CABEÇA-DE-PONTE EM AZKABAN



CAPÍTULO 17



 



CABEÇA-DE-PONTE EM AZKABAN



 



 



 



 



 



 



 



Lançando-se no vazio, Harry contou mentalmente: “1001... 1002... 1003... 1004... VELAME!!” Sentiu o tranco nos ombros e olhou para cima, ficando aliviado ao ver o velame negro do pára-quedas, enfunado, a frear sua queda. Os outros acompanhavam-no, em um suave descenso. Ele dirigiu sua trajetória com os cabos, aterrando suavemente no rochedo, a alguns metros da borda do precipício. Puxou o cordame, recolhendo o paraquedas e soltando os tirantes. Despiu o macacão de salto e ficou com o traje Ninja que usava por baixo. Retirou o capacete e os óculos, descalçou as botas amortecedoras, substituindo-as pelas botas Ninja Tabi. Luna, ao seu lado, fazia o mesmo. Os outros desceram aos pares nos pontos previamente combinados, Gina com Rony e Neville com Hermione. Fizeram um pacote com os paraquedas e as roupas e jogaram-no ao mar pois, daquele lado, não haviam janelas ou seteiras e ninguém veria a sua queda.



 



_Vamos procurar por uma entrada, Luna. Assim que nos juntarmos aos outros, irei instalar os explosivos e vocês seguirão com o plano, conforme combinado.



_OK, Harry. Acho que há uma porta a uns cem metros a oeste. Vamos para lá.



 



Colocaram os capuzes e dirigiram-se para oeste. No caminho, Luna avisou:



 



_Dementadores. Dois deles vindo para cá. É melhor reduzirmos o Ki e usarmos a Oclumência para que eles não nos percebam. _ bloquearam a mente e reduziram o Ki enquanto os dementadores passavam pelos dois, sem percebê-los.



 



Chegaram próximo à porta e viram que ela estava guardada por duas sentinelas. Dois Death Eaters.



 



_McNair, aquele carrasco sanguinário. _ sussurrou Harry _ O outro eu não conheço.



 



_Deixe-os comigo, Harry. _ e, tirando duas lâminas metálicas de um compartimento no seu cinto, Luna Lovegood arremessou-as na direção dos dois. A primeira delas cravou-se no dorso da mão do desconhecido e a segunda foi alojar-se no pescoço de Walden McNair. O efeito do sedativo foi imediato e os Death Eaters desabaram no chão, desacordados. Passando por eles, Harry notou que as lâminas tinham o formato de luas crescentes.



 



_Luas?



 



_Gostou? Lâminas Shuriken personalizadas. Acho que vou batizá-las de... “Lunares.” O que você acha, Harry?



 



_Bastante apropriado. _ disse Harry, sorrindo para a amiga _ Vamos amarrá-los e entrar.



 



_E as varinhas deles, vamos levá-las conosco?



 



_Não podemos ficar carregando muita coisa. Apenas jogue-as longe. _ disse Harry, após amarrar os dois homens.



 



Lunares



 



"Para você, McNair. Espero que aprecie"



 



 



Em outro ponto da ilha, Neville e Hermione já estavam prontos para entrar, quando viram que a porta daquele lado era guardada por dementadores.



 



_Isso complica as coisas, Mione. Não dá para enfrentar dementadores sem feitiços. Teremos que desbordar, mas como?



 



_Como é que você está de escalada, Neville?



 



_Fala de escalarmos até aquela janela ali? Vamos nessa.



 



Calçaram as garras Tekagi e começaram a subir pela muralha, com o Ki baixo e a mente bloqueada, até entrarem pela janela. Massagearam os braços e atingiram o corredor, quase dando de cara com Dolohov, que fazia a patrulha. Esconderam-se nas sombras e, quando Dolohov passou, Neville chegou silenciosamente por trás dele e pressionou um nervo no seu pescoço. Foi o suficiente para que o homem perdesse os sentidos, tendo sido arrastado para uma sala vazia, amarrado e amordaçado. Quando saíam, Hermione avisou:



 



_Atrás de você, Neville! Cuidado!



 



Tendo sentido a presença do inimigo, Neville abaixou-se juntamente com Hermione, evitando o raio vermelho estuporante. Lançou a corrente de sua Kusarigama, enlaçando as pernas dele e derrubando-o. Um golpe Shuto na nuca foi o bastante para colocá-lo fora de combate. Quando o colocaram junto a Dolohov, imobilizado, Neville comentou:



 



_Rabastan Lestrange. O irmão do tio de Draco, Rudolph. Um dos desgraçados que torturaram meus pais. Esse daí eu nocautearia novamente, com o maior prazer. Vamos, Mione.



