... ad astra



“He's more myself than I am. Whatever our souls are made of, his and mine are the same.”



 



― Emily Brontë, Wuthering Heights





 



Os pés descalços de Bellatrix, não parecendo se importar com o chão frio embaixo de si, levaram-na pelo mesmo caminho que ela fizera poucas horas antes, acompanhada de Voldemort, em uma situação muito mais divertida e confortável. Pouquíssimas vezes em sua vida ela estivera tão honrada, tê-lo apresentando a ela seus lugares favoritos da juventude era algo que havia povoado apenas seus sonhos mais delirantes, mas a parada final daquele tour fora tão inacreditável mais cedo naquele dia quanto era naquele momento, para uma Bellatrix muito mais cansada, e talvez febril. Sua cabeça doía, seu corpo queimava de dentro para fora, os efeitos do veneno demorando mais para passar do que ela desejaria, mas sua mente estava mais clara do que estivera em meses.



Pela segunda vez em menos de seis meses, ela escapara à morte, enganara-a novamente, e desta última vez estivera tão perto que pudera quase sentir o gelado toque tentando levá-la para além, mas algo a mantivera ali, presa àquele plano sem jamais querer se soltar: a voz dele, clamando para que ela não se deixasse seduzir pelo chamado do outro lado, para que permanecesse com ele. A mesma voz que, poucos meses antes, a teria aterrorizado, deu-lhe forças para viver, fez-lhe querer ficar, apesar de toda a dor, de tudo o que havia acontecido nos meses anteriores, ele a fazia se sentir em casa, e Bellatrix sabia melhor do que ninguém o motivo para tal, o que fizera com que ela se levantasse de sua cama assim que abrira os olhos e, contra os fervorosos protestos de Madame Pomfrey, se arrastasse pelos corredores frios, ainda em suas roupas de festa, até aquele banheiro há muito abandonado: ela estava cansada de lutar. Tudo o que fizera por meses fora lutar por algo em que acreditava, mas que já lhe parecia tão distante. Algo dentro de si clamava por mais, por uma felicidade que a vida havia lhe negado por décadas e que ela mesma havia se negado por medo, orgulho e decepção.



Bellatrix não conteve o sorriso ao ver que a passagem no banheiro estava aberta e, portanto, ela não havia errado em pensar que ele estaria no único lugar de Hogwarts em que jamais o incomodariam. Ela se aproximou lentamente, refletindo sobre como as coisas haviam mudado em tão poucas horas. Meses antes, eles haviam selado sua separação naquela mesma escola, em meio àqueles mesmos corredores e, por alguma razão, a batalha parecia ter ocorrido há décadas; ao mesmo tempo, acontecimentos de horas antes pareciam frescos como se tivessem sido apenas segundos antes, vívidos em sua mente como haviam sido ao acontecer: a morte próxima demais, atraindo-a para perto, enquanto a voz dele a mantinha longe daquela tentação, presa a um mundo onde ela ainda tinha muito a viver, enquanto ela via passar por si tudo o que vivera e, mais dolorosamente, o que não vivera, tudo aquilo que negara a si mesma. E se ela havia aprendido algo com aquela nova experiência de quase morte era que a vida era curta demais para que ela recusasse os presentes que lhe eram oferecidos. Seu Espelho de Ojesed tão próximo da realização, e ela fugira por medo e por rancor… mas tudo aquilo, no passado iria ficar. Naquela noite, um novo capítulo de sua vida seria escrito, um em que ela aceitava de bom grado a felicidade que tanto esperara.



A grande porta de ferro também estava aberta, as serpentes que a ornamentavam recolhidas, e uma luz fraca vinha de dentro. Bellatrix não precisava olhar para saber que ele estava lá. O tule e a renda do longo vestido arrastavam-se pelo chão de mármore, seus passos não fazendo o menor barulho devido à falta de sapatos, mas ela sabia que também não precisaria se anunciar: mesmo que a legilimência dele não estivesse sendo utilizada, a atmosfera naquele lugar havia mudado quando ela ultrapassou o portal.



Voldemort estava encostado a uma das enormes estátuas de serpentes, de costas para ela, mas a postura do bruxo mudou quase imperceptivelmente quando sua presença fora notada e, antes que ele se virasse completamente, ela pegou a própria varinha e fez com que a enorme porta se fechasse atrás dela. O alto barulho causado fez com que ele se virasse de vez, julgamento cobrindo seu rosto.



- O que você acha que está fazendo aqui? - ele perguntou, irritado, os olhos vermelhos parecendo ainda mais inflamados. - Bellatrix, você devia estar na enfermaria, eu lutei demais para te manter viva hoje e não pretendo te perder para a teimosia! - ele tirou a própria capa de viagem e andou na direção dela, a atmosfera de irritação ainda o cercando. Bellatrix deixou-se sorrir ao perceber que ele ainda não utilizara sua Legilimência e agradeceu silenciosamente pelo mesmo motivo.



- Exatamente… - Bellatrix respondeu, lambendo os lábios, segundos antes que a capa dele tocasse seus ombros, apenas para que ela a deixasse cair a seus pés. Voldemort franziu o cenho e travou o maxilar, controlando-se visivelmente para não explodir com a mesma mulher que tentava proteger de si mesma. O que ele não sabia era que ele já havia perdido para a teimosia dela, - Não vai… não mais. - os dedos dela agarraram-se à lapela da casaca de Voldemort, que pareceu deixar de respirar por um segundo. Ele finalmente usara a legilimência, ela podia sentir sua presença dentro da própria mente, tão familiar e quase confortável àquele ponto em suas vidas. Os dias em que aquilo a incomodaria, em que ela gostaria de manter os próprios pensamentos para si, estavam num passado que, embora tão recente, já lhe parecia tão longínquo.  



- Bellatrix… - Voldemort começou sério, observando as mãos dela que se aventuravam na direção de seu pescoço. Os olhos dele se fecharam por um momento, como se buscasse forças internas para resistir àquilo. - Você está---



- Mais viva do que estive em muito tempo, e mais sã, também. - ela o interrompeu, parando suas mãos no ombro e na nuca dele. - Se a possibilidade de que eu esteja fora de mim, e que vá me arrepender de tudo isso em poucas horas, lhe preocupa, não há necessidade… Sim.



- Sim..?



- A resposta para a pergunta silenciosa que vem nos cercando desde a última vez que pisamos em Hogwarts. Sim, sim, sim, com tudo o que isso acarreta. - ela mordeu o lábio inferior e agarrou-se com mais força a ele. - Para o inferno com meus medos, com meu orgulho e minha mágoa, eu passei muito perto de perder para a sempre a oportunidade de ter tudo o que sempre quis, quando estava estendido bem na minha frente, e não vou cometer o mesmo erro duas vezes. - Bellatrix engoliu seco, - Sim, eu serei sua rainha, isso é, se ainda me quiser.



- Minha rainha? - ele questionou, ainda parecendo estar digerindo aquela situação toda, mas deixando seu corpo se aproximar do dela. Ele havia desejado aquele momento por tantos meses, que mal conseguia acreditar nos próprios ouvidos.



- E o que mais quiser de mim… sou sua, como nunca devia ter deixado de ser, como Merlin sabe que nunca deixei de ser, não de verdade. - os olhos de Bellatrix encheram-se de lágrimas, por mais que ela estivesse tentando controlar. - E eu não atravessei uma Hogwarts congelante no meio da madrugada para você me mandar de volta para a enfermaria.



- Eu não me atreveria. - as mãos dele se perderam no meio dos cabelos dela, como tão comumente faziam no passado, e ele aproximou o rosto do dela. - Última chance de retirar tudo o que disse e desistir, vossa graça.



- Eu não me atreveria. - Bellatrix deixou os olhos caírem sobre os finos lábios dele e sorriu, olhando-o novamente nos olhos uma última vez antes que ele finalmente acabasse com o espaço entre seus rostos e a beijasse.



A princípio, o toque dos lábios era leve, tentativo, carregado por toda a incerteza e tensão dos meses anteriores, mas apenas poucos segundos foram necessários para que tudo aquilo que permanecera adormecido por meses acordasse dentro dos dois, trazendo consigo duas décadas de bagagem e ateando fogo em quaisquer dúvidas que ainda restassem. Mais uma vez, eles ultrapassavam o mesmo limiar que se atreveram a ignorar vinte anos antes, e não conseguiam se arrepender nem um pouco disso.



Os lábios de Bellatrix se abriram embaixo dos dele instintivamente, dando as boas vindas aos sabores que ela conhecia tão bem, ao cheiro e ao frio toque dele, que sempre a haviam enlouquecido, e todos os pêlos do corpo dela se arrepiaram de uma vez em antecipação ao que estava por vir, enquanto ela se agarrava aos cabelos e pescoço de Voldemort, como se pudesse cair. Nas pontas dos pés, ela fazia tudo o que podia para diminuir a distância entre eles, e deleitava-se no leve puxar dos dedos dele em seu cabelo, na intensidade correta, que ela sempre adorara, enquanto suas línguas dançavam em harmonia, apesar da intensidade com a qual se beijavam, procurando em poucos segundos compensar por meses de separação. Eles se conheciam, mais do que a maioria dos casais, e ele sempre soubera apertar cada um dos botões dela sem precisar de muito esforço para enlouquecê-la, mas naquela noite, ela suspeitava que deixaria-se de vez perder a cabeça.



As fortes mãos de Voldemort deixaram os cabelos dela, o que conseguiu um gemido não contido da bruxa, que teria caído caso ele não a tivesse segurado pela cintura com força suficiente para deixar marcas e, Merlin sabia, que ambos desejavam que elas estivessem lá na manhã seguinte, como souveniers de uma noite que não acabaria tão cedo. O bruxo deixou-se aproveitar mais do que o normal dos lábios dela, mordendo o inferior sem o menor pudor para que todos soubessem que ele estivera ali, e imaginassem como a havia enlouquecido, como a fizera gritar onde nenhum deles podia ouvir. Por um momento, ele agradeceu silenciosamente o fato de que estavam ali, tão longe de tudo, onde ninguém podia encontrá-los ou incomodá-los, porque ele não pretendia sair dali tão cedo. Por meses, se privara do prazer que somente ela conseguia trazer, e naquela noite ele pretendia ter uma overdose daquela mulher.



Os pés de Bellatrix deixaram o chão, quando os lábios se separaram por completo pela primeira vez, e ela deixou-se acomodar nos braços dele, as pernas firmemente encaixadas na cintura dele, graças à enorme fenda que tão sabiamente escolhera usar naquela noite. Suas costas foram não tão delicadamente de encontro a uma das enormes serpentes, e Voldemort pareceu observá-la por um instante, os olhos vermelhos curiosos, analisando-a. Presa entre o corpo dele e a coluna, ela teria se sentido vulnerável, caso não confiasse nele completamente, caso seu eu de poucos dias, poucas horas antes, estivesse certo.



- O que foi? - ela não resistiu a perguntar, e ele somente balançou a cabeça, deixando os olhos caírem na direção dos lábios dela, vermelhos e inchados devido aos beijos e mordidas.



- Você me deixou por meses somente imaginando, - ele respondeu, roçando os lábios nos dela somente o necessário para modificar a respiração dela. - Agora vai me dar licença se eu me der ao luxo de saborear cada segundo, cada milímetro, garanto que não vai se arrepender.



- Jamais pensaria isso… - Bellatrix respondeu, a voz saindo mais rouca do que o intencional, dando espaço para que os lábios dele tocassem seu pescoço com a mesma enlouquecedora leveza. Eletricidade parecia percorrer o pequeno espaço entre os lábios dele e a pele da mulher, pelos poucos segundos em que os lábios se desencostavam, só o suficiente para causar aquela sensação, e se moviam para o próximo ponto. As pontas dos dedos dele faziam um trabalho similar, e ela havia jurado para si mesma que não gemeria por pouco, mas ela estava lentamente se esquecendo de quaisquer promessas, e se perguntando porque diabos havia se privado daquilo por tanto tempo.



Uma das mãos da bruxa tentou agarrar os cabelos da nuca de Voldemort, mas antes que pudesse tocá-lo, ele agarrou seu pulso e o bateu contra a coluna, acima da cabeça dela, que não teve nem mesmo tempo de protestar, antes que ele a encarasse novamente, e então o gemido de reprovação tivesse uma função melhor. Os lábios dele faziam muita falta em seu pescoço, tão sensível àquele ponto.



- Impaciente? Já? Foi você quem me torturou por meses! Minha vez, minha cara… isso poderia durar poucos momentos ou horas, eu escolhi a segunda opção. - o tom dele era quase ameaçador, mas somente o suficiente para fazer com que a temperatura corporal dela subisse, e sua roupa íntima tornasse-se ainda mais úmida e desconfortável. Os dedos dele em suas coxas pareciam queimar parados ainda no mesmo lugar, mas ela tinha anos de experiência para saber que a tortura valeria a pena.



Bellatrix jogou a cabeça para trás, colidindo-a com a estátua atrás de si, quando ele retornou a atenção de seus lábios a um ponto específico de seu pescoço que, sem surpreendê-la, ele sabia que a tirava de si. Ela podia sentir o sorriso convencido contra sua pele, mas sua mente estava nublada demais para que pudesse se importar. Ela havia se entregado, e não havia mentido ao dizer que fora de corpo e alma. Naquele momento, ele podia fazer o que quiser com ela, que ela agradeceria; não somente, ela mal podia esperar para descobrir quais coisas seriam essas, o que ele havia fantasiado para a noite em que ela finalmente diria sim.



A bruxa sabia muito bem o que ela havia desejado, por mais que não houvesse ativamente fantasiado, o que mais lhe fazia falta: a inebriante sensação de se enterrar em tudo que era tão tipicamente ele, os toques leves aplicados por mãos firmes e certeiras, milimetricamente calculados para deixá-la em alerta, esperando pelo próximo passo, ansiando por tudo aquilo que ela sabia estar por vir, os lábios frios que deixavam sua pele estranhamente febril quando deviam resfriá-la, o leve toque de uísque de fogo que seus beijos e cheiro sempre iriam ter, a forma como ele a levava ao limite com o mínimo toque, a necessidade que tinha de ter certeza de que ela seria completamente e somente dele, a forma possessiva como suas mãos e corpo a seguravam no lugar, o negro que tomava o lugar do vermelho em seus olhos, e sua incrível mania de torturá-la e recompensá-la na mesma medida. E, suspensa nos braços dele, ela não tinha pudor algum de ceder-lhe o controle, de deixar que ele, pelo menos naquela noite, fosse livre para fazer tudo como bem entendesse. Ele não estava errado em querer enlouquecê-la, após meses de uma separação que em maior parte vinha dela, e Bellatrix o conhecia o suficiente para saber que a recompensa seria inesquecível.



A verdade sobre a coisa toda era que Bellatrix sentira muito mais falta de tudo aquilo do que podia admitir sem corar, meses ansiando por algo que considerava não mais poder ter, noites e mais noites sozinha refletindo sobre como tudo precisava ficar no passado e, percebendo o quão errada estava, ela tinha dificuldade de pensar estruturadamente; ele, no entanto, passara os mesmos meses planejando aquela noite, e ela mal pode segurar um gemido com a simples ideia do tempo que ele perdera imaginando todas as formas como aquilo podia se desenrolar. De uma coisa ela sabia com certeza: nem mesmo ele podia ter previsto ou planejado o cenário daquela reconciliação, pois ter a Câmara Secreta só para eles, como testemunha silenciosa de um acontecimento que viria a ser considerado histórico e ainda sim era tão íntimo, era excitante por si só.



Os devaneios de Bellatrix foram interrompidos por uma forte e inesperada mordida em seu pescoço, tão oposta às contidas ministrações anteriores, que a fez gemer em surpresa e dor, e encará-lo com um sorriso curioso. Bellatrix sentia o local latejar, o sangue rapidamente vindo para a superfície, e a ideia da marca que aquilo deixaria apenas a fez sorrir mais. Voldemort a observava como se quisesse muito fazer um comentário sarcástico, ou repreendê-la de alguma forma, mas não conseguisse; a forma como a expressão dele mudara aos poucos quando seus olhos se encontraram, e ele abriu e fechou os lábios uma vez, e deixou-se apenas sorrir de canto, para então lamber os lábios e pirragear para dizer qualquer coisa que viera à sua mente, fez com que ela perdesse o ar por um instante, ansiando com toda sua alma por conseguir ver o que se passara na cabeça dele para que perdesse as palavras.



- Eu não podia deixar que vagueasse tão longe em seus pensamentos, - a mão que antes segurava seu pulso, afastou a parte do cabelo dela que insistia em cair sobre seu rosto. - não quando estamos finalmente aqui. - o tom dele era sério, provocador, tão típico deles, mas ela via algo mais, algo que fazia seu coração acelerar vergonhosamente.



Bellatrix não era mais uma adolescente tola, muito longe disso, mas a ideia de que o que ela vira em seu rosto era encantamento e que o que ouvira na sua voz era algo que ela ainda não tinha coragem de dizer para si mesma, a deixava tonta; por mais que tivesse voltado, e aceitado ser dele novamente, acreditar que tudo o que ele dizia e os boatos eram reais, ainda era demais para ela.



- Minha cara, Bellatrix, logo você que sempre foi aquela com a maior fé, de repente torna-se incrédula? - ele havia ouvido todos os seus pensamentos, era claro. - É quase decepcionante, - os lábios deles roçaram nos seus, e Bellatrix deixou os olhos se fecharem num impulso, cada fibra de seu corpo querendo apenas acreditar. - mas imagino que terei muito prazer em mostrar-lhe, convencer-lhe das verdades das quais ainda foge...



Bellatrix engoliu seco, as palavras certas jamais chegando a seus lábios, ou à sua mente que fosse, ela estava vulnerável, exposta, mas não se incomodava com aquilo, não mais. Tudo o que ela queria era que ele cumprisse a promessa e a convencesse que o impossível havia se tornado real, que finalmente era amada pelo único homem que quis e pensou jamais ser capaz de tal. Os lábios dela estavam nos dele antes que Bellatrix pudesse perceber o que seu corpo fizera por si só, mas daquela vez a urgência dera lugar à calma, à vontade de explorar o novo mundo que havia sido aberto para os dois, para recuperar todo o tempo perdido.



