Reconciliação Obrigada



Capítulo dezoito – Reconciliação Obrigada


            Adam pisava firme, seguia na frente de Saulo que parecia estar esperando o momento certo para fazer algo. Depois, Adam o deixou ir à frente, porque temia que o amigo o desse uma facada pelas costas.


            Igor, que estava mais calmo, caminhava atrás de Adolfo, mas às vezes dava empurrõezinhos para o garoto andasse mais rapidamente. Ainda não haviam encontrado Aurora pelo o corredor da direita.


            Dimitri corria e Lola o seguia. Ele fora perdendo um pouco o ritmo até que parou, estava mais vermelho que tudo. A menina o pegou e dera tapinhas na costa do garoto russo.


            - Não ligue o que eles disseram na sala passada, eles não estavam no seu estado normal. – consolou Lola.


            - Você não sabe como é. Nunca ter amigos e quando parece que consegui fazer amizades é tudo jogado por água a baixo. – A menina o abraça. Ficaram calados um tempo antes de continuar o caminho, pois teriam de saber se aquele é realmente o corredor que da sequência as salas.


° ° °


            No corredor da esquerda, Adam estava bem mais calmo, porem estava triste se sentia culpado por ter falado aquelas asneiras. Saulo olhara para trás e percebera que o amigo voltou ao estado normal.


            - Aquela sala que fez você falar aquele monte de coisas ruins.


            - O que?! – surpreso estava Adam.


            - Aquela era a tarefa da sala, trazer lembranças ruins deixando as pessoas mais sensíveis à raiva e tristeza. – Adam agora parara, estava muito abismado com o estudo de Saulo naquele momento agonizante. – Eu estava bastante irritado, não teria percebido se não fosse por Aurora, foi ela que disse que queria nos alertar, pois já havia percebido o truque daquela sala que era fazer a discórdia das pessoas, as separando e deixando elas mais vulneráveis para serem mortas facilmente.


            Voltaram a andar em silêncio. Adam, agora mais do que nunca, se culpava por ter separado todos seus amigos que estavam ali para poder ajuda-lo a encontrar a esfera.


° ° °


            No corredor da direita, Igor se sentia mal também, havia reconciliado melhor o controle das suas emoções e percebera que a maior burrice foi ter brigado e separado o grupo todo. Andava de cabeça baixa durante um bom tempo.


            - Olha! – disse Adolfo apontando para um lugar do corredor. Parecia ser uma estufa, mas sem os vidros que a reveste, tinha a organização de uma, porem estreita e comprida, pois o corredor não se alargou para melhor posição das plantas.


            - Fixe! – dissera Igor. Nenhum dos dois garotos nunca viram plantas tão belas, elas tinham o caule dourado e as folhas prateadas e brilhavam intensamente dentro do corredor.


            Os dois andavam devagar, analisando tudo que se via. Tudo brilhava muito, que chegava a cansar a vista dos garotos. Adolfo aproximou de uma rosa belíssima e notara algo.


            - Parece que elas são banhadas a ouro ou prata. – arrancou uma pétala da rosa e confirmou sua ideia. – Sim, elas são banhadas. – olhara surpreso para Igor que arrancou umas folhas de árvores, as conferindo.


            Um barulho estranho começou a vim debaixo da terra que logo começou a tremer. O chão começou a rachar e dele saíra monstros que tinha as mesmas cores das árvores, prata e dourado. As criaturas eram feitas de raízes, tinham um formato humanoide, folhas prateadas em suas cabeças, alguns carregavam lanças. Em um breve momento tudo se silenciou, os dois garotos encaram os seres. Dava para ouvir até a brisa. Até que os monstros gritaram, levantando as lanças, e avançaram nos meninos, que correram loucamente fugindo.


° ° °


            Dimitri e Lola escutaram coisas, ficaram preocupados com os meninos que estavam nos locais ao lado. Depois de um silêncio um barulho giratório, parecido com de uma roda gasta, começou a se aproximar dos dois.


            - O que é isso? – dissera Lola. Os dois olharam para trás analisando o que vinham a caminho deles.


            Aparecera um rolo compressor com afiadas estacas de metal avançando sobre eles. Os dois começaram a correr do objeto, pois se ele os pegasse faria picadinho dos dois e seria uma morte altamente dolorosa.


