Dramian Ponzio, a Helldark.

Dramian Ponzio, a Helldark.



Capítulo vinte – Dramian Ponzio, a Helldark.


         Adam e Adolfo subiam sem perder o ritmo, mas logo estavam exaustos. Pararam por alguns instantes para recuperarem o fôlego e voltaram a subir. A ponta de suas varinhas iluminava o local. Após certo tempo, viram uma luz, estavam chegando a sala. Fazia mais frio do que o segundo aposento. Ambos sorriam e pela a exaltação subiam de dois em dois degraus. Até que escutaram um grito.


            - Aurora! – sibilou Adolfo que subiu como uma bala e Adam logo atrás.


            A sala tinha o formato retangular. O chão era formado de pequenas rochas soltas, arredondadas, como uma perfeita esfera, à afiadas, como uma faca. Uma luz violeta vinha de um armário de vidro na parede e em volta havia uma fonte, arquitetada como um chafariz. A Helldark estava ali, dentro da vidraça.


            Aurora se contorcia no chão, batia em si mesma, de modo que parecia estar com nojo de si própria. Os meninos correram até ela e ajoelharam ao seu lado.


            - Aurora! Aurora! – a garota ainda se debatia, tinha o olhar assustado. – O que será que ela tem Adam? – havia desespero na sua voz.


            - Não sei. Vá até a Helldark, pegue ela, enquanto tento acalmar Aurora.


            Adolfo obedeceu no mesmo momento. Levantou-se e se dirigiu ao chafariz. Adam ficou ali tentando acalmar a garota. Ela começou a puxar seu cabelo, enlouquecida e soltava pequenos gritinhos.


            - Adam!! – berrara Adolfo. Adam se virou no exato momento. O menino se afastava assustado da fonte com pavor no rosto. – Esses farosutis estão vindo para cima de mim e sei que eles não querem brincar, como o do senhor Kim Lin.


            Adam se levantou, tentando avistar algum animal. Nada. Nada vivo, a não ser os três. “Eles vão me pegar!” repetia várias vezes Adolfo que já estava ficando paralisado. Ele olhava fixamente para um ponto que Adam não avistava nada.


            - Não tem nada aqui Adolfo! A não ser nós! Fique tranquilo. – Adam ainda não entendera o que ocorria.


            Ele escutara um gemido vindo pelas suas costas. Virou e deparou com Aurora segurando uma pedra bastante afiada e cortando seu cabelo loiro e ondulado bem na região do ombro.


            - O que você está fazendo Aurora?! – Adam tirou a pedra da mão dela, mas ela já havia cortado ele todo na altura do ombro. – Olha para mim. Olha para mim! – Os olhos verdes focaram nos olhos castanhos de Adam. – Porque está agindo deste modo?


            - Menos um lugar de preocupação. – dissera Aurora com uma voz de maluca, mas calma. – Todos esses bichos nojentos e peçonhentos. Ele não param de subir em mim. Cortei meu cabelo pra eles não ficarem dependurados e embolados nele.


            - Bichos? Mas não tem nenhum... – a ficha de Adam acabara de cair. Aquela sala era ilusionista, as pessoas vivem seus maiores temores, porem nada passaria de um truque da sua cabeça. Aurora se contorcia novamente. – Olha para mim! – Adam segurou a cabeça de Aurora. Encostou sua testa na dela. E a olhou no fundo dos olhos dela. – Escute! Isso tudo é mentira, só está acontecendo na sua cabeça. Nenhum destes animais existe. – o olhar de Aurora parecia de uma criança completamente boba. – Lute, lute contra esse medo, coloque na sua mente que isto é uma farsa, um truque da sala. Entendeu? – Ela fez um sinal positivo e fechou os olhos. – Agora vou conversar com Adolfo.


            Adam deu um beijo na testa de Aurora e disse “Fique firme!”. Deixou a menina sozinha e correu para onde estava Adolfo. Ele já estava no chão e fazia as mesmas coisas que Aurora fizera quando entraram no aposento.


            - Adolfo! Adolfo! Não acredite! Isso é tudo mentira! Não existem estes animais aqui... – Enquanto Adam caminhava para Adolfo. Uma fumaça aparecera e se transformou em uma pessoa. Estava tomando a forma de alguém familiar. Julieta.


            Adam ficara pasmo. Sua mãe bem na sua frente. Sabia que era mentira, mas ela era tão real. Julieta estava fraca e muito pálida. Ela andou cambaleando até o filho. Ele pensou “Ela não pode me toca, ela não pode me tocar”. Porem ela tocou e abraçou Adam.


            - Oh meu filho! Mamãe não te conta nada. Todo dia eu saia, você lembra? – Adam concordou. – Tava investigando o paradeiro de umas pessoas que eu amava, mas não me tratavam muito bem. Foi ai que adoeci.


            Ela se afastou de Adam. Ficou cerca de dois metros de distância. Julieta começou a chorar, mas suas lágrimas eram de sangue. Logo o sangue começou a escorrer das narinas, boca e orelhas.


            - Não!! Mãe!! – Adam correra até a mãe, mas um campo de força os separava. Adam começou a bater na barreira invisível. Agora alguns pedaços de sua mãe caiam. – Não! – E essas fatias de carne e membros explodiam, jogando sangue que respingava em Adam.


            Ele chorava muito, mas não terminou o sofrimento. Agora seu pai e seu irmão, Felipe e Augusto, apareceram. Eles sangraram e explodiram, sujando ainda mais Adam. Saulo, Igor e Dimitri. Depois Lola, Adolfo e Aurora. Adam não aguentava ver mais sangue. Sara estava explodindo quando alguém atrás de Adam o sacudia.