Voldemort a seguira na intensidade, devolvendo o beijo com a mesma tranquilidade, explorando a boca dela como se tivessem todo o tempo do mundo para ficar ali, apenas aproveitando os lábios do outro, a presença e a proximidade que há tanto lhes fora negada, por algum deles, ou pela vida. A mão do bruxo ainda estava no cabelo de Bellatrix, e ele deixou que ela se embrenhasse ainda mais fundo, perdendo seus dedos entre os longos cachos negros, sentindo a textura, tão macia quanto a língua que delicada e habilmente acariciava a sua, e o cheiro de que tanto sentira falta, tão característico, tão incrivelmente Bella. Para ele, tudo era novo demais, e tinha desejado tê-la novamente em seus braços por tanto tempo, percorrido tantos cenários em sua mente, feito tantos planos, mas sem nunca levar em consideração o quão descompensado ele ficaria, por mais que tentasse não demonstrar, de finalmente estar ali. Logo ele, que sempre fora tão controlado, pegava-se cada vez mais desejando deixar tomar conta de si a enchente de coisas que ele finalmente podia admitir que sentia, e com muito esforço ainda conseguia se manter a pessoa centrada que sempre fora. Depois de tudo o que acontecera, ele não sabia por quanto tempo ia se manter daquela forma, e o momento anterior fora a prova que necessitava do quão perdido estava, e mesmo assim não trocaria o que estava acontecendo por ter seu velho eu de volta. Mais do que tudo, no entanto, ele queria possuí-la novamente, tê-la em seus braços, fazer com que ela ficasse fora de si como sempre conseguira, ouvir os gemidos que sairiam de seus lábios, e idolatrar cada milímetro do corpo dela. Cuidadosamente, ele a desencostou da pilastra, sua mão livre tomando a cintura de Bellatrix segurando-a firmemente, e moveu-se na direção do fundo da câmara, enquanto ela o beijava incansavelmente e deixava suas mãos se aventurarem por suas vestes, livrando-se da gravata já frouxa, os dedos finos trabalhando nos botões, abrindo um por vez até que ela pudesse explorar o peito dele com as mãos. E, por Merlin, ele não conseguiu ficar em silêncio, ao sentir o toque dela pela primeira vez em tanto tempo.



Conhecendo tão bem aquele lugar, Voldemort jamais precisou abrir os olhos para se guiar até onde ele queria: a enorme estátua de Salazar Slytherin ao fundo, onde sentou-a sem a menor cerimônia, quebrando o beijo para desgosto de ambos, e aproveitou para admirar a imagem a sua frente por alguns instantes, antes de cair de joelhos na frente dela. E, mesmo daquela posição, o que via a sua frente era uma obra de arte. Bellatrix, com os cabelos bagunçados, os lábios inchados, sorrindo para ele com os olhos nublados de excitação, o peito arfando, e as pernas descobertas pela fenda, sentada na estátua de seu ancestral, dentro de um lugar que fizera parte de lendas por um milênio, um lugar que era seu por nascença. Aquilo tudo já fazia com que suas calças se tornassem extremamente desconfortáveis, mas ele sabia que podia melhorar.  Com as mãos nos joelhos dela, Voldemort calmamente puxou as pernas dela abertas para que pudesse se colocar entre elas, até que o vestido fez com que ele tivesse que parar, contendo qualquer avanço além daquele ponto.



Os olhos de Voldemort levantaram-se para encontrar os de Bellatrix, e a forma maliciosa como seus lábios se curvaram fizeram com que a mulher tornasse imediatamente séria,  os seios se movendo ainda mais rápido devido à dificuldade de respirar; em algum momento, ela lambeu os lábios, sem nunca deixar de encará-lo fixamente, enquanto as mãos do Lorde tocavam o tecido do vestido, nos dois lados da fenda. Bellatrix sabia, ou pelo menos imaginava, o que estava por vir, e somente a ideia do quão úmida a lingerie dela devia estar àquele ponto, era o suficiente para tirar toda a sua concentração, mas ele tinha um trabalho muito importante a fazer, e não se deixaria desviar do objetivo.



O eco da câmara secreta mostrou-se ainda mais intenso do qualquer um deles imaginava, quando o som do tecido sendo rasgado encheu o lugar, pegando os dois de surpresa e fazendo-os ansiar pela proporção que outros sons, mais interessantes e agradáveis, tomariam nas horas subsequentes. Com um único puxão, ele conseguira abrir o vestido até a cintura da mulher, expondo a pele clara em contraste com o pequeno pedaço de renda preta ao redor de seu quadril, do qual ele logo pretendia se livrar; no segundo puxão, o resto do vestido se desfez. A própria Bellatrix soltou seus braços das mangas, ficando somente com a lingerie de renda e seda negra, sentada por cima do que minutos antes fora um belo vestido, e agora estava destruído.



- Imagino que te devo um novo, - Voldemort provocou, enquanto colocava uma das pernas dela em seu ombro, observando como ela reclinou-se mais para trás, ficando ainda mais confortável na estátua de pedra.



- Não sei se será necessário, tenho certeza de que me recompensará de outras mil maneiras, milorde. - Bellatrix respondeu, a voz tremida, carregada de antecipação, e a forma de tratamento acendeu cada nervo no corpo dele, as lembranças de uma época em que situações como aquela eram praticamente uma regra inundando-o sem permissão. Mas ele não mais precisava se contentar com o passo, pois o futuro guardava ainda maiores prazeres para os dos.



- Se assim se satisfaz, majestade, - ele podia jurar que viu Bellatrix se arrepiar ao ser chamada daquela forma, - quem sou eu para discutir. - Voldemort beijou a parte interna do joelho dela, mantendo o olhar na mulher, que mordeu o lábio e prendeu a respiração por um milésimo de segundo, cada poro dela embaixo de seus dedos e lábios arrepiando-se com o toque e o conhecimento do que estava por vir.



Os lábios dele se abriram somente o suficiente para que sua língua pudesse tocar a pele sensível, fazendo com que um quase imperceptível som deixasse Bellatrix, enquanto suas costas se arqueavam delicadamente, as mãos da bruxa buscando algo a que ela pudesse se segurar até que ela se contentasse em se agarrar aos pedaços de vestido abaixo de si. Os dentes de Voldemort seguiram o tortuoso ritual, marcando e beliscando a pele dela somente o suficiente para fazê-la gemer audivelmente pela primeira vez. O Lorde sorriu contra a pele vermelha e continuou a atacar a região, subindo pela perna dela com os beijos somente o necessário para mantê-la atenta, no limite, esperando e quase implorando pelo próximo passo.



Enquanto sua mão explorava os caminhos da outra perna de Bellatrix, tocando e atiçando os mesmos pontos em que trabalhava tão engenhosamente com os dentes e lábios do outro lado, Voldemort a observou. A forma como ela ainda se segurava, tentando manter uma dignidade que não mais pertencia naquele lugar, por mais que sua mente e corpo já estivessem inundados pela luxúria e por tudo que ela queria pedir, implorar, que ele fizesse. Oh, mas o orgulho era tão forte, que Bellatrix se privaria para manter-se controlada pelo maior tempo possível. Com sorte, ele estava se sentindo extremamente generoso, e tão impaciente quanto ela para finalmente sentir o sabor dela em seus lábios, portanto não pretendia fazê-la esperar e implorar muito.



Mesmo para alguém como ela, tão segura da própria sexualidade e sem pudor algum de admitir suas inclinações mais obscuras, existiam alguns níveis de erotismo que conseguiam causar uma ponta, por menor que fosse, de culpa. A ideia de ser possuída novamente por ele, pela primeira vez em meses, no esconderijo secreto de Slytherin, no lugar que ele criou para um dia ser aberto por seu herdeiro - o mesmo homem que tão habilmente acordava cada nervo em seu corpo, naquele exato momento - para que ele levasse à diante a causa de sua vida, a mesma causa que levara ela e o próprio Voldemort a se conhecerem e chegarem ali, não devia ser tão excitante, ao ponto de ter arruinado sua lingerie com tão pouco, pois era praticamente blasfêmia, mas ela não tinha tanto controle assim por si mesma. Se aquele era um lugar sagrado, Bellatrix passaria a acreditar que o que estava por acontecer também seria, mesmo porque ela não era tola o suficiente para não saber que aquilo era, para dizer o mínimo, histórico. Ele tinha o mundo em suas mãos, e uma parte disso estava sendo passado para a mãos dela, da maneira mais incrível e prazerosa que ela podia ter sonhado, e ela aproveitaria cada segundo. Lugar sagrado ou não, pudor era a última coisa que ela se deixaria sentir na presença dele.



Bellatrix escolhera deixar de lado o fato que parte de seu corpo ainda estava dolorido e cansado, como era de se esperar após o que acontecera, efeito colateral clássico da maioria dos venenos, mas ela não sabia se a inquietude em seu estômago era causada pela mesma razão, ou pela ansiedade que tomava conta de si contra qualquer tentativa de relaxamento. A deliciosa tortura dele, sempre bem calculada, estava construindo uma antecipação que ela não sentia desde… desde que ele retornara. A bruxa usou toda a sua força para puxar aquele tipo de pensamento para o fundo de sua mente, aquilo ficara no passado, e não deixaria que a dor retornasse, não quando a felicidade estava ao alcance deles. Finalmente, estavam juntos, com o mundo em paz e a seu alcance, praticamente todos seus inimigos literalmente ajoelhados a seus pés, e aqueles que não estavam, bem, se arrependeriam.



O olhar dele denunciava que sabia muito bem o que ela estava pensando, mas Voldemort foi cavalheiro o suficiente para ignorar todas aquelas coisas, e se concentrar com todo o afinco no trabalho que estava fazendo, sem jamais tirar os olhos dos dela, numa calma que era inspiradora. A mão esquerda de seu Lorde, a que estava em sua perna, chegou perigosamente próxima à virilha dela, o suficiente para esbarrar na borda da fina renda que cobria a região, e ela teve que usar toda a sua força para não fechar os olhos ao perceber que os lábios dele do outro lado estavam quase na mesma região. Seu coração já estava disparado e, por Slytherin e Merlin juntos, ela não queria implorar, mas o faria se fosse necessário. Ela abriu os lábios para dizer algo, mas foi interrompida pela mão dele tocando por cima da renda, tentativamente, ainda sem dar atenção especial a nenhum ponto, mas foi o suficiente para ela fechar os lábios e, quando ele puxou o tecido para o lado e tocou-a sem nenhuma barreira, os olhos.  



Bellatrix sabia o quão absurdamente molhada já estava, mesmo com tão pouco, a atmosfera de tudo aquilo trazendo à realidade todas as suas fantasias mais ocultas, mas ver a mudança no olhar dele ao perceber aquele detalhe fizera com que ela deixasse de se importar em ser uma pessoa controlada e jogasse a cabeça para trás, os olhos firmemente fechados para que ela aproveitasse cada sensação, ainda mais aprimoradas pela falta de visão, e para que, se fosse sincera, pudesse se poupar da vergonha de gozar antes mesmo das coisas de fato começarem. Por Merlin, ele não havia feito nada, além de provocá-la e tocar uma ou duas zonas erógenas, e ela não era uma adolescente. O sorriso dele, contra a sensível pele de sua virilha, aumentou, e ela o xingou mentalmente, o que foi respondido com uma mordida deliciosamente dolorida.



Voldemort era em situações como aquela, em contraste a seu eu de sempre tão polido e controlado na vida, um poço de intensidade, levado em geral por todos os instintos que gostava de suprimir, e fora exatamente o olhar predatório que ele lhe dera ao perceber que sua excitação já praticamente escorria por suas coxas ao mínimo toque que a fizera deixar de encará-lo, e trouxera o outro lado dele que lhe excitava mais do que devia, o maldito bastardo convencido que adorava brincar com ela. Ele já havia deixado claro, desde o começo, que faria aquilo, e que ela adoraria, mas a partir dali, ela sabia que ele faria questão de mostrar pra ela a cada segundo que tudo o que ela estava sentindo era culpa dele, porque ele queria, e porque era incrivelmente bom em tudo o que fazia. Maldito homem e seus poderes de ler cada desejo íntimo, de maneiras que ninguém mais poderia. Ela também era boa até demais em enlouquecê-lo, mas tivera muito mais trabalho para adquirir aquelas habilidades. Injusto, mas inebriante.



Mais uma mordida, um pouco mais para dentro, fez com que ela abrisse os olhos e o encarasse novamente, e a resposta dele fora um beijo bastante minucioso no mesmo local da mordida, e que seus dedos, que estavam parados no mesmo lugar sem que ela percebesse, se movessem novamente, acariciando meticulosamente cada canto e curva, sem nunca tocar o ponto que ela mais queria que ele tocasse, e que clamava por atenção. O filho da puta queria que ela olhasse, era claro, não seria diferente, ele queria ver reação por reação dela, antes, durante, e principalmente, depois de se perder entre as pernas dela e, principalmente, assistir de camarote à tensão que subia nela a cada segundo em que ele passava sem, finalmente, colocar aquela boca, que ela sabia ser tão competente, a serviço de entorpece-la. E o que Voldemort queria, ele teria, mas… Agora, ela era a Rainha dele e isso lhe dava o direito de, se ele estava brincando com fogo com tanta leviandade, de fazê-lo queimar na exata mesma intensidade em que ele a queimava. E o que a Rainha da Inglaterra queria, ela teria. E eles tinham a noite toda.



- Repete… - ele sussurrou, tão baixo que Bellatrix não tinha certeza se ele havia utilizado a própria voz ou a mente.



A bruxa engoliu seco e franziu o cenho, a respiração tornando-se ainda mais errática com a constatação de que ele havia parado a mão novamente. Oh, então ele de fato faria com que ela implorasse, mas de uma maneira não convencional daquela vez. Ele queria ouvi-la dizer, mais uma vez, mas daquela vez aos pés dela, pronto para adorá-la. E ele não precisaria pedir duas vezes.



- A Rainha da Inglaterra, - ela repetiu, limpando a garganta e tentando concentrar-se, apesar da enxurrada de hormônios e sensações ainda percorrendo seu corpo, sem contar as novas que surgiam com essa declaração. - e da Escócia, Gales, Irlanda, França, Albânia, e Bulgária… por enquanto.



- Não… - ele negou com a cabeça, e ela franziu o cenho. Ela havia esquecido de algum? Não, ela tinha citado todos os sete, tinha certeza. - Sabe muito bem que eu não quis dizer isso… - ele completou, e Bellatrix pareceu ainda mais confusa, até que percebeu onde havia errado. Era evidente, fazia parte da coisa toda, da necessidade que ele tinha de afirmação, depois de tudo o que acontecera, e da possessividade que sempre tivera em relação a ele. Voldemort queria ouvi-la dizer, com todas as palavras, o que nunca deixara de ser verdade, mas que ele jamais enjoaria de escutar e, na mesma intensidade, ela de dizer.



- Sua rainha. - Bellatrix sussurrou, a voz baixa e mais controlada do que achou que seria capaz. - Sua. - seus olhos se mantiveram focados nos dele, mesmo depois que ele sorriu e abaixou a cabeça, para finalmente tocá-la com a boca, provocando-a primeiramente somente na parte mais externa, beijando ao redor de seus lábios, seu monte de vênus, tomando todo o tempo e cuidado que precisava para cobrir cada espaço, observando como os olhos dela tremiam, querendo se fechar, enquanto ela sorria, aproveitando cada sensação, se preparando para o que ainda estava por vir.



Naquela proximidade, ela era ainda mais inebriante e afrodisíaca do que ele se lembrava e do que, imaginava, que era para ele. A umidade entre seus dedos, o calor e aroma que emanavam dela, a imensa vontade que ele tinha de tomá-la de vez por entre seus lábios, em sua língua, deliciar-se mais uma vez no sabor dela desde que a sentara ali, eram quase suficientes para fazê-lo se apressar, mas ele fazia questão de fazer aquilo da forma correta, de venerá-la da maneira que ela merecia, de dar-lhe um orgasmo para ser lembrado. Contudo, quando finalmente ele havia coberto toda a parte externa com seus lábios e dentes, deleitando-se com a impaciencia misturada com excitação de sua rainha, ele cedeu, e deixou sua lingua vaguear por entre os lábios dela, lentamente aproveitando seu caminho, provando de seu gosto novamente aos poucos, assistindo-a segurar a respiração e soltá-la rapidamente quando ele esbarrou em seu clitóris, de maneira rápida, sem dar-lhe muita atenção à princípio, e gemer quase sem som, antes de voltar a morder os lábios com força para conseguir manter os olhos abertos. Ela havia entendido que ele queria olhar nos olhos dela, lascivamente negros de excitação desde que ele a sentara ali, até o final, mas a ideia de que ela não conseguiria manter o contato visual por muito tempo o alucinava, enviando ondas de prazer direto para sua própria virilha. Voldemort sabia que seria muito mais confortável abrir as malditas calças, mas ele deixaria Bellatrix ter a honra, mais tarde, de ser a pessoa a livrá-lo daquele martírio, como ela sempre adorara fazer.



Os lábios dela tremeram quando decidiu dar mais atenção ao já inchado e tão tenso clitóris dela, primeiro tomando-o entre os lábios, deixando a língua tocá-lo de vez em quando, a umidade de sua boca em união com a natural dela lubrificando seus esforços, e fazendo com que Bellatrix fosse ainda mais vocal em seu arrebatamento. Quando seus dedos, tão ociosos antes, passaram a brincar com a entrada dela, em perfeita coordenação com seus lábios e língua, agora muito mais ativa e diligente, Bellatrix pela primeira vez, gemeu alto, de forma longa e duradora, soando quase desesperada, e ele sorriu, deixando os dentes roçarem somente o suficiente para parar entre o ponto de prazer e dor, enquanto o som do prazer dela ecoava pela câmara fechava como música para seus ouvidos. Oh, ele mal podia esperar por quando ela finalmente tivesse o primeiro orgasmo, e todos os outros que pretendia lhe proporcionar naquela noite, quando os sons saíssem dos lábios dela quase como uma oração e a câmara o lembrasse daquilo por longos e formidáveis segundos.



Bellatrix agarrou com ainda mais força o vestido arruinado abaixo de seu corpo, os olhos lacrimejando, fosse pela dificuldade de mantê-los abertos em uma situação em que ela mal conseguia ver corretamente, ou pela cruel maneira como abusava de seu lábio inferior com os dentes para suprimir todos os sons que ela sabia que ele queria ouvir, mas ela tinha que segurar algo para o final, não era mesmo? Mas assim que ele começou a tocá-la, ao mesmo tempo em que trabalhava tão cuidadosamente ao redor de seu ponto mais sensível, contornando-o com a língua com e sem intensidade, pressionando-o com mais ou menos força, alternadamente, enquanto seus dedos brincavam ao redor de sua entrada e entre seus lábios, fazendo-a ansiar por mais, mesmo que o trabalho de sua língua estivesse sendo impecável.



Em algum momento, a boca dele se fechou completamente ao redor de seu clitóris, alternando lambidas demoradas e rápidas, com breves momentos de sucção, que ela só podia desejar que fossem mais longos e, quando ele finalmente se resumiu a chupar aquele ponto, com força e precisão, trazendo todo o sangue para a superfície de um lugar tão naturalmente sensível, e a penetrou com dois dedos, curvando-os para tocar o lugar milimetricamente perfeito,  ela pulou no mesmo lugar, torcendo o tecido em suas mãos e forçando a perna contra o ombro de Voldemort, trazendo-o ainda para mais perto. Uma de suas mãos não resistiu a agarrar ao cabelo dele, que sorriu contra sua pele e, novamente, deixou-se usar os dentes daquele jeito que só ele sabia, e a fez gemer novamente, e piscar os olhos diversas vezes. Os dois dedos se tornaram três, e se movimentaram, estabelecendo um ritmo alinhado com sua língua, que retornara a trabalhar seus lábios e clitóris, às vezes passando ao redor de sua entrada, por cima dos próprios dedos, e em umas dessas oportunidades, ele precisou provocá-la.



