A festa



               Hermione parou no fim da escada. Sua sala estava lotada com toda a família Weasley. Todos estavam presentes, e até quem não era da família, como Neville. Uma música tocava ao fundo, mas com tantas conversas e risadas quase não dava para ouvi-la. Por sorte a casa era grande e espaçosa, e havia lugar para todo mundo. Ela sorriu olhando um ruivo bem arrumado o perfumado vindo em sua direção, com o sorriso que ela mais adorava.


- Como sempre consegue me surpreender estando mais linda. – Ele beijou rosto dela.


- Eu? Olha só pra você. – Ela arrumou a gola da camisa social preta. Abriu os dois primeiros botões e sorriu maliciosa. – Assim está melhor.


- Não me obrigue a fugir com você no meio da festa da nossa filha. – Ele brincou com ela.


- Se continuar sorrindo desse jeito, acho que eu que terei que roubá-lo. – Ela riu. – Vamos.


               Ela o puxou pela mão e os dois se infiltraram no meio da família.


- Onde está Mia? – Rony perguntou.


- Deve estar terminando de se arrumar.


- Ela não está usando aquele vestido curto não é?


- Vestido curto? O que? Como assim?


- Ah Hermione... Você sabe... Mostra muito o corpo dela...


- Rony não acredito que já está com ciúmes da sua filha.


- Não é ciúmes... É que... Bem...


- Não se preocupe Ron, o vestido que comprei para ela é muito bem apresentável. – Ela sorriu. Rony olhou de relance para Teddy, que conversava com Victória. – O que foi?


- Não quero perder o Teddy de vista.


- O Teddy? Por quê?


- Porque ele é igualzinho o pai dele. Não liga para regras.


- Como se você tivesse ligado na sua adolescência. – Ela riu.


- É diferente Hermione.


- Rony eles são apenas amigos. Para com isso! Aproveite a festa.


- E aí Rony, você viu o jogo de ontem? – Sírius se aproximou com os outros rapazes. Hermione deixou os homens conversando sobre quadribol e foi se juntar às mulheres.


 


               Mia saiu apressada do seu quarto.


- Ai já estou atrasada. – Ela se apressou. Passou correndo pelo corredor e desceu as escadas correndo. Chegando no último degrau ela pisou em falso e quase caiu. Rony se preparou para segurá-la, mas Teddy foi mais rápido. Todos ficaram em silencio olhando para os dois. Teddy estava segurando-a pela cintura.


- Nunca vai deixar de ser desastrada. – Ele sorriu para ela soltando-a. Ela olhou bem para ele, percebendo que não foi a única a querer mudar o estilo de roupa. Teddy usava uma camisa social com um colete por cima. – Ta tudo bem?


- Ah... Está. – Ela sorriu sem graça olhando pra ele.


- Você está...


- Está tudo bem? – Rony o interrompeu.


- Sim pai, estou bem. – Ela riu. – Sou desastrada mesmo.


- Sempre falei pra você não correr na escada por isso.


- Tudo bem... Estou bem agora.


- Meus parabéns!


               As pessoas começaram a fazer uma roda em volta dela, abraçando-a. Teddy foi se afastando para não ficar no meio do tumulto.


- Ela está linda não é?


- Ela sempre foi. – Teddy respondeu sem pensar. Virou-se assustado e viu Harry sorrindo pra ele. – Quero dizer... Ela...


- Teddy, não precisa esconder. Passei sete anos da minha vida presenciando meus melhores amigos escondendo um amor. Sei muito bem quando alguém está apaixonado.


- Apaixonado? Não Harry... Eu não estou...


- Tudo bem... Se diz que não está, então não está. – Ele piscou para ele. – Mas saiba que dou todo o apoio.


- Da é? – Teddy sorriu.


- Dou. Mas não sou eu que você tem que conquistar. – Os dois se viraram para Rony, que conversava com Sírius e os gêmeos.


- É disso que tenho medo. – Teddy disse sincero.


- Não se preocupe. Um ditado trouxa diz que cão que ladra não morde.


               Ele deixou Teddy sozinho e foi se juntar aos outros homens.


- Oi! – Victória se aproximou de Teddy. – Tá um pouco calor aqui não é?


- É... Está sim.


- Vamos lá fora um pouco?


- Ah daqui a pouco, eu preciso entregar o presente da Mia e...


- Ah depois você entrega. – Ela pegou Teddy pelo braço e saiu puxando ele para fora de casa.


