Memória



“O Diário de Tom Riddle” Harry leu as letras douradas do caderno preto.


Harry estava sentado no sofá na Sala Comum dos Slytherin, a recuperar do feitiço de atordoar.


- A Weasley é maluca. – Draco suspirou.


- Pelo menos, deu-me um motivo para acabar com ela. – Harry sorriu. – Algo com que eu já contava, de qualquer maneira.


Daphne entrou, nesse momento, e sentou-se junto deles. “A Granger continua na Ala Hospitalar. Não acredita na história que o Malfoy lhe contou, mas o Weasley acha que ela está só chateada por ter sido transformada em Gato, e continua convencidíssimo que eu sou a Herdeira de Slytherin. Desapareci no sexto andar, depois de ter dito ao Blaise – o suficiente alto para eles ouvirem – que ia para a Câmara.”


Draco e Harry riram-se. “Esse Weasley é tão idiota” Draco suspirou.


- Está vazio. – Harry atirou o livro a Daphne.


- Algum significado para a Weasley tinha. Tu foste atordoado, K. – Daphne opinou, enquanto o folheava.


- Ela passava a vida a escrever nele…- Draco disse.


- O que é que sabemos sobre este tal Tom Marvolo Riddle? – Daphne perguntou.


- Tem uma Taça com o nome dele na sala de Troféus. Era prefeito, mais tarde chefe dos prefeitos, aluno-modelo, melhor aluno…- Draco debitou.


- Que seca de personagem. – Comentou Daphne. Harry e Draco sorriram.


- Experimentamos escrever esta noite. – Disse Harry.


Foram para Transfiguração. Lockhart passeava-se pela escola vestido de cor-de-rosa, agradecia cartões de São Valentim, e fizera duendes horríveis colocarem asinhas douradas e segurarem harpas, para circularem pela escola, para que os alunos mandassem cartões uns aos outros. Um dos duendes passou por Malfoy e entregou-lhe meia dúzia de cartões.


Draco, estou profundamente apaixonado por ti. Desculpa só te confessar agora. Do sempre teu, Crabble ou Goyle (escolhe um).


- Muito divertido, K. – Draco deu um murro amigável no ombro de Harry.


- Não fui eu. – Harry encolheu os ombros. Daphne ao lado dele soltou um risinho.


- A sério, Greengrass? – Malfoy perguntou, sarcástico. Daphne encolheu os ombros.


Draco, tenho saudades tuas. Is.


- Is? Em Hogwarts? – Draco olhou em volta com um sorriso.


- Esse é o meu. – Riu-se Harry. – Desculpa, Drak.


- És um idiota incurável. – Draco sorriu, e deu-lhe outro murro.


O duende esperou que lessem, para recitar o musical que incluía a frase: Não te esqueças de usar preservativo em vários tons e melodias. Harry e Daphne riam-se perdidamente, enquanto os olhos de Malfoy se abriam em horror.


“Esse é do Blas” Daphne disse, em jeito de explicação, quando o duende foi embora, e Draco olhou para eles.


Os outros três eram, de facto, de “admiradoras de Draco”. Eram todos anónimos, e todas queriam encontrar-se com ele em algum ponto do dia. E ele não iria a nenhum.


Passaram por outro duende, que tinha os cartões de Daphne.


O de Harry era um excerto do Moonlight dos Wizard of Winter, a música preferida de Daphne, que estava na caixa de música que ela oferecera a Harry no ano anterior. Blas enviara uma rosa, com um bilhetinho que dizia: Adoro que sejamos amigos. Sem ressentimentos. Um rapaz qualquer em Hogwarts, amava-a perdidamente. Millie e Pansy tinham feito um em conjunto, que era Daphne, Adoramos-te escrito com todo o tipo de borboletas e “cenas pirosas”.


Draco e Harry riram-se, mas os três sabiam que Millie e Pansy tinham feito de propósito para chatear Daphne.


O pior foi quando passaram pelo Duende destinado a Harry. Cantou-lhe um poema:


Os olhos dele são verdes como um sapo de quintal


O seu espirito é livre como um temporal


É um desatino. Oh! Ele é divino


O herói que venceu o senhor do Mal


Draco e Daphne riram-se perdidamente. Harry olhou-os interrogativamente, mas não tinha sido nenhum deles e não faziam ideia de quem tivesse sido.


Desculpa ter-te atordoado. Terminou o duende. Fora Ginny Weasley.


O que só levou Daphne e Draco rirem-se mais. Daphne, também, lhe enviara um postal, Harry Potter, estou profundamente apaixonada por ti. O que dizes de pintarmos mais paredes juntos? Hermione Granger Pansy outro: Lamento que não tenha resultado entre nós. Harry suspirou. E, claro que Blaise lhe enviara um, também, e pelo menos o seu não era musical só dizia: Diz ao Draco para não se esquecer de usar preservativo. E, para surpresa de Harry, a própria Hermione Granger enviara-lhe um: Espero que tenhas um óptimo São Valentim, Potter. Granger. Harry respondeu-lhe com Não fiques com o Weasley, que mereces melhor. Igualmente, Granger. Potter através do primeiro duende que lhe apareceu à frente.


Harry tinha, também, duas admiradoras misteriosas. E uma delas tinha inclusive escrito: Eu não me importo que sejas o Herdeiro de Slytherin.


- Eis a prova que nem todas as gajas são malucas…- Daphne sorriu. – Mas esta é.


À noite, foi altura de experimentarem o diário. Foram para um canto mais privado na Sala Comum e esperaram que ela ficasse deserta, depois, Harry pegou num tinteiro e deixou cair uma gota de tinta numa página. Letras apareceram na página em branco: Olá, Harry Potter. O meu nome é Tom Riddle. Como é que encontraste o meu diário?