 



Seguiram pelo corredor, tentando rastrear o Ki de Janine e logo encontraram-se com Harry e Luna.



 



 



 



Rony e Gina aterraram praticamente juntos. Por sorte já desceram com a mente bloqueada e o Ki reduzido pois, logo após os irmãos se livrarem dos pára-quedas, viram que havia um dementador praticamente do lado deles. Afastaram-se sem fazer ruído e, quando estavam longe, correram na direção da entrada mais próxima, que era guardada por...



 



_Avery.



 



_E aquela gárgula do pai do Crabbe. Depois que você se acostuma, o Crabbe até que é legal mas o físico, está na cara de quem foi que ele herdou.



 



_OK, maninha, eles são seus. Silenciamento de sentinelas à distância é a sua especialidade.



 



_Deixa comigo, mano. _ e, apontando a Fukiya, Gina Weasley soprou um dardo blo no pescoço de cada uma das sentinelas que, assim que os dardos os atingiram, arranhando sua pele, caíram ao solo, nocauteados. Rony e Gina os amarraram e amordaçaram, entrando na fortaleza, em seguida.



 



_Agora é só encontrarmos os outros e partirmos para a segunda fase do plano.



 



_E é disso que tenho medo, Rony. Eu acho que a Fase Dois é meio... Kamikaze demais para o meu gosto.



 



_Mas é exatamente aí que está a nossa chance. Deixemos que eles permaneçam superconfiantes, sem saber que é um Uttegae, até que chegue a hora de Shicho e, então, Tsuru no Tsugomori.



 



_Pensei que você só jogasse xadrez de bruxo. Não sabia que também jogava Go.



 



_Aprendi com o Prof. Mason. Mione também gostou bastante. Quem você acha que será o Shicho Atari, mana? Draco ou Harry?



 



_Acho que ambos serão fundamentais para que possamos vencer desta vez. Ali estão os outros. Vamos lá.



 



Reuniram-se e sincronizaram os relógios. Harry saiu em direção ao ponto mais alto da ilha, para explodir o sensor e os outros continuaram rastreando o Ki de Janine, tentando encontrar sua localização.



 



Cerca de uma hora depois, após uma breve escaramuça, os cinco eram prisioneiros dos Death Eaters.



 



Harry já estava aos pés do Sensor de Atividades Mágicas, que lembrava uma torre de radar trouxa, com uma antena giratória. Procurou por feitiços de segurança, jogando pedras contra a estrutura e não detectando nenhum (“Eles estão superconfiantes de tal maneira que sequer colocaram um Feitiço de Imperturbabilidade”). Começou a colocar as cargas de C-4 nos locais que Mason havia lhe mostrado na planta do Sensor, à qual tinha acesso por ser Auror. Terminou de instalá-las, espoletando-as e escorvando-as, como aprendera. Mediu o comprimento dos estopins para que a explosão se desse no momento certo. Vendo que ainda sobrara C-4, resolveu fazer uma ou duas coisinhas extras, para aumentar as vantagens dos Ninjas-Bruxos. Então foi cumprir a sua parte na “Fase Três” do plano.



 



Os cinco jovens Ninjas-Bruxos foram levados ao refeitório com as mãos amarradas atrás das costas e suas varinhas recolhidas por Rudolph Lestrange. Sentaram-se nas cadeiras que lhes foram indicadas e viram, amarrada a duas colunas no centro do refeitório.



 



_Como você está, Jan? _ perguntou Gina.



 



_Tirando a posição, que é meio desconfortável, estou bem. Bellatrix Lestrange tentou me agredir, mas Lucius Malfoy não permitiu... e ainda tive o gostinho de pregar um joelhaço nela. _ e deu um pequeno sorriso.



 



Naquele momento Lucius Malfoy adentrou a sala.



 



_Então aí está o patético grupo de resgate da Srta.Janine Sandoval. Virgínia e Ronald Weasley, Neville Longbottom, Luna Lovegood e Hermione Granger. Quatro puros-sangues renegados e uma sangue-ruim… bem, duas, se contarmos a própria Janine Sandoval. Por acaso os pirralhos intrometidos poderiam me dizer como foi que conseguiram chegar à ilha-prisão de Azkaban sem serem detectados pelo Sensor de Atividades Mágicas e sem acionarem os alarmes?



