Notícia Inesperada



- Como assim não está mais aqui? – Rony perguntou ficando nervoso.


- Não está Rony. Se mudou, não mora mais aqui. – Nicholas respondeu no mesmo tom.


- Acho que ela realmente veio visitar a mãe dela. – Emília disse. – Se ela quisesse fazer algo ela teria ficado aqui.


- Não sabem para onde ela foi?


- Uma pequena ilha a mais ou menos duas horas daqui.


- Pequena ilha?


- Sim.


- Rony, acho que ela já não apresenta ameaça há muito tempo. – Harry disse. – Devíamos estar focados na missão da Itália. Hermione está cobrando isso.


- Eu acho que concordo com Rony. – Kingsley comentou pela primeira vez. – Sei que os elfos são muito importantes, mas não é um trabalho que só os aurores pode fazer.


- Senhor? – Rony olhou para ele.


- Estou aqui pensando... Acho que vocês deveriam ir atrás de Stella e saber o que ela realmente veio fazer aqui, e certificar-se que ela não está cometendo nada de errado.


- Mas e os elfos Senhor? – Harry perguntou.


- Acho que podemos deixar esse trabalho para Hermione e Peter resolver.


 


 


 


                                                           **


 


 


- E não se esqueça de me mandar uma carta quando chegar. – Rony disse encostado à porta enquanto Hermione terminava de fazer as malas.


- Certo Ron... Você já disse isso. – Ela riu, colocando a ultima peça de roupa.


- Pra que uma mala desse tamanho? Você só vai ficar dois dias.


- Que eu saiba não é? Mas pode ser que precisamos ficar mais...


- Por quê?


- Ron, fique calmo. – Hermione sorriu para ele fechando a mala. – Eu e Peter vamos ficar em quartos separados.


- Eu sei...


               Ela riu e andou até ele, entrelaçando os braços em volta do pescoço dele.


- Tome cuidado Hermione, por favor.


- Você também.


- Eu sempre tomo.


- Ah sim, claro. – Ela apontou para o braço dele onde tinha uma pequena cicatriz.


- Ah Hermione, essas coisas são normais pra um auror.


- Já disse para não me subestimar, Weasley. – Ela riu.


- Não estou subestimando... Eu sei que você é ótima... Mas é que bem... Faz um tempo que você não duela.


- Talvez não precise disso Ron... Algumas pessoas ficam com medo apenas de falarmos que somos do Ministério.


- Mas pode acontecer.


               Hermione olhou para ele divertida.


- Você se lembra do que eu falei sobre segurar a varinha na hora do bloqueio não é?


- Sim Ron...


- Tem certeza?


               Ela pegou a varinha em seu bolso e a virou um pouco para o lado.


- Assim.


- Não Hermione. – Ele suspirou e foi para trás dela. Grudou o corpo no dela e sua boca ficou bem próxima à orelha dela. Hermione sentiu seu corpo se arrepiar. Ele calmamente segurou a mão dela e virou a varinha bem pouco, menos do que quando Hermione virou.


- Você não pode virar muito, ou então não adianta. Tem que ser pouco, para que ao mesmo tempo em que você bloquear o feitiço você possa atacar.


               Ele sussurrava com a voz grave no ouvido dela. Aquilo era uma tortura, era demais para ela. Ela se virou imediatamente e olhou nos olhos dele. Abriu a boca para dizer algo, mas ele foi mais rápido. A puxou para mais perto e a beijou, como se eles não fizessem aquilo todos os dias. Hermione grudou-se no corpo dele, e o ar faltava durante o beijo.


               Foi como se eles não fizessem aquilo há vários dias. Não conseguiam explicar aquela necessidade de ter um ao outro. Foram parar o beijo quando não tinham mais fôlego para aquilo. Quando deram por si, Hermione estava quase sem blusa e sua mão estava por dentro da camisa de Rony. Os dois olharam um para o outro e começaram a rir.


- Precisamos de um tratamento. – Ela disse rindo.