- Eu tinha me esquecido do quão fascinante era o seu gosto, - ele comentou, um grunhido deixando sua garganta, quando comentário fez com que suas paredes se contraissem contra os dedos sempre ocupados dele,



- Duvido, - ela revidou, sentindo seu corpo inteiro alerta, a pressão em seu ventre parecendo já que ia fazê-la explodir, seu rosto quente, quase febril e, provavelmente rubro como os lábios que insistira por tanto tempo em morder, antes que se orgulhasse de cada gemido, da mínima mudança que causava nas ministrações dele, tão responsivo ao prazer da mulher acima de si.



A fria pedra em suas costas causava um choque térmico em relação a seu corpo febril, o que somente a deixava ainda mais sensível. Ela demorou a perceber como a Câmara Secreta era fria, principalmente em pleno Outubro, mas ela sentia apenas calor, mais do que sentia-se capaz de controlar, suor deixando sua pele salgada e brilhante. Seu pé livre, próximo ao joelho de Voldemort, moveu-se um pouco para cima, pegando o Lorde de surpresa quando tocou a ereção dele, que já forçava-se contra o tecido das calças. Voldemort gemeu em resposta, mas sem pausar seus dedos, por mais que sua boca tivesse-a abandonado por um tempo. Ele curvou os dedos ainda mais, em retaliação, e ela gritou, os sons de ambos se misturando no tão erótico eco da câmara.



- Aposto que ficou noites e mais noites ansiando por isso, lembrando do meu gosto, do meu cheiro, desejando poder me devorar, como antes. - ela disse, com toda a força que pode encontrar, e moveu o pé contra a ereção dele, conseguindo mais um despudorado gemido de seu Lorde e rei, que parecia muito menos composto do qualquer monarca devia, exatamente como devia estar na presença dela. Senti-lo já tão duro abaixo de seus pés fez com que ela lambesse os lábios, sua garganta secando imediatamente.



Voldemort sorriu, e assentiu, ali estava a rainha da Inglaterra, lutando por algum controle, por mais que adorasse no fundo de sua alma ser dominada por ele. O orgasmo estava próximo, ele a conhecia o suficiente para tal, mas ele não pretendia dar tudo o que ela queria de uma vez, por mais que um de seus instintos mais profundos ultimamente fosse o desejo de dar-lhe o mundo inteiro. - Assim como você, minha cara, se eu for julgar pela forma como você está salivando agora mesmo, somente com a ideia de retribuir o favor… - ele brincou com o clitóris dela, usando a língua, mais uma vez, e ela gemeu alto, as pernas tremendo, e a forma como o som se propagou mudou a respiração do bruxo contra a própria vontade. - Calma, minha cara, cada coisa a seu tempo… - ele sentiu um arrepio subir por suas costas, ao imaginar-se na boca dela, mas como ele mesmo tinha dito, era a vez dela, ou quase.  - Agora, imagino que tudo o que você realmente quer é que eu volte a cuidar de você, não é?



Bellatrix somente gemeu em resposta, o corpo tremendo, mas sem nunca deixar o contato visual, seguindo o contrato silencioso que eles haviam feito, por mais próxima do orgasmo que pudesse estar e, quando sua língua voltou a acariciar o clitóris e os lábios dela, com o mesmo capricho de antes, seus dedos mudando de ângulo dentro dela, ela puxou seus cabelos com força e suas costas se arquearam violentamente, ele soube que era a hora de parar. Para desespero dela, que arfava pesadamente, e o encarou no mais profundo horror, quando ele removeu os dedos completamente, e afastou o rosto do corpo dela, lascivamente lambendo os próprios dedos.



- Como eu disse antes, - Voldemort beijou a coxa dela, que soluçou em resposta, sem mais vergonha de expor o próprio desespero. - tudo a seu tempo.



Voldemort subitamente se levantou, e a examinou de cima a baixo. Bellatrix estava uma visão, para dizer o mínimo, completamente bagunçada, brilhante pelo suor, mas ele não deixaria que ela tivesse o primeiro orgasmo causado por ele em tanto tempo, ainda tão vestida. Era um desperdício.



- Eu devia ter imaginado, - Bellatrix respondeu, quase soando amarga, se não fossem todas as camadas de luxúria que sua voz carregava, grave, pesada, próxima de rouca. - Que ia me torturar mais…



- Não é tortura, minha Bella, - Voldemort se inclinou para tomar os lábios dela rapidamente, deixando-a antes que tivesse o tempo de retribuir. - quando você vai absolutamente adorar. Tenha paciência, querida… - as mãos dele passaram por trás dela, e acharam o fecho do sutiã, somente para desfazê-lo, e ele se afastou para admirá-la. Mentalmente, Voldemort agradeceu Bellatrix por ter aberto parte de sua camisa antes, ou teria sentido-se sufocado. A vontade que tinha ao vê-la daquela forma, coberta apenas, e muito mal, pelo minúsculo pedaço de renda que era sua calcinha, ofegante, vermelha em todas as partes certas, com cada poro de seu corpo ainda visivelmente arrepiado, os mamilos rígidos o bastante para parecer doloroso, e os olhos e boca semi abertos, com a mente implorando por mais, pelo orgasmo tão antecipado, construído e que ele negara, era de cair novamente de joelhos e tornar todos os desejos dela realidade, mas, o fato era: ela havia negado-lhe por meses, ela era capaz de esperar um pouco mais.



- Talvez, - ele deixou o terno cair no chão, e dobrou as mangas da camisa, sem deixar de apreciar a imagem a sua frente. - Se você não tivesse sido tão difícil e teimosa, não estaria passando por isso. - Voldemort segurou o rosto dela com uma mão, inclinando-se para beijá-la novamente, deixando sua outra mão tomar um dos seios dela com voracidade, concentrando-se no tenso mamilo, até que ela gemesse contra seus lábios.



A mulher fechou as pernas contra seu quadril, trazendo-o para si e esfregando-se contra sua ereção, no mesmo ritmo em que o beijava, provando de seu próprio gosto, e manchando a frente das calças do Lorde com uma mistura de sua excitação e da própria saliva dele. Involuntariamente, ele gemeu em resposta, impressionado com como ela era imensamente esperta. Ele negava, então ela buscava o próprio prazer ao provocá-lo, mas não por muito tempo. Suas mãos foram para o quadril dela, forçando-o para longe dele, e ela gemeu em reprovação quando ele partiu o beijo.



- Seu filho de uma---



- Eu disse paciência, você me ensinou essa virtude, e pretendo passar o conhecimento, nada mais justo. - os dedos dele tocaram-na novamente, se movimentando com precisão entre seus lábios, até que ela voltasse a gemer e arfar, a cabeça jogada para trás e os olhos fechados.



Voldemort aproveitou-se da situação para adicionar ainda mais marcas ao pescoço exposto de Bellatrix, que já estava de novo deliciosamente incoerente, descendo para seu ombro, deixando para trás uma trilha vermelha entre as marcas já quase roxas de mais cedo, e parando somente ao chegar ao seio dela. Ao tomar o mamilo entre seus lábios, ela se agarrou a seus cabelos, puxando sem misericórdia à medida em que ele sugava e mordiscava o sensível local. Mentalmente, ela alternava entre xingá-lo e elogiá-lo por ser tão bom naquilo. “Maldita Legilimência”, ela pensara em algum momento, o que fizera somente com que ele aumentasse o ritmo e pressão de seus dedos contra o clitóris dela, e mordesse seu mamilo com ainda mais força, puxando-o levemente, o suficiente para fazê-la soluçar sem doer de fato.



O próximo pensamento dela quase o fez desistir de seu plano, mas ele era mais decidido do que aquilo, e seguiria com tudo. Seus dedos deixaram o clitóris dela para penetrá-la novamente, arrancando mais um alto som dos lábios dela, e seu polegar assumiu a missão de continuar atiçá-la naquela região, enquanto as estocadas de seus dedos, muito mais fortes e certeiras do que haviam sido mais cedo, a levavam mais uma vez a caminho do orgasmo. Era interessante o efeito que um orgasmo negado causava, pois ela chegou tão rapidamente perigosamente perto do próximo, que ele quis dar risada da facilidade de sua missão. Ao parar novamente, ele podia jurar que ouviu-a choramingar, ao bater a cabeça repetidas vezes contra a estátua, seu corpo cansado e implorando por alívio.



“Por Merlin, eu amo esse homem”, fora o último pensamento dela, antes que ele a penetrasse com os dedos mais um vez, e a levasse a mais uma quase orgasmo. No momento em que ele parou e, pela segunda vez, a deixou apenas desejando o clímax, esse pensamento mudou para “Por Merlin, eu odeio esse homem”, por mais que soubesse que não era verdade. Ela não precisava abrir os olhos para saber que ele sorria na direção dela, com todo o convencimento de alguém que estava tendo muito sucesso em tirá-la do eixo. Os lábios dele em seu seio foram substituídos pelas mãos, que acariciavam levemente, somente o suficiente para mantê-la ainda excitada, desperta, com tudo à flor da pele.



- O que você quer? - ela perguntou. - Vai mesmo me fazer implorar?



- Não… - Voldemort respondeu, se inclinando até que seus lábios estivessem contra a orelha dela. - É só que… Achou mesmo que eu ia deixar que você gozasse, pela primeira vez em tanto tempo, de forma rápida e simples, nos meus dedos? Ah, não, minha cara, por mais delicioso que possa ser lambê-los depois, eu pretendo estar bem mais próximo quando isso acontecer. - as palavras dele foram suficientes para que ela reprimisse um gemido e se agarasse a ele e, quando ele caiu de joelhos de novo, se posicionando sem cerimônia entre suas pernas, segurando com força suas coxas, enquanto voltava a chupá-la, sem nenhuma restrição, com toda a ânsia de quem pareceria precisar daquilo para sobreviver, ela teve a certeza de que aquele joguinho valera a pena, e que se tivesse tido que implorar, o teria feito com prazer.



Prazer era a palavra. Com o fervor de Voldemort ao saboreá-la, utilizando-se de todo o talento e experiência, além de meses e, horas naquele dia, de antecipação causada aos dois, Bellatrix se orgulhava de pensar que não seria capaz de durar muito tempo. Seu rosto já estava dormente, e as juntas de seus dedos brancas de segurar-se ao cabelo dele e à pedra. Aquela incrivel pressão já se construía em seu ventre, espalhando-se pelo corpo inteiro com uma rapidez que teria a impressionado se não fosse o histórico. Seus lábios soltavam sons altos e incoerentes, que encham o lugar, e apenas eram usados por ele como incentivo para aumentar suas ministrações e a força com que se agarrava às coxas dela e a puxava para baixo, impedindo-a de se mover mesmo que, inconscientemente, seu corpo tremesse e ela não mais pudesse ficar quieta. Quando se aproximou do ponto onde ele a deixara nas últimas duas vezes, Bellatrix temeu que ele mais uma vez parasse, mas ao perceber que ele continuaria ela não pôde evitar que o alívio deixasse de tomar conta de seu corpo, e permitiu que seu corpo relaxasse em meio à tensão.



A língua de Voldemort passou a se mover com ainda mais intensidade, até que ele tivesse dificuldade de manter Bellatrix parada no mesmo lugar, o que o fez sorrir, e voltar a sugar o clitóris dela, ouvindo-a choramingar mais alto, perto demais do orgasmo para se importar com o volume dos sons que fazia, ou qualquer outra coisa. Ela estava tão próxima que ele podia já sentir o gosto em sua boca do que estava por vir e um aumento muito pequeno na força com que sugava foi o suficiente para que ela finalmente chegasse ao tão esperado clímax, agarrando-se dolorosamente aos cabelos dele, suas costas se arqueando tão violentamente quanto suas pernas tremiam, e ele teve que marcar suas coxas para mantê-la sentada. De onde estava, ele pode ver como o tremor das pernas da bruxa espalhou-se pelo corpo dela, tomando conta de cada centímetro, enquanto a câmara era preenchida pelo alto e despudorado som que escapara da garganta de Bellatrix, cujos olhos estavam firmemente fechados.



Com cuidado, ele mais uma vez lambeu toda a extensão dela, saboreando o prazer dela, e Bellatrix tremeu-se inteira mais uma vez, antes de relaxar por completo, os efeitos do orgasmo ainda tomando seu corpo por diversos segundos, como ele pode notar ao mover suas mãos nas coxas dela ao levantar: o mínimo toque era o suficiente para fazê-la vibrar, e ele podia ver de longe que ela estava sem condições ainda de se mover, as pernas pendendo sem força. Ele não podia negar que se sentir orgulhoso de deixá-la naquele estado, e grato de poder fazê-lo novamente.



- É um prazer servi-la, majestade. - ele comentou, e se inclinou para beijá-la. Apesar de ainda fraca, Bellatrix retribuiu o beijo com a mesma vontade que ele demonstrara, suas mãos brincando com o cós da calça dele, roçando por cima de sua ereção sempre que podia, os olhos ainda fechados.



Quando eles se afastaram, e ele viu os olhos dela, o verde quase não podia ser visto, e ela sorriu para ele, toda a malícia que ela podia acumular presente naquele sorriso, e ela desfez o cós da calça, finalmente libertando a ereção dele. O toque dela foi o suficiente para que ele socasse a estátua ao lado dela, e tivesse a certeza de que o pequeno joguinho com Bellatrix cobrara seu preço com ele também. Ele estava sensível demais, e qualquer mínimo toque o levava ao limite, e ele precisava estar dentro dela logo.



- Não se esqueça que servir sempre foi a minha especialidade, - Bellatrix desceu da estátua e fez menção de se colocar de joelhos, a boca salivando com a ideia de tomá-lo por entre os lábios depois de tanto tempo, mas foi impedida por Voldemort, que a colocou de volta sentada na estátua mais uma vez com violência e, antes que ela pudesse entender o que estava acontecendo, ele se pronunciou.



- E teremos tempo para isso. - ele garantiu, a voz soando trêmula, e tirou a mão dela de sua ereção. - Mas eu não vou aguentar muito mais tempo e eu preciso…



- Me foder. - ela respondeu, direta e friamente, a malícia tomando conta de sua expressão, enquanto se ajustava na estátua, abrindo as pernas para que ele pudesse se encaixar. - Me possuir aqui e agora, e gozar dentro de mim enquanto eu grito seu nome, de novo, e de novo, e de novo… até que eu mesma não aguente. - nem mesmo ela sabia, ou pelo menos a mente dela não sabia, o que a levara a ser tão vocal e direta, mas ele não questionaria. Ele assentiu e se encaixou entre as pernas dela, posicionando seu membro contra a entrada dela. - Ótimo... Porque se tem um lugar em que eu o quero mais do que na minha boca, é dentro de mim. - ele não precisou de mais nenhum incentivo para penetrá-la em uma única estocada, gemendo junto com ela, que se segurou com todas as forças em seus ombros e tomou seus lábios em mais um longo e profundo beijo, seus dedos deixando fundas marcas de unhas nos ombros do Lorde, que em resposta enterrou seus dedos nas costelas dela.



Eles se mantiveram naquela posição, seus corpos se ajustando lentamente às novas sensações, acordando memórias musculares há muito adormecidas, por alguns segundos, por somente alguns segundos, agarrando-se um ao outro como se estivessem se ancorando à realidade, deixando-se acreditar que aquela situação era real, não mais uma criação de suas mentes. Quando ele quebrou o beijo para começar a se mover, a testa encostada à dela, foi quando eles realmente perceberam a intensidade de tudo aquilo, do quanto haviam desesperadamente precisado daquilo, um do outro, naqueles últimos meses. A forma como algo tão simples, quando eles não haviam nem mesmo começado a noite ainda, acendera cada fibra de seus seres, levando ambos quase ao limite, como se fossem adolescentes, era quase vergonhoso, mas compreensível.



Voldemort deixou os olhos se fecharem por um momento, os dedos ainda enterrados nas costelas dela, deixando-se envolver pelo calor dela, enquanto movia-se lentamente, saboreando cada segundo e milímetro, concentrando-se para não perder o controle antes mesmo de começar. O perfume dela, aos poucos misturando-se ao suor, era intoxicante, e sua familiaridade enlouquecedora. A cada movimento, os aromas, o calor do corpo dela, a forma como o tocava, os baixos sons que deixavam seus lábios toda vez que ele mudava o ângulo e acertava por um segundo premeditado o ponto que ela mais gostava, tudo o trazia de volta a um passado que reviveria por mil outras vidas, se pudesse. A grande verdade era que Bellatrix o tornava mais humano do que jamais quisera ser, e ao mesmo tempo o fazia saborear o prisma da imortalidade em todas as suas faces, com todos os seus deliciosos detalhes e peculiaridades. A diferença entre estar vivo e viver era ela, e para alguém imortal essa era uma enorme diferença.



As unhas da bruxa arruinaram o pescoço e os ombros dele, por dentro da camisa ainda semi aberta, de uma maneira que o faria sentir por dias - e ele a agradeceria por isso, no futuro, pela constante lembrança do que acontecera ali enquanto ele, com sorte, se recuperaria de novos vergões que ela sem dúvida faria questão de lhe causar.  Ele mal podia ver o verde nos olhos dela, mas os lábios, entreabertos para facilitar a respiração, estavam vermelhos, contrastando com a pele branca que também já apresentava um rubor incomum nela. Observar-la se deleitar em cada movimento, em cada mudança de ritmo ou pressão, era quase tão afrodisíaco e prazeroso quanto os estímulos que seu próprio corpo recebia pelo contato, e nessa observação ele chegou à frustrante conclusão de que ela ainda estava vestida demais, o sutiã de renda ainda cobrindo seus seios e, por mais belo que o decote formado por ele fosse, aquilo não era nada ideal. Ele sabia, no entanto, que teria muito tempo para resolver aquele pequeno contratempo.



