Aliancas



Disclaimer: Eu teria feito um final melhor.


Nota:Drabbles divertidos acalmam a alma e sossegam o coração


Eu me Apaixonei pela pessoa Errada


Alianças


– Draco... – sua mãe se arrumou na cadeira – Querido...


– Meu filho – seu pai trambolinou os dedos na mesa, visivelmente desconfortável. – Nós temos uma coisa para dizer.


Oh, maravilhoso. Mais uma lição de moral sobre o casório iminente. Não bastasse ter sido olhado de soslaio por metade do escritório, além de ter ouvido uns bons 15 minutos de repreensão velada em forma de indiretas de seu superior – o velho caquético tinha sorte que ele não era mais comensal da morte, ou daria um jeito de arrumar uma morte qualquer, só para ficar com o cargo dele e todos os seus conhecimentos.


O que invariavelmente aconteceria, estando ou não ele "irrevogavelmente aliado com a ralé do mundo mágico".


Maldita Rita Seeker, porque isso tinha de ter saído nas colunas sociais. Se ela não fosse tão arraigada como raízes de mandrágora no Profeta Diário, poderia sumir com ela também.


A única coisa que o consolava era que a Granger estaria pagando o preço também. Porque todo mundo lê as odiosas fofocas. Parece uma compulsão que cada pessoa armazena no íntimo do ser.


– Eu sei que você passou por um período deveras traumático, mas... – o olhar de sua mãe lhe implorava algo. Talvez que voltasse a razão, coisa assim – Essa fase precisa passar, meu bem.


– Não vai dar certo, Cissa – seu pai, por outro lado, estava resoluto. E chateado. E desapontado. O filhinho do papai que ele sempre foi quando criança se magoou com isso, mas ele era um homem adulto agora, por todos os diabos – Olhe só pra ele. Está tão enfeitiçado que inclusive deu a ela o anel de casamento da família – suspiro – O que será da linhagem dessa família.


– Lucius! – a boa e velha repreensão de sua mãe, com aquelas sobrancelhas arqueadas, a voz estridente, e os olhos queimando de fúria contida. Sentia-se mesmo um menino novamente – Bom, continuando – sorriu-lhe nervosamente – Não pode mesmo estar insinuando que levará isso adiante, não é, querido?


– Saiu no jornal. Todos já estão sabendo – disse, suave. Já havia armado esse plano cautelosamente (embora tivesse conseguido uma bela dor de cabeça por conta do mesmo) – Se eu e a Granger não nos casarmos, o que será da reputação da família? Imaginem os tabloides: "Malfoy abandonado no altar por nascida trouxa heroína de guerra". Podem sequer conceber uma humilhação maior?


– Realmente – ponderou seu pai, engolindo em seco – Pior que vê-lo casar com uma sangue-ruim é ser exposto ao ridículo por uma sangue-ruim.


– Touché – o sorriso sardônico costumeiro estaria em seu rosto, em sinal de vitória, caso Draco Malfoy realmente não fosse um jogador tão habilidoso de tal jogo de cartas chamado pelos trouxas de pôquer, ou strip-pôquer, quando estavam bêbados. Granger dizia que era ótimo blefador – Acredito que trilhei um caminho sem volta.


Lucius e Narcisa Malfoy então se entreolharam, deram de ombros, e suspiraram, em desistência. Foi tudo tão sincronizado que realmente pareceu uma coisa ensaiada, embora Draco soubesse ser apenas reflexo involuntário da aristocracia.


Coisa de sangue, educação, como você quiser nomear.


– Então, se não há outro jeito... – seu pai retirou uma caixinha de joias verde-escura do bolso, e abriu-a: Dentro, repousavam dois anéis prateados... Em forma de serpente. Esmeraldas cravejadas formavam os olhos das duas cobras– Espero que use com cautela. Estão em nossa família há tantas gerações quanto o anel de compromisso que você inconsequentemente roubou do nosso cofre.


Primeiro de tudo, não haveria como roubar uma coisa que lhe pertencia. Segundo, a Granger jamais usaria isso, nem se ele ameaçasse cortar-lhe o dedo e deixa-la sangrar até a morte.


– Pode dizer que é muito importante para nós. Sendo... Governada por emoções "nobres" – sua mãe não parecia realmente dizer o que disse, dado sua expressão enojada. "Tolas", teria sido mais apropriado. –Tenho certeza de que ela entenderá.


– São alianças cerimoniais, de qualquer forma. Não a usarão para sempre – seu pai esclareceu – É tradição. Será o melhor para abafar os comentários que invariavelmente virão sobre a legitimidade desta união.


– Hmmm, creio que sim – sentia-se mais tranquilo ao ver os pais cada vez mais habituados a ideia de que desposaria uma nascida trouxa. Aquela nascida trouxa. Do contrário, o natal e feriados de família seriam insuportáveis – Mandarei fazer minhas próprias, para uso rotineiro. Isso é tudo?


– Creio que sim – Narcisa sorriu docemente para seu filho, acariciando-lhe o rosto com carinho – Tenha um bom dia, meu estimado.


– Igualmente – Draco deslizou a caixinha no bolso do paletó – Mãe, Pai – cabeceou um cumprimento, antes de se retirar. Granger parecia meio louca esses dias. Melhor ir para casa direto.


Os Malfoys então sorriram um para o outro maleficamente.


– Ele não suspeita de nada, não é Lucius? – a dama bebericou um pouco de chá.


– Provavelmente não. – seu marido continuou encarando a porta fechada – Será interessante ver o desespero contido da tal mocinha ao ver "Malfoy" gravado na sua aliança e em seu dedo com seu próprio sangue.


– Oh, sim – riu a mulher – Veremos se ela ainda desejará ser queimada viva após.


– Podemos arranjar isso – Lucius comentou casualmente, pegando o jornal do dia – Podemos arranjar isso.

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