- Eu já sei o tratamento que precisamos. – Ele sorriu malicioso. – Mas vamos deixar isso para quando você voltar. Matando a saudade é bem mais gostoso.


- O senhor está muito pervertido Senhor Weasley.


- Eu não tenho culpa se tenho uma mulher tão maravilhosa que me faz ter desejos o tempo inteiro. – Ele sorriu dando um selinho nela.


- Agora eu tenho que ir.


- Te levo até lá em baixo.


               Ele pegou a mala dela e esperou que Hermione se despedisse dos filhos. Era a primeira vez em muitos anos que ela ficaria longe deles. Os dois pararam em frente à lareira e Rony suspirou.


- Então... Não se esqueça de me escrever... E por Deus Hermione, tome cuidado.


- Está bem meu amor. – Ela sorriu e ficou na ponta dos pés para beijá-lo.


- Eu te amo.


- Eu também te amo. Não se preocupe. E tome cuidado também.


- Está bem.


               Também era difícil para ela ficar afastada de Rony. Era diferente ele sair para uma missão e ela ficar com os filhos. Entrou na lareira e acenou desanimada pra ele. Ele sorriu triste colocando as mãos no bolso, até Hermione desaparecer.


 


 


                                            **


 


 


 


- Acho que é ali. – Nicholas disse apontando para uma única casa na ilha.


- É mesmo Nicholas? Nem percebemos que aquela era a única casa na ilha. – Rony disse irônico. Os outros riram e Nicholas fechou a cara.


- Não podemos entrar todos juntos. – Harry disse. – Rony, melhor você ir à frente com Emília. Eu e Nicholas ficamos aqui.


               Os dois se posicionaram atrás de uma árvore, e Rony e Emília foram para a casa.


- E se ela perceber que estamos investigando? – Emília perguntou.


- É claro que ela vai perceber, só não precisamos mostrar que estamos tão desconfiados assim.


- Mas como vamos fazer?


- Deixe comigo.


               Eles pararam em frente à porta. Rony bateu três vezes. Acharam que não tinha ninguém por causa do silencio, mas a porta se abriu. Stella parecia abatida e sem vida. Olhou assustada para eles.


- O que fazem aqui? – Perguntou um pouco rude.


- Nós viemos nos certificar que está tudo bem Stella. Soubemos que você foi para Londres cuidar da sua mãe...


- Ah... – Ela pareceu menos tensa. – Sim... Está... Está tudo bem.


- Um lugar bem diferente para morar. – Emília olhou em volta.


- Eu precisava de ar puro. – Ela forçou um sorriso. – Querem entrar?


               Emília olhou para Rony, e os dois aceitaram um convite. Rony olhou para Harry e fez um gesto que estava tudo bem. Atrás de Harry ele pôde ver um tipo de caverna, e se perguntou por que uma pessoa acostumada a morar em uma mansão ia morar em um lugar como aquele.


               Os dois entraram e observaram a casa. Era muito pequena, e não tinha muita coisa.


- Eu ofereceria um chá, mas só tenho coisas daqui. Portanto se quiserem uma água de coco ou peixe...


- Não, estamos bem. – Emília disse rapidamente.


- Bom... Acho que devo uma explicação, já que vocês têm todos os motivos do mundo para suspeitarem de mim. Minha mãe ficou muito doente, e eu tive que ir para Londres cuidar dela. Não sobrou ninguém da nossa família. Infelizmente minha mãe não aguentou... E faleceu. Por isso vim pra cá. Queria paz, queria um lugar onde eu pudesse ficar sozinha.


- É... Percebemos. – Emília olhou em volta. Rony olhou de cara fechada para ela.


- Bem... Então... Vamos te deixar a sós agora. – Ele olhou em volta e percebeu que não tinha nada de suspeito na casa. – Desculpe o incômodo.


- Tudo bem. – Ela sorriu.


               Os dois saíram e ela parou na porta, acenando para Harry. Um pouco sem graça ele acenou de volta.


- E então? – Ele perguntou quando os dois se aproximaram.