Bellatrix não precisou de palavras ou de legilimência para entender o que se passava na cabeça de seu eterno Lorde, e atualmente rei, ao ver os olhos vermelhos caírem sobre o local onde a renda negra e sua pele se encontravam, e um sorriso tomou conta de seus lábios com a constatação de que eles pensavam a mesma coisa. Ela principalmente, pois ele estava praticamente vestido, o que francamente era extremamente injusto. As mãos dela deixaram para trás seu trabalho contra a pele pálida de Voldemort, e ela agarrou a frente da camisa dele, somente para forçá-la para longe de seu corpo, e Voldemort tirou as mãos do corpo dela apenas o suficiente para deixar o tecido cair no chão. Quando as mãos dele tocaram novamente sua pele quente, Bellatrix fechou os olhos com o arrepio que subiu por suas costas, seus dentes rapidamente forçando-se contra os próprios lábios já inchados, e ela jurou que pode sentir o membro dele pulsar dentro de si devido à contração involuntária que ela tivera. Que as reações dela o enfeitiçavam não era novidade, mas ela não conseguiu evitar uma pitada de orgulho que cresceu em seu peito, por  deixá-lo tão obviamente fora de si. E a estocada que veio logo em seguida, ainda mais certeira e firme do que as anteriores, tinha toda a habilidade necessária para acordar cada fibra de seu corpo e todo o vigor de um Voldemort que guardara meses de desejo e descontava tudo com maravilhosa intensidade nela. Oh, ela não reclamaria, e quase poderia admitir que aguardava ansiosa pelo desconforto que sentiria nos dias que viriam a seguir.



As marcas que suas unhas deixavam no pescoço dele, vergões profundos e com pequenos pontos carmesim que ela tinha certeza serem sangue, a deixavam muito mais orgulhosa do que ela devia, e dariam um enorme trabalho para serem explicados, mas ela não conseguia se importar o suficiente para se limitar a locais escondidos, à medida em que o ritmo criado por eles entrava na intensidade que havia se tornado uma segunda natureza, depois de duas décadas. E, julgando pela profunda mordida que ele lhe deu, logo abaixo de sua orelha, Voldemort também não se importava muito com possíveis explicações para essas marcas.



O peso do corpo dele sobre o seu, e a diferença de temperatura entre as peles, era quase reconfortante na mesma intensidade que era estimulante. Bellatrix sentia todos os nervos de seu corpo serem acendidos a cada toque, a cada movimento, e a pressão crescendo em seu ventre deixava a situação somente mais complicada. Ela quase agradecia pelo mármore em suas costas - ainda mais frio do que a pele dele, que parecia levemente mais aquecida do que o normal em contato com a sua.



- Para quem estava tão verbal há alguns minutos, - ele comentou, lábios contra a clavícula da bruxa, deixando uma mordida muito menos agressiva como lembrança, enquanto seu quadril ainda fazia um trabalho bastante memorável. Ela poderia, em qualquer outra situação, estapear o sorriso convencido que ele obviamente tinha... em qualquer outra situação. Bellatrix imaginara que ela teria um passe livre do convencimento devido aos meses separados, mas lembrando-se de que a separação fora iniciada por ela, talvez merecesse. - minha rainha parece estar muito mais reservada do que eu esperava. - ele tentava esconder a respiração ofegante, tentava.



- Não consigo imaginar o porquê… - Bellatrix respondeu, uma de suas pernas o puxando para ainda mais perto de si. - Talvez porque… - ela puxou-o pelos cabelos para encará-la. - Vossa Majestade tenha passado tanto tempo imaginando isso que está fazendo um trabalho bem decente para quem estava se afogando em antecipação.  A pergunta é: quanto tempo mais será que você aguenta, querido?



Bellatrix viu uma mudança discreta nos olhos dele com a provocação e, mesmo que ela soubesse que a teimosia dele poderia mantê-los ali literalmente por horas, a reação foi exatamente a que ela antecipara: o bruxo agarrou firmemente a coxa que ela mantinha em sua cintura e a movimentou um pouco, mudando o ângulo em que a penetrava, e aumentando a intensidade quase como uma punição à eterna insolência de sua mais leal seguidora e futura rainha. O impacto das costas de Bellatrix contra a cobra de mármore seria doloroso, se não fosse tão estupidamente incrível. Quem quer que dissera que a desobediência e insolência não são recompensadas, claramente não os conhecia. - Temos a noite toda, querida. - “mas seu corpo muito sensível já agraciado por um orgasmo é que não vai aguentar muito nesse ritmo”, ele nunca precisou completar, pelos menos não com palavras, mas a expressão no rosto dele a lembrou da existência de legilimência. Por um milésimo de segundo, ela odiou aquela habilidade, até voltar a amá-la quase imediatamente e mais uma vez fazer a câmara ecoar com o som que ela não teve a capacidade de segurar.  



Voldemort entendia o orgulho de sua quase rainha, querendo se poupar de gemer mais do que o estritamente necessário, ainda mais naquela situação em que ela finalmente havia cedido, mas ele não tinha a menor intenção de deixá-la manter aquele orgulho. A mente dela estava pensando em milhares de coisas ao mesmo tempo, tentando processar a sensação que cada nervo atiçado trazia, a eletricidade trazida de cada parte de seu corpo e concentrada em seu ventre, criando uma pressão quase inimaginável para qualquer um além dela. Por sorte, naquela situação ele tinha acesso irrestrito a tudo o que ela pensava e sentia. Aquilo por si só era mais estimulante do que qualquer coisa  considerada afrodisíaca que havia experimentado na vida, e discutivelmente tanto quanto o sexo em si.



Sua mão livre encontrou um dos seios dela, tocando a região sensível com uma delicadeza calculada, e imensamente contrastante com as estocadas fortes e precisas que jogavam Bellatrix contra a escultura, que ele sabia que a enlouquecia em todos os bons e maus sentidos. Ao mesmo tempo, seus lábios achavam o caminho para o outro seio, em uma trilha a partir da boca da bruxa, que havia acabado de tomar a sua pelo o que parecera um período muito curto.



Os lábios do bruxo tocaram o mamilo dela, quase de forma fantasmagórica tamanha a leveza, e ela deixou um gemido escapar quase em reclamação, quando ele se afastou somente o suficiente para que a temperatura de sua respiração ainda pudesse ser sentida na pele dela. Ele poderia, no fundo, admitir que assistir os mamilos dela enrijecerem tão de perto era quase divertido - ou vê-la se contorcer era.



Voldemort também admitiria que estava escondendo muito bem os próprios pensamentos no fundo de sua mente, assim como as sensações que o contato tão esperado com o corpo dela causavam nele, pois senão ela estaria certa e ele não ia aguentar. E naquilo, ele não a deixaria estar certa. Ele bem sabia que com toda a situação ele já duraria menos do que o comum, então precisava desviar os próprios pensamentos, mas as contrações que ela estava tendo ou voluntariamente criando como um tipo de vingança estavam dificultando aquele objetivo. Queria fazê-la gemer, ela retornava o favor, e ele até se irritaria, se os lábios dela não fossem tão chamativos.



Ele usou a mão que estava no seio dela para abraçá-la pela cintura, puxando-a para uma posição sentada e segurando-a ali, pois, se ela conseguia ficar calada, seu corpo com certeza não conseguia se sustentar sozinho. Novamente, ele teria sorrido ou feito um comentário convencido, se a língua daquela mulher mais uma vez não estivesse o distraindo tanto. Voldemort não sabia exatamente em que momento os lábios dele tocaram os dela, mas também não se importava.  



Sua outra mão estava segurando a coxa dela há tanto tempo na mesma posição, e a pele ali era tão macia, que ele tinha certeza que seus dedos estavam marcados em meio à palidez dela, e ele não conseguia deixar de gostar do prospecto. Foi o gemido que ela deu, em meio ao beijo, que fez com que ele percebesse que fora ela quem o beijara, libertando-se de seu próprio orgulho para deixar-se ser o quão vocal precisasse, desde que esses sons fossem misturados aos beijos dele. Mais uma vez, ele não via porque discordar; mesmo porque, a julgar pela pressão que ele sentia em volta de seu membro, e pela forma como ela usava a pouca força que tinha para mover os quadris contra os dele de forma quase violenta, aquela decisão fora mais instintiva do que racional. Ela estava deliciosamente perto, seus pensamentos fora de ordem e sem fazer o menor sentido mais, e controlar-se em meio aquela realidade era difícil até mesmo para o rei do controle que ele era.



Não foi surpreendente a forma como ela sorriu, quando ele mesmo se libertou do próprio orgulho estúpido e deixou-se gemer contra os lábios dela, arfando livremente à medida em que seu corpo implorava para que ele deixasse de se controlar. - É estúpida… - ele comentou, em meio aos beijos e sons que ambos deixavam-se fazer. - Essa nossa mania de competir quem é o mais controlado, ou forte… - Voldemort confessou e ela assentiu, passando para o pescoço dele, deixando suas próprias marcas na região, e agarrando-se a ele com toda a força que tinha, seus gemidos contra a pele dele quase desesperados. - Pensei que a noite de hoje era sobre nós dois como iguais, então… pra que nos perdermos numa competição por orgulho? - ele finalmente tirou a mão da coxa de Bellatrix e puxou-a pelo cabelo para que o olhasse nos olhos, quando mais uma vez mudou a intensidade e ritmo das estocadas, segurando-a firmemente pela cintura para mantê-la no lugar apesar disso. Os olhos da bruxa fecharam-se instintivamente, e ela deixou-se gemer sem pudor algum, seu corpo inteiro tremendo e clamando pelo orgasmo que estava a segundos apenas de si. - Olha pra mim. - o tom dele foi firme, o mesmo que ele usava em reuniões, e ela não teve coragem nem de esconder o quanto aquilo a excitava. - Eu quero que você goze olhando pra pessoa responsável por isso. - era uma ordem, e a forma como aquilo ainda a enlouquecia era duplamente erótica para ele.



- O mesmo vale pra você… - ela conseguiu dizer, encostando sua testa à dele, para aproveitar o que ela sabia serem os últimos movimentos que fariam, pelo menos por algum tempo. Seu coração palpitava, e ela já podia sentir o orgasmo tomar conta de si. - Eu quero que olhe pra mim quando gozar no segundo em que eu fizer o mesmo, porque, agradeço o cavalheirismo, mas eu sei que se segurar até agora está tomando toda a sua força. - a estocada seguinte foi quase dolorosa de tão forte, mas o quase era o que fazia a diferença. Bellatrix tinha certeza absoluta que ela tinha severos hematomas nas costelas, mas ela não conseguiu pensar muito nisso quando ele aumentou o ritmo para o máximo que qualquer um dos dois conseguia suportar naquele segundo, e ela soube que as provocações haviam acabado, ele manteria aquilo até ela gozar e, por Merlin, naquele ângulo aquilo não ia demorar.



Voldemort queria fazê-la gritar, e ouvir os gemidos roucos do próprio só provavam que ele ia conseguir, mas a verdade era que ela mal tinha forças pra gemer por mais que quisesse gritar. Ela estava se afogando no próprio orgasmo que começava a aparecer, enquanto ela chegava próxima ao clímax rápido demais. A sensação era quase demais para ela, e Bellatrix conseguia sentir que o machucava se agarrando a seus ombros, mas não conseguia se controlar, não mais. Os sons roucos que deixavam os lábios dos dois já se misturavam na câmara secreta, e ela era incapaz de sentir frio, ou de olhar para qualquer coisa que não fosse ele. Ela fez menção de dizer alguma coisa, mas a forma como ele se agarrou à nuca dela deu-lhe todas as respostas que ela precisava, e ela deixou-se tomar pelo segundo orgasmo da noite, sentindo-o seguir-lhe no mesmo segundo, assim como ela previra. Talvez ela tivesse gemido alto, e provavelmente ele também, pois a Câmara fez-lhe o favor de ecoar até o momento em que as pernas dela pararam de tremer, e as dele perderam as forças. Ela não sabia como ela fora parar no chão com ele, ou como a capa dele fora parar debaixo deles, mas no estado em que ela estava, só sabia agradecer.



Deitada por cima dele, Bellatrix precisou beijá-lo, uma necessidade tão intensa como não sentira em muito tempo, como se agarrar-se e perder-se nele fosse a única coisa que poderia mantê-la viva naquele estado de êxtase após sexo em que ambos se encontravam; o fato de que ele correspondeu, rolando por cima dela para beijá-la profundamente, com forças que ela não sabia de onde vinha, consumiu-a com uma felicidade que ela podia ter certeza de que nunca sentira.



- Eu quero ouvir… - ela comentou, olhando para cima para encontrar os olhos vermelhos, enquanto ele tirava mechas do cabelo dela que estavam coladas ao suor de seu rosto. - Sei que pretende provar e eu também quero isso, mas preciso ouvir…  ouvir querendo acreditar, sem pensar que está usando isso pra me manipular.



A expressão dele tornou-se séria e sua mão tocou a lateral do rosto ainda corado da bruxa, e Voldemort assentiu, lambendo os lábios. Ele pensou em fazer alguma brincadeira sobre como ela estava proibida de fugir, mas não era o momento. - Eu te amo. - ele engoliu seco. - Isso vai contra tudo o que eu pensei que jamais aconteceria em minha vida, e é quase uma piada sem graça da vida, mas é a verdade. Eu te amo de formas que eu não consigo descrever, e que me destroem aos poucos, mas…



- Mas…?



- Se ser destruído por dentro de vez em quando é o preço que eu tiver que pagar por isso, pela forma como eu me sinto agora, vale a pena.



- A forma como se sente agora…? - ela mordeu o lábio inferior e o encarou de forma menos séria, desenhando formas no peito do bruxo.



- Realizado, inteiro, como não havia em muito tempo… Vivo. E eu sei que você sabe do que eu estou falando. - os dedos das mãos deles se entrelaçaram em algum momento, e ela riu. - Eu leio sua mente, não se esqueça.



- Eu te amar insanamente não é novidade, já você… eu vou querer ouvir muito ainda antes de me sentir satisfeita. - foi a vez de Voldemort de rir um pouco, e ele assentiu com uma expressão leve.



- Como quiser, majestade. Eu te amo, Bellatrix Lestrange, e devia ter admitido antes. - ele a beijou rapidamente. - Porque eu e você sabemos que isso é verdade faz muito tempo...



- E por Slytherin eu achei que não podia te amar mais… - ela deu de ombros. - E aqui estamos, provando que o impossível é uma ilusão. - o beijo que seguiu foi lento, tranquilo, permitindo que eles lentamente se intoxicassem com a presença do outro, aproveitassem tudo o que se negaram por meses.



 



Era difícil dizer como o tempo passava naquele lugar, sem acesso a janelas, ou relógios, ou qualquer coisa do tipo, mas eles quase desejavam que fosse verdade a impressão que tinham que o tempo havia parado. Naquele ponto, Voldemort estava sentado no chão - sua capa ainda servindo como uma manta entre eles e o chão frio - encostado à estátua de Salazar Slytherin, com Bellatrix sentada à sua frente, com as costas contra o peito dele. Seus braços estavam ao redor dela, e seu rosto encaixado no ombro da bruxa. Ele não precisava olhar para saber que os olhos dela estavam fechados, mas isso não mudava a preocupação que tomava conta dele. Com a proximidade, ele percebia que o corpo dela ainda estava febril e ele sabia que não era o sexo que a deixaria assim por tanto tempo.



- Bella…



- Se eu ouvir a palavra enfermaria, eu juro que---



- Tão óbvio assim? - ele beijou o pescoço dela, que deu de ombros.



- Você esqueceu de usar o filtro de falta de emoção na voz. - Bellatrix virou o rosto para encará-lo - Eu estou bem, e não pretendo que essa noite termine com uma rodada só. - a mão dela se encaixou entre os corpos deles, aventurando-se pela virilha dele, que fechou os olhos e respirou fundo para se controlar.



- E a segunda rodada precisa ser no chão de mármore? - Ele perguntou, sem muita seriedade na voz. - Eu não sei você, mas eu quero transformar essa noite em várias, e uma Bella morta invalida essa ideia, então eu pensei em continuar isso em uma cama, ou banheira, talvez… não sou tolo de pensar que consigo te arrastar de volta pra enfermaria, e nem quero que a noite termine aqui, mas podemos ter opções. - ele segurou a mão dela, que rolou os olhos.



- É uma pena você estar certo. - ela se levantou e estendeu a mão a Voldemort, que pegou-a somente para puxar a bruxa de volta ao chão. Bellatrix deu risada e o fitou confusa, somente para ter suas perguntas silenciosas respondidas com um beijo.



- Porque sexo na Câmara Secreta é a coisa mais excitante que já aconteceu na sua vida? - Voldemort provocou em meio ao beijo, e ela não se preocupou em parecer constrangida.



- Não. Porque sexo com o herdeiro de Salazar Slytherin na Câmara Secreta entra para a minha lista de ‘coisas a serem feitas antes de morrer’. - Bellatrix respondeu.



- Bom, - foi a vez dele se levantar e ajudá-la a fazer o mesmo. - A parte ‘herdeiro de Salazar Slytherin’  só nos diz que podemos fazer disso um hábito quando estivermos aqui, afinal ela sempre abrirá pra mim. - Voldemort pegou o vestido arruinado dela e negou com a cabeça.



- Talvez devessemos ter pensado nisso antes… - como ela já estava com as duas peças da lingerie, ele não sabia, mas foi melhor assim pois senão ele não sabia se teria continuado com a ideia de subirem para o quarto. Além disso, ele não se importaria de tirar tudo de novo. Entregou o vestido arruinado a ela, e cobriu-a com a capa.



- Sem problemas, só teremos que ser rápidos. Na verdade… - ele tirou a capa dela, que franziu o cenho, e tirou o vestido das mãos da bruxa, colocando-o de volta no corpo dela.



Bellatrix deu risada quando ele pegou a varinha para fechar com magia a frente do vestido arruinado. No passado, eles haviam conjurado roupas mais de uma vez em situações similares, e a familiaridade com o início de sua história aqueceu-lhe o coração com tamanho conforto que ela teria vergonha de admitir, se não fosse tão bom. Não que eles precisassem se esconder, não mais, mas a ideia de andar seminua por Hogwarts não era exatamente convidativa.



— Será o suficiente para chegarmos ao quarto, - ela comentou, enquanto ele colocava a capa nela novamente e começava a se vestir - apesar de parecer um imenso desperdício termos todo esse trabalho apenas para andarmos alguns metros e depois tirarmos tudo de novo…



Bellatrix observou-o enquanto se vestia rapidamente, e se aproximou do Lorde para ajudá-lo com a inútil gravata que tanto queria deixar no chão, mas ela bem sabia que aquela pausa não duraria muito. Em poucos minutos, eles estariam nos corredores vazios em direção ao quarto, de onde ela não pretendia sair até ser obrigada.



Ela foi pega de surpresa quando Voldemort pegou-a nos braços e se dirigiu para fora da câmara, apesar dos protestos dela para que a colocasse no chão - todos rebatidos com a explicação de que ela estava descalça e ainda não estava recuperada e que o ponto de subirem para o quarto era evitar que o estado de saúde dela se deteriorasse. Ao perceber que não ia ganhar aquela discussão, ela apenas se acomodou nos braços do bruxo e deixou a sensação de segurança e conforto tomar conta de seu corpo. A chance de alguém os encontrar no meio da noite era baixa demais, e por isso mesmo ela não perdeu a oportunidade de deixar mais algumas marcas no pescoço de Voldemort no caminho, afinal estava tão próximo e exposto, como ela podia resistir?



