Diagon Alley




Draco acordou Harry na manhã seguinte, o que levou Harry a lembrar-se o quão matinal o amigo era. Nem Lucius nem Narcisa Malfoy se mostraram espantados por ver Harry a entrar na sala, enquanto tomavam o seu pequeno-almoço.


- Bom dia, Harry. – Lucius Malfoy cumprimentou, casualmente.


- Bom dia, Mr. Malfoy. Miss Malfoy. – Harry acenou a ambos os adultos sentados à mesa. – Obrigada por toda a hospitalidade.


- Não tens de agradecer, Harry. – Lucius respondeu. – Já agora, ontem no Ministério comentava-se o teu feitiço de destrancar. E esta carta chegou hoje de manhã…Cuidado com a prática de Magia fora da escola.


Harry abriu o envelope, que Lucius Malfoy lhe passara:


Caro Mr. Potter,


Recebemos informações que na noite de 31 de Julho, realizou um Encantamento de Destrancar às dez horas e dezassete minutos.


Como sabe, os feiticeiros menores não estão autorizados a praticar magia fora da escola e, se efectuar mais um trabalho mágico, será expulso da nossa escola (Decreto de Restrições Razoáveis para a Feitiçaria de Menores, 1875, Parágrafo C.)


Pedimos-lhe também que se lembre de que qualquer actividade que possa ser notada por membros alheios à nossa comunidade (Muggles) constituí uma ofensa grave segundo a secção 13 da Confederação Internacional do Estatuto de Magia Secreta.


Tenha umas boas férias.
Atenciosamente,
Mafalda Hopkirk
Gabinete de Utilização Imprópria da Magia
Ministério da Magia


 - Desculpe toda a confusão, Mr. Malfoy. Mas os meus tios trancaram todos os meus pertencentes no armário debaixo das escadas, e eu não tinha outro meio de os recuperar. – Harry explicou. – Posso perguntar…Como é que eles sabiam que fui eu, se eu usei a varinha de Daphne?


- Eles só conseguem detectar a prática de magia em volta de um menor, não quem a pratica, ou através de que varinha. E tu és o único feiticeiro registado em Privet Drive. – Explicou Mr. Malfoy, com um sorriso.


- Compreendo. – Harry acenou. E sentou-se ao lado de Draco, com Daphne à sua frente.


- O Draco e a Daphne contaram-me as razões que te levaram a utilizar magia. Escrevi ao Ministro da Magia, que já me respondeu. Concordou comigo que se tratavam de situações extraordinárias, e foi uma acção perfeitamente segura para um aluno como tu, além de que não representou qualquer risco para a comunidade mágica. O acontecimento foi apagado do teu registo.


- Obrigado, Mr. Malfoy. – Harry sorriu. – Só uma pergunta…Considerando que vivem aqui dois feiticeiros adultos, e o Ministério só consegue detectar onde é magia praticada…significa que se eu praticar feitiços aqui, não posso ser acusado de nada, não é?


Harry teve medo de estar a deixar-se levar demasiado pela sua sorte, mas Lucius Malfoy sorriu.


- Estás à vontade, Harry. – Respondeu Mr. Malfoy.


- Obrigado, senhor.


- Estava a pensar jogarmos Quidditch hoje. O que acham? – Draco perguntou, subitamente, a Daphne e Harry. E eles achavam uma excelente ideia.


Faltavam três semanas para que as aulas começassem.


Harry, Daphne e Draco foram às compras na Londres Muggle, uma vez que Harry precisava de se livrar das suas roupas largas e cheias de remendos, que tinham pertencido a Dursley. Mas, de resto, passaram os dias na Mansão Malfoy. Jogavam Quidditch nos Jardins, nos quais simplesmente conseguiam passar horas a falar e a passear, usufruíam da Sala dos Duelos para lançarem feitiços uns aos outros, sob o olhar atento de Mr. Malfoy, que lhes dava alguns conselhos, ou banhavam-se no enorme lago subterrâneo, que ficava debaixo da Mansão. Harry passava muito tempo, também, na Biblioteca dos Malfoy. Leu sobre diversos temas, e aprendeu coisas fascinantes sobre os mais diversos tipos de magia, e à noite, sozinho no seu quarto, punha em prática alguns feitiços.


Numa certa noite, Harry estava sozinho na biblioteca, quando Lucius Malfoy entrou. Harry tinha um livro de Magia Negra na mão. Mr. Malfoy levantou o sobrolho, e dobrou os lábios num sorriso de misto de surpresa e satisfação.


- Alguns livros podem ser mal interpretados, Harry. – Disse Mr. Malfoy.


- Eu sei, senhor. Mas não é o conhecimento que dever ser julgado. É apenas utilização desse conhecimento que pode ser errada, não é?- Harry perguntou.  


- Não é comigo que tens de te preocupar, Harry. – Sorriu Lucius. – Podes ler o que quiseres. A curiosidade é bastante saudável. Mas cuidado, a imagem que se passa é algo importante nos dias de hoje.


