Chapter VI



Em sua defesa, Hermione não fazia menor ideia sobre a visita surpresa de Viktor. Fora abordada por ele dentro da Floreios e Borrões enquanto olhava as novidades.



-Imaginei que fosse te encontrar aqui. - Viktor estava com seu braço esquerdo apoiado em uma estante repleta de livros com a missão de impedir a passagem da garota.



-VIKTOR! Por que não me avisou que viria? Eu poderia muito bem não ter vindo a Hogsmeade esse final de semana e ter te deixado sozinho aqui. – disse uma Hermione sorridente enquanto pulava no garoto, abraçando-o.



-Quer dizer então que eu não deveria ter vindo? – ele aproveitava seu momento de distração e enterrava seu rosto no pescoço dela, absorvendo seu cheiro. Ela nem ligava mais, era costume toda vez que se viam carinhos desse tipo.



-Você sabe muito bem o que eu quis dizer.



-Eu não estava levando muita fé em você passar o feriado comigo, então pensei em fazer uma visita e te ver.



-E o time? Não terá problemas com eles?



-Já estamos de recesso. Sou todo seu até segunda feira. Mesmo que só possa me ver hoje.



-Não tem o menor problema. – completou sorrindo.



***



-Não creio que o Malfoy virou seu amiguinho! Hermione, você por acaso se lembra do que ele já fez com você?



Iam em direção a Casa dos Gritos enquanto Hermione contava detalhadamente sobre os acontecimentos desde a última vez em que se viram. Ele havia ficado surpreso ao descobrir sua recente amizade. Aquilo com certeza cheirava a confusão, não era algo repentino que pudesse dar certo, tanto para ela quanto para ele.



-Por incrível que pareça você é o primeiro a me fazer esse discursi. – disse a garota pensativa, refletindo aquela verdade.



-Harry nem Ronald sabem?



-Eles sequer reparam em mm, Viktor. Estão entretidos demais com suas namoradas, ou tentando esquecer elas. E Gina, bem, ela tem mais o que fazer provocando ciúmes em Harry. Eu sempre fui acostumada a ser um pouco isolada, mas quando isso chega no nível de só se lembrarem de você para copiar o dever de casa, tive que tomar providencias. Pelo menos ele me faz companhia enquanto eu estudo. O que me faz lembrar um pouco você durante o Torneio Tribruxo.



-A diferença é que eu estava louco por você, querendo que me notasse com outros olhos. Ele está? – perguntou desconfiado.



-Acho que se estiver, ou ele não sabe demonstrar ou eu não percebi.



-Eu voto na segunda opção. – respondeu divertido.



-EI! – ela virou-se de frente para o garoto, rindo.



-Admita, Hermione. Você pode ser muito inteligente, mas as vezes é tão lenta. – Viktor aproximou-se perigosamente, estendendo sua mão direita e acariciando o rosto de Hermione.



-E você preferia que eu fosse direta como as outras? – até ela mesmo se aconchegou mais ao seu corpo.



-Definitivamente não. – foi o que bastou para ela mesma o puxar para um beijo caloroso.



Eles eram assim: amigos que quando finalmente se encontravam tinham uma longa sessão de beijos. Ela sabia que em uma época ele fora apaixonado por ela, porém ele mesmo garantia que nutria apenas afeto e carinho por ela atualmente. Que se em algum momento ela se apaixonasse por outro e quisesse “terminar” com ele, não haveriam ressentimentos. Tinham até mesmo um plano maluco de que se algum dia não encontrassem ninguém, se casariam. Porém apesar do clima de romance e olhares incrédulos sobre eles um grito, aquele grito ensurdecedor, fez com que se afastassem mais do que abruptamente.



-Mas que droga é essa?! – Viktor tentava inutilmente abafar o som com suas mãos.



-HERMIONE! – Blásio gritou em pânico para a garota que estava quase a sua frente.



-Viktor, aconteceu alguma coisa com o Malfoy. Me desculpe sair assim.



-Não tem problemas. Me escreva de noite.



E quando a garota saiu correndo, ele soube que talvez não ficasse com ela no final.



***



-Zabini, o que aconteceu?! – ela havia chegado perto o suficiente para se jogar no chão e tentar amparar o garoto de qualquer forma possível, mesmo que fosse tirando neve de seu corpo.



Não cabia a ele contar, então não fazia a menor ideia do que responder.



-Eu não faço a menor ideia, ele simplesmente olhou para a frente e desmaiou. – ele que não era burro falou de uma maneira que pudesse fazer Hermione ligar os pontos.



         -Ele entrou em choque? É isso que quer dizer?



-Talvez. Ande, me ajude aqui.



***



Ainda não havia entendido o motivo de ter que ficar com o garoto na enfermaria. Era perto do jantar quando Zabini pediu para ela ficar com ele enquanto ia até o Salão Principal jantar. Não havia muito a ser feito com Malfoy, apenas esperar que ele acordasse. Eram os únicos na enfermaria aquela noite, o que lhes dava de certa forma um pouco de privacidade.



Mesmo em seu sono Draco possuía o rosto marcado por tristeza. Hermione estava curiosa com o que poderia ter ocasionado seu surto e o que lhe perturbava tanto em seu sono. Cansada de ficar em pé, buscou uma cadeira e se sentou ao seu lado e distraidamente se pegou fazendo desenhos circulares na mão do garoto enquanto a segurava.



Se assustou quando ouviu sussurros chorosos vindos de sua boca, tendo de chegar bem perto para conseguir compreendê-los.



-Hermione, não me deixe morrer, por favor... Fica comigo... Eu preciso de você... Nós precisamos...



Aquilo era loucura, não tinha como ele saber que ela estava lá segurando a sua mão. A única explicação lógica seria que estivesse delirando.



-Draco, Draco. – ele abriu os olhos de forma espantada. Ela o sentiu ficar tenso e agitado, com seus olhos ficando pretos imediatamente- eu não vou a lugar algum. Por favor, descanse. Eu vou estar aqui quando acordar, bem ao seu lado. – concluiu com um afago em sua bochecha. Sentiu seus dedos gélidos apertarem os seus e viu diante dos seus olhos ele voltar ao normal, suas orbes claras voltando enquanto uma lágrima solitária escorria.



-Minha... – foi o que disse antes de voltar a dormir.



Foi neste momento em que a ficha de Hermione caiu e ela finalmente percebeu que provavelmente tinha se metido em encrenca, porém deveria ser muito sortuda para isso. Conseguiu dar um jeito de escrever um bilhete a Viktor, contendo um simples:



“Eu sou a companheira de um veela. H.G.”



 Recebendo em poucos minutos algo muito reconfortante.



“Eu sou a companheira de um veela. H.G.



Sinto-lhe dizer então que você tem grandes problemas. V.K.”


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