 



A atmosfera úmida e quente, causada pela fumaça colorida que saía da banheira, se misturava ao aroma dos diversos óleos que eram magicamente adicionados à água que parecia nunca perder a perfeita temperatura. No fundo da mente, qualquer um se perguntaria se aquele tipo de banho fora mesmo projetado para limpar alguém, mas para Voldemort e Bellatrix - juntos na suíte do quarto em que ele estava hospedado durante sua estadia em Hogwarts - a decisão de livrar-se da sujeira e cansaço de um dia tão difícil parecia levá-los pelo caminho oposto da limpeza. Alguém poderia argumentar que entrar na água juntos fora onde o erro acontecera, porém essa possibilidade não havia nem sequer passado pela cabeça de qualquer um dos dois.  



Naquele cômodo, localizado em algum lugar na na torre onde os quartos dos professores e funcionários ficavam, as janelas não mais mostravam imagens do céu fora do Castelo, e somente as marcas deixadas pelo vapor que condensava contra o vidro frio. Ninguém podia dizer a temperatura ao ar livre, tudo o que podia-se dizer é que estava frio, muito frio, o completo oposto da realidade em que eles se encontravam.



A alva e delicada pele dos braços e pescoço de Bellatrix estava rubra, não somente pela água escaldante em contato, ou pelas marcas que adquirira na Câmara Secreta, mas também pelas forma como os dedos e dentes de Voldemort haviam se concentrado naqueles já sensibilizados lugares nos poucos minutos em que estiveram dentro d’água juntos.



Caso fossem perguntados como haviam passado de uma Bellatrix sentada de costas para ele na banheira para a posição em que se encontravam, com ela sentada de no colo de Voldemort de frente para ele, eles diriam que foi apenas natural. Com tantos meses de separação e, especialmente, com as circunstâncias em que isso havia acontecido, não conseguiam manter-se com as mãos longe do outro por muito tempo.



- Será manhã logo. - Voldemort comentou contra a pele dos ombros dela, tão macia e cheirosa que ele sentia-se quase um criminoso em ter que levantar aquele assunto. - Imagino que tenha objeções em ficarmos presos aqui o dia todo… Então, qual o plano?



- Plano? - ela questionou, a mente um pouco desligada do assunto, devido à forma como os dedos dele se aventuravam entre suas pernas, acariciando com uma calma quase torturante, e com uma naturalidade desconcertante. Era como se nunca houvessem se separado. - Em relação a…?



- Nós… - as pontas do indicador e do dedo médio de Voldemort tocaram-a no clitóris, a perfumada água ajudando-os a deslizar suavemente, e Bellatrix jogou a cabeça para trás, expondo um pescoço que não foi poupado pelos lábios do bruxo, cujos dedos continuavam em sua tarefa de subir ainda mais a pulsação de uma bruxa que não mais segurava-se a orgulho e permitia-se gemer, ainda que discretamente. - Vamos simplesmente aparecer aos beijos no Salão Principal? Demosntrações públicas de afeto sempre foram nosso estilo, e sem dúvida seria um espetáculo, mas não sei se é exatamente apropriado para o Rei e futura Rainha da Inglaterra.  - a risada que seguiu aquela pergunta não foi somente devida ao comentário, mas também à mudança de pressão que ele aplicara.  



- Eu não pensei nisso, - Bellatrix fechou os olhos e arfou um pouco, as unhas cravadas nos braços dele, para então deixar sua cabeça pender para a frente, o queixo apoiando-se ao ombro de Voldemort. - e não sei até que ponto consigo pensar ou fazer planos muito bons agora... - foi a vez dele de rir e mudar a pressão de novo para arrancar mais um gemido, muito menos tímido, de sua rainha, ou, mais corretamente, futura rainha. - mas vou tentar.



Bellatrix deixou os lábios se encostarem contra a pele macia do ombro dele, um pouco menos pálida à luz de todas aquelas velas, e devido à temperatura da água. Algumas mechas de seu cabelo se soltaram do coque em que ela havia o colocado e grudaram-se ao corpo molhado dele, mas ela não conseguia se importar, os dedos talentosos dele eram distrações muito eficientes, e ela tinha uma teoria de que, presos ou não, aqueles cabelos não voltariam ao quarto secos.



- Nós resolvemos a questão do envenenamento. - Bellatrix respondeu, com toda a seriedade que conseguia coletar dentro de si em uma situação como aquela. - Encontramos o culpado...



- Potter. - os dedos dele ficaram tensos por um segundo, e dizer que o tom dele era ameaçador seria um eufemismo, contudo ele conseguiu se controlar em muito menos tempo do que ela imaginara e se dedicar novamente a atrapalhar o raciocínio da bruxa.



- Potter, sim. Precisamos provar que ele fez isso e lidar com ele. - Bellatrix concordou, sentindo o próprio ódio fazer seu sangue borbulhar. Que ele tivera o atrevimento de envenená-la dentro de Hogwarts, com Voldemort ali, era apenas mais uma prova de que paz era mais um dos eufemismos que todos eles usavam. E a imunidade de Potter era um problema. - Eu não poder machucá-lo é um problema, claro, mas ele tem entes queridos o suficiente. - ela agarrou-se com mais força a ele, impressionada com a própria capacidade de pensar, com a sombra do orgasmo que começava a se formar atrapalhando-a.



- Nada mais justo. - Voldemort deu de ombros, aumentando a intensidade de suas carícias, claramente focado em levá-la sem mais delongas ao orgasmo. Bellatrix mentalmente agradecia o fim da tortura, ao mesmo tempo em que se começava a se perguntar se o próprio corpo ia explodir por excesso de estímulo. No fundo, ela sabia que estava exagerando, mas tinha certeza que explodir de prazer seria um fim nada desagradável. - Ele quis me atingir tirando alguém que eu amo, não terei problema algum em retribuir o favor. A garota Weasley, por exemplo, aparentemente ficou noiva dele recentemente. Apropriado.



Bellatrix teria respondido, se seu corpo não estivesse ocupado demais agarrando-se a cada centímetro disponível para si do corpo de Voldemort, aproveitando-se da esmagadora força do orgasmo que a atingira, tirando o máximo que podia de cada milésimo de segundo que ele durava, sentindo a reação de Voldemort, por mais que não o pudesse ver - a forma como o corpo dele estava tenso embaixo do seu, provavelmente sorrindo orgulhoso de si mesmo, a mão livre firmada no pescoço dela, quase dolorosa, sem contar a nada tímida ereção que pressionava sua coxa. Ela não reclamaria, é claro, quando ele descontasse nela a excitação que seu orgasmo e a forma como a afetara trouxera a ele. Aquela parte quase degenerada de si mesma torcia para que o que acontecera naquela noite fosse difícil de esconder em público.



- Sempre tão exibicionista. - a língua de Voldemort deslizou obscenamente pelo ombro e clavícula dela, fazendo seu caminho provocante até os seios dela. Bellatrix admitiria que, no estado em que estava, não sabia como tivera forças para agarrar-se aos cabelos dele, forçando o rosto de Voldemort contra seu corpo, silenciosamente implorando para que ele não se atrevesse a parar. - Estamos em uma escola, não se esqueça, minha cara. Há crianças aqui.



- Eu não consigo me importar nem um pouco com isso. - Bellatrix respondeu, jogando a cabeça pra trás e gemendo da maneira mais despudorada e indecente que conseguia, quando a língua dele concentrou-se em seu seio, cobrindo seu mamilo dolorosamente rígido e circundando-o com uma lentidão descarada, saboreando cada centímetro dela, cada uma de suas ações e olhares mergulhados em uma volúpia que a fizera parar de respirar por alguns momentos. - E não é como se as crianças fossem se importar, já os adultos… adoraria o espetáculo de vê-los tentar disfarçar.



Os olhos de Voldemort buscaram os dela, a luxúria envolvendo-os como uma corrente da qual eles jamais queriam se soltar novamente. Com o mínimo movimento, Voldemort umedeceu os lábios e Bellatrix admitiria para si mesma que seu corpo repetiu o movimento, e não somente em sua boca. A umidade entre suas pernas, mais quente do que a água ao redor deles, aumentava exponencialmente a cada toque. Bruscamente, Voldemort agarrou-a pela cintura e a virou para que ficasse de costas para ele, ajoelhada na banheira. Ela não teve tempo de se ajustar à nova realidade antes que ele agarrasse seus dois pulsos e forçasse as mãos dela contra a borda da banheira, e ela nem pensou em discutir a ordem silenciosa e agarrou-se ao mármore. As costas e nádegas acima da água se arrepiaram com o frio e com a antecipação do que estava por vir.



Os pulsos dela latejaram ao serem soltos, as marcas vermelhas contrastando com a pele clara, e fazendo-a tremer ao saber que não sairiam tão cedo. Ela havia desejado marcas de guerra nos cantos mais perversos de sua mente, e ele estava respondendo à altura. As mãos de Voldemort posicionaram-se nos ombros dela, massageando o lugar brevemente, antes de descerem pelas costas da mulher, arrepiando o corpo dela por completo ao fazerem seu caminho até a lombar, curvando-se em seguida ao redor de suas nádegas. A forma como ele apertou a carne macia, ainda que firme, da região, fez com que ela gemesse mais alto do que queria. Ela ouviu uma risada suave e o olhou por cima do ombro, quase em repreensão. A forma como ela empinou os quadris na direção dele, contudo, contava uma história diferente.



Bellatrix nunca saberia dizer se o tapa que seguiu e a fez suspirar fora uma resposta ao olhar ou ao movimento, mas o som obsceno da mão dele contra a pele dela só não era melhor do que a sensação de ardência que o seguira. A boca dele seguiu a mão, beijando e mordendo a sensível região e deixando marcas das quais ela com certeza se orgulharia. As juntas dos dedos dela estavam ficando rígidas e pálidas devido à força que ela usava para agarrar-se à banheira. Ela esperava que mais um tapa estava por vir, quando os lábios dele deixaram sua pele, mas em vez disso ele a penetrou sem esperar mais nada, de uma vez, enterrando-se dentro dela em um único e firme movimento, suas mãos agarrando firmemente as laterais do quadril dela. O gemido que ela soltou teria feito-a se envergonhar, em outras situações, mas ali serviu apenas para que ele não demorasse em sair quase completamente de dentro dela e a penetrasse de novo, começando a estabelecer um ritmo muito menos comedido do que o que havia utilizado pouco tempo antes na Câmara. Ela não reclamaria, mesmo porque seria contraditório devido aos gemidos que ela se recusava a segurar, e a julgar pelos sons que ele também não se dava ao trabalho de esconder, ele menos ainda.



 



Estar novamente enterrado nela, sendo cercado pelo calor e umidade que vinha de dentro dela como nunca devia ter deixado de estar, naquela atmosfera ridiculamente sensual que eles haviam criado, era arrebatador para dizer o mínimo. Qualquer controle que ele tivera na Câmara Secreta, fora certamente pautado pela necessidade de aproveitar cada segundo e pela deliciosa brincadeira de poder e orguho que eles haviam tido, mas ouvi-la gemer tão livremente e forçar o corpo na direção do dele, implorando silenciosamente por mais, enquanto sua mente não conseguia pensar coerentemente e suas paredes pressionavam-se voluptuosamente contra seu membro, deixando-o a ponderar a violência com que fariam a mesma coisa quando ela não aguentasse mais e deixasse-se levar pelo o que seria o quarto orgasmo que ele lhe dera nas últimas horas. Aquele pensamento enviara seu sangue diretamente para seu membro, fazendo-o pulsar quase dolorosamente.



Dentro da mente da bruxa, ele podia ver que ela sentia os joelhos e mãos doerem e enfraquecerem com o empilhamento de sensações que cada nova estocada causava, e a forma como ela adorava aquela dor e exaustão tão características, e o incentivava silenciosamente a não se importar com o desconforto dela, a continuar, a levá-la novamente onde ambos queriam, era uma das razões pelas quais ele adorava aquela mulher e seu conforto com a própria libido. Em outras situações, ele a faria pedir em voz alta, mas ele estava mais interessado em se perder dentro dela e dar para si o clímax que tanto desejava.  



O próprio corpo estava em chamas e, mesmo assim, o de Bellatrix contrastava em tal temperatura que ele quase se preocupava que ela ainda estivesse de alguma forma febril, mas a julgar pela temperatura da água e pelo entusiasmo que ela demonstrava, ele duvidava. Uma de suas mãos deixou de causar hematomas no quadril dela, para descer e encontrar o clitóris entre as pernas dela. Voldemort poderia jurar que ouviu-a soluçar quase com sofreguidão, a necessidade de satisfazer os próprios desejos tirando qualquer resto de orgulho que ela tivesse. Se quisesse, ele podia fazê-la implorar por qualquer coisa, mas ele apenas continuou, os próprios anseios o dominando completamente.



Era quase irritante a forma como ele estava inebriado de desejo, com o corpo agindo praticamente por conta própria, entrando e saindo dela com toda a força e velocidade que conseguia juntar naquele ponto, mantendo o ritmo mais constante que podia, por mais que tudo o que quisesse fosse se libertar. Era a parte mais humana dele, que em momentos como aquele tomava conta, e tirava-o do controle. O Voldemort de anos antes se envergonharia daquele lado, mas ele era fascinante e prazeroso demais para ser deixado de lado.



A mão de Bellatrix o surpreendeu, tocando a sua embaixo d’água, gentilmente acompanhando os movimentos que ele fazia, até mesmo guiando-o em alguns momentos, provendo conjuntamente a destreza que um deles sozinho não teria mais, não àquela altura, quando ambos estavam já tão próximos ao orgasmo.



Ele não precisava de muito para saber que não conseguiria durar muito mais, o desejo e necessidade de deixar seu corpo se inebriar em mais um orgasmo tomando conta de si, e a resposta dela o tirando dos eixos. Ele a amava profundamente, e a presença e toque dela o intoxicavam. Mal sabia como ambos haviam sobrevivido todos aqueles meses separados, sem aquilo, e não havia possibilidade de que eles jamais encontrariam algo similar em outro lugar. Eles estavam ligados a um nível profundo demais, e toda vez que estavam juntos tão intimamente era uma experiência quase espiritual.



A pressão dela ao redor de si e a sensação da pele sedosa dela contra a sua criavam um ambiente do qual ele jamais queria sair. Se aquela era sua perdição, ele com gratidão a aceitaria, mas o que ambos sabiam era que eram a salvação do outro. A força motriz por detrás do poder do outro.



O som do prazer tomando corpo dela, que encheu o banheiro enquanto suas paredes se contraiam violentamente contra seu membro, foi o sinal que ele precisava para permitir a si mesmo a liberdade de fazer o mesmo, sentindo a eletricidade concentrada em uma pressão impossivelmente dolorosa em seu ventre ocupar todos os pedaços de seu corpo, enquanto ele se derramava dentro dela com ferocidade, a mão que ainda a segurava contra si deixando vergões profundos como lembrança.



Eles permaneceram em silêncio naquela mesma posição, o único som no banheiro sendo o das respirações desconcertadas deles se recuperando. Em contraste à brutalidade do momento anterior, Voldemort acariciou a lateral do corpo dela e beijou-lhe entre as escápulas, para sair de dentro dela e deixar-se cair a seu lado na banheira.



Bellatrix sentou-se novamente na banheira, aninhando-se nos braços dele com um sorriso persistente em seus lábios; seu rosto ainda estava corado, e ela levantou o rosto para beijá-lo suavemente nos lábios, o sorriso nunca deixando-a. A mão dele deixou-se perder nos cabelos dela, ainda que presos, e uma sensação de conforto tomou conta dele. Por Merlin, ele não queria ser obrigado a sair dali, mas não teriam muita opção quando a manhã viesse. O que não era tão problemático, porque ele sabia que iriam direto para a Mansão Slytherin, e ele se trancaria com ela no quarto e daria ordens para não serem incomodados por um longo tempo. Eles mereciam, e uma noite não seria o suficiente para tirar o tempo perdido. A sorte era que eles tinham literalmente todo o tempo do mundo.



 



Feitiços de conjuração não eram novidades para bruxos do calibre deles e, por isso, a questão do que vestir no lugar de seu vestido arruinado e sujo não devia ter sido algo difícil de se solucionar com magia. O que também não era difícil de se explicar era porque eles haviam escolhido uma solução muito mais simples, por mais momentânea que fosse.



Da cama, vestindo apenas uma calça de um tecido sedoso, ele a observava fechar uma das camisas que ele trouxera para a visita a Hogwarts, cobrindo um corpo completamente nu por baixo. O cabelo dela estava solto, levemente desarrumado e com alguns pontos ainda molhados da banheira, e ela não tinha mais maquiagem alguma no rosto - e, ainda sim, mais bela do que nunca. Ela sorria com a forma predatória como ele a observava, mesmo que ainda não tivesse condições de arrastá-la para a cama novamente. A julgar pela forma como ela fechava os botões lentamente, olhos focados nos dele, ela pretendia criar as condições para aquilo.



- Realmente parece que não descansaremos hoje, - ele bebericou do copo de uísque de fogo que tinha ao lado da cama. Como ele havia conseguido uma garrafa no quarto? Uma das vantagens de ser rei, ela imaginava. A ideia de tirar o sabor da bebida da língua dele a fez salivar. - por mais cansativo que seja nosso dia amanhã.



- Pretende mesmo ir dormir…? - Ela perguntou, com incredulidade na voz, e ele negou com a cabeça. - Bom, porque teremos a vida toda para descansar. Agora… sexo de reconciliação em Hogwarts? Poucas oportunidades.  



- Imaginava que havíamos passado a barreira do ‘sexo de reconciliação’ lá na Câmara, não? - ele bebeu mais, os olhos queimando o local onde o fim da camisa encontrava as coxas dela. Bellatrix deu de ombros, e negou com a cabeça.



- É sexo de reconciliação enquanto nós dois dissermos que é… - Bellatrix respondeu, levando as mãos aos cabelos com a intenção de prendê-los.



- Soltos. - foi uma ordem, que ela não ousou desobedecer, e levantou as mãos em rendição. - Mas eu entendo, com todo o apelo que traz. Como quiser, minha cara. Agora, a cama está muito mais confortável do que aí nesse canto frio do quarto. - era um exagero, com a lareira, mas ele não deixaria esses detalhes fazerem diferença. - E o uísque ajuda.



- Nós não terminamos de planejar nossa grande revelação… - ela andou na direção oposta da cama, e ele franziu o cenho. Em cima de uma mesa de mogno, a coroa que ele utilizara na festa estava repousada, ao lado da máscara que a acompanhava. Ela era de prata, com cinco pontas e cravejada de diamantes negros, como ela se lembrava de poucas horas antes. A parte interna era forrada com veludo negro e Bellatrix sorriu ao pegá-la entre os dedos. Por cima do ombro, ela pegou Voldemort a observando e não precisou avisá-lo do que viria a seguir. - Depois de lidarmos com Potter, em nosso discurso de despedida, deixamos Hogwarts com a notícia que nosso povo tanto espera. - Colocar a coroa por cima do cabelo bagunçado fora natural e excitante de um jeito que beirava a imoralidade. Na cama, a forma como a boca de Voldemort secou fez com que ele fosse obrigado a concordar. - Pesada, mas estranhamente confortável.