- Nada. Está tudo ok. Parece que precisamos nos acostumar com a ideia de que uma pessoa pode mudar. Ela só quis mudar pra cá pra ficar longe das pessoas.


- E do jeito que ela está eu também ia ter medo de ficar perto das pessoas. Viu só como ela está abatida? – Emília perguntou para Rony.


- Então sugiro que você faça o mesmo que ela e mude para um lugar como esse. Seria bem melhor pra todos. – Rony respondeu com raiva e saiu andando. Harry e Nicholas seguraram a risada e Emília cruzou os braços.


- Não se preocupe, ele está assim porque Hermione ainda não mandou carta para ele. – Harry comentou quando os três seguiram Rony.


- Ninguém tem culpa se ele tem medo que a esposa perfeita possa traí-lo. – Ela respondeu indignada.


- É claro que ele não tem medo disso. Ele confia em Hermione. – Harry respondeu nervoso.


- Se confiasse não estaria nessa preocupação. Sabe... Eu soube uma vez de um casal que se apaixonou durante uma missão. Eles estão juntos até hoje e...


- Emília... Por que não faz um favor pra todo mundo e fique em silencio até voltarmos para Londres? – Rony perguntou irritado andando na frente.


- Bem feito. Você sabe como ele é e ainda fica provocando. – Nicholas cochichou. – Acha que ele ainda vai querer alguma coisa com você algum dia?


- Do mesmo jeito que você fica puxando o saco de Hermione mesmo sabendo que ela nunca vai ter nada com você. – Ela o alfinetou.


- Silencio vocês dois, estão parecendo crianças. – Harry disse.


               Os quatro ficaram em silencio durante toda a caminhada até a rodovia.


 


 


 


 


                                                                          **


- Você foi brilhante Hermione! – Peter e ela saíam da casa enquanto alguns aurores entravam para tirarem os elfos.


- Não foi nada de mais. – Ela sorriu envergonhada.


- Onde aprendeu a duelar daquele jeito?


- Rony me treinou por um tempo, e me deu algumas dicas.


- Claro... A esposa de um dos melhores aurores tem que saber essas coisas. – Ele riu. – Ah... Mas você se machucou aqui. – Ele se aproximou e passou a mão na bochecha dela.


- Ah... Tudo bem... Eu cuido disso quando chegar em casa.


- Que bom que não precisamos nem passar um dia aqui não é? Tudo já se resolveu.


- Sim... Rony vai ficar feliz com isso. Ele estava tão preocupado. – Hermione sorriu. – E também amanhã Mia vai para Hogwarts... Queria me despedir dela.


- Então melhor irmos embora e descansarmos.


- Sim...


- Você... Quer que eu te acompanhe até a sua casa?


- N... Não precisa Peter. Obrigada.


- Hermione, quero ser sincero com você. – Hermione o olhou assustada. – Eu tenho notado que Rony tem muito ciúmes de você, principalmente quando está perto de mim... Mas eu quero que saiba que não tenho nenhuma intenção de querer algo com você. Eu sou casado e tenho uma filha.


               Hermione sentiu seu rosto queimar de vergonha.


- Sei que muitas vezes você me evita por isso... Mas quero que fique tranquila. Eu amo minha esposa.


- Eu... Eu nem sei o que dizer Peter... Estou morrendo de vergonha. É que... Rony é um pouco neurótico e...


- Eu entendo muito bem. – Ele riu. – Também sou assim com minha esposa e com certeza seria assim se fosse casado com você. Acho que o entendo... Você é bem bonita e muito inteligente.


- Obrigada. – Mais uma vez ela ficou envergonhada.


- Melhor irmos então...


- Sim... Claro.


 


 


                                                                          **


 


 


 


 


- Chegamos! – Rony disse saindo da lareira. A sala estava cheia. Gina, Tiago e Alvo estavam no sofá com Anny e Allan. Mia brincava com Rose no chão.


- Mas já? – Gina se levantou indo até Harry. – Foram rápidos.


