Despedida - Parte 1



Eu me Apaixonei pela Pessoa Errada


Despedida – Parte 1


– Aposto que você não tem coragem – Ginny Weasley ria de sua ex-rival amorosa, Cho Chang, que só estava ali porque conhecia alguém que conhecia alguém que conseguiu para elas uma sala reservada no Seiva de Salgueiro, o restaurante mais badalado da cidade. Do tipo que você precisava de muita sorte, dinheiro e influencia para conseguir. Ela era secretária do Malfoy também, Hermione queria embebedá-la e ver o que ela falaria do chefe pelas costas – Sua frouxa.


– Não é que não tenha coragem, eu só acho infantil esse tipo de coisa – a asiática prontamente rebateu, arrumando a roupa muito lisa e o cabelo muito passado (ou era o contrário?). As outras deram risinhos afetados, ridicularizando o inexistente entusiasmo da oriental – Parem já! – e, num movimento tremulo, sacou a varinha – Está bem, eu farei eu farei. Parem com isso!


– Acredita que há relatos de pessoas que supostamente morreram dias depois de realizar algo desse gênero? – a maluca da Lovegood, como sempre, não podia deixar de dar sua contribuição tenebrosa. Por que ela havia querido convidá-la? – Mas eu não acho que seja verdade. Aqui – e retirou a própria varinha da manga da camisa de tricô em formato de arco-íris – Pode usar a minha também.


– Não precisamos de um pedaço de papel? – Lavender olha-só-eu-namorei-com-o-cara-que-você-gostou-antes-de-você Brown se meteu, pronta a dar sempre a opinião sobre algo que não lhe dizia nenhum respeito, e rasgou do caderninho uma folha, colocando no meio da mesa, entre os copos de cerveja amanteigada, vinho de flor de sabugueiro, uísque de fogo e chá de frutinhas silvestres (ma-lu-ca) – As instruções falavam sobre um pedaço de papel.


– Pronto, temos tudo – Parvati e Padma Patil bateram palminhas – Vamos lá, Chang, você apostou que se não conseguisse virar o copo de uísque de fogo faria o desafio. Faça!


– Covarde – Ginny tossiu, e os risinhos fazendo Hermione querer estar morta mais do que pudesse realmente descrever – Não entraria na Grifinória mesmo se quisesse!


– Pois fique sabendo que nem tudo é sobre grifinórios, Weasley – bastante corada e suarenta, Chang fez uma cruz com as varinhas em cima do papel, e abriu a boca, mas não saiu nenhum som por vários momentos. Então, como se estivesse se armando de uma bravura que não possuía, ela fechou bem os olhos, e recitou – Voldemort, Voldemort, Voldemort.


Um silencio tenso se instaurou no cômodo, enquanto todas – até Hermione, por mais que detestasse admitir – esperavam que uma das varinhas se mexesse, ou que o próprio bruxo das trevas invadisse o quarto e matasse todas elas. Como nada aconteceu, as respectivas donas de suas varinhas as retomaram. Chang estava muito aliviada, e Hermione podia jurar que a Lovegood suspirou de desapontamento.


– E agora, quem quer jogar verdade ou feitiço? – Lavender sugeriu alegremente, virando uma garrafa vazia de cerveja amanteigada – deixamos a noiva começar?


Por que não tinha strippers, um bolo grande, ou um bolo grande com um stripper dentro na sua despedida de solteira? Alias, por que havia deixado que suas ex-colegas planejassem uma coisa assim para ela?


Precisava desesperadamente de um ar fresco, e de alguém que estivesse vivendo alguma situação pior que a dela para sentir-se melhor.


– Eu vou ao banheiro um minuto. – disse Hermione, com um sorriso falso colado no rosto – Podem começar sem mim.


Sabia o que fazer: Iria ligar para o Malfoy. Com certeza os amigos dele estavam armando um velório para seu ultimo dia nesta terra no qual o relacionamento dele com uma sangue ruim não seria reconhecido pela lei.


Aquilo levantaria a sua moral. Com toda a certeza do mundo.


Pode apostar.

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