Bellatrix virou-se, e andou na direção dele, que não tirou os olhos dela no caminho. Realmente, aquilo não devia ter tão sensual, mas aparentemente ela conseguia fazer aquilo com qualquer coisa. O uísque que devia ajudar com sua garganta seca apenas piorou a situação ao descer queimando, e o desconforto dentro de suas calças mostrava que ele não demoraria tanto quanto imaginara para ser capaz de perder-se dentro dela novamente. Enquanto isso, ele pretendia jogá-la naquela cama e fazê-la gritar por outros meios. - Fica melhor em você… a coroa, digo.



A bruxa, contudo, parecia ter planos diferentes dos dele. Ela parou e tomou o copo da mão dele, bebendo todo o conteúdo de uma só vez, jogando a cabeça para trás o máximo que conseguia sem derrubar a coroa. Ela estendeu-lhe a mão e o puxou para sentar-se na borda da cama. Ele obedeceu, com prazer. Com as coxas, Bellatrix forçou os joelhos dele para o lado, para que ele abrisse as pernas e se colocou entre elas. As mãos do bruxo foram imediatamente para cintura dela, segurando-a com força e trazendo-a para mais perto. Bellatrix esticou o braço e deixou o copo repousar na mesa onde a garrafa estava.  



- Em que posso servi-la, majestade? - a pergunta dele, bem como o tom de deferência, distrairam-na por um segundo do plano para os minutos seguintes. Era irresistível pensar em deixá-lo servir da maneira que melhor entendesse, em perder-se ao meio dos lençóis aproveitando toda a disposição dele de dar-lhe mais prazer do que ela poderia imaginar, mas ela precisava saber dividir. As mãos dela apoiaram-se no peito exposto dele e traçaram delicadamente o caminho das marcas que deixara anteriormente.



Bellatrix deixou que uma de suas mãos se aventurasse pescoço acima dele, fechando próximo ao queixo do homem, que a encarou intrigado. A curiosidade que ela via nos olhos dele se transformava em desejo à medida em que a mão livre dela explorava para baixo, passando pelo abdômen dele, que contraiu-se com o toque, o firme toque dela ainda segurando seu rosto no lugar. Bruscamente, Bellatrix virou o rosto dele para o lado, que grunhiu num misto de surpresa e excitação. Os lábios dela se fecharam na região da jugular dele, e Voldemort não conseguiu deixar de arfar. Dali para o lóbulo da orelha do bruxo, que estava tão próximo e acessível, foi apenas uma questão de tempo.



- Tudo a seu tempo… - ela sussurrou no ouvido dele, assistindo o arrepio que desceu pelo corpo dele com um sorriso. - No momento, eu só quero um lembrete de que a função de um monarca, em teoria, não é apenas de ser servido, mas servir seu povo. Preciso me acostumar com essa noção, não? - Voldemort engoliu seco e nunca respondeu, sabendo bem o que estava por vir para si mesmo. Os dentes dela em seu lóbulo apenas coroaram a antecipação que tomara conta de seu corpo.



Os beijos da bruxa cobriram o pescoço dele novamente, fazendo questão de deixar marcas que faziam os hematomas que ela já tinha pulsarem em resposta, uma deliciosa resposta que ela pretendia também proporcionar a ele. As mãos de Voldemort em sua cintura apertaram-na com ainda mais força, e ela deixou-se suspirar contra a pele recém aquecida dele. Os pelos finos e quase invisíveis se arrepiaram com a respiração dela, e Bellatrix engoliu seco com a ideia de continuar aquela trilha, cobrindo o peito dele de saliva e marcas que faziam companhia para as que deixara anteriormente e levariam dias pra sair.



Voldemort se inclinou pra trás, fechando bruscamente os olhos, quando ela passou a língua por cima de um de seus mamilos - provavelmente tão sensíveis quanto os dela - com uma velocidade obscenamente lenta, saboreando a pele dele com o apetite de quem era colocado à frente de seus sabores prediletos. Conhecendo-os, ele sabia que não estava errado,  pois provavelmente era exatamente aquilo que ela sentia, a excitação aquecendo e umedecendo suas pernas. Suas mãos circundaram o corpo dela, cobrindo suas nádegas e fazendo menção de subir a barra da camisa. Ela, contudo, deu um tapa em suas mãos e abaixou-se um pouco, cobrindo as curvas do abdômen dele com seus lábios, dentes e língua, e deixando suas mãos vaguearem para a virilha dele, onde o volume já começava a se formar, fazendo-a salivar e encará-lo com a expressão maliciosa que sempre o enlouquecera.



Afastar o leve tecido sedoso não seria problema, mas parte interessante de uma peça de roupa daquele tipo, principalmente ao se saber que ele não estava usando nada por baixo, era que ele sentiria qualquer toque e talvez até mesmo a temperatura e umidade da boca dela. E ela pretendia provocá-lo o quanto conseguisse e quisesse, eles não tinham pressa, e ela queria saboreá-lo com calma.



Voldemort nem mesmo tentou manter a compostura quando as mãos dela tocaram sua ereção, ainda que por cima do tecido das calças, e um som grave e beirando uma súplica deixou seus lábios. O contato da seda com seu membro sensível, e o calor da mão da mulher, estavam próximo demais de ser mais do que ele havia barganhado e desejado. O conhecimento dos planos dela para os próximos minutos não lhe tranquilizava naquele sentido, e engolir seco foi a única reação que ele conseguiu ter.



A boca dela seguiu o caminho de sua mão, os lábios entreabertos tocando os contornos de sua ereção, o calor e umidade que saia de sua boca não sendo parado pelas fibras delicadas que formavam a peça de roupa. Era lógico de se imaginar que a língua dela, tão talentosa e experiente, viria a seguir, tentativamente refazendo o caminho de seus lábios, demorando tempo demais para não ser deliberado, arrancando todo o tipo de sons dele, numa provocação silenciosa e torturante, a umidade e calor tocando-o apenas o suficiente para fazê-lo desejar por mais. E, ainda que ele pudesse prever o que estava por vir, deixá-la trabalhar e desligar sua legilimência por alguns minutos fora a melhor decisão que ele pudera tomar.



Bellatrix estaria mentindo se dissesse que não estava antecipando aquele momento tanto quanto ou mais até que o próprio Voldemort; sua boca salivava com a mera ideia de prová-lo mais uma vez, de senti-lo tremer entre seus lábios e perder o tão adorado controle. Ela já sentia entre suas pernas o efeito da espera e da tensão, e sabia que ainda aproveitaria muito cada segundo daquilo.



Por mais divertido que fosse provocá-lo por cima das calças, ela também tinha certa urgência em matar as saudades do gosto dele, da sensação da pele impossivelmente lisa e macia em sua boca. Ela ouviu-o gemer em alívio, quando começou a brincar com o cós da calça, o que a levou a considerar torturá-lo por mais algum tempo. Livrar-se da peça era somente mais um passo, que foi completado com maestria e rapidez em menos de um segundo com a completa colaboração dele. Bellatrix afastou-se por um segundo e aproveitou a vista dele completamente nu e exposto na frente dela, seu corpo tenso, peito arfando, sua ereção praticamente implorando para ser tocada e saboreada. O sorriso que tomou conta dos lábios dela, bem como a necessidade de lambê-los, que se seguiram foram inevitáveis e completamente irresistíveis.  



Bellatrix não havia planejado gemer em uníssono com seu Lorde ao ter seus sentidos estimulados pelo gosto dele na ponta de sua língua, que explorou-o sem pressa, da base à glande, seguindo a grossa veia na parte inferior do membro. Ela poderia jurar que sentiu-a pulsar debaixo de sua língua, mas havia chances de que ela tivesse imaginado ou sua mente tivesse exagerado a reação do corpo dele. De um jeito ou de outro, mesmo de joelhos como ela caíra sem nem ao menos perceber, a forma como Voldemort reagia sem pudor às provocações dela era uma visão e tanto: os olhos dele estavam firmemente focados nela, lábios entreabertos, respiração ofegante e punhos fechados, desejando agarrá-la pelos cabelos sem dúvida. A bruxa sorriu e explorou a região da glande com a ponta da língua, sem pressa, aproveitando a maior concentração do gosto dele ali, potencializado pela excitação crescente de seu Lorde que já invadia cada uma de suas papilas gustativas, como uma amostra muito bem vinda do que estava por vir.



Tomá-lo entre seus lábios, enchendo sua boca e seus sentidos de maneira tão familiar e eternamente excitante, foi apenas um passo natural, ainda que tão antecipado por ambos. A vibração causada pelo gemido que ela não quis esconder ao senti-lo roçar inteiramente contra sua língua, deslizando na direção de sua garganta com monumental facilidade, como se seus músculos nem mesmo o reconhecessem como um intruso, fez com que Voldemort parasse de resistir e deixasse uma de suas mãos se perder nos cabelos dela, puxando-os sem se atrever a ditar profundidade ou ritmo. Ele sabia tão bem quanto ela que jamais precisaria. Ela o conhecia, cada preferência, cada ponto. Lord Voldemort jamais cedia o controle a ninguém, exceto é claro a ela.



A outra mão de Voldemort logo foi necessária para que ele se apoiasse na cama, quando Bellatrix relaxou completamente os músculos da garganta para deixá-lo entrar até o final, cobrindo cada centímetro de seu membro, enquanto seus habilidosos dedos cuidavam de seus testículos, aumentando a lista de estímulos que começavam a nublar sua mente. Ela não se manteve na mesma posição por muito tempo, para que pudesse voltar com sua cabeça para trás, retirando-o de sua confortável posição dentro de sua boca com calma, sugando suas bochechas o máximo possível, estimulando-o na saída tanto quanto na entrada, sem precisar ainda se preocupar com a necessidade por ar.



Quase chegando ao final, ela deixou-se concentrar na glande, usando sua língua e lábios ao redor daquela área tão sensível com ainda mais afinco do que fizera antes, sugando-o com precisão e pressão impossivelmente certas. Voldemort não precisava abrir a boca para fazer nada que não fosse gemer, concordando com cada movimento que ela fazia.



Bellatrix não tinha vergonha nenhuma do fato que os cercava: ela sentira tanta falta daquilo quanto ele, e a cada vez que ele entrava e saía de seus lábios, a cada vez que ela deixava seus músculos relaxarem para o receber completamente, ela sentia a umidade entre suas pernas aumentar despudoramente. Ela amava tê-lo em sua boca, duro, sensível e implorando pelo calor aveludado de sua boca e pelo clímax, inundando-a com o sabor tão característico dele, sempre com aquele toque que lembrava uísque de fogo. Amava isso quase tanto quanto tê-lo dentro de si, e não havia razão alguma para se envergonhar, porque assistir ao homem mais poderoso do mundo se desfazer num misto de sua própria excitação e saliva não tinha como ser qualquer coisa que não fosse afrodisíaca.



Bellatrix deixou as unhas de sua mão livre trabalharem nas coxas dele, aproveitando-se de cada zona erógena de que conseguia se lembrar, o ritmo de sua boca sendo ditado pela tensão do corpo dele, já tão sensível que ela não conseguia deixar de se orgulhar.



— Bella… - ele chamou seu nome, quase em súplica, quando as mãos começaram a perder força em seu cabelo, e as coxas dele se tornaram impossivelmente tensas debaixo de seu toque. Bellatrix gemeu contra a pele macia dele, as vibrações enviadas fazendo-o perder ainda mais as forças.



Mesmo de joelhos, a futura rainha sabia que ela estava dando as ordens naquele quarto, pelo menos pelos próximos minutos, que a vontade dela iria prevalecer, que o homem mais poderoso do mundo (literal e politicamente) se renderia aos desejos dela e somente dela, sem pestanejar, quase sem lutar, deixando tudo o que ele pensava ou queria de lado, para fazer o que ela mandasse, completamente dominado pela habilidade que ela tinha de acender os instintos mais sombrios e primais dentro dele; Voldemort ia, em questão de segundos, ordenar que ela parasse, que ela não o deixasse ir até o fim, porque ele queria tê-la de novo, queria gozar somente depois de se perder dentro dela, e fazê-la delirar em seus braços mais uma vez. Mal ele sabia que era a vez de ser egoísta, perder-se nos próprios desejos, e que esse também era o desejo de sua rainha, desejo que ele iria respeitar, e ela pretendia saborear cada gota da rendição de seu rei e mestre.



Por um momento, ela parou, seu cérebro a mil por hora analisando o que ela havia acabado de pensar, de constatar e assumir. Eles eram iguais, ela queria que eles fossem iguais, ou pelo menos tão iguais como fogo e álcool podiam ser. Separados, nada similares, ainda que extremamente perigosos, mas juntos… combustíveis para uma explosão mil vezes mais destrutiva do que eles podiam causar sozinhos. Por décadas, ela havia negado que aquele era um de seus desejos, estar no mesmo nível de Voldemort, e naquele segundo ela percebia: ela não só gostaria disso, como de vê-lo se render a seus caprichos, vê-lo fazer o que ela queria pelo simples prazer de dar as ordens. Por anos, os Comensais da Morte previram que aquela era a verdadeira Bellatrix, uma que não se contentaria para sempre em ser somente a segunda em comando, o braço direito do Lorde das Trevas, uma mulher astuta e forte, ainda que loucamente apaixonada, com uma sede de poder comparável somente à dele. Por Merlin, eles não estavam cuspindo traições aos sete ventos. Bellatrix sempre pensara que aquele sonho acabava nas quatro paredes de um quarto, que a igualdade que ela desejava fora apenas nos lençóis e, mesmo que ela tivesse percebido em um momento tão inoportuno que poderia deixá-la cair novamente nas mesmas ilusões do passado, ela sabia que era mais. Não, eles não estavam loucos, e Voldemort sabia tão bem quanto ela. Antes, ele a teria enforcado com as próprias mãos pelo simples pensamento de que podiam ser iguais. Neste novo mundo, ele admitia para ela e para o mundo de que era assim que devia ser: rei e rainha da Inglaterra, destinados à grandeza, com o mesmo peso da Coroa sobre suas cabeças. E a razão pela qual o deixara fora a certeza de que não queria ser sua consorte, que jamais seria sua consorte, porque além de todos os problemas que haviam tido, ela queria mais, ela só podia aceitar mais. A antiga Bellatrix teria se enforcado por aquilo, a rainha da Inglaterra finalmente se entendia.



A pausa que ela dera, ainda que tão rápida, não passara despercebida por ele, que abrira os olhos para encará-la e, quando ela retornou ao que estava fazendo, o canto dos lábios tentando curvar-se em um sorriso enquanto ela mais uma vez passeava com seus lábios e língua por toda a extensão do membro dele, Voldemort voltou a fechar os olhos e pender a cabeça para trás, mas não sem antes concordar com um mínimo aceno de cabeça. Ele sabia, sempre soubera, ela finalmente entendia, e ele agora sabia que ela sabia. Ela não seria sua consorte, seria sua rainha, e ambos estavam de acordo. A melhor parte? Eles provavelmente jamais  discutiriam aquilo, não abertamente, é claro. Não por nada, uma vez que eles não tinham segredos e assuntos non gratos, mas simplesmente porque não era um problema e nunca viria a ser. Pelo menos, não nos planos deles. Os sons deliciosamente obscenos que ele voltou a fazer, uma vez que ocupou a boca dela inteiramente mais uma vez, a língua habilidosa da bruxa não deixando de estimular cada centímetro dele enquanto os músculos de sua garganta faziam o resto, trouxeram a concentração dela completamente de volta àquele momento, à forma como o gosto e a textura dele eram tudo o que ela conseguia sentir.



- Bella… - ele a chamou mais uma vez, naquele tom de súplica e necessidade que Bellatrix jamais deixaria de amar. Por favor, ele não precisou dizer. Era dela a decisão, claro, mas ele tentaria até o último segundo que fosse feita a vontade dele. Para sorte ou completo azar de Voldemort, Bellatrix não estava disposta a obedecê-lo e não havia pedido no mundo que a faria reconsiderar. Eles tinham todo o tempo de mundo para continuar aquilo, e ela definitivamente não negaria orgasmos, mas naquele momento não havia dúvidas entre parar o que estava fazendo para aproveitar-se do altruísmo dele, e aumentar o ritmo e pressão com que o chupava. Todos os músculos de seu rosto e pescoço estavam concentrados em dar àquele homem mais prazer do que ele podia imaginar, pelo menos tanto quanto ele havia lhe dado naquela noite. Ele era capaz de tocar cada nervo de seu corpo, e sabia daquilo, mas Bellatrix também tinha as próprias táticas, e o mero pensamento de assistir tão de perto o grandioso Lord Voldemort se perder entre seus lábios mais uma vez, agarrando-se a ela como se o mundo fosse acabar somente com os dois ali, era o suficiente para trazer um enorme desconforto em seu ventre, mas o tempo para lidar com aquele problema chegaria logo.



Percebendo o quão resoluta ela estava em levá-lo ao clímax, Voldemort desistiu de tentar sugerir que ela parasse, e rendeu-se às vontades dela, ainda que no fundo fossem as vontades de ambos. Torceu os cabelos dela entre seus dedos, encorajando-a a continuar sem nunca precisar ditar o ritmo que preferia. Todos os músculos em seu corpo já estavam tensos, super estimulados, e todo o corpo dele estava arrepiado de maneiras que Bellatrix só podia adorar. Os olhos do Lorde não conseguiam permanecer abertos, e ela não podia permitir que aquilo acontecesse.



Suas unhas nas coxas dele foram o suficiente para que seus olhos se abrissem e, quando Voldemort olhou para baixo para encará-la, a expressão que ele encontrou foi quase o suficiente para fazê-lo gozar naquele instante: predatória, firme, completamente compenetrada no que ela estava fazendo, coberta de luxúria e todas as promessas do que estava por vir, a imagem de alguém que estava se deleitando naquilo tanto quanto ele, e de quem não permitiria que ele chegasse ao orgasmo sem olhar nos olhos da responsável por aquilo. Aquela mulher vestia sua coroa, e como ele havia esperado que ela se portasse de qualquer outra forma era um mistério. Bellatrix queria que ele gozasse olhando pra ela, como ele adorava fazer quando as situações estavam invertidas, queria vê-lo perder o controle, e Voldemort não negaria que aquilo acendera as últimas faíscas que seu corpo precisava para pegar fogo. Ele se desmancharia na boca dela, e Bellatrix engoliria cada gota com prazer, lamberia os lábios e pediria por mais, porque aquela era a mulher que ele conhecia e, por Merlin, ele mal podia esperar pelo espetáculo à parte que seria.