- E isso não é bom? – Harry perguntou divertido.


- Claro que é. – Ela sorriu e o beijou.


- Hermione não mandou carta? – Rony perguntou cumprimentando os filhos.


- Não... – Gina disse. – Ela deve mandar Rony.


- Era pra ter mandado de manhã quando chegou.


- Pai, talvez ela esteja ocupada. – Mia tentou amenizar a situação.


- É disso que tenho medo.


- Rony você não aprendeu até hoje com seus ciúmes? Hermione nunca faria nada com outra pessoa.


- Disso eu sei. O problema é que outra pessoa com certeza faria algo com ela.


- Ele não tem jeito. – Gina disse olhando para Harry.


               No mesmo instante a lareira se acendeu, e uma Hermione pálida saiu dela.


- Hermione? – Rony correu até ela, notando que ela não parecia nada bem.


- O que aconteceu? – Gina perguntou preocupada.


- Ai... Acho que desacostumei a viajar na lareira. – Ela disse com a mão na barriga. – Fiquei enjoada.


- Hermione você está machucada? – Rony perguntou segurando-a pela cintura.


- Ah não se preocupe... Foi só um arranhão... Tivemos que duelar e...


- Você duelou?


- Rony, fique calmo... Foi fácil. Agora... Com licença, eu preciso ir ao banheiro.


               Ela subiu as escadas correndo. Gina olhou para Harry e Rony correu atrás dela.


- Isso não é nada bom. – Mia disse olhando para os tios. – Meu pai tem a imaginação muito fértil.


 


 


 


 


 


 


- Hermione? – Rony bateu na porta.


- Estou saindo em um segundo.


               Ele escutou o barulho da pia, e depois Hermione abriu a porta.


- Estava escovando os dentes. – Ela sorriu. – Pode me beijar agora. – Ela sorriu e o beijou. – O que foi Rony? – Ela perguntou notando que ele continuava parado.


- Ér... Você está passando mal?


- Foi apenas um mal estar... Eu desacostumei a viajar de lareira.


- Tem certeza?


- Tenho Rony. Por que está perguntando isso?


- Não sei... Você chegou toda arranhada e pálida. Fiquei preocupado.


- É... Acho melhor eu tomar um banho.


- Você tem certeza que é só isso?


- Está querendo dizer o que Rony?


               Ele percebeu que ela estava ficando irritada.


- Nada... Nada. Vai tomar um banho e descansar... Vou estar lá em baixo. – Ele se virou e saiu do quarto.


 


 


 


 


 


- Você para com essa imaginação sua Rony. – Gina disse colocando um pouco de café para ele e Harry na cozinha.


- Mas foi muito estranho, Gina! Ela não mandou nenhuma carta!


- Talvez achou que não precisava. Ela não ficou nem um dia lá Rony!


- Mesmo assim... Poderia ter mandado a carta quando chegou.


- Eu realmente acho que você está enlouquecendo. E se Hermione ouvir você dizendo isso você sabe que ela é capaz de te colocar pra fora de casa.


- Gina tem razão Rony. Por que você não pode ver que Peter respeita Hermione?


- Porque eu não consigo engolir essa história Harry. Você estava lá! Ele não tem ficha no Ministério.


- Mas eu também não tenho! – Gina disse. – Só por isso?


- Não é isso que eu quis dizer... Ele deveria pelo menos ter sido registrado como funcionário ou sei lá o que. Como Kingsley o encontrou?


- Não acredito que agora Kingsley te deve satisfações de onde arruma os funcionários. – Gina se virou impaciente e acenou a varinha, fazendo com que as vasilhas se lavassem.


- Vamos esquecer essa história por hoje. – Rony tomou um gole de café.


- Ai... Eu estava realmente cansada... – Hermione entrou na cozinha e sentou-se ao lado de Rony. – Onde estão as crianças?


- Lá fora. Mia está fazendo bolhas de sabão com passarinhos dentro. – Gina disse sorrindo. – Ela tem um talento incrível.


