ÚLTIMOS DIAS DE FÉRIAS



CAPÍTULO 4



 



ÚLTIMOS DIAS DE FÉRIAS



 



 



 



 



 



 



 



De volta à Toca, o clima era meio sombrio, afinal de contas, haviam presenciado duas mortes em seguida, descobrindo que Voldemort realmente ainda tinha espiões infiltrados no Ministério. Todos especulavam sobre quem seria o envenenador misterioso. Rony lançou seu palpite:



 



_Snape...



_Ah, Rony _ disse Hermione, exasperada _ quantas vezes você já suspeitou de Snape e jamais esteve certo! Ele já provou ser leal a Dumbledore e Dumbledore confia nele.



_Vocês dois podem estar certos _ disse Mason, que havia acabado de entrar. _ Snape é espião da Ordem da Fênix junto aos Death Eaters e é também um dos maiores especialistas em poções e venenos de toda a Bruxidade. Mas Voldemort não confia inteiramente em ninguém, portanto deve, vez por outra, exigir provas de lealdade e, para consolidar sua posição e não despertar suspeitas, Snape cumpre algumas missões. No caso de Karkaroff, ele deve ter orientado Carpenter sobre qual veneno utilizar para mata-lo e para se suicidar em caso de captura.



_Então Snape pode ter prestado uma assessoria...



_Sim. Mas acho que Dumbledore estava ciente de que seria inevitável uma situação dessas. Talvez Karkaroff tenha fornecido mais informações do que deixou transparecer. Voldemort deve ter ficado com medo do que ele pudesse revelar e providenciou o seu fim.



_Quer dizer que foi como um gambito? _ perguntou Rony, que era um excelente jogador de xadrez de bruxo _ Uma jogada de sacrifício, como no xadrez quer dizer, sacrificar um peão para capturar um cavalo ou...uma rainha?



_Possivelmente, Rony. Assim Snape conquista a confiança de Voldemort e continuamos com o nosso espião entre os Death Eaters, o que seria a rainha a ser conquistada. Agora, falando de coisas mais alegres, acho que vocês não precisam de mais aulas, por enquanto. O conhecimento de Ninjutsu que vocês adquiriram deverá bastar até que seja necessário. Qualquer coisa, me procurem em Hogwarts.



_???



_Ora, eu queria fazer surpresa, mas vocês logo iriam descobrir. Dumbledore me convidou para ser professor de Defesa Contra as Artes das Trevas este ano e eu aceitei. Acho que tenho chances de durar mais do que os outros, não acham?



_Acredito que sim, disse Harry rindo. Pelo menos pode se defender melhor do que seus antecessores. Então o senhor já está indo, Sr. Mason?



_Sim, Harry. Mas poderemos nos encontrar no Beco Diagonal daqui a mais alguns dias. Afinal de contas vocês precisam comprar seu material e eu tenho uns compromissos lá, com Madame Malkin e o Sr. Olivaras. Poderíamos passar a noite no Caldeirão Furado e tomarmos juntos o Expresso de Hogwarts, o que vocês acham?



_Achamos ótimo. _ disse Rony. Poderemos, inclusive, ver as novidades na loja de Fred e Jorge.



_E temos muita coisa nova para mostrar. _ comentou Jorge.



_Por mim, _ disse o Sr. Weasley _ não há problema nenhum.



_Então está combinado. Vamos nos encontrar no Caldeirão Furado, daqui a três dias. Até lá.



 



E, com um estalido, desaparatou.



Uns dois dias antes de as férias terminarem, Mason entrava pelo atelier de Madame Malkin, com um embrulho nos braços:



 



_Madame Malkin, aqui está o pacote. Dá para fazer o que eu pedi?



_Com certeza, Mason. É muito fácil. Até o final da tarde estará pronto. Mandarei uma bolha de mensagem assim que terminar. É melhor, pois ela o encontrará em qualquer lugar em que esteja.