E, a julgar pelo absurdo que seus dedos estavam fazendo com a base de seu membro e seus testículos, enquanto aquela maldita boca tirava toda a compostura que ele pudesse ter, Bellatrix queria ter tudo aquilo, e queria rápido. No fundo da mente dela, e ele nem sabia como ainda conseguia usar a legilimência naquele estado, ele podia ver que o cérebro dela tentava alertá-la da dor em seus joelhos esfolados, ou em seu maxilar há tanto abusado, ou do cansaço dos músculos de seu rosto, mas tudo o que aquela mulher conseguia pensar era nele, em como o gosto dele em sua boca fizera falta, sobre como ela mal podia esperar para ter mais, e nem mesmo ele tinha tanto autocontrole.



Uma última vez, Bellatrix ouviu o que parecia ser seu nome, ou uma tentativa desesperada de dizê-lo, antes que ele perdesse o controle e deixasse seus quadris se forçarem contra a boca dela, enquanto seus dedos puxavam dolorosamente os cabelos da bruxa, por mais que ele claramente não quisesse fazer nada daquilo, mas ela não se importou porque a perda de controle dele era ouro. O som do orgasmo dele encheu o quarto com uma falta de pudor que a teria feito corar, se eles fossem outras pessoas, mas eles não eram, e tudo o que ela podia pensar e fazer naquela situação era esperar pelo calor que inundou sua boca em segundos, trazendo consigo o tão familiar gosto dele, que há tanto ela não sentia na ponta de sua língua. E ela o recebeu, como era de se esperar, aproveitando cada segundo, cada gota que descia por entre seus lábios para sua garganta, até que ele soltasse seus cabelos e ela pudesse, uma última vez, passar sua língua por toda a extensão do membro dele, limpando os últimos traços do prazer que o rosto dele não deixava de mostrar.



Lambendo os próprios lábios, e deixando um beijo em cada uma das coxas dele, Bellatrix se levantou, vendo-o cair de de costas na cama, o peito arfando em busca de ar. Voldemort negou com a cabeça, e fechou os olhos para tentar se recuperar. Bellatrix riu-se da reação dele, e deitou-se ao lado do homem, virando-se de lado para ter melhor acesso a ele.



- O que? Não consegue me encarar? - Bellatrix perguntou no ouvido dele, deixando seus dedos brincarem com o abdômen do Lorde.



- Lambendo os lábios e com essa expressão satisfeita? Não se eu quiser voltar a respirar devidamente. - ele rebateu, seguindo-a na risada. - Nunca cansa de ser absolutamente obscena?



- Você se cansa?



- Touché. - os dedos dele se juntaram aos dela e se entrelaçaram.



Os olhos de Voldemort se abriram, e ele fitou o teto acima deles, o mesmo que anos antes havia observado em seu dormitório na Sonserina. Ele podia sentir a mulher a seu lado se mover, o calor do corpo dela se aproximando do seu, o contato gelado e duro das pontas da coroa que ela usava contra seu pescoço, quando ela deixou a cabeça repousar em seu peito. A respiração dos dois assumia um ritmo próprio, em sintonia, e os dedos em sua barriga nunca vieram a se soltar.



- Vinte anos… - ela finalmente sussurrou, contra a pele do peito dele, deixando seus lábios displicentemente tocarem a pele dele, sem rumo definido, somente mais um dos diversos rituais de intimidade que eles tinham. - Até chegarmos aqui.



- Vinte e um, na verdade, ou quase isso.  - ele respondeu, ainda fitando o teto, mas sem deixar de prestar atenção em como o corpo dela se moldava ao seu. - Janeiro de setenta e oito. - ele recordou. - Nossa primeira noite.



Bellatrix se moveu para se apoiar no antebraço, e observá-lo de perto, mas quase se decepcionou ao não encontrar nada na expressão dele. Com o movimento, no entanto, ele se virou para encará-la de volta, os olhos vermelhos traçando os contornos de seu rosto, e as novas sombras causadas pela coroa. Ela diria que segurou a respiração por alguns segundos, enquanto ele tão atentamente a observava, antecipava cada movimento ou pensamento.



- Pensou que eu não me lembraria? - ele questionou, e Bellatrix fitou os lençóis abaixo deles inconscientemente. - Bellatrix, por favor, eu planejei aquela noite. Ou acha mesmo que tudo não passou de uma enorme coincidência e nós dois estávamos sozinhos no lugar certo na hora certa? Conhece-me melhor do que isso.



- Eu nunca acreditei no contrário. - ela admitiu, dando de ombros. - Nada que você faz é sem pensar e, principalmente naquela época, todos os seus passos eram cuidadosamente calculados. Quando nos escondíamos, éramos fugitivos, eu quis dizer… não tínhamos a liberdade de errar que temos hoje. Então, quando decidiu ter um herdeiro, não foi sem pensar muito no assunto… eu só imaginava que, com o passar dos anos…



- Tivesse esquecido… Ah, minha cara, o quão pouco me conhece. - Voldemort não soava desapontado, apesar das palavras. - E eu não estava me referindo a meu herdeiro. Claro, o planejei por anos, talvez décadas. Falava daquela noite em específico, de como ia abordar a mulher que havia escolhido para carregá-lo, e…



- E…? - ela soou muito mais curiosa do que havia pretendido.



- Para ser minha amante. - ele admitiu, com um sorriso que ela não sabia descrever, mas que só aumentou com a expressão de choque que ela não conseguiu disfarçar. - Bellatrix, por Merlin, se que quisesse somente o herdeiro eu poderia simplesmente ter usado magia para te engravidar, ou qualquer coisa do tipo. Ou poderia ter parado no momento em que você concebeu. Você viu qualquer esforço meu nesse sentido? - nenhum dos dois conseguiu deixar de rir. - Imaginei que não. Rodolphus me ressentiu por anos, porque ele sabia que enquanto eu te mantivesse a meu lado, você jamais ia querer sair… mal sabia ele do futuro.



A expressão de Bellatrix mudou, tornando-se impossivelmente séria de um minuto para o outro, e ela assentiu lentamente, lambendo os lábios enquanto pensava, debaixo do olhar atento e neutro de Voldemort. O toque dele em seus braços, no entanto, contava uma outra história, uma em que ele não a ressentia, em que entendia o que tinha acontecido, e ela sabia que aquela era a verdade.



- Não que você não tenha merecido, - Bellatrix se aventurou, e viu ele cerrar os olhos com o desafio. - Mas há vinte e quase um anos, nós não tínhamos como saber metade do que nos aconteceria.



- Há vinte e quase um anos, conseguíamos saber de uma coisa: que depois de tanto tempo, ainda estaríamos de pé. - Voldemort segurou o queixo dela, que deixou seu corpo relaxar na cama, com ele apoiando-se no cotovelo para ficar por cima dela. - E, no fim, eu sempre soube que estávamos destinados à grandeza…



- Juntos… - Bellatrix completou, sentindo dificuldade para respirar. - Colocando fogo em tudo o que nossos inimigos amam. Parece promissor, majestade. Quando começamos os próximos vinte e quase um anos?



- Agora mesmo. - Voldemort beijou-a rapidamente, e ela resistiu a gemer em reprovação ao senti-lo se afastar completamente e descer da cama. - Não que precisemos nos ater a tão pouco tempo, é claro.



Bellatrix sentou-se na cama, e franziu o cenho. Ela realmente não conseguia entender o que ele estava procurando no quarto. Ele revirou alguns papéis na mesa, até encontrar uma caixa. Ela não precisou de muito para saber o que estava dentro daquela caixa de jóias: o anel deles, que ela usara na festa e fora retirado depois do atentado e, claramente, entregue a ele.



A esmeralda cintilou com a luz da manhã que começava a querer se erguer, e Voldemort se aproximou com torturante lentidão, sob atenta observação dela, que mal poderia esperar para ter a joia em seu anelar esquerdo novamente. Eles teriam, ela imaginava, novos anéis quando…



- Quando nos casarmos. - Voldemort afirmou, pegando a mão de uma Bellatrix que soube apenas encará-lo sem palavras ou ar. - Tão estranho assim o pensamento?



- Inacreditável. - Bellatrix confessou, enquanto ele sem pressa alguma retornava o anel para seu lugar no dedo dela. - E eu não sabia se iríamos mesmo...



- Ah, mas é evidente que vamos. - Voldemort beijou a mão dela por cima do anel, e puxou-a para ficar em pé com ele, seu braço segurando-a firmemente pela cintura. - Com toda a pompa e circunstância digna de um casamento real. Depois de duas décadas, finalmente farei de você minha esposa, cara Bella.



Bellatrix soube responder apenas com um beijo, lento, profundo, carregando todas as palavras que ela gostaria de dizer e não conseguia. Tanto tempo desejando algo, somente para negar tudo aquilo, e voltar a desejar. A felicidade que ela sentia só era comparável ao medo que ela tinha de tudo dar errado, acabar. Eles eram alvos, e pela primeira vez em tanto tempo juntos, ela temia. Voldemort tirou-a do chão para deitá-la na cama, seus toques cuidadosos e firmes, guiando-a como costumava fazer.



- Não há motivos para temer. - ele disse, entre os beijos que eles evitavam parar de trocar. - Apesar do que aconteceu, não vou deixar nada acontecer com você, nunca mais.



- Não é por mim que eu temo… - Bellatrix confessou, quando os beijos dele atingiram seu pescoço, e ela engoliu seco. - Não posso te perder de novo.



- E não vai. - a certeza na voz dele era esmagadora. - Essa é a vantagem de ser imortal, querida.



- Mas… as horcruxes. - Bellatrix soou perdida. - Potter…



- Potter é um tolo se achava mesmo que eu ia deixar que ele destruísse tudo o que busquei minha vida toda. - Voldemort parou e a encarou, sentando-se novamente na cama, e esperando que ela o fizesse.



Bellatrix cerrou os olhos e o encarou sem palavras. A verdade corria em suas veias, acordando tudo o que ela havia temido, e tranquilizando as mesmas partes de si que antes a desesperavam.



- Sete… eram sete. Ele destruiu todas, menos Nagini que você me disse que mudou de lugar, antes que ele pudesse chegar a ela. Nagini, no entanto, ou seja lá o que ela for esses dias, vai ser destruída quando Potter morrer. Eu gostaria de dizer que ele ainda viverá por muitos anos, mas o moleque tem um desejo de morte. A não ser que…



- Que tenham contado errado? - ele cruzou os braços e recostou-se à cabeceira da cama, frente a uma Bellatrix completamente abismada com o que estava ouvindo. - Ou que eu, depois de saber que algumas haviam sido destruídas, tenha me precavido?



Bellatrix abriu e fechou a boca, encarando o colchão abaixo deles, sem conseguir controlar a velocidade com que seus pensamentos aconteciam. Ele estava dizendo o que ela achava que ele estava dizendo? Ele ainda era imortal? Potter não havia tirado aquilo deles?



- Uma…



- Uma oitava horcrux. - Voldemort confirmou os pensamentos dela, com um sorriso que podia somente mostrar o quão orgulhoso de si mesmo ele estava. - Ou eu deveria dizer, a oitava horcrux.



Mesmo em seu estado de confusão misturada com felicidade, Bellatrix entendeu que o beijo que ele aplicou novamente por cima do anel na mão dela não fora apenas uma formalidade. Opressivamente, voltaram as lembranças de todas as vezes que ela sentira como se aquele anel não quisesse deixá-la, quando sentira uma falta anormal dele em seu dedo, como Voldemort aparecera em tempo para tirá-la de perigo na Mansão Malfoy, como ele descrevera ter sonhos e visões em relação à segurança dela, quando ainda aquela noite soubera que algo estava errado.



- Nós temos uma conexão. - ele completou os pensamentos dela. - Mas nem eu me atrevo a dizer que ela é tão forte assim sem motivo. A horcrux entende que você é a proteção dela, e me avisa quando há perigo. Em se proteger, ela me ajuda a te proteger.



Lágrimas rapidamente vieram aos olhos dela, felicidade e desespero misturadas com a enxurrada de sentimentos, medos, e perguntas que a acertou. Ela não podia acreditar que não precisava temer perdê-lo, sem se importar com o que Potter fizesse, e que ainda assim ele viveria. Viveria além dela, de todos, ainda imortal. E, ao mesmo tempo, o perigo que eles haviam corrido, com algo tão precioso preso ao dedo dela, um símbolo do amor deles, à mercê dos caprichos e sentimentos dela.



- Você perdeu completamente o juízo? - a confusa Bellatrix pareceria ter sumido, e com toda a fúria de uma pessoa que acabara de descobrir que era a guardiã de algo tão sensível sem nunca saber, Bellatrix partiu pra cima dele, socando o peito dele com punhos fechados com toda a força que podia ter.



Voldemort fez o melhor para segurá-la e para não dar risada da inesperada reação da mulher, que fazia um enorme esforço para machucá-lo com os pequenos punhos - e ela tinha uma força impressionante, principalmente naquela situação de raiva. Segurando-a pelos pulsos, e forçando-a contra a cama, subindo por cima dela e prendendo suas mãos contra o colchão, ele finalmente conseguiu imobilizá-la.



- O que você estava pensando? - ela soava desesperada, e as lágrimas tomavam conta de seus olhos. - Um pedaço da sua alma? E eu juro que se vier me dizer algo como ‘eu te dei minha alma toda’ para me distrair, eu vou dar um jeito de me soltar e acabar com você!



- Eu não vou, por mais verdade que possa ser, não se preocupe. E, sim, eu te dei um pedaço da minha alma, porque acreditava que estaria mais seguro com você. E eu estava certo, afinal, nunca uma horcrux esteve mais segura. - ele parecia tão seguro e orgulhoso de si mesmo, que Bellatrix não resistiu à vontade de forçar os braços para se soltar e chutar as pernas, debatendo-se debaixo dele. Inútil, como esperado, mas ela precisava fazer algo para demonstrar sua enorme frustração.



A mera ideia de ter possuído um pedaço da alma dele por tantos anos, completamente sem conhecimento do que carregava em seu dedo... A quantidade de oportunidades em que ela poderia ter agido de forma leviana em meio a uma briga, ou depois da separação, quando ele exigiu que ela mantivesse a jóia.



- Você disse… - ela engoliu seco, desacreditada. - Que não aceitaria o anel de volta, que eu poderia jogá-lo no fundo de um armário ou de um rio se eu assim quisesse. Uma horcrux! Eu estava furiosa, existia a possibilidade e eu não sei o que teria feito se eu...



- E onde está o anel agora? - ele deu de ombros, uma sobrancelha arqueada em desafio.



Bellatrix suspirou, e rolou os olhos. - No meu dedo, mas esse não é o ponto!



- Pois é precisamente o ponto, minha cara. Você jamais se livraria do anel, não porque ele é uma horcrux e se agarrou a você, não porque eu não permitiria, mas simplesmente porque você não queria. - Voldemort respondeu, com uma calma e simplicidade que a irritariam para sempre. - Eu vejo sua mente, Bella, e sei o que se passa em cada canto obscuro. Existe uma razão pela qual eu escolhi esse anel para ser a horcrux. Eu sabia muito bem que qualquer horcrux que eu encarregasse a você seria vigiada ao ponto de suspeita, e provavelmente seria descoberta por seu exagero em escondê-la. E, antes que diga algo, foi o mesmo erro que eu cometi com várias das outras. Já o anel com que te presenteei, o símbolo de quem nós éramos, nossa aliança de um casamento que apesar de não oficial era real já há tanto tempo? A única jóia que escancarou ao mundo que você era a Lady das Trevas? Por Merlin, esse anel ficou inclusive famoso! Você o protegeria com sua vida, e eu sempre soube, pelo simples fato de que não o tiraria. E, mesmo quando o tirou, nunca deixou de mantê-lo por perto. E ninguém desconfiaria de seus motivos para isso… Era o melhor cenário de unir o útil ao agradável que eu havia concebido desde a concepção da Melinda, e você provou que eu estava certo, mesmo em meses de separação.



- Unir o útil ao agradável…? - o questionamento que ela nunca vociferou fez com que o aperto de Voldemort em seus pulsos apertasse.



- Depois de tudo, tem a coragem de pensar que o único ponto da coisa toda foi fazer você proteger a horcrux? Que eu nunca quis fazer o que fiz pelo significado que tinha? Por favor, Bella, olhe para os últimos meses, para as últimas horas… Tudo pelo o que passamos desde que eu retornei nos trouxe até aqui. - ele deixou que o rosto dele se aproximasse do dela, os lábios quase próximos o suficiente para tocarem os dela. - Estive apaixonado por você tanto tempo sem perceber que… - ele lambeu os lábios e desviou o olhar por um segundo. - Que nem sei mais dizer quais foram minhas motivações para muitas coisas. Se ainda não estava claro, eu não vou mais ouvir esse tipo de insegurança, que francamente não combina com você, minha cara. - ele sorriu por um instante. - Não depois de duas décadas de história.



- Não era insegurança, - ela respondeu, sincera, os olhos permanecendo marejados, ainda que ela não soubesse dizer se de felicidade ou desespero. - Eu sei que me ama, e que nosso relacionamento importa tanto para você quanto para mim; somente parecia sensato para mim que, naquela época, talvez a decisão tivesse sido estritamente profissional.



A expressão no rosto de Voldemort tornou-se mais suave, e a força com que mantinha os pulsos dela presos cedeu consideravelmente. O toque dele era quase carinhoso, confortável, e a presença dele a fazia sentir-se segura de maneiras que ela havia esquecido nos meses que antecederam aquela noite. Quase morrer colocava tudo em perspectiva, e os medos que antes a assombravam pareciam somente sombras em sua mente, para sempre escondidas em cantos inacessíveis de sua memória.



- Não era a raiz de nossos problemas nossa incapacidade de manter qualquer coisa estritamente profissional? - Voldemort questionou, seus lábios roçando nos dela apenas o suficiente para fazê-la se perguntar se eles haviam de fato se tocado ou fora apenas a eletricidade entre eles que ela sentira. O joelho de Voldemort entre suas pernas, antes mantendo apenas o equilíbrio do bruxo contra as investidas dela, pressionou-se contra o exato ponto em que ela queria, aumentando ou diminuindo a pressão conforme bem entendia, prendendo-a em uma obscenamente lente tortura.



A bruxa não tinha mais pudor de admitir que o próprio corpo respondera com rapidez invejavel, enviando seu sangue todo de encontro ao joelho dele, e deixando muito mais molhada do que ela deveria se orgulhar em admitir. Bellatrix, no entanto, adorava o que ele conseguia fazer com ela com tão pouco. Seu corpo inteiro estava em chamas, cada fibra de si clamando para arder no calor que só podia vir dele, sempre dele. Ela queria que o desejo os incendiasse e consumisse, e faria questão de garantir que nada restaria além de cinzas ao fim, mas era ela quem usava a coroa.



A perna direita de Bellatrix curvou-se ao redor do quadril do bruxo, forçando seu corpo tão estimulado ainda mais contra o joelho dele, a fricção entre a camisa que cobria seu corpo e a calça que ele usava sendo suficiente pra fazê-la gemer despudoradamente, a pequena amostra do alívio que estava por vir a tirando dos eixos por um segundo, mas não fora apenas ela que perdera o foco por um instante.