 



Os inseparáveis se entreolharam e Hermione disse, com um sorriso irônico nos lábios:



 



_Acho que não fará mal nenhum em dizermos ao Sr. Malfoy, já que ele nos deu uma grande ajuda. _ os cinco sorriram _ Fomos lançados de paraquedas, saltando de um C-130 Hércules da “Malfoy Import & Export”.



 



Lucius ficou ainda mais pálido do que o normal, devido à raiva e disse, olhando fixo para Hermione:



 



_Paraquedas. Bastante engenhoso e criativo, utilizar um método trouxa para chegarem à ilha. Realmente, uma idéia digna de uma “Sangue-ruim”, Srta. Granger.



_Na verdade, Sr. Malfoy, a idéia foi inteiramente do Draco. _ e o sorriso de Hermione transformou-se em uma risada, que foi acompanhada pelos outros.



 



Passando da palidez ao rubor em um instante, Lucius Malfoy disse:



 



_A culpa é de vocês, principalmente da Srta. Sandoval. Por causa dela o meu filho, a esperança do Mestre para uma nova geração de Death Eaters, se “trouxizou”. Vocês o corromperam. _ e retirou-se, espumando de fúria.



 



Em Londres, Draco Malfoy estava no shopping center onde ele e Janine haviam se conhecido. Dirigiu-se à praça de alimentação e pediu um lanche leve, sentando-se a uma das mesas. Trajava-se como sempre, nas grifes, todo em preto, desde os sapatênis Brooksfield, os jeans color, o cinto e a jaqueta Hugo Boss, a camisa Tommy Hilfiger e os óculos Oakley Monster Dog com lentes polarizadas. Trazia no pulso esquerdo um Rolex Submariner e, na cadeira ao seu lado, havia uma mochila Oakley Icon Backpack que continha no seu interior um livro em sânscrito, o “Luzes da Trindade”. Terminou seu lanche e ficou esperando pelo Death Eater que iria fazer contato com ele, o qual não se fez demorar. Vestindo um abrigo Nike que quase não dava na enorme barriga, ele chegou e Draco disse:



 



_Ludwig Bagman. No passado todos acreditaram que você forneceu informações a Augustus Rookwood por ignorância e boa-fé. Mas, por outro lado, quem mais seria capaz de cooptar um jovem tão promissor quanto Phillip Carpenter a não ser o seu chefe no Departamento de Esportes Mágicos?



 



_Muito inteligente, Draco. É verdade, bancar o bobo-alegre tem suas vantagens. Sei que muitos na bruxidade me consideram um idiota (“Eu entre eles, seu cretino”, pensou o loiro), então se desconfiarem de mim eu posso alegar novamente que não sabia de nada. Vamos? Já está na hora.



 



Levantaram-se e foram para o estacionamento. No caminho, Draco teve a certeza de que o plano, até o momento, seguia conforme o previsto. Passando pela academia, vira as amigas Lauren Collingwood, Shanna O’Rourke e... “Pamela Worthington”. Esta última lhe deu uma piscadela disfarçada, que Bagman não percebeu (“Idiota desmiolado”, pensou Draco novamente). Chegando ao estacionamento, Draco falou:



 



_Mas você é mesmo abusado, hein, cara?! Com tantos carros na Mansão Malfoy você precisava ter pego logo o meu Audi A3?



_Achei que despertaria menos suspeitas se você utilizasse o seu próprio carro. Mas tive muita dificuldade para dirigi-lo.



 



_Acontece, cavalgadura, que o meu carro é o único naquela casa que não é enfeitiçado. Ainda bem que o câmbio é Tiptronic, senão você iria acabar com a caixa de mudanças. È melhor que eu dirija, se quiser continuar a ter um carro.



_De acordo. _ disse Ludo Bagman, que não gostava de dirigir veículos não-enfeitiçados _ Você dirige. Pegue o caminho para o litoral.



 



Chegaram ao litoral e estacionaram na marina onde o “Belle Narcisse” estava ancorado. Embarcaram no belo iate de sessenta pés, pertencente à família Malfoy e logo estavam navegando rumo ao seu destino. Draco ouvia no discman, para relaxar, o último CD das Esquisitonas. Perguntou a Bagman, fingindo não saber:



 



_Para onde estamos indo?



_Saberá quando chegarmos. Me dê sua varinha. _ Draco entregou a varinha a ele (ébano e corda de coração de dragão) _ O que é isso?