            Correr estava difícil, porque o corredor deles subia gradativamente, e correr num morro é uma coisa exaustiva, mas eles não poderiam parar. Após subirem bastante o local se nivelou virando algo plano. Haviam tomado uma distancia boa do rolo, porem neste local abria buracos no chão. Dimitri e Lola teriam de pular as cavidades, assim eles começam a perder velocidade e o rolo se aproxima.


° ° °


            No corredor da esquerda também se escutava estrondos. Adam se sentiu mais mal, se alguma coisa acontecer com seus amigos ele se culpará para sempre. Ele encosta seu rosto nas rochas frias da parede para poder escutar melhor, Saulo gritou, e Adam ao encostar na parede ele aciona um botão. Uma rocha de pedra agora começa a persegui-los, os dois fogem o mais rápido que conseguem, se não seriam espremidos pelo o pedregulho gigante.


            - Você é maluco?! Nunca se encosta em nada onde você não conhece, ainda mais nesse lugar. – desesperadamente Saulo fugia da rocha.


° ° °


            Enquanto isso no corredor da direita, Adolfo e Igor corriam, chegaram a ver o fim do túnel, porem um dos monstros levantou as mãos e o que parecia ser seus dedos se esticaram até os garotos. As raízes se enrolaram nos meninos que tentavam, com todas as suas forças, se soltarem.


            Eles pensaram que estavam tudo perdido, que eles virariam escravos dos monstros e trabalhariam debaixo da terra até o final de suas vidas. Igor chorava só de imaginar a situação.


            - Incendio! – um feitiço fora usado nesse momento. Os dedos de raízes começaram a pegar fogo que soltaram os garotos que correram para trás de Aurora. Igor, mesmo trêmulo, pegou sua varinha e ajudou a menina com a magia Incendio. Adolfo não conseguiu ajudar, porque era horrível em Herbologia, então era terrível em feitiços relacionados com plantas, não é a toa que perdeu média na matéria.


            - Vamos para a próxima sala, lá tem uma alavanca que fecha a porta para este corredor, mas ela é muito pesada. – eles correram para o aposento que era um jardim, o mais bonito que os dois já viram, haviam plantas semelhantes com a do corredor da direita, todavia esse não era o momento certo para vislumbrar a paisagem. Aurora continuou usando o feitiço nas criaturas. Os dois garotos tentavam girar a alavanca.


° ° °


            Enquanto isso no corredor central, Dimitri e Lola pulavam as aberturas no chão, o rolo com estacas de metal estava bem mais próximo agora. Eles avistaram o fim do túnel, porém era um lugar sem saída, eles haviam entrado na porta errada, pensaram os dois.


            - Vamos morrer! – disse Lola. Dimitri a abraçou, ele já estava abusando um pouco dela com todos esses abraços. O rolo aproximava cada vez mais nos meninos. Lola fechou os olhos para não poder ver o objeto se aproximando mais ainda.


            - Lola, usa aquele feitiço que usou em mim no dia de aula pratica de voo. – dissera Dimitri dando um sorriso no rosto.


            - Mas isso só vai retardar o processo, além disso, minhas magias são terríveis quando estou nervosa. Não irei conseguir.


            - Irá sim. Você é uma bruxa incrível. Sei que conseguirá fazer isso. Se esta com medo, pense que esta comigo. – Dimitri dera um sorriso. Os olhos verdes se encontraram com os azuis de Lola que virou apontou a varinha e usou o mesmo feitiço do dia da aula prática de voo.


            O rolo compressor agora girava lentamente, o feitiço havia dado certo. Lola sorriu e logo começaram a apertar todos os lugares da parede, tentando descobrir uma passagem secreta, porem nada. O rolo voltou ao normal e estava a cerca de um metro e meio dos meninos, Lola usou o feitiço novamente.


            - Antes que a gente morra, quero te dizer que você é uma menina especial e que eu estou...


            - Sem blábláblá! Vamos pular nesse buraco. – Lola apontou para as cavidades do chão, que cabiam muito bem os dois meninos.


            - Ele é fundo. Parece que não tem fim. Podemos cair em qualquer lugar.