A Ginny Weasley abandonou-te numa Casa de Banho. Harry escreveu. Porque é que ela se assustou contigo?


Posso ter guardado as minhas memórias de uma forma mais segura do que a tinta, mas este diário tem memória de acontecimentos terríveis. Coisas que foram abafadas. Coisas que muitos gostariam que nunca se soubessem.


Tem a ver com a Câmara dos Segredos?


Sim. No meu tempo, diziam que a Câmara dos Segredos era uma lenda, que não existia. Mas não é verdade. Quando eu estava no meu quinto ano, a Câmara foi aberta e o monstro atacou vários estudantes, acabando por matar um. Eu apanhei a pessoa que abriu a Câmara e essa pessoa foi expulsa. O Director, o Professor Dippet, envergonhado com os acontecimentos proibiu-me de contar a verdade. Disseram que a miúda morrera num acidente extravagante. Mas eu saberia que a Câmara seria aberta, novamente. O monstro sobreviveu e o culpado não foi preso.


Está a acontecer outra vez. Podes dar-me um nome?


Posso mostrar-te.


Mostrar-nos. Somos três.


As páginas do Diário esvoaçaram. Um pequeno quadradinho apareceu no canto, lia-se 13 de Junho. Foi como se uma janela se abrisse a partir daí, e Harry, Draco e Daphne fossem transportados, num turbilhão de luz e sombra, para uma outra dimensão, para as memórias de Tom Riddle.


Riddle teve uma curta conversa com o Director. Riddle era meio-sangue, e queria ficar em Hogwarts no Verão para não ter de voltar ao Orfanato muggle, onde fora criado. A sua mãe morrera quando ele nascera, e só deixara indicações sobre o seu nome: Tom, como pai, Marvolo, como o avô. Dippet não queria que Riddle ficasse na escola, devido aos ataques.


- Quer dizer que se essa pessoa fosse apanhada…se tudo acabasse…- Riddle murmurou.


- Tu sabes de alguma coisa, Riddle? – Perguntou Dippet sobressaltado.


- Não, senhor. – Respondeu Riddle.


A expressão de Riddle mudou, assim que saíram do gabinete do Director, parecia mais determinado. O trio seguiu-o. Cruzaram-se com Dumbledore, que lançou um olhar penetrante a Riddle, como se o avaliasse, e ordenou-lhe que fosse dormir.


Mas Riddle não foi dormir. Desceu até aos calabouços, e abriu uma porta. Para lá dela, um rapaz enorme estava apoiado numa caixa, como se tivesse acabado de fechá-la.


Riddle disse que teria de denunciá-lo, que os monstros não eram animais de estimação e havia uma miúda que fora morta. O gigante tentou proteger a caixa, mas com um encantamento Riddle abriu-a. Uma aranha gigante, incrivelmente peluda, saltou. Draco e Daphne deixaram escapar um gritinho, enquanto Harry deu um passo para trás. Riddle parecia querer matá-la, mas o monstro escapou ao virar no corredor. Riddle parecia querer ir atrás dele, mas o outro rapaz saltou sobre ele, mandando-o ao chão.


Tudo ficou escuro, e os três Slytherin sentiram-se a ser projectados. No momento seguinte, estavam de volta à sala comum.


- O Hagrid? – Draco olhou-os espantado. – Quem diria…


Harry fechou o diário, e pousou-o em cima da mesa.


- Não faz sentido. – Harry murmurou. – Pensem. Sabemos que o monstro de Slytherin é uma serpente, mas a criatura que fugiu de Riddle foi uma qualquer espécie de aranha. O Hagrid não é um Slytherin, muito menos um serpentês e, também, não me parece que odeie nascidos de muggles. Além disso, qual o motivo do Hagrid para reabrir a Câmara dos Segredos, agora? Ele não chegou propriamente este ano…


- Isso quer dizer que o Tom Riddle lhe armou uma cilada? Mas os ataques pararam depois do Hagrid ser expulso, daí o Riddle ter recebido um prémio… – Daphne pensava em voz alta. – Claro. Ele sabia como parar os ataques. Só precisava de um bode-expiratório. O Riddle era o Herdeiro de Slytherin.


- E através daquela memória levou a Weasley a fazer o mesmo. – Harry deduziu.


- Ele tentou manipular-nos. Suponho que não lhe possamos simplesmente perguntar. – Draco sorriu, sarcástico. – Mas agora que o Diário está na nossa posse, quer dizer que os ataques vão parar?


- Talvez. – Harry disse – Não sei como é que o Riddle a controla.


- Agora, sabemos que isto já aconteceu antes. E que alguém morreu da última vez. – Daphne afirmou. – O que é que nos está a escapar?


- Quantas serpentes capazes de petrificar pessoas podem existir? – Harry perguntou, subitamente. 

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N/A: O Harry resolveu usar o cérebro, yey

Guilherme L, obrigada pelo elogio e apoio, fico feliz que esteja a gostar! Ironicamente, agora vou estar algum tempo sem postar, porque ficar sem pc. Mas recomeço assim que possível. Vá comentando :)

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Comentários (2)

  • Xandevf

    Muito bom os capitulos, aguardando muito o embate TOM RIDLLE x HARRY, sou um HG incorrigivel, mas adoraria um triângulo Daphne > Harry < Gina, que disse que o Harry tem de ficar preso de primeira, ou Amar somente uma das duas. Ele é Sonserino elé tem o de melhor perspicácia e coração.

    2013-03-18
  • Kaos StoneHange

    Um tempo sumidoo, mas voltei!!!!Esses caps foram muito bom!!!!! Pena que o segundo ano ja ta acabando!!!! Mas ja vai ter o 3º em diante né? hgaagagga               

    2013-03-18
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