_É um discman. Nesses discos de acrílico há música armazenada. Ouça. _ e Bagman ouviu as Esquisitonas com qualidade digital.



_Fantástico. Parece que o conjunto está do meu lado. Como é possível?



_Tecnologia eletroeletrônica. Pode-se dizer que é “magia de trouxas”. É uma das coisas com as quais Voldemort... Aaah, larga mão de ser fiasquento, Bagman! Não precisa dar um chilique a cada vez que ouvir o nome do cara! Bem, com as quais ele quer acabar.



_Você não tem medo dele?



_Claro que não. Ele se aproveita disso para manter o domínio sobre todos os imbecis que concordaram em ser gado dele. Voldemort... controle-se, Bagman, eu já disse. Ele é poderoso, mas não é invencível. Harry Potter já provou isso não uma, mas várias vezes.



_Você nunca viu do que ele é capaz, Draco. Prefiro não me arriscar.



_Vá pegar uma cerveja amanteigada lá no bar e pare de me encher o saco, Bagman. Baratas medrosas e apavoradas iguais a você me dão asco. _ recolocou os fones nos ouvidos e continuou ouvindo música até que chegaram a...



_Azkaban! _ exclamou Draco, fingindo espanto _ Por que estamos aqui?



_O lugar é nosso, Draco. Tomamos a prisão de assalto e agora a dominamos. Há Death Eaters e dementadores o bastante para causar muitos problemas.



 



Eles não perceberam que próximo à ilha, mas fora do alcance do Sensor de Atividades Mágicas uma esquadrilha de Aurores, reforçada por membros da Ordem da Fênix, ocultos por Feitiços de Desilusão e montados em velozes vassouras Firebolt aguardava, pacientemente, pelo sinal que lhes diria ser a hora de entrarem em ação.



 



Draco foi conduzido até o refeitório, onde encontrou os amigos sentados em cadeiras, com as mãos amarradas atrás das costas e também...



 



_Jan! _ exclamou Draco, correndo até onde a namorada se encontrava amarrada e abraçando-a _ Como você está?



_Seu pai não deixou que me fizessem mal, Draco. Ele me disse que Voldemort me quer inteira. Eu só não sei ainda por que.



 



Batendo palmas, Lucius Malfoy adentrou o recinto, dizendo:



 



_Bravo, bravo. Mas, o que temos aqui? O romântico encontro do renegado com sua amada sangue-ruim. Sou até capaz de derramar lágrimas.



_Solte-a, meu pai. _ disse Draco, tomado por uma raiva surda.



_Nem pensar, meu filho. O Lorde a quer, o Lorde a terá. O Lorde sempre consegue tudo o que quer, veja só.



 



E, entrando por uma porta lateral, viu-se uma figura em elegantes vestes verde-escuras da divisão secreta bruxa da Maison St.Laurent. Era alta, loira, bonita e de porte orgulhoso e nobre.



 



_Mãe! _ exclamou novamente Draco _ O que a senhora está fazendo aqui?



_O Mestre decidiu que era hora de eu tomar parte mais ativa nos assuntos da Ordem das Trevas, meu filho. Assim como você logo também tomará.



_Pensei ter deixado bem claro que o meu rompimento com Voldemort e seu bando de fanáticos era definitivo, minha mãe. Em nossas últimas cartas a senhora demonstrou respeitar a minha decisão e até mesmo questionar a sua própria lealdade àquele louco.



_Agora é tarde, meu filho. Eu pertenço ao Mestre. _ e levantou a manga esquerda das vestes.



 



Draco sufocou um grito de horror. No antebraço esquerdo de sua mãe via-se, nítida e asquerosa, a figura de um crânio com uma serpente saindo de sua boca, tal como uma língua.



 



A Marca Negra.



 



Narcisa Malfoy tornara-se uma Death Eater.



 



Lucius Malfoy observava divertido o seu filho, que parecia estar em choque com aquela visão.



 



_Draco, meu filho. Era apenas questão de tempo até que Narcisa aderisse a nós. Já você, quanta esperança... e quanta decepção. Mas ainda há tempo para que você reconsidere.



_O senhor ainda não entendeu, meu pai? Jamais seguirei o caminho das Trevas, não importa o que você faça. Se me ameaçar através de Janine, mato-me antes que vocês possam fazer qualquer coisa.