 



Saindo da loja, circulou pelo Beco Diagonal, olhando as vitrines e chamando um pouco de atenção, pois debaixo da capa não usava vestes costumeiras de bruxo, mas um quimono japonês que o fazia parecer um Daimio do período feudal. Mas, quando era reconhecido, todos compreendiam, porque já sabiam de quem se tratava, pois Mason tinha um jeito peculiar de se vestir. Olhou as novidades na Floreios e Borrões, deu uma passada na Gemialidades Weasley, onde conversou um pouco com Fred e Jorge, comprou um distintivo dos Wimbourne Wasps, seu time de Quadribol preferido, na Artigos de Qualidade para Quadribol e, finalmente, ao passar pela sorveteria de Florean Fortescue...



 



_Sr. Mason, venha. Junte-se a nós. _ ouviu- se a voz de Hermione.



 



Sentou-se junto aos amigos e pediu um sorvete, sendo atendido pelo Sr. Fortescue em pessoa:



 



_Mason! Há quanto tempo que não o vejo.



_Estive meio ocupado, Fortescue. Mas agora já posso respirar mais tranqüilo.



_Eu soube do que aconteceu no Ministério. Você estava lá?



_Estava. Aliás, todos nós estávamos e vimos Karkaroff morrer na nossa frente. O assassino depois cometeu suicídio.



_Que loucura. Mas o nome de Sirius Black foi reabilitado. Pena que foi póstumo. Você se lembra, Harry, quando você estava no terceiro ano e todos pensavam que Sirius fosse o traidor dos seus pais e que estivesse atrás de você para terminar o serviço?



_Lembro, Sr. Fortescue. Foi um ano bem diferente aquele. Mas ganhamos a Taça de Quadribol. Desde então ela está na Grifinória.



_Melhor lá do que na Sonserina. Até mais. _ e retirou-se para o interior da sorveteria.



_Falando em Sonserina... _ murmurou Rony.



 



Chegara à sorveteria e sentara-se em uma mesa ao lado o trio menos querido por eles: Draco Malfoy, Vincent Crabbe e Gregory Goyle. Draco olhou e disse:



 



_Vejam, os “Insuportáveis Inseparáveis” hoje têm companhia. Mesmo para um bruxo essa “camisola” fica esquisita. _ Crabbe e Goyle riram, com o seu costumeiro jeito abobado.



_Veja como fala com o nosso próximo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Malfoy. _ disse Harry. _ Apesar de não ser o seu normal, tenha um mínimo de respeito.



 



Sentindo que pisara em terreno perigoso, Malfoy procurou desviar o assunto para outro rumo:



 



_Então reabilitaram seu padrinho Sirius Black, não é, Potter? E onde ele está? Ainda fugido, sem saber que é inocente?



 



Harry fez menção de se levantar, mas foi agarrado por Rony.



 



_Que surto foi esse, Potter?



_Mais respeito para com os mortos, Sr. Malfoy. _ disse friamente Mason. _ Se o seu pai não estivesse trancafiado em Azkaban em vez de, como sempre, com o nariz enfiado no Ministério, o senhor saberia que a reabilitação foi póstuma.



Corando levemente, Draco disse:



_Eu não sabia. Desculpe.



 



Hermione e Rony olharam para o céu, em busca de sinais de temporal: Draco Malfoy pedindo desculpas?!



 



_Tudo bem. _ disse Harry, também meio surpreso _ Mas cuide com a língua para não dizer mais besteiras.



 



Chegaram os pedidos da outra mesa e Malfoy começou a tomar seu sundae, que tinha uma avantajada bola de sorvete de uva em cima. Todos notaram que Malfoy vestia, por debaixo da capa, um jeans Diesel e um moleton imaculadamente branco, com a figura de um pato selvagem em vôo. Algo estranho para um bruxo puro-sangue que desprezava coisas de trouxas: roupas de grife.



 



_Brooksfield? _ comentou Mason.



_Exato. Só estou admirado que alguém com tão pouco gosto para se vestir entenda de grifes trouxas.



 



Naquele instante, uma bolha de mensagem veio flutuando e pairou no ar, em frente a Mason. A bolha se rompeu e surgiu, diáfana, a imagem de Madame Malkin dizendo:



 



_Mason, querido, os três ternos Armani que você deixou para que eu enfeitiçasse já estão prontos. Pode vir buscá-los na hora em que quiser.



