O Jardim das Belas Damas



Capítulo dezenove – O Jardim das Belas Damas


         Aquele jardim era vislumbrante. Nada nem ninguém imaginaria que poderia existir um bosque metros e metros abaixo do chão, ainda mais um local tão fascinante como este.


            Havia árvores, arbustos e flores por todos os lugares, sempre com a mesma aparência: Caule dourado ou bronze, folhas e grama prateadas. Às vezes batia uma brisa que acalmava e dava calafrios. Pouco adentro do jardim tinha um lago com água prata, se aquilo fosse água porque não havia a mesma textura, era muito mais consistente, como se fosse sabão líquido.


            - Será que podemos beber? – dissera Adolfo. – Quem sabe é uma fonte da sorte? Como se conta em A Fonte da Sorte dos Contos de Beedle, O Bardo que minha mãe contava para mim quando era pequeno.


            - Não sei. – Saulo tocara no liquido prateado.


            - Isto é sangue de Unicórnio. – dissera sem animo Dimitri que ainda estava mal pelo o que seus amigos falaram na sala passada. – Minha mãe disse que um tio dela tomava. O sangue não te deixa morrer, porem aquele que bebe leva uma vida almadiçoada, pois somente se alimentara disso para sua sobrevivência. Ele deixou de beber e morreu. Pelo menos era isso que minha mãe diz.


            Os meninos assustados se afastaram o mais rapidamente do laguinho. Saulo limpara os dedos sujos na grama. Entraram dentro do bosque novamente. Adolfo e Igor faziam de tudo para não encostar-se às folhagens, temiam de os bichos voltassem.


            - Eu mesma já arranquei várias dessas folhas e eles não vieram. Vocês são covardes demais. – dissera Aurora para os garotos.


            Andaram por mais um tempo e se depararam com uma enorme parede de pedra que ia do chão até o teto e bloqueava a passagem. Eles começaram a andar ao lado dela, buscando contorna-la. A caminhada fora boa, tinha uma ótima paisagem. Chegaram numa parte onde havia esculpido cinco mulheres. Todas tinham feições horríveis. Eram gordas, com cabelos altos e faziam caretas.


            - Poxa. Acho que o criador delas deixou incompleta a obra. Coisa feia isto. – fizera uma cara de desprezo para as mulheres.


            - Nós somos as belas damas donas desse horrível jardim. – as bocas começaram a se movimentar. Elas falavam em conjunto, cada uma dizia uma parte da frase em perfeita sincronização.


            - Belas? Vocês são horríveis. – dissera Aurora com um rosto que demonstrava nojo.


            - O que foi que a senhorita disse? – via-se claramente a raiva das “belas” damas. Igor correra e tampara a boca de Aurora que se remexia para se soltar.


            - Ela disse “Incríveis”, Belas Damas. – Adam fizera uma reverencia para as esculturas, com o modo de amenizar a situação criada por Aurora.


            - Hum. Está bem. Gostamos de você pequeno cavalheiro. Vocês vieram aqui e estão querendo passar para a última sala?


            - Isso mesmo... Belas Damas. – Adam respondera euforicamente, mas depois diminuiu o tom de voz, falando com maior educação possível.


            - Tudo bem. – elas davam risadinhas. – Para passarem terão de responder uma única pergunta, uma muito simples. – fizera um silêncio. Os meninos ansiosos com a pergunta. – Qual de vocês é o mais bonito?


            Todos fizeram a mesma cara de desprezo feita na primeira sala. Eles olharam um para o outro ainda com a mesma cara. Não haviam caído na real. E se juntaram para discutir, mas as damas mandaram todos ficarem de frente para elas, mesmo assim não deixaram de discutir.


            - Mas é lógico que sou eu. – Aurora começou a fazer uma dança, tentando fazer o rosto mais sedutor de todos.


            - Sem brincadeiras. – dissera Adolfo. – É claro que não é a Aurora, ela está somente brincando. – falou para o resto dos colegas.


            - Eu não estava brincando. E você me chamou de feia. – dava para ver raios de raiva sair dos olhos da garota.


            - Não importa o que você pensou. Temos de saber qual de nós é o mais belo. – Adolfo dissera e logo viera na sua mente escolhendo ele como o mais bonito. Ele imaginou como um rei e seus amigos o idolatravam e gritavam “Rei Maravilhoso!”. Sorria sonhadoramente. Voltou a si. Balançou a cabeça para esquecer do que havia pensado. – Dimitri você responde.


            Dimitri foi pego de surpresa e demorou um tempo para responder, mas não muito. Gaguejou antes de falar, estava acanhado e todos ali percebiam, pois a cor da sua pele estava numa coloração bem avermelhada.


            - É... Hum... Eu acho... A Lola! – ele não sabia onde se esconder. Lola estava seria junto com Saulo, mas dera um sorrissinho tímido que Dimitri retribuiu.


            - Que palhaçada! Todos sabem que Lola é a deusa dos sonhos de Dimitri. –argumentou Igor. – Acho que sou o mais bonito. Como sou o mais cheinho daqui, talvez elas prefiram tipos igual a mim. Mais fofinho e gordinho.


             - Menos Igor. Menos. – Adam fez uma cara cansativa para o primo.


            A discussão durou mais alguns instantes. Lola, Saulo e Dimitri não opinavam, porem os outros estava num bate boca. Todos defendendo a si próprio que era o mais bonito.


            - Eu sou charmoso, charme conta bastante...


            Passara um feitiço do lado da cabeça de Adam. Seus cabelos até voaram um pouco para trás com a magia. Eles escutaram “Reducto” e outro feixe de luz atingiu a parede. Lola e Saulo estavam destruindo as donas do jardim.


            - Parem! Parem! – gritou histericamente a única dama que havia sobrado. – Se vocês me destruírem tudo aqui vai desabar!


            Lola pulara no braço de Saulo, abaixando sua varinha, pois se ele atacasse poderia acabar com tudo vivo naquele jardim, sobretudo eles.


            - Deixarei vocês prosseguirem. Já abriram um buraco aqui mesmo. – na cavidade via-se uma escada. Aparecera mais alguns degraus para os meninos subirem. Aurora foi a primeira, subiu com a cabeça empinada, devia estar achando que era uma princesa. Adam fora logo depois. Os outros ainda estavam desconfiados. Aurora deu um giro, como uma dançarina de balé e começou a subir as escadas. Adolfo foi o próximo e os outros foram cerca de dois metros atrás.


            Quando o menino pisou na plataforma, uma parede desceu e separou o grupo e a vulnerabilidade deles aumentaram. Adam bateu na parede de rocha, gritou e chutou, mas nada dela se levantar.


            - Sua merda! Mentirosa! O Saulo devia ter destruído você! – Adolfo segurou ele pelo o ombro. Adam se ajoelhou e começou a chorar.


            - Você tem que ser forte. Aposto que eles ficaram bem, eles estão contando conosco para poder obter a Helldark e, além disso, temos de alcançar Aurora, ela não se vira muito bem sozinha. Agora levanta, balança essa poeira e vamos completar nossa missão! – Adam ficara muito feliz com a presença de Adolfo. Ele se levantou e sorriu. E foram subindo as escadas, que não pareciam ter fim. 

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