, não que sua vida dependesse disso.

Num primeiro momento ficou irritada: como ele ousava usar de sua boa vontade para que se apaixonasse por ele só para não morrer? E seus princípios? Pelo menos ele era um bom lutador, isso tinha de admitir. Mas se isso fosse verdade, a transformação veela só acontecia aos 17 anos. Então como ele poderia falar dos nomes de seus filhos aos 13? Não havia sido naquela idade que ela havia socado seu rosto? Isso significaria que talvez ele já gostasse dela bem antes de seu veela a escolher. Mas se isso era verdade, porque raios respondeu grosseiramente sua carta quando enfim declarou-se para ele?

Aquilo tudo não fazia o menor sentido. Porque tinha que ser tudo tão complicado?

Ele a queria, isso já estava mais do que claro depois que quase o matou de choque. Ela não sentiu um pingo de culpa, achava que era só um garoto normal que daria de ombros ou na pior das situações pararia de falar com ela. Se ela tivesse percebido antes, não beijaria Viktor em público.

Ou não beijaria ele? Ela tinha se acostumado a companhia do sonserino, mas isso significava que havia voltado a gostar dele? Ou quem sabe sequer havia parado. Era tudo tão confuso para Hermione que a única certeza que tinha era de que sua eu interior de 13 anos estava radiante por Draco finalmente gostar dela, precisar dela. Sorriu com esse pensamento. Ela definitivamente era uma sortuda por tecnicamente pertencer ao garoto mais cobiçado da escola desde James Potter. Por um momento, pegou-se imaginando as opções que tinha e não conseguiu encontrar nenhuma saída para a situação.

Não por não haver, mas por não querer.

Ela simplesmente não conseguia imaginar outro fim que não fosse com ele, o que a pegou totalmente desprevenida e despreparada para a intensidade de suas emoções. Decidiu que resolveria toda aquela situação no feriado, mas não sem antes se divertir um pouco as custas dele.

Ele pagaria por não ter contado a ela antes.

 

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.