 



Harry, Rony e Hermione abafaram o riso, enquanto Draco ficava roxo, quase da cor do sorvete.



 



_Tá legal, essa eu mereci. Mas que esse quimono fica esquisito, isso fica. Quem não conhecesse sua fama, Sr. Mason, acharia bastante... “élfico”.



_Falando em coisas delicadas, Sr. Malfoy, o senhor sabe que eu e seu pai fomos contemporâneos em Hogwarts, graças a Deus que não na mesma Casa. Naquele tempo ele já usava os cabelos compridos, seguros com uma presilha. Tiago e Sirius freqüentemente chamavam-no “Loira fru-fru” e olhe, se ele não tivesse começado a namorar Narcisa, sua mãe, quando estavam no quinto ano, até hoje todos pensariam que ele fosse fada.



_Pegou pesado, Sr. Mason. _ disse Harry, sorrindo, enquanto Draco, mais uma vez, corava violentamente e a dupla de trogloditas, Crabbe e Goyle, disfarçava meios sorrisos.



_Crabbe e Goyle. Realmente, vocês herdaram o QI dos pais. Nos tempos de Hogwarts, diziam que eles eram os que mais achavam graça da mesma piada, porque riam dela três vezes: a primeira, quando era contada, a segunda, quando era repetida, com explicações e a terceira meia hora depois quando, finalmente, eles entendiam (aí foi a vez de Draco sorrir, disfarçadamente). Sinceramente, não sei como aquelas duas antas conseguiram se formar. Sequer sabiam diferenciar as extremidades de uma vassoura.



 



Sentindo que o clima não estava dos melhores para eles e confirmando o que havia ouvido no início das férias, Draco pagou o sorvete, mal tocado, começou a se levantar para sair e...



A taça de sorvete que estava perigosamente na borda da mesa caiu, derramando seu conteúdo vivamente roxo bem em cima do alvo moleton de Draco Malfoy, formando uma enorme mancha semelhante a um mapa.



 



_Se eu fosse você, Sr. Malfoy, procuraria lavar logo esse moleton, pois uma mancha do sorvete de uva do Sr. Fortescue é difícil de tirar, até mesmo com magia ou com o Removedor Mágico Multiuso da Sra. Skower.



 



Bastante desapontado, Malfoy saiu da sorveteria, seguido por Crabbe e Goyle, que também haviam levado respingos do sorvete derramado.



"Ai, ai, ai. Algum elfo doméstico em Wiltshire vai ter muito trabalho"



 



 



 



Quando desapareceram de vista, Hermione comentou:



 



_Sr. Mason, aquela taça não estava tão perto da borda, eu a vi se movendo. Que feitiço o senhor usou?



_Nenhum. Usei telecinese.



_A capacidade de mover objetos com a força da mente? Como o senhor conseguiu? E não foi um pouco de exibição?



_Desculpe, o cara é tão desagradável que não pude resistir. É fácil para quem controla o Ki. Depois eu lhes ensino como fazer mas, agora... _ e fez um gesto rápido para o lado. Em seguida, disse baixinho para dentro de sua mão: _ Vá a um lugar discreto, volte à sua forma humana e junte-se a nós. _ abriu a mão e um besouro saiu voando.



 



Hermione perguntou:



 



_Sr. Mason, não era...



_Exatamente, Srta. Granger.



 



Logo em seguida, Rita Skeeter estava sentando-se à mesa com eles. Diante da cara de desagrado de Hermione, ela logo disse:



 



_Calma, Srta. Certinha. Vim em paz. Vi aquele cretino do Malfoy vindo para cá e farejei uma boa matéria para o Semanário das Bruxas, já que a edição desta semana sairá amanhã e, com isso que aconteceu agora, já tenho o que escrever na minha coluna.



_Voltou a escrever para o Semanário, Rita?



_Voltei, Hermione, mas estou cumprindo a promessa que você me obrigou a fazer. Não estou pegando pesado com ninguém... até agora. Aquela peste me sacaneou e agora já tenho como dar o troco.



_Como foi que lhe readmitiram, Rita?