            - Temos que arriscar! É melhor do que morrer aqui. – ela olhou fixamente para ele esperando a resposta que demorou a ser dada com um fraco movimento com a cabeça. – Então vamos logo! – Lola pegou na mão de Dimitri e pulo junto a ele no buraco.


            Acima dava para escutar o rolo voltar a seu estado normal e se chocando com a parede. Se não tivessem pulado estariam mortos agora. Eles deslizaram pelo o tubo que havia no buraco. Avistaram o fim e foram arremessados para o jardim belo que era a próxima sala.


            Aurora, Adolfo e Igor estavam no canto direito da sala, ainda lutavam com os monstros. Lola quando aterrissou no jardim e avistou sua amiga, fora correndo ajuda-la. Agora com três meninos girando a alavanca, a porta se fechada com um pouco mais de presa.


° ° °


            Saulo e Adam fugiam da pedra. Adam gritava que nem um bebê. Saulo virou várias vezes e tentou usar o feitiço Reducto, porem sem efeito.


            - Parece que a rocha está protegida por outro encanto. – viram o final do túnel e pararam, era um lugar sem saída. Adam procurava alguma coisa na parede.


            - Vamos morrer! Vamos morrer! Vamos morrer! – gemia dolorosamente a frase.


            - Se tudo der certo, não agora! – Saulo virou para a parede. – Reducto! – a parede feita rocha abriu um buraco, mas não suficientemente grande para protegê-los. – Reducto! – usou mais uma vez. O buraco crescera, mas ainda não era suficiente. – Reducto! Reducto! – talvez mais uma vez conseguiria fazer um abrigo ótimo. Adam já fazia todos os tipos de orações trouxas que conhecia. A pedra estava a três metros deles agora. Os dois suavam frio. Saulo juntos todas suas forças e concentração. – Reducto! – berrou e um espaço se abriu onde os dois caberiam certamente. Ele puxou Adam pelo o braço. A rocha passou direto abrindo a passagem para o jardim com plantas exóticas.


° ° °


            Os cincos pararam quando a rocha quebrou a parede. As criaturas avançaram mais sobre eles. Saulo e Adam saíram da passagem que a pedra gigantesca fez. Logo eles viram os amigos e correram ao seu encontro. Todos sorriram, mas se assustaram com o grito de Lola, seu braço foi enroscado e estava sendo puxado para dentro do corredor novamente pelo os monstros. Aurora, de um modo mais rápido do que nunca, usou o feitiço Incendio nas raízes quando viu a amiga de infância em perigo. Lola foi solta, voltou para seu lugar e ajudou com sua magia.


            Adam e Saulo foram ajudar os meninos com a alavanca que agora estava se fechando com mais rapidez. A porta cerrou totalmente. Todos comemoraram dando abraços um nos outros.


Depois do momento de entusiasmo todos se silenciaram.


- Me desculpa Aurora, Dimitri e Adolfo pelo o que eu disse. – falou Igor com a cabeça baixa.


- Essa eu deixei passar, da próxima não salvarei sua vida. – disse Aurora cruzando os braços, virando a cara, mas estava rindo.


- Não. Da próxima eu salvarei sua vida. – Igor riu. – E me desculpa Adam, sinceramente peço mil perdões.


- Eu também te peço mil perdões. Nós dois agimos de modo totalmente irracional. – os dois se aproximaram e deram um abraço. – Ah, me desculpa Aurora, Saulo e Dimitri também. – Os três fizeram um sinal de desculpas aceitas.


- Awwn! Que garotos mais fofos! – disse Aurora com as mãos fechadas, cabeça virada e olhos brilhando. – Todos meninos deviam ser igual a vocês. Meigos. – ela apertava as bochechas de Dimitri que ficou vermelho automaticamente. Após a última palavra de Aurora, os meninos fizeram uma cara de desprezo para ela, Adolfo fez até um som de nojo com a boca. – Adolfo você é ridículo. – ela virou de costa para a turma, todos riram até mesmo Lola.


Agora que a conversa acabou e todos fizeram as pazes estavam preocupados com qual seria o teste para passar sobre esse jardim. Andavam caminho adentro do jardim com muitas árvores e plantas diferentes, cada vez temendo mais o que poderiam encontrar e qual seria a tarefa ou o que teriam de enfrentar para continuar a caminho da Helldark.

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