Aproveitando-se da momentânea distração de Voldemort, Bellatrix forçou seu corpo contra o dele e inverteu as posições, sentando-se confortavelmente sobre ele para mantê-lo preso contra o colchão; a julgar pela facilidade com que o jogara na cama, e a falta de vermelho nos olhos dele, ele nem mesmo havia resistido ou pretendia resistir.



Com as pernas ao lado do corpo dele, Bellatrix ajustou a coroa em sua cabeça e começou a abrir os botões superiores da camisa que usava, usando todas as suas forças para manter seus pensamentos em foco, mesmo que o contato direto de sua pele nua debaixo da camisa com o abdômen dele a estivesse enlouquecendo. A vontade que ela tinha de sentar mais pra baixo um pouco, sentir a ereção dele, que começava a se formar, contra seu ponto mais sensível e esfregar-se nele até que aquela calça estivesse arruinada com sua excitação e ela novamente agarrando-se a ele enquanto cada fibra de seu corpos afogava em clímax. A parte final teria que esperar, e valeria a pena, mas nada a impedia de provocá-lo.



Encontrá-lo já estava quase totalmente ereto, mesmo após toda a diversão que eles já haviam tido, ao finalmente se ajustar sobre os quadris dele,  fora uma surpresa mais do que bem vinda para uma Bellatrix que também sentia que eles tinham muito tempo perdido para recuperar. Uma noite jamais seria suficiente, mas eles aproveitariam o máximo que conseguissem.



— Alguém está bem contente com a posição em que se encontra… — Bellatrix sussurrou, movendo os quadris lenta e certeiramente, acertando todos os nervos que queria a julgar pela forma como ele agarrou suas coxas e fechou os olhos, os lábios entreabertos deixando um suspiro de antecipação escapar por eles.



— Você não faz ideia... — ele respondeu, seus dedos deixando marcas na pele delicada e macia. As mãos dele fizeram seu caminho subindo pelas coxas dela, deixando para trás uma trilha de arrepios que eram substituídos por novos rápido demais para ela processar, não que ela quisesse vê-lo parar.



A respiração dela parou quando os dedos de Voldemort congelaram em sua virilha, com força suficiente para adicionar à longa lista de hematomas que aquela noite havia - com muito orgulho, se alguém perguntasse - lhe causado. A bruxa mordeu o lábio inferior, trazendo a própria respiração para seu próprio controle mais uma vez, por mais alto que o custo estivesse sendo, ou maior que fosse a vontade de pedir para ele continuar, mas era a sua vez de controlar.



 



Por mais que Bellatrix não tivesse tido muito sucesso em esconder seu momentâneo descontrole, a forma como ela tomara as rédeas da situação em segundos, voltando a respirar novamente e deliberadamente retornando a seu torturante espetáculo de despir-se da camisa, trouxera um sorriso que nem mesmo Voldemort conseguiu conter. O bruxo deixou-se relaxar na cama, seus dedos enfim se afrouxando e somente repousando sobre as coxas dela, o calor que ela emanava não sendo algo que ele estava preparado para deixar de sentir.



A pose de era perfeita, a forma como o encarava despudorada e calmamente enquanto abria botão por botão, lentamente exibindo a curva dos seios que ela sabia tão bem quanto ele que eram absolutamente perfeitos, e a antecipação tentava ser mantida no fundo de sua mente, contida até que o show acabasse. Oh, e como ele não reclamaria.



O metal da coroa na cabeça de Bellatrix cintilava sob a pálida luz do amanhecer, as velas do quarto tornando-se redundantes e começando a se apagar por magia a medida em que os raios de sol, que faziam os olhos da mulher acima de si impossivelmente verdes, as tocavam. A morena mordeu delicadamente o lábio inferior, enquanto seus dedos desfaziam os botões, as unhas longas arrastando-se por mais tempo do que provavelmente deviam pela pele alva no caminho até o próximo botão ainda fechado, algumas tímidas marcas vermelhas denunciando o limite a que ela levara a brincadeira.



Dali, ele não poderia dizer que a vista era nada além de magnifica, porque era isso que ela era, em toda a sua majestade relaxada e tão familiar. Mesmo após o que parecera horas naquela banheira, com pedaços de seu cabelo ainda molhados, sem uma gota de maquiagem, ela era uma visão que desafiava o tempo, os anos na prisão, e qualquer outra coisa que tentasse lhe afetar. Trinta anos depois, ele confessaria que a achava mais bela do que no dia em que conheceu-a aos dezessete anos, e ele tinha uma teoria de que aquilo continuaria a acontecer, conhecendo aquela mulher impossível.



- Divagando…? - ela provocou, a voz rouca denunciando as atividades de segundos antes, e mandando lembranças a virilha já tão sensível de Voldemort. - Quem diria, nessa situação, - as mãos dela deixaram o próprio corpo e tocaram o peito dele, as unhas aproveitando-se da pele exposta para trazer a mente dele totalmente para aquele momento, como se ele já não ali estivesse. - que sua mente seria capaz de voar para outros lugares.



- Todos eles envolvendo você, minha cara. - Voldemort respondeu, sincero, apoiando-se nos antebraços para ficar mais próximo dela, que sorriu e capturou os lábios dele rapidamente para um beijo que durou muito menos do que ele poderia desejar.  - Estava somente admirando o espetáculo e silenciosamente desejando por reprises.



- Ah, nesse caso, não se preocupe, majestade, estou totalmente à disposição. - Bellatrix sorriu e voltou à posição anterior, com as costas eretas, olhando-o de cima, como a rainha que nascera para ser. Aquela coroa nunca caíra tão bem em alguém. Ela mal sentia o peso, tamanho o prazer de usá-la que sua mente aberta para ele não conseguia esconder, e aquilo o excitava ao ponto de causar-lhe dor, mas felizmente ele nunca fora do tipo que se escondeu de um pouco de dor misturada ao prazer, então sabia que tudo a seu tempo seria recompensado, e os dedos dela não demoraram a retornar aos botões e retomar sua torturante paciência em abri-los. Voldemort poderia, facilmente, estender as mãos e arrebentar aquela camisa aberta, jogar Bellatrix na cama e, novamente, perder-se dentro dela até que ambos esquecessem os próprios nomes, mas ele via os planos dela e, por Merlin, se aquela mulher queria tomar as rédeas daquela forma, ele as entregaria com muito prazer.



Naquele ponto, a verdade era que havia muito pouco que ele não entregaria de bandeja a dela, a seus pés do jeito que ela pedisse - não depois dos meses de horror que ele passara na ausência dela, sentindo e reconhecendo sozinho todos os sentimentos que reprimira por anos e a dor que na solidão eles causaram. Perdê-la fora a pior experiência de sua vida, quase assisti-la morrer novamente naquela noite fora indescritivelmente torturante, então ele não perderia tempo em recuperar todo o tempo que eles haviam perdido e que quase perderam.



Quando a camisa foi lentamente deslizada pelos ombros torneados de uma sorridentemente lasciva Bellatrix, ele deixou seus olhos caírem pelo corpo dela, mais uma vez - ainda que jamais se cansasse - reconhecendo cada curva e centímetro de pele a forma harmoniosa como os seios dela emolduravam seu corpo, que afunilava-se gradual e graciosamente na cintura acentuada por anos de espartilhos impossivelmente apertados, seguindo pela planície do abdômen dela - marcado por algumas cicatrizes, uma parte causadas pelo trabalho e outra por diversão, que se estendiam também para as coxas, costas e braços dela. Pequenos traços levemente mais claros que a pele dela, de textura mais lisa, mas quase invisíveis. Ela poderia ter se livrado de todas, mas escolhera manter a maioria delas como troféus, e ele a admirava pelo gesto, ainda que qualquer um que quisesse vê-las teria que saber onde procurar - ele, por sorte, sabia como ninguém.



Antes que ele pudesse reagir, ou tentar tocá-la, Bellatrix tomou seus lábios em mais um beijo, dessa vez abrindo os lábios e deixando-o aprofundar o beijo, enquanto seus dedos perdiam-se entre os cabelos bagunçados dela, que ajustou-se em seu colo quando ele aproveitou-se da situação para se sentar na cama, com as pernas dela ao redor de seu corpo, e muito mais próximo do corpo dela, seu peito tocando os seios agora nus dela toda vez que eles buscavam por ar. Quase que ouvindo um pedido silencioso dele, Bellatrix apertou ainda mais suas pernas ao redor dele, diminuindo a distância entre os corpos para quase nula.



 



Ainda que por um breve momento, Voldemort aproveitou-se da proximidade para liberar uma de suas mãos dos cabelos dela, passeando pelo pescoço delicado e pelos ombros torneados da bruxa, que gemeu entre os lábios dele, suas mãos fortemente travadas ao redor dos ombros de um Voldemort que continuava a explorar o caminho corpo abaixo dela, passando displicentemente pela lateral dos seios dela, que deixou o corpo inteiro enrijecer com o toque inesperado e curto demais.



O suspiro que saiu dos lábios dela fora tão intencional quanto profundo, e Voldemort se aproveitou da situação para interromper o beijo e deixar seus lábios cairem sobre o colo da bruxa, que sem pudor algum agarrou-se aos curtos cabelos dele, sem bem saber se buscava aproximá-lo mais e guiá-lo para onde queria, ou impedi-lo de fugir.



Ela estava no comando, ou pelo menos pretendia estar, fazer dele o que bem entendesse, porém os lábios dele em seu corpo eram uma deliciosa distração e, ainda que por um breve momento, ela permitia que ele se divertisse de acordo com seus próprios desejos e ritmo, que a devorasse com toda a necessidade de tantos meses de separação, de tudo o que fora dito ou que deixaram de dizer, de tudo o que não puderam viver. Eles tinham o mundo e, pela primeira vez em meses, poderiam dividi-lo.



Bellatrix sentiu seu coração apertar por um breve instante, quando todos os movimentos de Voldemort pausaram bruscamente, e ela temeu que seus pensamentos tivessem acordado sentimentos que não deviam, mas a rápida recomposição do homem, que a trouxera para ainda mais perto e deixara sua boca explorar sem aviso os seios dela, era algo que ela para sempre agradeceria.  Em algum momento, eles conversariam sobre tudo aquilo, mas se o belíssimo trabalho que ele fazia em um de seus seios era algum indicativo, não seria naquela noite, e nem deveria ser.



Contra os talentosos lábios e língua de Voldemort, um dos mamilos dela praticamente doía de tão rígido, e cada carícia enviando ondas quase vergonhosas de eletricidade diretamente para o clitóris da bruxa. Ela nem mesmo se importava mais em segurar os baixos gemidos que saiam de seus lábios e que, sem exceção, o faziam ainda mais voraz em suas deliciosas ministrações.



Bellatrix sentia cada milímetro de seu corpo responder aos toques e beijos dele, e se perguntava como conseguira ficar tanto tempo afastada, como tivera a força de vontade - e a tolice, se uma parte específica de seu cérebro estivesse falando - de deixar tudo aquilo pra trás. A forma como ele a fazia sentir viva, a fazia queimar, e como seu coração sempre parecia que ia explodir para fora de seu peito, não importava o que ele estivesse fazendo - fosse um momento como aquele, com todas as carícias do manual, ou com eles apenas deitados, olhando um para o outro falando sobre qualquer coisa, como estiveram minutos antes, ou quando juntos planejavam algo grandioso. Ela tivera motivos, motivos muito justos, mas estava tão feliz de ignorar todas aquelas razões que evitava lembrar-se de qualquer uma delas.



Num ímpeto, e quase gemendo em desaprovação do próprio movimento, Bellatrix retomou o controle da situação e puxou o rosto dele de volta a encontro do seu, beijando-o profundamente, sem delongas ou jogos, lábios abertos e língua dominante, explorando e tomando tudo o que ele tinha para dar e, por mais que estivesse extremamente confortável naquela posição, Bellatrix agarrou as mãos dele, que queimavam sua cintura, e jogou Voldemort de volta contra o colchão, com as duas mãos ao lado da cabeça do bruxo, firmemente seguras pelas suas.



O beijo quebrado pelo brusco movimento arrancou um gemido de desaprovação dele, e um sorriso convencido demais de Bellatrix, que se divertia um pouco demais com a inversão de poder e papéis. Voldemort, evidentemente, nem estava tentando lutar contra as mãos dela, e ela em algum momento oportuno agradeceria a gentileza. A ereção dele contra suas coxas lhe contava que a verdade era que ela jamais precisaria agradecer.



- Pensativa, majestade. - ele provocou, ainda que rendido contra a cama. - Quase como se não soubesse o que fazer… - mesmo que sem toda a força que ela sabia que ele tinha, Voldemort forçou os pulsos para se soltar, ou fingir que tentava se soltar, e Bellatrix teve que usar o peso do próprio corpo para mantê-lo imóvel. - Eu posso assumir sem problema nenhum, se preferir.



Bellatrix poderia, caso o conhecesse menos, ter se deixado atingir por aquela pequena provocação, no entanto vinte anos lhe haviam ensinado que aquilo era exatamente o que Voldemort esperava dela. Então, a forma calculista com que ela soltou os pulsos dele, satisfeita com as marcas vermelhas que neles havia deixado, e com uma das mãos segurou o queixo dele para que a encarasse fixamente, enquanto usava a outra para guiar a ereção dele para sua entrada e dobrou os joelhos para lentamente deixá-lo preenchê-la, foi capaz de deixá-lo sem palavras. Mais tarde, ela admitiria que manter-se impassível fora muito menos fácil do que parecera, mas a expressão no rosto dele, e a forma como ele segurara a respiração eram coisas que ela aproveitaria até o último segundo.



- Obrigada, majestade, mas tenho tudo sob controle. - ela respondeu, soltando o queixo dele e espalmando as duas mãos no peito dele, para se equilibrar, enquanto começava a mover seus quadris, deixando o membro dele entrar e sair de si em seu próprio ritmo e intensidade, movendo-se para que ele atingisse todos os pontos que ela adorava. O som de seu corpo chocando-se contra o dele era música para seus ouvidos e para os dele, que não teve o menor pudor de agarrar-se à cintura dela e observá-la com a expressão mais predatória que ela já presenciara. Ele não se movia, por mais que a tensão em suas mãos lhe mostrasse que ele desejava, deixando-a ditar o ritmo como bem entendesse, e tê-lo tão conformado e rendido era tão erótico quanto senti-lo preenchê-la por completo, cada canto que ela adorava sendo atiçado e tornando aquele quarto insuportavelmente quente.



 



Desde o momento em que ela decidira, no fundo daquela maravilhosa mente, que ficaria por cima, ditando cada movimento, cada carícia, ele soubera que teria uma visão magnífica, algo que ele jamais esqueceria. E não estava nem de longe errado.



Ver aquela mulher mover-se para cima e para baixo, cobrindo-o com seu interminável calor, apenas para deixá-lo quando bem entendesse, com tanta voracidade, e certa falta de controle até, era algo que ele desejava ter a oportunidade de presenciar ainda por inúmeras vezes na vida.



A coroa na cabeça dela deixava a situação somente mais erótica do que por natureza ela já podia ser, e a falta de pudor com que ela se aproveitava de cada segundo, de cada ângulo e intensidade, como ela conhecia o próprio corpo e o dele, movendo-se com maestria e precisão, apenas o levavam mais e mais próximo ao clímax.



Voldemort conhecia bem o corpo de Bellatrix, e a absurdamente aberta mente dela, para saber que ela não demoraria a chegar perto também, com o ângulo tão precisamente colocado, com a intensidade que ela escolhera, e com o clitoris dela tão precisamente se chocando contra a pélvis dele toda vez que estava inteiro dentro dela. Ele sabia também que os gemidos que saiam dos lábios dela não eram apenas mais uma maneira dela de enlouquecê-lo, por mais que o resultado fosse aquele, e que as pequenas gotas de suor que se formavam no rosto dela vinham muito além do esforço físico. Poder era um afrodisíaco interminável para os dois, e Bellatrix não tinha a mínima vergonha de se aproveitar daquilo até o último segundo, por mais que seu corpo viesse a reclamar do esforço, numa noite em que ela literalmente quase morrera.



E, talvez por aquilo, ela não reclamara quando as mãos dele forçaram-se em sua cintura, dando-lhe suporte ainda que não tirando dela o controle da situação. Mentalmente, ela quase agradecera pelo peso que ele transferira para os próprios braços, e que antes estivera em suas coxas. Em outras situações, ela com certeza teria reclamado, mas aquele seria o pequeno segredo deles, dentre muitos que eles já tinham.



O ritmo que ela impusera estava mais errático do que estaria àquele ponto, e ele mesmo precisava admitir que depois de tudo o que eles já haviam feito naquela noite, o clímax não era algo que demoraria para nenhum deles, mesmo porque somente de olhar para ela, majestosa por cima dele, tirando proveito de tudo que seu corpo tinha para oferecer, as unhas cravadas em seu peito, Voldemort sentia que poderia gozar como uma adolescente idiota. Não que ele fosse fazer aquilo, é claro, não antes dela pelo menos.



 



Por mais que suas pernas estivessem irritantemente cansadas, graças àquele maldito veneno, Bellatrix não sentia como se quisesse parar muito cedo, mas seu corpo a traía antes do que ela planejara e ela sentia o orgasmo mais próximo do que poderia ter imaginado. Talvez por todas as provocações, ou por tudo que eles já haviam feito, ou por ser a terceira vez, ela não se importava, tudo o que sabia é que a pressão em seu ventre se tornava mais insuportável a cada vez que ela se movia e aumentar a velocidade fora apenas natural para acalmar aquela necessidade.



Voldemort deixara os lábios entreabertos, pequenos sons deixando seus lábios, enquanto ele lhe dava um suporte que ela preferia não precisar e, claramente, tentava levar a mente para longe da visão a sua frente para não gozar antes do que queria, o que quase a fez rir no meio daquela situação.



Curvando-se para frente, Bellatrix capturou os lábios dele uma última vez, deixando que os gemidos se perdessem entre os lábios dele, quando ela finalmente deixou que seu corpo e libertasse, e o orgasmo tomou conta de si, cegando-a momentaneamente, e nublando sua mente para tudo menos o fato de que ele a seguiu quase imediatamente, e que a coroa em sua cabeça caíra na cama, repousando ao lado deles, que por longos minutos ainda teriam dificuldade de se recuperar.



 



 


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Comentários (1)

  • S.M.F.

    Quase não acreditei quando vi que tinha um novo capítulo, logo dois de uma vez. E que capítulos foram esses?! Finalmente o fim do Lucio, já foi tarde. Rs Como sempre, perfeitos e coerentes. Uma história surpreendente e que faz ficar sempre aquele gosto de quero mais. Ansiosa e torcendo para os próximos capítulos serem postados em breve.

    2018-07-05
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