DEPOIS DA TORMENTA



CAPÍTULO 17:



DEPOIS DA TORMENTA.



Harry passou os olhos pela ala hospitalar cheia. Depois de alguns segundos de confusão, lembrou-se de tudo. Mexeu o corpo devagar, temeroso de que as dores voltassem, mas sentiu-se apenas levemente dolorido, os músculos enrijecidos. Seu movimento chamou a atenção dos dois amigos, que haviam adormecido, exaustos, à sua cabeceira.



- Harry! Graças a Deus!



Hermione tinha lágrimas de alívio nos olhos.



- Como você está, amigo? - Rony parecia muito abalado ainda.



- Gina! Onde está? O que aconteceu? - Perguntou, já tentando levantar-se.



- Acalme-se rapaz.



Era Dumbledore que chegava. Parecendo mais velho, mais cansado, mas muito satisfeito.



- Ela está melhorando, está no Saint Mungus sendo tratada pelos melhores medi bruxos...



- No Saint Mungus? Mas então é grave, senão estaria aqui! - Disse, pronto agora para pular da cama e voar até Londres.



- Relaxe garoto. Ela realmente feriu-se bastante. Recebeu uma carga de feitiços tão perigosos quanto você. Como é mais frágil, sentiu mais fisicamente e achamos que no Saint Mungus se recuperaria mais rápido. Os pais e os irmãos estão lá com ela.



- Voldemort! Os Comensais! O que houve?



- Seus amigos e eu ficaremos felizes em lhe contar tudo Harry. Mas não agora. Precisa descansar.



- Não quero mais dormir! Quero saber...



- Quer mas não pode. – Agora o tom do diretor não admitia réplicas. – Vai tomar a poção do sono e dormir mais esta noite. Amanhã contaremos tudo o que quiser . Rony e Mione podem ficar com você se quiserem, mas não devem conversar.



Madame Pomfrey chegou com um cálice fumegante e o fez tomar tudo. Harry aos poucos foi deslizando para a inconsciência cercado pelo vozerio baixo mas excitado dos colegas internados. Ele não sabia, mas a felicidade reinante era porque o herói dos garotos tinha acordado e parecia estar bem.



== * ==



Na manhã seguinte, Dumbledore e Mooody vieram vê-lo cedo.



- Como está, Potter? Vejo que Voldemort deu com os burros na água de novo... Você é osso duro, garoto! Muito bom.



Harry sorriu para Moody, mas sua atenção estava no diretor , que conversava com a enfermeira. Ele retornou para a cama de Harry e convidou:



- Madame Pomfrey deixou-me roubá-lo por algum tempo, Harry. Mas depois de conversarmos deverá voltar para cá, o.k.?



O rapaz assentiu, e vestindo um suéter sobre o pijama, seguiu os dois bruxos mais velhos para a sala do diretor.



- Sente-se Harry. Não vou mais retardar as perguntas que sei que quer me fazer. Infelizmente não posso garantir saber todas as respostas.



- Onde está Voldemort?



- Desapareceu depois que você o atingiu. Não está morto, mas muito enfraquecido. Deverá demorar algum tempo até recuperar suas forças. Até lá não teremos notícias dele.



- Por que Sonserina o deixou?



- Não Sonserina, Harry, sua energia mágica. Dotada de seus poderes, mas não de seu caráter, princípios ou memória. Ficou com Voldemort forçada pelo feitiço e quando ele ficou muito fraco para mantê-lo, abandonou-o .



- E o feitiço? Como consegui conjurá-lo sem saber ler as palavras?



- Voldemort convocou a energia de Sonserina, e não sabendo todos os segredos das pedras, não fechou o canal com o passado. Pelo que vi, Harry, ao tocar as pedras, você foi capaz de trazer a ajuda que necessitava, conseguiu que alguém escutasse, vamos dizer assim, seu pedido de socorro.



Harry pensou durante algum tempo e então contou.



- Eu escutei... bom não escutei porque não havia som, mas de alguma forma eu sabia o que a energia que veio queria que eu fizesse, como se ela falasse comigo.



Dumbledore sorriu, orgulhoso.



- Entrar em contato nesse nível com algo tão adiante de nossa mortalidade Harry, demanda poderes muito grandes. Mais uma vez só posso congratulá-lo, foi capaz de realizar magia de uma forma que a maioria dos bruxos não consegue nem em seus sonhos. E foi também muito corajoso. Se não tivesse dado certo...



Harry olhou para o chão, encabulado. Então disse:



- Voldemort disse que afastado de Gina eu enfraqueceria...



Desta vez tanto Dumbledore quanto Moody sorriram. Este último falou em um tom de voz divertido muito raro nele.



- Ele também percebeu o que não é novidade pra ninguém...



- Você e a Srta. Weasley já tinham uma ligação forte devido aos acontecimentos na Câmara Secreta. E se não estou enganado, fortaleceu-se ainda mais no decorrer do último ano... – os olhos do diretor cintilaram para Harry, que ruborizou. – Foi o poder desta ligação que ajudou a derrotar Voldemort, e ele conhecia esse risco.



- O que aconteceu com os Comensais?



- Foram presos Harry, com a exceção do casal Lestrange. E mais uma vez o mérito é seu e de seus colegas. – Diante do olhar espantado, explicou: - Sua Armada, demonstrando grande valentia, cercou os comensais por trás, e estes ficaram encurralados pelos jovens e pelos professores. Hagrid, que chegou mais tarde por estar vigiando a Floresta Proibida, ajudou, e também o prof. Lupin.



- Lupin? Mas...



- Seus amigos gostarão de contar-lhe essa passagem Harry. Agora deve retornar à ala hospitalar. Tenho certeza que quer recuperar-se logo, para participar do baile de comemoração que teremos, não é? A Srta. Weasley deve chegar até lá, e então poderá certificar-se pessoalmente de seu estado de saúde. – Harry ficou ainda mais vermelho. – Agora vá.



Harry já tinha chegado à porta quando Moody perguntou:



- A energia de quem você evocou Potter? Seu pai? Sirius?



Harry voltou-se e respondeu, ainda surpreso com o que acontecera.



- Não. Para lidar com Sonserina, eu pedi ajuda a Godrico Grifinória.

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