_Isso não será necessário, meu filho. _ e, comprimindo a Marca Negra do seu próprio antebraço, Lucius Malfoy falou através dela, como se fosse um radiotransmissor:



 



Das muralhas de Azkaban, que agora dominamos



Nós, seus humildes servos vos invocamos.



Esteja onde estiver, Oeste, Leste, Sul ou Norte



Atendei ao nosso apelo, LORD VOLDEMORT!!



 



Poucos instantes após a invocação, com um estalido Lord Voldemort aparatou ao lado de Lucius. E não estava sozinho. Junto a ele aparataram Bellatrix Lestrange, Sibila Trelawney e Peter Pettigrew.



 



_Lucius, meu amigo, meu braço direito. Me agradou muito conhecer essa sua veia poética.



_Pois para mim pareceram versos de pé-quebrado. _ disse Janine.



_Eis a jovem que eu esperava, a Srta. Janine Sandoval. O jovem Draco trouxe o livro?



_Sim, Mestre. _ disse Bagman _ Está dentro desta mochila. _ abriu a mochila e tirou de dentro dela o livro, para que Voldemort comprovasse a sua autenticidade.



_Excelente. Vamos verificar se é autêntico. _ abriu o livro e tirou de dentro das vestes as folhas que faltavam. O livro começou a se folhear sozinho e parou no lugar correspondente a elas. Voldemort as colocou no lugar e elas uniram-se ao restante do livro, como se jamais tivessem sido retiradas dele _ O livro é autêntico. Agora, vamos ver quem temos aqui... Virgínia e Ronald Weasley, eu quase os deixei órfãos de pai no ano passado. Luna Lovegood, seu pai me causou muitos problemas no passado, com aquela maldita revista “O Pasquim” e a senhorita parece que pretende seguir os passos dele. Neville Longbottom, o senhor logo fará companhia aos seus pais no St. Mungus ou, se tiver mais sorte, não sairá vivo desta ilha. Por fim, a Srta. Hermione Granger, o cérebro mais privilegiado da Grifinória e, quem sabe, de todo o corpo discente de Hogwarts. Se a senhorita não fosse uma sangue-ruim e se tornasse minha aliada, ninguém seria capaz de nos deter.



_Pode ir esperando o Inferno congelar, Voldemort. _ disse Hermione, indignada.



_Após obter o que eu quero, Srta. Granger, até mesmo isso eu serei capaz de fazer.



_Como assim? _ e agora Hermione pareceu ficar curiosa _ O mantra do “Olho de Shiva”?



_O mantra existe, mas não funciona ou, pelo menos, não funcionou com nenhuma das minhas cobaias. Mas há mais no livro do que isso. A senhorita já ouviu falar das Cinco Pedras de Sankhara, Srta. Granger?



_Sim, eu conheço a lenda, Voldemort. O próprio deus Shiva entregou ao sacerdote brâmane Sankhara cinco pedras com três linhas gravadas, representando os três níveis do Universo. No interior de cada uma havia um diamante, que se iluminava quando as pedras eram unidas. A reunião das cinco proporcionaria poderes quase ilimitados ao seu detentor. Temendo que isso despertasse a ambição dos homens, Sankhara ficou com uma delas e dispersou as outras por pontos desconhecidos da Índia. As cinco chegaram a ser reunidas uma vez, pela Seita Thug no século XIX, mas todas elas foram destruídas quando o Exército Colonial Britânico combateu e extinguiu os Thugs. As pedras foram pulverizadas, os seus diamantes foram lapidados em jóias menores e o seu poder se perdeu. E isso é tudo.



_E se eu lhe disser, Srta. Granger, que nem todas as pedras foram destruídas?



_Como é, Voldemort?



_Graças à ambição de um jovem tenente dos Lanceiros de Bengala, uma das Pedras de Sankhara não foi destruída e o diamante dela concentrou o poder de todos os cinco. Esse diamante ficou conhecido como “Olho de Shiva”, pois dá ao seu detentor os poderes do terceiro olho do deus hindu, além de fortuna e vida eterna. Durante muito tempo o tenente usufruiu dos poderes da pedra, tendo dado baixa do Exército, enriquecido e permanecido jovem. Um dia, assustado com os poderes, ele resolveu esconder a pedra em um local ignorado, codificando sua localização em um mapa, a conselho de um velho guru. Esse mapa foi escondido magicamente em um livro, o “Luzes da Trindade”, o qual li quando aluno. Arranquei as folhas que explicavam sobre ele, para que ninguém mais suspeitasse da sua importância e, quando me formei, roubei o livro e o levei para o meu orfanato. Porém ele me foi roubado e eu venho procurando por ele desde então.