- Tem sim. – Hermione sorriu. – E agora está aproveitando que pode usar magia. – Ela olhou para Rony. – Não é amor?


               Ele apenas balançou a cabeça afirmando.


- O que foi?


               Gina e Harry ficaram em silencio. Rony não olhou para ela.


- Eu... Vou lá fora ver o que eles estão fazendo. – Ele se levantou e saiu.


- Eu devo saber de alguma coisa? – Hermione perguntou olhando para os dois.


               Gina virou de costas e começou a lavar as vasilhas manualmente. Harry fingiu ler o profeta, mas Hermione o encarou.


- Harry...


               Ele continuou em silencio. Seus olhos correndo rapidamente pelo jornal como se ele fosse pegar fogo se olhasse para Hermione.


- Harry Potter... Você não consegue disfarçar...


               Ele abaixou o jornal e olhou para Gina. Ela se virou e o encarou como se pedisse para ele não dizer nada.


- Harry... Tiago... Potter.


- Ah eu não consigo! – Harry disse jogando o jornal na mesa. – Rony está desconfiado que você teve um caso com Peter.


- HARRY! – Gina exclamou perplexa.


- Eu não consigo Gina! Ela me conhece muito bem! Não posso mentir pra ela.


- Mas não era assim que você deveria ter contado! Olha só pra ela!


- Ah, mas não tinha outro jeito Gina!
- Claro que tinha, dissesse mais calmo, você praticamente jogou na cara dela.


               Enquanto os dois discutiam Hermione continuava parada. Depois de todo aquele tempo, Rony ainda desconfiava dela daquele jeito?


 


 


 


 


 


 


               Mia correu para perto de seu pai e sentou-se ofegante ao lado dele. Estava correndo com as crianças há meia hora. No jardim tinham várias bolhas de sabão com passarinhos dentro. Anny fazia com que as bolhas voassem mais alto e Allan mudava a cor dos passarinhos, fazendo Rose e Alvo darem gargalhadas.


- O que foi pai? – Mia perguntou notando que ele estava sério demais.


- Hum? Nada... – Ele abaixou a cabeça tentando não olhar para ela.


- Pai... Você ainda está desconfiado da mamãe?


- Não...


- Pai...


- Não estou desconfiado dela... É que... Eu sou muito ciumento.


- Não me diga! – Ela brincou e riu, mas se calou quando Rony a olhou sério.


- Eu sou assim desde criança. Tinha ciúmes dos meus brinquedos, tinha ciúmes dos meus pais com meus irmãos. Tinha ciúmes dos meus irmãos com meus irmãos. Eu sempre fui assim. Já tentei mudar, mas não consigo. E isso piorou depois que conheci a sua mãe. Mesmo quando eu não sabia que eram ciúmes, eu sentia ciúmes. Ciúmes de quem conversava com ela, ciúmes de quem olhava para ela. Pra falar a verdade, quando éramos crianças eu tinha ciúmes dos pais dela, só pelo fato de que eles podiam passar mais tempo com ela do que eu.


               Mia continuou ouvindo o que ele dizia.


- E isso não muda. Nunca vai mudar. Tenho ciúmes de você, dos seus irmãos... Sempre vai ser assim, até eu morrer. Só que eu sou um trasgo. Um insensível. Não sei lidar com meus ciúmes como sua mãe.


- Mas pai... Você realmente acha que a mamãe teria coragem de te trair? Quero dizer... Poxa... É a mamãe! Eu acho que nunca conheci alguém tão madura quanto ela.


- Eu sei disso. Nunca desconfiei disso. É que a mente de um ciumento é muito fértil. Eu imagino coisas que eu não gostaria de imaginar, e isso faz com que eu comece a discutir com ela.


- Tenta não discutir pai. Tenta dizer isso como você está dizendo para mim agora. Com certeza ela vai te entender.


               Rony olhou para ela e abriu um largo sorriso. Puxou ela para um abraço, e ficaram assim por longos segundos.


- Minha filha de dezessete anos me dando conselhos... Com certeza estou ficando velho.