_Foi graças a você, Harry. Aquela entrevista que saiu no Pasquim, ano passado, serviu para reerguer meu nome como repórter. Depois que o Profeta Diário a comprou, o Sr. Lovegood julgou que eu merecia alguma compensação e me remunerou com o suficiente para eu me reerguer financeiramente. Depois o Semanário considerou que eu tinha talento suficiente para voltar a ter uma coluna e, desde então, escrevo nas Sociais e procuro não exagerar nos mexericos. Mas, quando tenho a oportunidade de desancar alguém ligado às Trevas, sinto um prazer todo especial.



_Por que? _ perguntou Rony.



_Posso ser uma repórter de fofocas, Rony Weasley, mas odeio Vocês-Sabem-Quem e os Death Eaters tanto quanto qualquer bruxo decente. Também perdi familiares para aqueles nojentos. Aliás, minha sobrinha Arianne, que teve os pais assassinados por eles, vai começar em Hogwarts este ano.



_Que bom, Rita. – disse Mason. Espero que ela vá para uma Casa decente.



_Rita, _ perguntou Hermione _ de qual casa você era?



_Eu era da Lufa-Lufa. Primeiro o Chapéu Seletor quis me mandar para a Corvinal, mas eu disse a ele que não estava à altura, então pedi que me colocasse na Lufa-Lufa. Acho que eu fui a única pessoa até hoje que conseguiu deixa-lo surpreso.



_E você se deu bem lá?



_Adorei. Conheci pessoas ótimas, tais como a mãe de Susana Bones e Alice Westenra, que se casou com Frank Longbottom, os pais de Neville.



_Westenra? Descendente de Lucy Westenra? Aquela que foi vampirizada por Drácula?



_Sobrinha-bisneta. Lucy tinha um irmão, Richard, que era bruxo e estava na Malásia naquela época. Quando ele soube da morte dela, voltou para a Europa, quase a tempo de ajudar Van Helsing, Harker, Holmwood, Morris e Seward a destruir o vampiro. Infelizmente, Quincey P. Morris foi morto pelos ciganos do Conde. Ao retornarem à Inglaterra, conheceram-se e criaram a Sociedade da Cruz de Prata que, desde então, dedica-se à destruição dos vampiros por todo o mundo, atualmente formada por seus descendentes. Alice fazia parte dela, além de ser Auror, juntamente com Frank. Eles pediram que o Sr. Stoker não citasse isso no seu livro, para não chamar a atenção.



_Que interessante _ comentou Harry _ Acho que foi por essa herança familiar que Neville foi selecionado para a Grifinória. No final do último ano letivo ele fez jus a ela...



 



E começou a devanear, lembrando-se do duelo com os Death Eaters, no Departamento de Mistérios. Procurou voltar à realidade, antes que suas lembranças chegassem à parte em que Sirius era morto. _ Mas eu pensava que ela fosse da Grifinória



 



_Não, ela era da Lufa-Lufa e era muito amiga de sua mãe, Harry. Frank Longbottom é que era da Grifinória. Vou mandar um exemplar de cortesia do Semanário para vocês. Estão hospedados no Caldeirão Furado, não é?



_Sim, Rita. Estamos esperando para ver o que você vai escrever. _ disse Mason _ Bem, acho que já vamos indo. Até mais.



_Até mais, Mason. Hoje à noite estarão recebendo a revista.



 



Saíram da sorveteria e dirigiram-se à loja do Sr. Olivaras, onde Mason tinha outro compromisso.



 



_Mason, que prazer em vê-lo. Sua encomenda já está pronta. Venha ver. Que surpresa, Srta. Granger e Srs. Weasley e Potter. Sejam bem-vindos.



 



O Sr. Olivaras mostrou uma varinha diferente, revestida em um metal que, primeiro, brilhou com uma luz azul que, logo em seguida, se apagou.



 



_Conseguiu fazer a liga, Sr. Olivaras?



_Consegui. Agora ficou perfeita.



 



Mason explicou:



 



_Eu precisava de uma varinha que pudesse ser escondida dentro da manga de um terno trouxa, presa a um sistema de saque-rápido. Para isso, Madame Malkin enfeitiçou alguns ternos, para que o sistema não ficasse visível, vejam.



