GRIFINÓRIA E CORVINAL



CAPÍTULO 11:



GRIFINÓRIA E CORVINAL.



Harry e os amigos passaram a semana que antecedia ao jogo em constante sobressalto. Parecia a eles que a mistura de Voldemort com Sonserina poderia avançar porta adentro a qualquer momento. Foi Lupin que os tranqüilizou um pouco, explicando que por ser tão complicado, não seria um feitiço rápido de se aprender, mesmo em se tratando de Voldemort.



- Será que há a possibilidade de ele não conseguir fazê-lo? Perguntou Rony, esperançoso.



- É possível sim. Mas não devemos nos enganar. Ele vai tentar, mais cedo ou mais tarde. Mas por enquanto Harry, preste atenção ao jogo de hoje. Não vamos ajudar Voldemort deixando que um balaço te acerte, o.k.?



Harry consentiu e dirigiu-se com o resto do time para a reunião antes da partida. Já nos vestiários, repassou as principais jogadas e desejou boa sorte aos companheiros. Quando adentraram o campo, a costumeira barulheira da torcida da Grifinória chegou até eles e imediatamente a excitação do jogo ganhou Harry. Antes do apito inicial, foi abordado por ninguém menos que Cho Chang, apanhadora do outro time, que lhe dirigiu um grande sorriso:



- Como vai Harry?



- Estou bem, e você?



- Só queria avisar que vou voltar às reuniões da AD ,o.k.? Até agora estava com alguns problemas...



Harry só confirmou. Estranho como não tinha nada a dizer a Cho. Nem ao menos percebera que ela faltara às reuniões...



Madame Hooch mandou todos subirem em suas vassouras e começou a partida. Foi Harry que apanhou o pomo primeiro, depois de uma corrida em que Cho ficou para trás rapidamente, mas com certeza o destaque da partida foi Gina, que fez a defesa da Corvinal engolir vários gols, feitos com maestria. Quando subia para comemorar com Harry a captura do pomo, Gina vislumbrou uma figura encapuzada que erguia a varinha em direção ao rapaz. Não pensou antes de colocar-se em frente a este enquanto gritava:



- Harry! Lá embaixo!



Ao mesmo tempo em que o feitiço a atingia, vários membros da AD, saltavam as arquibancadas e imobilizavam, com inúmeros feitiços, o bruxo encapuzado – Dolohov.



Harry porém não viu nada disto. Aterrissou a vassoura ao lado do corpo inconsciente de Gina, e quando viu sua palidez temeu o pior.



- Gina! Gina, não! O que você fez? - Disse, colocando-lhe a cabeça em seu colo.



Dumbledore e Lupin chegaram junto com Rony e Hermione. Enquanto Lupin afastava um pouco os garotos, o diretor conjurava uma maca com a qual levou Gina para a ala hospitalar. Os cabelos flamejantes esvoaçando sobre o rosto muito pálido.



== * ==



- Como ela está?



- O que foi que a atingiu?



- Podemos vê-la?



- Calma todos vocês. Gina foi atingida por um feitiço estuporante. E também caiu de pelo menos cinco metros. Madame Pomfrey está cuidando dela mas não vai acordar tão logo. Sugiro que todos voltem ao Salão Comunal e contem aos colegas como ela está, certo? - Disse Lupin, muito sério, à porta da ala hospitalar.



- Vamos ficar com ela! - Disse Rony muito assustado.



- Ninguém vai me tirar daqui. - Atalhou Harry, convicto.



- Vocês não podem ficar aqui. Não vão ajudá-la e nem poderão vê-la. Assim que possível eu vou buscá-los. Prometo.



Resignados os três voltaram à torre da Grifinória. Moody estava esperando no corredor e disse, em seu habitual tom seco:



- Dolohov foi levado ao Ministério, Potter. Não quer falar o que pretendia com esse ataque e está protegido contra Veritaserum. Vai demorar para que arranquem algo dele. Malditos Comensais...



Os três assistiram Moody se retirar mancando, e então passaram pelo buraco do retrato, em direção a uma Grifinória silenciosa demais para celebrar a vitória.



== * ==



Obtiveram permissão para ver Gina somente no dia seguinte. A garota estava deitada na última cama da enfermaria, cercada por um biombo.



- Não se assustem, - disse Madame Pomfrey - ela ainda está inconsciente. Eu ministrei-lhe uma poção do sono, para que pudesse dormir sem sobressaltos. Quando acordar deverá estar bem melhor, não se preocupem. Agora podem ir vê-la, vocês tem quinze minutos.



Os três ficaram em silêncio observando a amiga, imóvel na cama. Eram visíveis alguns hematomas e ainda estava muito branca, mas respirava tranqüilamente. Após o tempo, o casal chamou Harry para irem, mas este se recusou.



- Vou ficar mais um pouco.



Hermione quis discutir, mas Rony a puxou firme pelo braço, levando-a .



Harry puxou uma cadeira até a cabeceira da cama, segurou uma das mãos de Gina entre as suas, e olhou demoradamente para as mãos juntas. Depois deitou a cabeça sobre os braços, na beirada do colchão e ali adormeceu.



Acordou horas depois com o toque em seus cabelos. Olhou para Gina e distinguiu, em meio à semi escuridão, seu sorriso.



- Olá Potter!



- Oi Gina!



Ficou alguns segundos ali olhando-a, apenas saboreando o alívio de vê-la bem. E então seu gênio se manifestou.



- O que você achou que estava fazendo? Eu não pedi para que se cuidasse? E na primeira oportunidade se joga entre eu e um comensal da morte?...



Gina calou-o com as pontas dos dedos.



- Você não manda em minhas decisões Harry Potter. E enquanto eu achar que vale a pena, vou salvá-lo sempre que puder. - Disse mansamente.



Traçou-lhe com os dedos a linha do queixo, o contorno da boca, subiu vagarosamente pela face, sobrancelhas e finalmente, muito de leve, acariciou-lhe a cicatriz.



Foi aí que a emoção venceu nosso herói, que nunca recebera tanto carinho. Segurou com as duas mãos o rosto de Gina, olhou fundo naqueles belos olhos castanhos, aspirando o perfume de açúcar e canela, e então beijou-a .



O coração da garota batia tão forte que Harry podia senti-lo. E o seu não ficava atrás. Ficaram ali, perdidos um no outro por muito tempo. Era bom. Era mais que isso! Com Gina não havia inseguranças ou dúvidas. Sabia o que queria e o que fazer. Mas ela estava convalescendo, e Harry interrompeu os beijos.



- Não! - Protestou a garota imediatamente, puxando-o de volta. E Harry permitiu-se mais um beijo. Então beijou-lhe o queixo, a ponta do nariz e a testa. Gina, suspirando, lamentou:



- Você vai me deixar aqui sozinha?



Nem a maior determinação teria resistido. Harry sentou-se na cama, puxou Gina e aconchegou-a em seu peito. Ficou escutando sua respiração, acariciando seus cabelos. Era tão confortável esse abraço, que ambos dormiram.



Madame Pomfrey, que viera expulsar Harry nesse momento, retornou à sua sala rindo de orelha a orelha. Não seria a romântica enfermeira que separaria aqueles dois.





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