As Três Rotas



Capítulo dezessete – As Três Rotas


         Os sete alunos estavam muito felizes com a passagem da primeira sala, agora eles estavam mais próximos de conquistar a tal de Helldark. Eles corriam por outro corredor, bastante escuro, que com suas varinhas o iluminaram. Cada vez Adam e os meninos estavam perdendo o pique, pareciam estressados, desanimados e tristes quanto mais avançavam.


            - Gente, tem como pararmos um pouco? Estou sentindo uma sensação estranha, ruim... – sussurrou Aurora.


            - Tu quase estragas tudo e ainda quer que concedamos seus desejos? Para Aurora, nem convidadas foras. – dissera Igor em tom alto, parecia nada de bem com a vida. Aurora abaixara a cabeça e ficara chateada com a arrogância de Igor.


            - Calem a boca imbecis, estamos chegando à próxima sala. – falara Adam num modo tão autoritário quanto Igor. Ambos estavam com fervor um do outro.


            Correram, todos de cara fechadas, para o próximo aposento. Ao se encontrarem no local analisaram como os alunos estavam com o rosto meio raivoso.


            A sala era redonda, como a que a precedia. Havia uma pequena nevoa densa próxima ao chão que cobria até os joelhos dos garotos. Porem isto pouco interessou a eles, além de estarem irritados agora estavam confusos, pois existiam três portais e não sabiam qual era a certa a se tomar.


            O lugar estava mais frio que o normal e num silêncio terrível, que fizera os aventureiros lembrar de coisas ruins, que poderia prejudica-los.


            - Devemos tomar o caminho da direita. – disse Igor.


            - Pois eu não acho. Temos que ir pela a da esquerda. – mandou Adam.


            - Tu achas que é o líder, Adam, porem não é. Somos uma equipe. – respondera Igor com seu sotaque português.


            - E sua resposta foi decidida muito em conjunto, Igor. – retrucou Adam.


            - Gente não brigue! Isto é...


            - Já dissera para tu calares este teu beiço. – Igor xingara Aurora, que ficara mais abalada que estava.


            - Igual Igor já falou “você não foi convidada”. Você não tem poder de escolha nenhuma aqui garota intrometida. – complementou Adam a frase de Igor. – Pela a sua incompetência e inconveniência que por sorte conseguiu achar a passagem secreta.


            - E por pura sorte que estamos vivos, porque nem ao menos analisou sua resposta conosco e já fora dizendo. Ridícula... garota ridícula!


            O rosto de Aurora corria lágrimas. Fora ridicularizada na frente de todos.


            - Como você quer melhorar aquela gangue, se nem ao menos vocês tentam melhorar seus modos! – Aurora agora gritava para os dois, seus olhos se encheram mais de lágrimas. – Queria ajuda-los os alertando, mas parece que não daria em muita coisa. – Lola encostara a mão no ombro da amiga, a consolando. Aurora virara ligeiramente e brutalmente empurrou a menina, a derrubando, depois saíra correndo pelo o caminho da direita.


            - AURORA! Você ficará perdida! – berrou Lola. Igor e Adam continuavam a discutir. Dimitri ajudou a menina se levantar do chão. – Não devia ter deixado ela ir, o que pode acontecer com ela? Sempre me culparei. – chorando, a garota de olhos azuis rutilantes abraçara fortemente Dimitri que retribuiu. Agora os primos se debatiam um com o outro quase avançando para a cima do parente.


            - Por favor, vamos parar com isso! – Dimitri deixara de abraçar Lola para finalizar briga. Abriu os braços afastando Igor de Adam. Igor enfurecido dera um soco no rosto do colega que caíra no chão cheio de nevoa.


            - Oh, o Melnick se achas o bom? Seu sangue não permite isto. – gritou Igor.


            - Tenho dó de você. Garoto sem sal, miúdo, indefeso e, para piorar, parente de comensais da morte covardes que fugiram da Europa para o Brasil para não serem pegos e aprisionados após a queda de Voldemort na Segunda Guerra Bruxa. – debochou Adam. Dimitri estava com os dentes cerrados e com uma das mãos na região onde recebeu o soco.


            - Tua família não presta e tu se inclui. Garoto sem talento.


            Adolfo segurava Igor pela as costas e Saulo Adam. Dimitri levantou e cuspira no rosto dos dois e saiu segurando o choro pelo o caminho do meio. Lola o seguiu, gritando seu nome, ela não deixaria que outro se afastasse do grupo sozinho.


            - Muleque covarde. Me solte Adolfo ou terei que falar... Não vai me soltar seu garoto de quinta?... Adolfo o menino invejoso. Inveja da irmã mais velha prodígio. Inveja do irmão caçula porque ele tem mais privilégios. Inveja dos familiares de São Paulo porque são famosos no mundo dos trouxas. Adolfo Stradivarius, o invejoso. – Adolfo soltou o amigo, estava branco feito uma folha de papel, totalmente abalado.


            - O Saulo é o mentiroso que se acha. – Adam prosseguiu com os xingamentos, mas agora direcionados a Saulo. – Sabe aquele garoto que diz que é bruxo, mas não tem um pingo de sangue mágico na família? É Saulo Barbosa que se acha o maioral dentro da sala de aula por ser o mais inteligente e esnoba os outros por estar no time de trancabola. Nem sei como ele possa voar se não é bruxo, e sim um trouxa fedido. – Saulo perdeu as forças e Adam se soltou. Virou com uma cara que parecia estar possuída e perguntou. – Agora me explica isso, Saulinho? – Igor e Adam deram uma risada malévola.


            - Temos que sair agora daqui! – Saulo falou com a voz firme mesmo chateado com os dizeres de Adam. – Se fizermos isto agora, eu prometo que mais tarde eu conto melhor essa história. Porque esta sala é um lugar sombrio, enlouquecedor. – Todos pareceram reconciliar um pouco da razão.


            - Tudo bem, mas eu e Adolfo vamos pelo o caminho da direita. – virou bruscamente pegando o braço do colega e puxando pela a rota da direita.


            - Ok, Ok! Eu e Adam vamos pela a da esquerda. Como Adam queria inicialmente. – Os dois se dirigiram ao caminho inverso dos outros dois.


            - Mas eu irei de te pegar na porrada, Adam, não deixarei você falar do meu pai. – gritara Igor para Adam, seu sotaque desaparecera neste momento.


            - E não deixarei de graça os seus dizeres que minha mãe é uma otária, fraca e que logo morrerá. Ninguém tem o direito de falar que meus familiares morram. – respondera de mesmo tom para o primo.


            Cada um seguiu pelo o seu corredor. Qual será que levara até a Helldark o caminho da direita que foram Aurora, sozinha, Igor e Adolfo ou o da esquerda que seguiram Adam e Saulo ou, talvez, o corredor central, que fora escolhido por Dimitri e Lola?

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