 



E mostrou o braço esquerdo, onde um sistema de saque-rápido com um trilho, onde a varinha corria para a mão a um toque do botão oculto à altura do pulso.



 



_Engenhoso e inesperado _ disse Hermione. _ um sistema mecânico, algo em que a maior parte dos bruxos jamais pensaria. Mas seria preciso uma varinha que pudesse ser...



_Telescópica. O Sr. Olivaras e eu criamos essa varinha, com cerne de três fios de cauda de unicórnio trançados, para aumentar a resistência. A madeira é de acácia, uma árvore toda especial, com grande importância para certas ordens esotéricas, principalmente a dos Pedreiros Livres. Segundo a tradição, a Arca da Aliança era feita de madeira de acácia, revestida de ouro.



_Acho que já posso fazer uma idéia de onde vem o seu sobrenome, Sr. Mason _ comentou Hermione.



_Não seria, também, pelo primeiro nome do meu pai, Hiram?



_Também por essa razão.



_Bom, continuando, desenvolvemos uma varinha telescópica, acionada por este botão na empunhadura. Mas precisávamos contornar o problema do desgaste que a madeira iria apresentar.



_Então _ continuou o Sr.Olivaras, _ começamos a procurar uma liga metálica para revestir a varinha e que não prejudicasse a sua magia, potencializando-a, se possível. E encontramos, combinando a proporção exata de ouro, aço e Mirtheil.



_O senhor usou Mirtheil? Mas ele não é muito instável e perigoso? _ perguntou Hermione.



_O que é Mirtheil, Hermione? _ perguntaram Harry e Rony.



_Se vocês prestassem mais atenção às aulas do Prof. Binns (Harry e Rony murmuraram: “Como se isso fosse possível por mais do que dez minutos”), saberiam que o Mirtheil é um metal mágico lendário, do qual, supostamente, eram feitos o martelo de Thor, chamado Mjolnir, assim como a lança de Odin e a espada do Rei Arthur, Excalibur. Ele é conhecido como metal inteligente, pois a cada batalha ele aprende e se adapta às táticas e golpes, tornando-se mais forte. Para começar a adquirir força, ele deve aceitar um senhor e não mais se separar dele. Somente é destruído se for jogado ao seu local de origem. Mas ele pode ficar incontrolável e sedento de sangue, ansiando por mais e mais batalhas.



_Exatamente, Srta. Granger. _ disse o Sr. Olivaras. Mas descobrimos que, se dopado com aço e ouro, na proporção exata, teríamos a liga perfeita, com um metal inteligente e obediente.



_E onde foi que conseguiram? Não me digam que as forjas de Moria são uma realidade.



_São, Srta. Granger, Tolkien não estava inventando coisas. Só que as forjas e a jazida de Mirtheil, que ele chamou de Mithril nos seus livros, não ficam em uma fictícia Terra-Média, mas sim na Europa, mais precisamente na Alemanha.



_Então o senhor sabe onde fica Drachenschlaft? O local que é citado no Elder Edda?



_Claro, qual o artífice de objetos mágicos que não saberia?! O problema é que procuramos evitar trabalhar com o Mirtheil, devido à sua instabilidade. Mas o ferro existente no aço acaba por amansá-lo e mantê-lo sob controle. Estou fazendo mais algumas varinhas desse tipo, destinadas aos Aurores. Serão uma vantagem contra os Death Eaters, principalmente porque, devido à inteligência do Mirtheil, elas não são detectáveis por sensores de atividade mágica, aparelhos semelhantes a radares trouxas, que acionam alarmes em caso de feitiços ou varinhas não autorizadas, em determinada área.



_Acredito que sim mas, como evitar que eles tenham acesso a Drachenschlaft?



_Protegemos o local com vários feitiços e armadilhas mágicas, a fim de que eles não possam entrar.



Mason julgou já estar na hora de irem.



_Obrigado, Sr. Olivaras. Devemos retornar ao Caldeirão Furado, pois ainda tenho umas coisas a ensinar aos jovens aprendizes de Ninja.