 


 


- Obrigada vó. – Mia sorria ao receber o quinto abraço consecutivo de Molly.


- Minhas netas estão crescendo. – Ela disse chorosa. – Espero que seu pai saiba escolher o genro ideal.


- O que? Oi? – Rony perguntou. – Genro? Como assim?


- Ah Ronald, foi uma brincadeira. – Hermione cruzou os braços.


- Brincadeira, sei. Não quero pensar nisso não viu mãe?


- Ronald deixa sua mãe em paz, não sabe brincar não?


- Ah queria saber se fosse você no meu lugar.


- É praticamente a mesma coisa só que não sou chata como você.


               Os dois começaram a discutir e Molly revirou os olhos sorrindo.


- Melhor você ir procurar seus amigos, não quer passar seu aniversário ouvindo as brigas diárias não é?


- Não mesmo. – Mia riu e saiu andando a caminho do jardim. Ela parou na porta, e observou. O jardim estava iluminado como sempre. Ela viu algo se mexendo ao lado da árvore. Sorriu imaginando que poderia ser Teddy. Ela finalmente ia ter um momento a sós com ele, e talvez fosse sincera sobre o que estava pensando durante aqueles dias e...


- Não... – Ela sussurrou com os olhos enchendo-se de lágrimas.


 Ele e Victória estavam se beijando.


 


 


 


 


                                                                          **


- Ah Hermione da um tempo. Eu já disse que não sou neurótico.


- Claro que é Ronald!


- Ah, mas aposto que o seu novo “ajudante” é perfeito não é? Não tem nenhum problema...


- Não acredito nisso. – Hermione passou a mão em sua testa, ficando nervosa. Os dois estavam na cozinha porque não pararam de discutir havia dez minutos. – Olha não vou ficar aqui discutindo isso com você. Estamos no meio do aniversário da nossa filha, e não quero estragar tudo com suas crises. – Ela se virou, mas Rony segurou o braço dela puxando-a para mais perto.


- Desculpe.


- Você pede muitas desculpas. – Ela disse séria.


- Sei disso... Mas sempre foi assim. Você se casou comigo assim. – Ele sorriu.


- É. Me casei não é? Um grande erro ter feito isso. – Ela brincou e o beijou. – Mas o melhor erro da minha vida.


- Eu não estou neurótico, Hermione... É que eu não quero pensar em Mia namorando. Só de imaginar em alguém partindo o coração dela e...


               Os dois se viraram. Mia estava entrando na cozinha com o rosto encharcado de lágrimas.


- Mãe. Pai. – Ela limpou as lágrimas rapidamente. – O que estão fazendo aqui?


- Eu que te pergunto. – Rony olhou para ela. – Está chorando?


- Não... Não é que...


- Amélia... – Rony olhou sério para ela.


- Rony... Por que você não vai lá conversar um pouco? Eu fico aqui com ela. – Hermione disse.


- Mas...


- Ron, por favor.


- Está bem. – Ele olhou para as duas e saiu emburrado da cozinha.


- Muito bem, o que aconteceu?


- O Teddy... O Teddy e a Vicky estavam lá fora... E... – Ela voltou a chorar.


- Oh querida... – Hermione se aproximou dela e a abraçou. – Não fique assim... Eu sei muito bem o que é isso... Mas hoje é a noite do seu aniversário... Você não quer ficar chorando não é?


- Eu já devia ter esperado... Vicky é melhor do que eu em tudo.


- Não diga isso Mia. Vocês duas são bruxas excelentes!


- Mas ela conseguiu ficar na Grifinória e eu não.


- Apenas bruxos tolos tem essa rivalidade com casas. Não tem problema nenhum nisso. Lufa Lufa é tão boa quanto a Grifinória, e seu pai já lhe disse isso. – Ela apontou para a correntinha no pescoço de Mia, que era o mascote da Lufa Lufa.


- Eu realmente não posso passar meu aniversário assim. – Ela limpou as lágrimas. – E não vou me importar com isso também.


- Exatamente. – Hermione sorriu. – Agora vai até lá e divirta-se com sua família.


- Obrigada mãe. – Mia a abraçou e saiu da cozinha, indo direto para a sala.


- Eu sabia. – Rony entrou na cozinha. – Sabia que ia acontecer algo do tipo. Viu só Hermione por que eu sou neurótico?


- Rony você estava ouvindo escondido?


- Minha filha estava chorando. Eu tenho motivos pra isso. Eu vou até lá falar com esse garoto e...


