O Embarque



Capítulo seis – O Embarque


         Todos já estavam na sala, exceto Augusto, ele sempre atrasa para saírem. Felipe já estava irritado com a demora do filho. Colocou a varinha de Ébano no pescoço, sussurrou alguma palavra que Adam nunca entendera, todavia já sabia o que iria ocorrer, tampou os ouvidos com a mão.


            - AUGUSTO!!! – uma voz extremamente alta saiu da boca do pai. Julieta dera um tapa no ombro do marido, tinha levado um susto, como sempre isso acontecia.


            - Já disse que não usar o Sonorus dentro de casa! – gritara com o marido. Adam como era um garoto esperto, agora sabia como esse tal feitiço berrante chamava.


            Augusto aparecera com a cara muito assustada arrastando seu malão e com a outra segurara sua vassoura e a gaiola da sua coruja. Adam não voava mal numa vassoura, mas não gostava muito de praticar, tinha certo temor de altura.


            Partiram da casa, mas desta vez não fora pela a lareira, pois o lugar aonde iriam não tinha lareiras nas proximidades e, também, deviam parecer com trouxas para embarcar para o colégio. Pegaram um taxi de trouxas e foram para a Praça da Estação do centro de Belo Horizonte.


            Quando chegaram lá, deveriam perceber um sinal, de onde era o portal, porque todo ano este era localizado num lugar diferente. A praça não estava muito movimentada, estava até bem deserta, Adam pensara que podia ser feitiços anti-trouxas, que o MBB (Ministério Brasileiro dos Bruxos) lançara. Fontes de água brotavam do chão, mas este não era feito por magia, era construções de não nascidos bruxos. Havia uma estátua de um homem nu e Felipe percebera que o tal portal era na sustentação da escultura.


            Avisara a Julieta, Augusto e Adam que detectara o local onde deviam entrar. A mãe e o irmão mais velho foram juntos contra a base da estátua e desapareceram na rocha. Felipe olhara para o filho segurou nos ombros dele e correram contra a escultura. Adam fechou os olhos e teve a terrível sensação de que seu rosto se chocaria com a pedra, porem nada acontecera. O garoto abrira um pouco os olhos para espiar e vira que estava numa estação de trem subterrânea. Uma maria-fumaça roxa, cinza e preta estava ali parada, havia muita gente e barulho no lugar.


            Havia barulho de animais, corujas, gatos e sapos, de pessoas conversando e do apito que às vezes era tocado pelo o trem. Os Perones foram procurar Igor e os outros. Não demoraram muito e encontraram-los, mas faltara alguém, pois somente viram Teodora, Igor, sua irmã Mariana e sua avó, Agnes. Agnes estava mais eufórica, mais do que os próprios garotos, soltara uma risada aguda de tudo que via e ouvia. Ao aproximar deles, todos se cumprimentaram e Adam percebera que seu primo estava emburrado.


            - Aconteceu alguma coisa, Igor? – perguntara virando a cabeça de lado.


            - Meu pai. Disse que não poderia vim. Desde que viemos para cá, ele mal-mal para em casa. E nem hoje ele pode tirar uma folga. – Igor falou com aquele sotaque português. Ele cruzou os braços e fechou mais a cara.


            Adam pensou em dizer que essa escolha meio que foi do seu primo, porque por causa dele que eles voltaram para o Brasil e ele talvez já soubesse as consequências, mas preferiu ficar calado, pois poderia chatear mais ainda Igor.


            Augusto já havia colocado seu malão dentro do trem e logo já fora se reunir com seus amigos. Tempos depois houve a última chamada para o embarque os garotos se despediram de todos os presentes. Igor agora parecia ainda mais triste e chateado, porem quando eles estavam para entrar na locomotiva Agnus aparecera correndo. Igor num pulo descera do trem e abraçara o pai. Adam ficou ali olhando aquele acontecimento.


            A maria-fumaça soltou um apito mais alto e começou a se movimentar. Adam se assustou com ocorrido, olhou pra todos com uma cara de menino bobo e percebera que Igor e Agnus ainda continuavam abraçados. Não tinha palavras, havia ficado mudo naquele momento, mas isso foi em muito poucos segundos, mas para Adam com certeza havia demorado mais tempo. Eram muitas coisas acontecendo na mesma hora, então, com uma força de extinto, dera um berro para o primo para alerta-lo.


            - IGOR!! O TREM ESTÁ PARTINDO!!! – a locomotiva agora tomara um pouco mais de velocidade. Igor olhou assustado para o primo através dos ombros, largou o pai e correu o mais rápido que pode para a entrada do trem que estava mais veloz agora. Adam estendeu a mão para o primo poder pega-la. Eles chegaram a se encostar, porem suas mãos escorregaram. Adam esticou mais o braço e Igor corria tão rápido que ficava desengonçado, mas com um pulo agarrou a mão do primo e o outro o puxara para dentro da maria-fumaça.


            Caíram no chão, um olhou para o outro ofegante e soltaram gargalhadas. Voltaram a se esticar para fora do trem, sorrindo, dando adeus para todos. Riram mais ainda de Tia Agnes, que vestia uma roupa extravagante com cores muito vivas, ela balançava um lençinho branco e chorava bastante.


            Os dois estavam muito felizes, agora sim estavam a caminho da Escola de Feitiçaria Strambo.

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Comentários (1)

  • -

    KKK, adorei a entrada  para pegar o trem ser na praça da estação!

    2013-08-31
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