_Tenho certeza de que aprenderão esplendidamente os seus ensinamentos. Boa tarde.



_Boa tarde e muito obrigado, Sr. Olivaras.



 



 



 



 



"Só gente famosa, mesmo. Além dos nossos amigos, em primeiro plano estão, da esquerda para a direita, o Supremo Mestre, Manga no Kamisama, Osamu Tezuka (que Deus o tenha), Princesa Safiri, Kimihiro Watanuki, Yuuko Ichihara, Nodoka Miyazaki, Negi Springfield e Asuna Kagurazaka, com Kamo. Ao fundo, Setsuna Sakurazaki, Konoka Konoe, Dr. Blackjack, Fate Averruncus e Tsukuyomi. Uma pequena homenagem ao próprio Tezuka, às gurias do Estúdio CLAMP e ao grande Ken Akamatsu"



 



Retornaram ao Caldeirão Furado e foram banhar-se antes do jantar. Mais tarde, após uma excelente refeição, estavam em uma sala reservada, onde Mason ensinava a eles o uso da telecinese:



 



_Concentrem-se no objeto e em como querem que ele se mova. O Ki fará o resto. Experimente, Sr. Weasley.



 



Rony concentrou-se e fez uma maçã levitar até sua mão. Em seguida foi a vez de Harry e Hermione, que fizeram com que uma pêra e uma laranja descrevessem órbitas harmônicas entre si.



 



_Muito bem. Vocês viram que os gestos das mãos ajudam a direcionar o movimento dos objetos. Parabéns pela rapidez com que aprendem.



 



No instante seguinte, uma coruja entrou e deixou cair um pacote cilíndrico no colo de Hermione e foi embora.



 



_Deve ser a última edição do Semanário das Bruxas. Vamos ver o que aquela enxerida escreveu. _ disse Hermione, abrindo a revista, direto na coluna de Rita Skeeter. A matéria tinha o título:



O MICO DA SEMANA



 



Bruxo Mauricinho Leva nos Dedos



Sabemos que os bruxos, em sua imensa maioria, cometem enganos terríveis na hora em que precisam se vestir como trouxas, não sabendo combinar peças ou usando trajes totalmente inadequados. Porém há o outro extremo, no qual bruxos de bom gosto e bom bolso mostram-se bastante fashion e, por vezes, verdadeiras cópias de modelos de revistas trouxas. Inclusive sabe-se que várias grifes trouxas têm uma divisão secreta para atender a bruxos que apreciam seus produtos. Certamente é uma demonstração de bom gosto, pois sabemos que o próprio Ministro da Magia, Cornelius Fudge, aprecia bastante ternos brasileiros da grife brasileira Ricardo Almeida e Alvo Dumbledore, Diretor de Hogwarts, ao se disfarçar como trouxa, gosta dos alfaiates de Saville Row, além de que o próprio Harry Potter resolveu variar um pouco o visual e, vez por outra tem sido visto com óculos de sol Oakley no seu grau que, aliás, lhe ficam muito bem. Vestidos YSL, Versace, Givenchy e Issey Miyake, além de bolsas Prada e Louis Vuitton são freqüentadores do guarda-roupa da bela e vaidosa Narcisa Malfoy, nem todos eles, dizem as más línguas, presenteados por seu marido, Lucius Malfoy. Aliás, quanto a Lucius, todos sabem que ele é proprietário de uma grande empresa trouxa de importação e exportação sendo obrigado, por mais que despreze os trouxas, a fazer negócios com eles. Nessas ocasiões ele não abre mão de elegantes trajes Hugo Boss. Só espero que essa marca também confeccione trajes no modelo dos uniformes do presídio de Azkaban, pois é a única roupa que Lucius vai usar por um boooooooom tempo. Falando nos Malfoy, o jovem Draco também não fica atrás no gosto por roupas esporte de grife, tendo uma predileção especial por jeans da marca Diesel, óculos Arnette, sapatênis italianos e outras peças da grife brasileira de roupas esporte Brooksfield, marca do moleton que, hoje, acabou ganhando uma mancha de sorvete após um comentário totalmente desastrado, onde disse que o Auror Derek Mason, próximo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas em Hogwarts (espero que dure mais do que seus antecessores) não tinha o menor gosto para se vestir, tendo sido obrigado a ouvir Madame Malkin dizer, em uma mensagem, algo sobre três ternos Armani que já estavam prontos (o banho de sorvete veio logo em seguida). Depois desse mico, espero que o jovem Draco Malfoy aprenda a segurar sua língua afiada, antes que o próximo ferimento que ela possa lhe proporcionar seja bem mais sério do que uma situação constrangedora e um banho de sorvete em um final de tarde.”