- Não vai fazer nada. – Ela segurou o braço dele. – São adolescentes Ronald, você mais do que ninguém sabe o que se passa na cabeça dele. – Ela o alfinetou.


- Mas...


- Nada de “mas”. Se você for falar com ele eu não durmo na mesma cama que você essa noite. – Ela se virou saindo da cozinha.


 


 


                                                                          **


 


 


 


- Mia... Posso falar com você um instante? – Teddy se aproximou dela.


- Ah... Eu estou meio ocupada agora Teddy. – Ela disse trocando a música do rádio.


- Mas eu quero te dar o presente.


- Por que não da ele para Victória?


- O que? Do que está falando Mia?


- Eu vi vocês dois lá fora... Parecem estar se dando bem.


- Você... Viu? – Ele ficou vermelho. – Olha Mia... É que...


- Não Teddy. Você não me deve explicações. Agora com licença vou aproveitar minha festa. – Ela saiu deixando-o sozinho, envergonhado e arrependido.


 


 


                                                           **


 


 


 


- Obrigada pela ajuda Molly. – Hermione disse abraçando a sogra.


- Nos vemos no domingo querida?


- Com certeza. – Hermione sorriu.


- Tchau Rony, e para de ficar emburrado desse jeito. O que Hermione fez foi certíssimo. – Ela disse abraçando Rony.


- Está bem mãe... Até logo.


               Molly se virou e entrou na lareira, desaparecendo logo depois. Rony olhou para Hermione como se esperasse que ela dissesse algo.


- O que foi?


- Não vai mesmo me deixar conversar com ela?


- Não. Essas coisas são entre mulheres. Você deveria ter conversado é com o seu filho sobre usar magia em casa. Você viu só o que ele fez com as bebidas?


- Hermione eu já conversei, mas Allan puxou o pior lado da família.


- Pois então use esses ciúmes enorme que você tem e transforme em castigo para dar a ele.


               Ela subiu as escadas deixando Rony sozinho na sala. Pelo menos ela não o obrigou a arrumar a casa. Molly ficou até mais tarde para ajudá-los.


 


 


 
                                                         **


 


- Mia? – Hermione abriu a porta do quarto devagar. – Está tudo bem?


- Está. – Ela sorriu forçadamente. Hermione sabia que não estava, mas não quis tocar no assunto.


- Teddy me pediu para te entregar isso. – Ela entregou um embrulho para Mia.


- O que é isso?


- Não sei, mas ele me disse para obrigá-la a aceitar.


- Eu não quero.


- Olha Mia, eu sei que está magoada com ele, mas ele não tem culpa. Você não disse sobre os seus sentimentos para ele, como queria que ele soubesse?


               Mia ficou em silencio. Olhou para o embrulho na mão de Hermione e o pegou. Ela o abriu e havia uma caixinha dentro. Assim que abriu a caixa, Mia se deparou com uma pulseira cheia de pingentes.


- Tem um bilhete. – Hermione apontou para a caixa. Mia abriu o bilhete e começou a lê-lo.


 – Aqui diz que cada pingente significa algo que ele gosta em mim. – Mia pegou a pulseira e a examinou. – Tem um olho, uma boca sorrindo, uma espada? O que significa uma espada?


- Talvez seja bravura.


- Hum... E tem... Um coração. – Mia sorriu.


- Isso é lindo. – Hermione disse sorrindo. – Viu só? Se ele não gostasse de você não tinha feito isso.


- Ainda continuo com raiva dele.


- Mas isso passa. Eu tenho raiva do seu pai todos os dias e mesmo assim continuo amando ele.


               Mia sorriu para sua mãe. Adorava o relacionamento dos pais, que mesmo repleto de brigas, discussões, eles se amavam apesar de tudo.


- Pense nisso filha... – Hermione se aproximou e a beijou no rosto. – Boa noite.


- Boa noite mãe.


               Hermione saiu do quarto e deu de cara com Rony.


- Rony! – Ela colocou a mão no peito assustada. – Vai ficar ouvindo conversas até quando? – Ela sussurrou com raiva.


- Eu não estava ouvindo.


- Ronald não minta pra mim que você me deixa mais nervosa! – Hermione saiu batendo os pés. Rony revirou os olhos e entrou no quarto de Mia.


- Tudo bem? – Ele perguntou sentando-se na cama dela.


- Sim pai. – Ela respirou fundo. – A festa foi muito boa.


- Foi sim.