_Com licença, Voldemort, mas onde é que eu me encaixo nesse seu plano de conquista? _ perguntou Janine _ Até onde eu sei, você sempre considerou os trouxas como gente de segunda classe.



_A senhorita é importante para os meus planos justamente por ser trouxa, Srta. Sandoval. Meus bruxos das Trevas a vêm mantendo sob vigilância desde que a senhorita começou a poder enxergar criaturas mágicas. Devido às constantes transferências do seu pai, foi difícil segui-la e localizá-la ao redor do mundo. Finalmente conseguiram encontrá-la na Inglaterra. Quando, por uma jogada do destino, a senhorita e o jovem Draco começaram a namorar, a princípio julguei que ele estivesse preparando um cordeiro para provar sua lealdade. Me enganei. Por amor à senhorita ele rompeu definitivamente com a Ordem das Trevas e providenciou sua remoção para Hogwarts, onde a senhorita ficou fora do meu alcance. Exultei quando soube através de minha espiã em Hogwarts, Sibila Trelawney, que a senhorita começara a manifestar magia e evoluíra rapidamente a níveis de bruxos poderosos. Nesse momento eu tive certeza de que a senhorita era a Escolhida. Os fatos tiveram uma extraordinária convergência quando tomei conhecimento de que o livro que eu havia procurado por décadas estava de posse justamente de sua família, no Brasil. Porém meus esforços para obtê-lo foram frustrados por Nymphadora Tonks e Remus Lupin, quando eles levaram o livro para Hogwarts. Mas finalmente, após a execução deste meu último plano, conseguimos reunir os dois elementos dos quais preciso para saber a localização da última Pedra de Sankhara e, conseqüentemente, do Olho de Shiva. Primeiramente o livro “Luzes da Trindade”, pois é nele que está o mapa de sua localização. Em segundo lugar, porém não menos importante, a senhorita.



_Eu, Voldemort?



_Sim, Srta. Sandoval. Os requisitos para que o mapa se apresente e possa ser lido exigem que haja uma jovem e bela virgem, nascida trouxa, porém com capacidades paranormais, que reunisse coragem, astúcia, inteligência e um coração meigo ou seja, as qualidades dos Quatro Grandes de Hogwarts, Gryffindor, Slytherin, Ravenclaw e Hufflepuff. Deveria manifestar sua magia tardiamente e, rapidamente, evoluir a níveis de bruxos poderosos. No final, deveria ser sacrificada por seu amado. Seu sangue, derramado sobre as páginas do livro, faria com que o mapa se revelasse. O guru estabeleceu essa série de requisitos por achar que jamais apareceria uma jovem que os satisfizesse, mantendo assim em segredo o mapa do livro. Mas agora, nós a encontramos. A senhorita é a Escolhida, Srta. Janine Sandoval. _ e Voldemort notou que Janine estava ficando vermelha de tanto segurar o riso até que, não conseguindo mais, começou a rir gostosamente, sendo acompanhada por todos os seus amigos.



_Por que está rindo, Srta. Sandoval? Eu disse alguma coisa engraçada ou a senhorita está enlouquecendo diante da sua morte iminente?



_Desculpe, Voldemort, mas qual era mesmo o primeiro requisito da Escolhida?



_Deveria ser uma jovem e bela virgem. Por que?



_Então o teu precioso plano melou logo de cara e tu nunca vais ver a cor da quinta Pedra de Sankhara, tchê. _ disse Janine, agora quase às gargalhadas _ Eu já não satisfaço mais a esse requisito desde o último verão, graças ao Draco. Aliás, foi maravilhoso. Draco Malfoy é, realmente, o homem da minha vida. _ e todos os jovens agora riam gostosamente, ante o olhar perplexo de Lucius Malfoy e o olhar furioso de Lord Voldemort.



_É verdade, jovem Draco? Você e essa jovem tiveram um intercurso? Você a deflorou? _ perguntou Voldemort, com a cara viperina distendida pela raiva.



 



Sem conseguir falar, por estar rindo ao ponto das lágrimas, o loiro apenas concordou com um aceno de cabeça.