 



_Uau, Rita pegou pesado. _ comentou Harry. _ Se você ler nas entrelinhas, ela dá a entender que Lucius precisa se abaixar para passar pelas portas, e não é por estatura.



_Draco vai ter um ataque quando ler o Semanário amanhã. _ disse Rony. _ Certamente duas em seguida será demais para aquela cabecinha oxigenada.



 



Aos risos, todos prepararam-se para irem dormir, pois estariam embarcando para Hogwarts no dia seguinte. Harry notou que Rony conversava em voz baixa com Mason. Não ouviu toda a conversa nem quis, porque não lhe interessava e poderia ser algo reservado, mas não pôde deixar de ouvir uma parte, na qual Mason dizia:



_É meio irregular mas, se é como você me explicou, então é por uma boa causa. Tudo bem.



_Obrigado, Sr. Mason. Sua confiança em mim não será desperdiçada.



 



Em seguida, subiu para seu quarto e preparou-se para dormir mas, ao recostar sua cabeça no travesseiro, não pôde evitar um sorriso ao se lembrar de ter visto Malfoy ser exposto ao ridículo mas, ao mesmo tempo, achou que ele estava agindo um pouco diferente (“Draco Malfoy pedindo desculpas por algo que disse?”). Finalmente fechou os olhos, por último pensando em várias coisas que teria de fazer no dia seguinte, nem todas agradáveis, porém todas elas importantes e necessárias.



 



Pela manhã, Harry despertou , fez sua higiene matinal e desceu para o café. Não encontrou os amigos, apenas o dono do bar, Tom, que lhe disse:



 



_Sr. Potter, seus amigos acharam que o senhor precisava dormir um pouco mais. Eles foram mais cedo para King’s Cross. Receberam corujas convocando os monitores para uma reunião preliminar no Expresso, com os professores. O Sr. Mason também já foi.



_Está bem, Tom. Vou tomar meu café e já vou indo. Minha bagagem já desceu?



_Já. Sr. Potter. Também tomei a liberdade de chamar um táxi-bruxo para o senhor. Aliás, chegou a ler o Profeta Diário de hoje?



_Ainda não, Tom. Por que?



_Parece que foram vistos Death Eaters em Nottingham ontem e que a líder do grupo era aquela doida da Bellatrix Lestrange. Os Aurores já foram para lá.



_O que há de importante por lá, Tom?



_Nada que eu saiba, Sr. Potter. Apenas livrarias e bibliotecas bruxas. Oh, seu táxi já chegou.



_Obrigado, Tom. Até a próxima.



_De nada, Sr. Potter. Boa viagem e tenha um bom ano em Hogwarts.



 



Harry embarcou no táxi-bruxo, que tinha a aparência de um Austin FX4 comum mas, por dentro, era espaçoso como uma van. Harry folheou o Profeta Diário e leu a reportagem.



 



Mas o que eles estão querendo com livrarias e bibliotecas? A não ser que... Mas não concluiu seus pensamentos. O táxi havia parado bem na entrada da Estação de King’s Cross. Harry levou sua bagagem para um carrinho e dirigiu-se para a barreira divisória entre as plataformas nove e dez. Displicentemente encostou-se nela e a atravessou, indo parar do outro lado, na Plataforma 9 ½, onde a locomotiva a vapor vermelha do Expresso de Hogwarts esperava nos trilhos, pronta para conduzir os seus passageiros a Hogsmeade e de lá para Hogwarts. Etiquetou a bagagem e procurou algum rosto conhecido, para trocarem novidades das férias. Ao enxergar quem procurava, sorriu e encaminhou-se em sua direção.



 


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