- Sei que você me ouviu conversando com a mamãe mais cedo... Mas eu queria te falar que eu não gosto do Teddy pai...


- Tudo bem se gostar.


               Mia arregalou os olhos para ele.


- Bem... Eu tenho que admitir que você já tem dezessete anos... Logo terá vinte... E depois vinte e cinco... E já vai se casar. Não posso pensar que você é minha garotinha pra sempre.


               Mia sorriu para ele.


- Bem, eu vim te entregar o seu presente. – Ele entregou uma caixinha de veludo para ela.


               Mia abriu e dentro havia um pingente de ouro pequeno e delicado em forma de vassoura.


- Pai! É lindo! – Mia sorriu para ele e o abraçou. – Obrigada! Vou colocar junto com esse aqui. – Ela apontou para o colar em seu pescoço. – Muito obrigada.


- Na verdade eu não sabia exatamente o que dar pra alguém que está fazendo dezessete anos.


- Mas eu adorei!


- Que bom que gostou. – Ele sorriu. – Boa noite princesa. – Ele beijou a testa dela e saiu do quarto.


 Mia olhou pela janela, o céu estava bem estrelado. Ela se sentiu bem por ter uma família tão unida. Não seria por causa de uma decepção qualquer que ela ia ficar chorando a noite inteira. Ela olhou para a sua pulseira e sorriu. Será que ele realmente gostava dela?


 


 


                                                                          **


 


- Aposto que tem alguma coisa naquele pingente. – Hermione cruzou os braços assustando Rony.


- Hermione que coisa! – Ele disse irritado. – Agora você que está ouvindo não é?


- Se você pode, eu também posso. – Ela sorriu se cobrindo. Rony fechou a porta e tirou sua camisa. – Vai me contar o que tem nele?


- Não. – Ele colocou a blusa em cima da cadeira. Foi até a cama e se deitou. Olhou para Hermione e ela cruzou os braços. – Por que acha que coloquei alguma coisa?


- Porque te conheço há 24 anos.


- 24? Tem certeza? É muito tempo Hermione!
- É Rony! Te conheci quando tinha 11. Agora diz logo.


- Não vou dizer. Boa noite. – Ele virou de costas e se deitou. Hermione soltou um suspiro e apagou a luz, virando de costas para ele.


               Segundos depois Rony se virou para ela, beijando o pescoço dela.


- Fiz apenas um feitiço bobo pra quando ela estiver em perigo eu ser avisado. – Ele sorriu.


- Eu não quero saber mais. – Ela disse emburrada.


- Ohh, ficou com raiva meu amor?


- Para de ser sínico!


- Fica tão linda quando tá com raiva... – Ele a beijou mais uma vez.


- Você faz de propósito. – Ela se virou para ele.


- Não, eu juro. – Ele sorriu maroto e a puxou para mais perto.


- Você ainda está preocupado com a proteção dela não é?


- Não mais.


- Rony ela passa a maior parte das férias dentro de casa, e depois volta para Hogwarts, um dos lugares mais seguros do mundo.


- Ah sim... Exceto por ter abrigado um cão de três cabeças, ter uma aranha gigante e assassina...


- Os tempos mudaram.


- Mas é só para garantir. Agora vem aqui e dá um beijo no seu marido maravilhoso.


- E convencido. – Hermione riu.


- Ah Hermione, eu te amo tanto. – Ele sorriu para ela e a puxou para um beijo.


               Hermione sabia que Rony nunca estava satisfeito com apenas beijos. Segundos depois ele a puxou para cima dele, deixando os beijos mais quentes. 

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Comentários (4)

  • lumos weasley

    Tô amando cada capítulo da fic, vc está se superando, pensei que a segunda temporada não seria tão boa quanto a primeira, mas estava errada está cada capítulo melhor.Bjs! 

    2013-06-26
  • Babi Valerio

    MEU MERLIM COMO EU AMO ROMIONE!! hwauheuaheuaheuahe serio, eles sao tao perfeitos <3

    2013-06-26
  • Lana Silva

    Bem, finalmente acabei de ler... Vamos ver qual vai ser a desculpa do Teddy... Apesar também de que como casal original ele tá com a Vic... E vamos ver o que vai acontecer com a Mia depois desse aniversário dela... Porque a Bellatrix provavelmente estará de volta em breve... Gostei muito do capitulo!Beijoos!

    2013-06-26
  • Luiza Snape

    Continua , to super curiosa!

    2013-06-26
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