 



_MALDIÇÃO! DÉCADAS DE PROCURA, ANOS DE ESPERA, MESES DE PREPARAÇÃO E O PLANO VAI POR ÁGUA ABAIXO. TIVE UM PODER QUASE ABSOLUTO AO ALCANCE DE MINHAS MÃOS E ELE ME FUGIU. E POR QUE, LUCIUS? SIMPLESMENTE PORQUE O TARADO DO SEU FILHO É ABSOLUTAMENTE INCAPAZ DE MANTER OS HORMÔNIOS SOB CONTROLE! E QUANTO A VOCÊ, SEU PEQUENO MANÍACO SEXUAL, ESPERO QUE TENHA ALGUMA IDÉIA DO QUANTO QUE O FUGAZ INSTANTE DE PRAZER DOS DOIS ME CUSTOU!



 



Lucius Malfoy sussurrou algo ao ouvido do seu mestre e ele pareceu acalmar-se um pouco, dizendo:



 



_Mas nem tudo está perdido. O poder do Olho de Shiva me foi tirado, mas ainda poderemos trazer o jovem Draco de volta para o nosso lado.



_Como assim “trazer o jovem Draco de volta para o nosso lado”? Já não deixei bem claro que jamais iria aderir às Trevas?



_Ora, meu filho, você retornará para os seus, sim. E será um general nos exércitos do Mestre.



_E começará por provar sua lealdade, matando sua amada Janine Sandoval, oferecendo-a como cordeiro de sacrifício. _ disse Voldemort.



_Quando eu voltar vou verificar os estoques da adega da Mansão Malfoy, Voldemort. Tenho certeza de que você andou fazendo algumas incursões aos tonéis de uísque de fogo. O que o faz pensar que eu faria algum mal à mulher que amo?



_Meu filho, não é necessário que seja de vontade própria. _ disse Lucius _ Basta que você a mate e, então, talvez não hoje ou amanhã, mas um dia, corroído pelo remorso e sem ter para onde ir, virá a nós e será recebido de braços abertos no seio do rebanho.



_ “Rebanho”. Vocês não passam mesmo de gado desse cretino. Eis a minha resposta para vocês todos, Bruxos das Trevas! _ e fez para os dois o gesto, internacionalmente conhecido, com o punho fechado e o dedo médio em riste.



 



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"Caracas! Por essa Voldemort não esperava!"



 



Pálido de raiva, Lucius Malfoy olhou furiosamente para Draco e disse:



_Como eu já lhe disse, meu filho, não precisa ser por sua própria vontade. “Imperio!” _ disse Lucius Malfoy, apontando a varinha para Draco.



 



Imediatamente os olhos de Draco tornaram-se vidrados e ele ficou apenas parado no mesmo lugar. Lucius entregou a varinha de seu filho e ordenou a ele:



 



_Mate Janine Sandoval!



 



Como se estivesse sendo manipulado por um titereiro invisível, Draco Malfoy aproximou-se, passo a passo, do local onde Janine estava amarrada, apavorada por ver ao vivo o qua conhecia apenas por descrições, uma pessoa sob o efeito da Maldição Imperius. Mas, quando o loiro chegou bem perto e apontou a varinha para ela, o que ela viu fez com que o seu medo passasse instantaneamente.



 



Os olhos de Draco deixaram de ficar vidrados e, por um instante, o azul-acinzentado deu lugar ao verde-esmeralda e ele sorriu, dando-lhe uma piscadela. A partir daquele momento, qualquer vestígio de medo desapareceu e ela ficou apenas aguardando o desenrolar dos acontecimentos.



 



Apontando a varinha para Janine ele preparou-se para lançar o seu feitiço, mas o que se ouviu dos seus lábios não foi “Avada Kedavra”. Na verdade ele direcionou a varinha para as cordas que prendiam sua namorada e o feitiço que se ouviu foi:



 



_ “Diffindo!” _ e as cordas caíram, cortadas.



_Moleque idiota dos infernos! _ exclamou Lucius _ O que você pensa que fez?



 



_E ainda vou fazer mais, panacas. Agora você vê... _ e jogou uma pequena esfera no chão, uma Kemuridama. Ela formou uma densa nuvem que escondeu Janine _ ... E agora você não vê.



 



Quando a fumaça se dissipou, Janine Sandoval havia desaparecido.



 



_O que houve? _ perguntou Voldemort.



_Não percebeu, Voldie? Ela sumiu. Acho que até você, cobra velha, é capaz de perceber.



_Por que foi que você não a matou? _ Lucius estava furioso.



_Caia na real, “Darth Vader”. Você achou que, em algum momento, eu iria me entregar ao Lado Negro da Força?



