Vestido



Disclaimer: Eu teria feito um final melhor.


Eu me Apaixonei pela pessoa Errada


Vestido


Dirigir era uma das poucas atividades que Hermione Granger achava relaxante. Nenhuma magia, nenhum bruxo. Nada a respeito de arvores genealógicas ou pureza de sangue.


Só a boa e velha tecnologia desenvolvida a partir da maravilhosa ciência.


– Mas, ele não voa? – Ronald Weasley estava no banco do carona, observando-a engatar a marcha com fascinação – Porque você não o enfeitiçou? Ou fez invisível, sei lá.


– Eu só preciso do carro pra andar pela cidade. – era uma boa hora para ter um daqueles mantras budistas que a sua mãe gostava de ouvir no carro. Droga de ceticismo – Essa é a única função dele.


– Mas por quê? – quis saber Ronnie – Você pode aparatar. Todos nós podemos – pareceu legitimamente orgulhoso por isso – Um carro só é divertido se ele voar.


– Eu ainda não entendi porque você veio comigo. – ela ultrapassou a velocidade permitida quando descontou suas frustrações no acelerador. Mortificou-se ao perceber – Faria a gentileza de me explicar novamente?


– Bom, é que a Ginny teve de viajar para um jogo importante, e me pediu que, sabe... Te desse uma força com... – ele desviou o olhar – Com, sabe... Aquilo.


Minha nossa, parecia que ela tinha câncer.


Embora, quem poderia culpa-lo. Ela se sentia como se estivesse mesmo no crepúsculo de sua existência.


xXx


– Eu ainda não entendo porque nós não estamos no Madame Malkin‘s – o prédio com acabamentos cromados fazia Ronald se sentir um pouco esquisito. E aquelas portas que abriam quando você chegava perto então... E depois ele é que era um bruxo – É um bom lugar pra comprar roupas.


– Claro, porque eu estou impaciente de me casar com meu uniforme escolar – só após Hermione passar pelas portas automáticas, seu acompanhante o fez. Correu por elas, mais precisamente, o que a fez soltar um muxoxo – Não tem nenhuma emergência no Ministério que você precise resolver?


– Não, Harry pegou meus casos no horário da tarde para que eu pudesse estar aqui – o imbecil deu um sorriso genuíno – Sou todo seu.


– Olá, posso ajuda-los? Uma vendedora simpática aproximou-se – Procuram um vestido em particular?


– Ah, sim – antecipou-se Ron – Alguma coisa que pareça chique, mas com a que você possa andar direito. – aproximou-se da moça, segregando-lhe: – Ela não tem muita experiência com, você sabe, vestidos, mas consegue ficar bem bonita usando um, quando se empenha.


Hermione apertou a ponte do nariz, de olhos fechados. Algumas vezes não dizer nada era a única opção cabível para preservar o que restava de sua dignidade.


– Compreendo – um sorriso geral da mulher – Eu trarei alguma coisa então. Recomendo ao noivo que fique em outra área, enquanto ela prova os vestidos – uma piscadela – Pela tradição.


– Noivo? Não! – objetou Ronald – Eu sou só um amigo. Ela vai casar com o cretino do M-


– Claro que ele vai! – cortou nervosamente Hermione, empurrando o Weasley para onde ela pudesse se ver livre dele durante o maior tempo possível – Dá azar o noivo ver a noiva vestida antes do casamento.


– É mesmo? – a cabeça ruiva desaparecia por entre cortinas – Que interessante costume trouxa. Meu pai vai adorar saber disso.


xXx


Havia quinhentos e cinquenta e oito azulejos de mosaico na parede oposta a ele. Era bonito como todos eles organizavam-se, formando uma bela cena: Um casal correndo. O homem de terno, e a mulher de branco, enquanto muita gente acenava, e um ramalhete era lançado aos convidados.


Seriam aquelas flores enfeitiçadas? Ou era só mais uma coisa louca que eles faziam?


Quer dizer, lançar flores para os outros? Qual era a finalidade disso?


– Ron, vamos embora – Hermione se via exausta, carregando uma caixa quadrada tão grande que ele se questionou se caberia no bagageiro do carro dela.


Quando ele tentou tirar-lhe a caixa – que parecia pesada, ela o olhou com certa animosidade. Semelhante a um bicho que havia lutado muito com os outros por uma presa muito cobiçada, e que simplesmente não se desprenderia de seu troféu tão cedo.


Ronnie recuou sabiamente, correu pelas portas abre-fecha, e enfiou-se no carro tão logo lhe foi possível.


– O que você comprou? – ele quis saber, quando já estavam em movimento.


– Meu passaporte só de ida para o inferno.

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