            - Adam, é tudo mentira! Se lembra do que você me disse? Nada disso existe. – Aurora balançava ele de um lado para o outro. Adam começou a se recuperar, mas então o chão se abriu e os estilhaços de carne fresca caíram no abismo. Suas pernas ficaram bambas, ele tinha medo de altura e todo sentimento voltará.


            Aurora quando viu que o amigo estava piorando e suando. Segurou sua cabeça e o encarou com o olhar, do mesmo modo como Adam fizera para acorda-la da armadilha.


            - Adam, lembra? Nada disso existe, tudo é fantasia. Você me ajudou, agora estou bem, nada esta me atormentando. É só imaginar que isso tudo é falso. Lute contra seu medo. Lute! Batalhe! Tenho certeza que sairá vitorioso.


            Adam recuperou. Olhou para seu corpo, não havia sangue algum. Ele sorrio e abraçou Aurora,  agradecendo-a.


            - Tudo bem. Vamos correr agora. Vá pegar a Helldark que eu vou ajudar Adolfo. – Ela foi a caminho do amigo e ele do chafariz.


            Adam pegou uma pedra grande do chão e a levou para quebrar a vidraça. Quando o menino pisara dentro da fonte. Uma quantidade de água tomou a forma de uma pessoa. Uma mulher belíssima. Ela começou a cantar.


            Era uma sereia que, com seu canto, encantou Adam. Ela dançou e seduziu o garoto que logo já estava mergulhando. E aquilo seria o fim de Adam, morreria afogado, porém Aurora acabara de acordar Adolfo.


            Com isso a sereia parou de cantar e o menino recuperou os sentidos, quando se levantou da água havia um monstro horrível do seu lado. Tinha a pele cinzenta e um olhar perverso. A criatura olhou fixamente para Adam.


            - Parabéns! Vocês conseguiram passar por todas as quatro salas. Para mortais tão novos, todos ganharam meu respeito, ainda mais o meu, pois é a mais difícil de vencer. Aqui está seu prêmio. – O ser pegou a esfera cor púrpura e entregou a Adam.


            - Obrigado senhor por nos entregar a Helldark. – Adam fizera uma reverência.


            - De nada. Mas essa bola não tem este nome. O nome dele é Dramian Ponzio. – Adam e os outros acharam estranho, porem não questionaram, talvez Helldark era um nome inventado somente para o mito.


            Os três desceram a escada. Todos felizes, conseguiram pegar a Helldark, ou melhor Dramian Ponzio. Chegaram à plataforma e a parede de rocha se abriu e o grupo se encontrou novamente.


            Fora um momento de muita alegria. Dimitri, Igor, Lola e Saulo não acreditaram que a Helldark estava na mão deles. Agora era só pedir para que a gangue da escola deixasse de chatear os outros, pois esse era o desejo combinado por eles. Voltando para entrada Lola perguntou:


            - O que aconteceu com seu cabelo Aurora?                       


            - Hã? Como? Nada. – ela passara a mão nos seus cabelos e percebera que grande parte dele havia se perdido. – Eu... Eu... Cortei ele. – sibilou a garota. Via-se horror na sua face. – Meu cabelinho. Meu cabelinho. – choramingou ela.


            Todos riam de Aurora, o que fez a caminhada ficar menos cansativa, lembraram também como ela descobriu a passagem secreta e respondera corretamente na primeira sala e como fora engraçado. “Na hora ninguém achou nada engraçado” a menina falou com si própria.


            Saíram do calabouço, subiram as masmorras e chegaram ao salão principal, onde três garotas passavam.


            - Oi Adam. Oi Igor. – a menina loira com belos olhos cumprimentara os dois. Era Sara, a prima dos meninos.


            - Olá! – disse Igor, Adam não dissera nada. – Onde estão indo? O jogo terminara?


            - Não. Não terminou. – disse uma amiga de Sara, tinha um rosto meigo e delicado, parecia ser muito simpática e fofa. – A Sara tem que ir... Hum... No banheiro.


            - Fazer o que no banheiro? – retrucou Igor.


            - Fazer o que? Fazer o que? – disse a outra amiga que era bem bela, mas seu rosto era fechado e com ar de deboche. – A gente não pergunta isso para os outros. Vamos meninas! – Ela pegou os braços das amigas e subiram as escadas. Sara não olhou para trás, somente a menina de cabelos castanhos dera uma despedida para os meninos.


            Igor ficou estressado de como a menina o tratara e resmungou até todos chegarem ao campo. Adam guardou a Dramian Ponzio dentro de sua mochila. Quando chegaram no local, o jogo havia terminado e Gryffindor estava comemorando a vitória. Toda a gangue da escola fazia parte do time. Rômulo, Giuseppe, Stefan, Augusto e Sérgio recebiam os parabéns dos professores e dos alunos da sua casa.


            A noite chegou. Os amigos se separaram para irem para sua sala comunal. Aurora chamava muito atenção pelo o fato de seu cabelo estar muito curto, ela inventara a desculpa que aquilo fora uma aposta. Logo eles foram para o jantar, que como sempre, estava farto. Lola agora comera junto com Adam, Dimitri e Saulo, falando sobre a aventura que ocorreu. Ao terminarem foram para seus dormitórios, porque tudo que eles queriam agora era uma boa noite de sono.

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