- Pai... – Ela riu e olhou para ele. – Acho que você deveria falar agora. Aproveitar que tio Harry está aqui, caso ela queira azará-lo.


               Rony deu uma gargalhada e se levantou.


- Ela está vindo aí. – Ela apontou para Hermione, mas seu sorriso desapareceu quando viu que Harry e Gina vinham atrás. Hermione parecia um dragão, e só faltava soltar fogo pela boca. Rony olhou assustado para ela.


- VOCÊ. É. UM. IDIOTA! – Ela gritou com ele.


- O QUE EU FIZ? – Ele perguntou assustado. Mia se levantou e as crianças pararam de brincar para olhar para os dois.


- Mia, leve as crianças pra dentro. – Gina disse. Mia foi até elas e as levou para dentro de casa.


- EU DEVIA IMAGINAR QUE VOCÊ NUNCA IA MUDAR! CONTINUA O MESMO. TRASGO. OGRO. INSENSÍVEL. DE. SEMPRE! – Ela gritava enquanto batia no ombro dele.


- POSSO SABER PELO MENOS DO QUE ESTOU SENDO ACUSADO?


- Ah... E ainda é cara de pau... – Ela sorriu sarcástica. – OLHA AQUI RONALD WEASLEY ESSA É A ULTIMA VEZ QUE EU ATURO SEUS CIUMES E DESCONFIANÇAS! ONDE JÁ SE VIU ACHAR QUE EU TIVE UM CASO COM MEU COLEGA DE TRABALHO!


- HARRY! – Ele olhou para ele com raiva.


- NÃO TIVE CULPA! – Harry se defendeu.


- Hermione... Olha... Podemos conversar e... *PÁ*.


               Hermione deu um tapa no rosto dele.


- Por que fez isso? – Ele perguntou com o rosto vermelho.


- Isso é pra você aprender que eu não sou uma qualquer!


- Eu disse que a gente tem que conversar e...


- EU NÃO QUERO CONVERSAR! TUDO QUE FIZ NA MINHA VIDA FOI CONVERSAR COM VOCÊ! Eu não sei por que ainda aturo isso... Não sei realmente.


- VOCÊ QUERIA QUE EU PENSASSE O QUE? VOCÊ CHEGA TOTALMENTE PÁLIDA E MACHUCADA.


- PRIMEIRO PROCURASSE SABER O QUE ACONTECEU!


- MAS QUEM VAI ME GARANTIR QUE É VERDADE E...


- NÃO SE ATREVA! – Ela colocou a mão no bolso procurando sua varinha, mas não estava com ela. – Onde... Onde está...? A MINHA VARINHA HARRY POTTER! ME DEVOLVA!


- Não! – Harry disse se afastando um pouco. – Você não vai resolver isso assim!


- EU QUERO A MINHA VARINHA!
- VOCÊ VAI FAZER O QUE ME MATAR? – Rony perguntou nervoso.


- NÃO! MATAR NÃO! EU VOU TE TORTURAR ATÉ VOCÊ COLOCAR NESSA SUA CABEÇA INCRIVELMENTE GRANDE QUE EU NÃO SOU COMO SUAS EX-NAMORADAS!


               Harry olhou assustado para Gina. Rony ficou em silencio e Hermione respirava ofegante.


- Quer saber? Deixa pra lá! Você nunca vai mudar! – Ela suspirou. – Está ficando quente aqui... – Ela disse balançando sua blusa. – Está ficando realmente muito quente... – Ela olhou para Harry e Gina que estavam confusos. – Está... Faltando ar... – Ela respirou fundo.


- O que foi? – Rony perguntou.


- Não. Chegue. Perto. – Ela esticou a mão dando um passo para trás. Rony percebeu que ela estava ficando pálida e com falta de ar, mas como se aproximar dela daquele jeito?


- Hermione... – Gina se preparou para ir até ela quando ela caiu no chão. – RONY! FAZ ALGUMA COISA!


               Rony correu até Hermione e a pegou no colo.


