A Decepção de Adam



Capítulo sete – A Decepção de Adam


            Os dois arrastaram seus malões o trem inteiro e na ultima cabine era a que tinha menos gente. Havia somente uma menina pálida de cabelos negros e olhava pela a janela a paisagem das Minas Gerais.


            Decidiram entrar neste, pediram licença, mas a garota ainda analisava o que se passava lá fora. Os garotos se acomodaram e conversaram bastante durante a longa viagem.


            Ouviram uma voz rouca e fininha no corredor, Igor colocara a cabeça para fora da cabine e viu uma senhora que estava vendendo doces. Eles juntaram todo dinheiro que tinham para comprar algumas guloseimas, porem quando a velha chegara à ultima cabine havia sobrado somente uma geleia de abóbora. Eles compraram este e cada um ficou com uma metade do doce. E combinaram que na próxima vez iriam ficar algumas cabines mais a frente.


            - Minha avó, Agnes, faz um muito mais gostoso que esse aqui. – comentou Igor ao comer o seu pedaço.


            - Ela é engraçada, as roupas, o cabelo, a voz, o jeito... Ela é toda diferente. – riram, mas foram surpreendidos por um garoto que entrara na cabine rapidamente. Igor e Adam olharam assustado para o menino, que agora fechara a porta, depois os dois olharam um para o outro e cada um fez a cara estranha mostrando o que acharam do momento.


            - Me desculpem pelo o ocorrido, mas estou fugindo de uns meninos grandalhões que adoram enrolar alunos fracos e calouros. – Estava falando assustado para todos da cabine. A garota pálida não prestara atenção. Adam e Igor ficaram abismados e com certo medo desses garotos, porque se eles perseguem alunos de anos mais avançados, o que poderia fazer com os novatos?


            O garoto que entrara na cabine estava muito vermelho, usava óculos redondos e seus cabelos eram puxados para um loiro. Além disso, ele era muito magro, corcunda e uma imagem de ser muito inteligente.


            - Quem são esses? – perguntou Igor automaticamente.


            - São um grupo de garotos arrogantes, se acham superiores a qualquer aluno da escola. – respirava fundo, parecia muito nervoso e com medo. – Eles são do mesmo ano que sou, mas, graças a Merlim, somos de casas diferentes. Sou da Slytherin e eles da Gryffindor. – Neste momento Adam lembrara que seu pai e seu irmão foram selecionados para Gryffindor e lembrou-se de Sara dizendo que provavelmente ele seria desta também. A cada momento odiava mais esta, todavia continuou a escutar o magro garoto. – Eles são desse jeito somente pelo o motivo de serem populares e os garanhões de Strambo. Desde que entrei no colégio eles me procuram e tudo que acho que faço é para o ruim, deve ser pelo o motivo de eu ser da Slytherin, mas não somos deste modo, somos boa pessoa...


            A porta se escancarou e um menino muito bonito, alto, cabelos sedosos e negros, olhos azuis e um jeito de maioral no seu rosto aparecera, atrás dele devia ter mais uns quatro garotos. Ele olhara para todos da cabine, porem focou no menino magro que agora estava com as mãos atrás da cabeça, escondendo o rosto.


            - Qual foi a ladainha que você, Victorio, contou para estes pirralhos aqui? – Adam olhara para Igor, nunca o viu tão assustado. Ele temia que o alto garoto humilhasse o tal de Victorio ou, pior, ficar na lista das vítimas dessa gangue.


            - Rômulo, por favor! – O garoto pegou Victorio pela a gola da camisa e o levou para fora da cabine. Viram dois meninos seguirem Rômulo. Adam ficara com muita dó de Victorio, será que bateriam nele até arrancar o que queriam?


Adam teve um tremendo susto, quando viu o garoto moreno pela a porta, reconheceu imediatamente o menino. Ele nas férias tinha brincado com as miniaturas de dragão junto com Adam. Era o amigo de Augusto, Sérgio.


            Sérgio fazia parte da gangue dos meninos arrogantes. Adam pensara, mas não poderia ser verdade o que estava passando na sua cabeça agora. Seria possível isto? Augusto aparecera na porta e a ideia de Adam agora se confirmava. Seu irmão fazia parte do grupo de garotos populares de Strambo, ele ficou sem reação quando o vira.


            - Fique longe deste menino magricela e falso! Vocês dois! – apontou para os dois garotos. Igor estava pálido igual a garota que olhava pela a janela, porem ela agora estava focando sua visão em Augusto dando uma bronca nos garotos. – É melhor vocês já se trocarem, já estamos próximo da escola. – o tom da sua voz havia diminuído bastante.


            - Augusto... Eu... Eu não acredito que seus amigos é esse pessoal. Por isso mamãe não gosta que você saia. – Adam não aguentara, sentira muita raiva do irmão, não suportava saber que seu irmão causava ódio nos outros e ainda os maltratavam.


            - Adam você nem sabe quem é esse garoto para já tirar conclusões...


            - A única conclusão que tirei foi que meu irmão é uma pessoa que não tem coração. – Adam estava extremamente vermelho. – Não contarei para a mamãe se você não incomodar mais o Victorio. – cruzara o braço para o irmão.


            - Então mamãe vai ficar sabendo, porque eu não vou parar. – Augusto ficara com muita raiva e saiu enfurecido. Sérgio olhara para Adam, que estava em pé agora, fez um olhar que levou a pensar que era de desculpas. Adam sentara e fechara a cara.


            Igor olhara para o primo com a mesma cara de menino bobão. A garota ainda olhava para os dois. Adam se sentiu muito irritado, não só por causa dele, mas pelo o que o irmão faz no colégio, mesmo depois de todo ensinamento que seus pais o passaram ele ainda se tornou uma pessoa horrível. 


            No fundo, Adam sabia que o irmão até tinha razão, pois nem conhecia esse tal de Victorio direito, mas a sua fúria era maior. Na sua cabeça somente aparecia imagens do irmão menosprezando alunos frágeis de Strambo e novos conceitos sobre os amigos de Augusto, que algumas vezes foram na sua casa.


            - Não se deixe enganar. Você pode achar que conhece alguém e não é tudo aquilo que pensara. – A menina pálida argumentara, mas não olhara para o rosto dos meninos agora, voltara a focar sua atenção na paisagem que passava na janela. Os garotos fizeram uma cara assustada para a estranha, nunca acharam que ela ia falar alguma coisa.

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