_???



_Não entendeu, “Loira Fru-Fru”? Você não me dominou nem por um instante.



_Não, mas você não pode ser meu filho! _ Lucius Malfoy beirava um ataque de apoplexia _ VOCÊ NÃO PODE SER MEU FILHO!! VOCÊ NÃO É MEU FILHO!!!



_Demorou para a ficha cair, hein, cara? Quem mais vocês conhecem em quem a Maldição Imperius não faz efeito?



_Não pode ser!



_Mas é. “Revertere ad Forma Mea!” _ e, na frente de todos, a figura de Draco Malfoy foi substituída por...



_Harry Potter!



 



Rapidamente Lucius apontou sua varinha para a mão de Harry e disse:



 



_ “Accio!” _ e a varinha de ébano voou para a sua mão.



 



Voldemort olhou para Harry e disse, olhando nos olhos do jovem:



 



_Então, Harry Potter, você veio apenas para assistir a seus amigos serem mortos diante de seus olhos, um a um? É para já. Vejamos por quem vou começar. Sua bela namorada, Virgínia Weasley ou seu maior amigo o irmão dela, Ronald? Talvez a sonhadora Luna Lovegood ou o recém-valente Neville Longbottom? Não... eu acho que vou começar pela sabe-tudo intragável sangue-ruim Hermione Granger (e Hermione cerrou os punhos atrás das costas, com fúria). O que vou fazer... já sei. Vou começar fazendo com que os seus dentes cresçam de novo. Vai ficar uma...



 



Voldemort não terminou a frase.



 



As mãos de Hermione, que todos julgavam amarradas atrás das costas, vieram para a frente e abriram-se. A garota soprou no rosto de Voldemort o seu conteúdo, uma mistura de farinha de trigo, pó-de-mico e pimenta-do-reino, que compunham as duas esferas que ela havia esmagado. Ao mesmo tempo o seu pé direito subiu, com violência, atingindo Voldemort em um ponto bastante sensível de sua anatomia. O Lorde das Trevas caiu ao chão na hora, temporariamente cego, retorcendo-se em dores e sentindo terríveis náuseas, diante dos Bruxos das Trevas e dos Ninjas-Bruxos, todos fazendo caretas como se eles próprios tivessem sido atingidos.



 



Afinal, por mais poderoso que fosse e por mais transformações pelas quais tivesse passado, Lord Voldemort ainda era um homem e, como tal, vulnerável a uma prosaica arma de defesa trouxa: um chute nos “Países Baixos”, desferido por uma garota.



 



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"Aaaaiii!!! O Lorde das Trevas nunca vai se esquecer dessa! Muitíssimo obrigado, Makani."



 



Aproveitando-se da surpresa e desorientação dos Death Eaters, os Ninjas levantaram-se, já com as mãos livres e estenderam o braço da varinha. Imediatamente seis varinhas de liga de Mirtheil que estavam sobre a mesa voaram para as mãos de seus donos. Sim, seis, pois Janine juntara-se aos seus amigos, saindo de baixo da Capa de Invisibilidade onde estava juntamente com Draco, que a havia escondido enquanto a nuvem de fumaça da bomba lançada por Harry a havia ocultado da vista de todos. A telecinese não havia falhado. Além dela, vieram também Harry e Draco, também empunhando varinhas de liga de Mirtheil. Todos eles prepararam-se para o combate, espalhando-se pelo amplo salão do refeitório, com varinhas e armas Ninja em punho, selecionando seus adversários e, mentalmente, traçando as táticas para derrotarem os Death Eaters ou, pelo menos, segurá-los até a chegada dos Aurores.



 



_Deu certo então não foi, Harry? _ perguntou Draco.



_Pode crer, Draco. Nós conseguimos, até agora. Espero que você tenha calculado bem o tempo dos estopins.



_Fica frio, Harry. Inclusive, também pude fazer mais algumas coisinhas para aumentar nossas chances. Espere para ver. E... troquem de roupa, você e Janine.



_Ahn? Ah, é, desculpe. “Indumentaria cambio!” _ disseram em uníssono Harry e Janine. Imediatamente as vestes de Hogwarts de Janine e as roupas de grife que Harry usara enquanto estivera transfigurado em Draco foram substituídas por trajes Ninja, com equipamento completo.



 



Naquele exato instante, as paredes da fortaleza de Azkaban vibraram e ouviu-se o estrondo de uma explosão, vinda do ponto mais alto da ilha.


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