- FAZER O QUE? EU NÃO SEI O QUE FAZER! – Ele disse preocupado. – HARRY!


- GINA!


- RONY!


- FAZ ALGUMA COISA GINA! VOCÊ É MULHER, TEM QUE SABER ESSAS COISAS! – Rony disse desesperado, olhando para Hermione desmaiada.


- Leve ela pra dentro!


 


 


 


 


 


 


 


- Será que ela está bem? – Mia perguntou olhando para Hermione.


- Acho que sim... A pressão deve ter caído. – Gina disse passando um pano molhado no rosto de Hermione.


- Eu ainda acho melhor chamarmos um medibruxo. – Rony disse sentado ao lado dela.


- Não... Ela vai melhorar daqui a pouco.


               No mesmo instante Hermione abriu os olhos.


- Ela acordou! – Rony disse animado.


- Estamos vendo Rony. – Gina olhou séria para ele. – Hermione... Como se sente?


- Enjoada... – Ela tentou se sentar, mas Gina a impediu.


- Não se levante ainda. Temos que saber o que você tem.


- Eu não tenho nada...


- Mas é claro que tem! – Rony disse nervoso.


- Eu não estou falando com você! – Ela respondeu brava.


- Chega! Vocês dois! – Gina disse. – Hermione, Rony vai te levar ao hospital, e não adianta fazer birra. – Ela disse quando Hermione abriu a boca. – Não é porque vocês não sabem conversar que você tem que ficar doente. Certo Rony?


- Sim.


- Ótimo! Eu e Harry ficamos aqui com as crianças.


               Hermione se levantou e Rony a segurou pela cintura. Ela não quis afastá-lo, sabia que naquele momento o que eles menos precisavam era uma discussão.


- Vamos de carro. – Ele disse pegando as chaves.


 


 


 


 


 


 


 


               Hermione estava sentada na cama do hospital. Queria ir embora logo e descansar. O dia tinha sido cansativo e estressante. Rony estava parado ao lado dela de braços cruzados. Eles não falavam nada. Rony sabia que qualquer coisa que dissesse poderia piorar a situação. E Hermione não tinha nada para falar. Estava extremamente com raiva dele.


- Com licença! – O médico abriu a porta. Hermione se ajeitou na cama, ansiosa para ir embora. – Já tenho o resultado dos exames. – Ele disse animado.


- Ah que bom! – Hermione disse sorrindo. – É que está muito quente, e eu acabei de voltar de... Uma viagem. – Ela se lembrou que o médico era trouxa. – Mas bem... Acho que está tudo bem não é?


- Sim... Está tudo mais do que bem. – O médico sorriu para ela. Rony descruzou os braços e olhou confuso.


- Como assim? – Ela perguntou tensa.


- Senhora Weasley, você está grávida.

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Comentários (4)

  • giselye nascimento reis

    Por favor continua. Essa fic está muito  boa....bjussssssssss

    2013-06-29
  • Luiza Snape

    AHAHHA Continua, to curiosa!! Faltam  3 filhos para dar 7  no total hahahaha , Harry e Ginny podiam ter mais filhos também!

    2013-06-28
  • Lana Silva

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK Concordo com a Lumos... Os dois parecem Molly e Arthur. Um filho atrás do outro... Me diga Emy, eles vão ter mais algum filho ? Queria fazer uma capa pra fanfic, mas queria saber quantos filhos esses dois vão ter e tal.... Claro se quiser a capa. Bem, amei o capitulo, tá muito bom, eu ri demais aqui...Nem sei mais se desconfio do pobre do Peter... E mesmo não sendo louca de ciumes por ninguém entendo o Ron. A cabeça de um ciumento é realmente dificil de entender. Beijoos! 

    2013-06-28
  • lumos weasley

    O Ron não tem jeito mesmo, mas o ciúme é um sentimento que cega e faz a gente ver aquilo que não é verdade. Mais um filho eles dois parecem coelhos e não bruxos rsrsrsrsBjs! 

    2013-06-27
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