- Sim, senhor. – Harry acenou. – Boa noite, senhor.


- Boa noite, Harry.


Harry convidou Pansy para ir com ele à final da Liga Inglesa, uma vez que Millie e Theo lhe tinham oferecido dois bilhetes. Drak, Blas e Daph já tinham os seus bilhetes. Achou Pansy mais gira, em relação ao ano anterior, tinha crescido e o corpo começava a apresentar curvas subtis.


Divertiram-se. Os Tornados ganharam para grande satisfação de Draco. Ficaram ainda mais ansiosos por voltarem a Hogwarts, depois de estarem todos juntos. Blaise juntou-se a eles na Mansão Malfoy no final dessa noite.


Cedo as semanas tinham passado, e Harry, Draco, Daphne e Blaise foram às compras na Diagon-Al, uma vez precisavam de novo material escolar para o seu segundo ano.


Foi a primeira vez que Harry usou pó de Floo. Tossiu e engasgou-se, e acabou por sair na lareira errada. Estava na Borgin&Burkes, e preparava-se para sair, quando viu um homem extremamente parecido com Ronald Weasley a entrar na loja, e escondeu-se atrás do armário.


- Sei que o Malfoy veio há uns dias a esta loja. A vender artigos. – Afirmou o ruivo, dirigindo-se ao homem atrás do balcão. – O Ministério está a investigar, e precisamos de saber o que ele lhe vendeu. 


- Essa informação é, contudo, confidencial, Mr. Weasley. Os meus negócios com os meus clientes são confidenciais até a apresentação de um mandato. – Disse Borgin.


- Não existe uma investigação oficial. – Weasley falou. – Trata-se de um programa de protecção dos muggles. Os ataques têm aumentado.


- Sugiro que pergunte directamente a Mr. Malfoy. – Borgin respondeu. – Eu mantenho o secretismo em relação aos meus clientes.  


Weasley saiu, e Borgin afastou-se a murmurar para o interior da loja. Foi quando Harry aproveitou para sair, também. Saiu da Rua da Bativolta, e encontrou os amigos na Diagon-Al.


Na livraria, Harry conheceu Gilderoy Lockhart. Um popular escritor - essencialmente entre o público feminino - por narrar as suas heróicas aventuras, que estava nesse dia a assinar os seus best-sellers. Quando viu Harry na livraria, insistiu em tirar uma foto com ele, e dar-lhe a sua autobiografia de graça. E aproveitou para anunciar que seria Professor de Defesa Contra as Artes das Trevas em Hogwarts. Harry agradeceu educadamente a oferta, mas achou o futuro Professor demasiado pomposo, e sorridente.


 - Não consegues vir à livraria sem fazer primeira página, pois não, Potter? – Perguntou Ronald Weasley, num tom irritado, quando o grupo se preparava para sair da Livraria.


- E tu estás infeliz, porque descobriste que os teus pais não conseguem pagar os livros, não é, Weasley? – Draco adorava tecer comentários sobre a pobreza de Weasley, sabendo o quanto isso o irritava.


- Cala-te, Malfoy. – Disse uma miúda ruiva atrás do Weasley, que segurava um caldeirão cheio de livros. Outra Weasley deduziu Harry. – Não sabes nada do nosso dinheiro.


- Porque não há nada para se saber sobre o vosso dinheiro. Vocês não o têm. – Harry respondeu, com um sorriso. Vendo a ruiva fulminá-lo com o olhar. Ele nem queria saber do dinheiro que os Weasley tinham ou deixavam de ter, mas irritava-o que Weasley estivesse sempre a provocá-lo. Parecia que tinha inveja, ou assim…


- Pelo menos, eu não sou filho de um nojento Devorador da Morte. Como é que ainda te dás com eles, Potter? – Disse Weasley. – O teu pai é um verme, Malfoy.


E para surpresa de Harry, não foi Draco quem bateu em Weasley, mas Daphne quem lhe deu um soco no nariz. E só nesse momento, Harry percebeu o respeito que ela sentia pelos Malfoy. Weasley empurrou-a, sendo empurrado por Blaise, logo de seguida. Os dois caíram no chão da Diagon-Al, já fora da Livraria.


Começaram aos socos, mas em poucos minutos Harry meteu-se no meio deles. Blaise parou, mas Weasley tentou empurrar Harry, que recorreu a técnicas defensivas, para manter Weasley longe, mas não o atacou uma única vez.


- Acalma-te, Weasley. – Disse Harry, friamente.


Os gémeos apareceram. A miúda ruiva tinha-os ido chamar, e agarraram o irmão. Miss Weasley parecia extremamente embaraçada, e murmurava qualquer coisa do estilo "O que será que o Lockhart está a pensar?". Na opinião de Harry, Lockhart tinha achado bom para a publicidade, porque observava o cenário com um sorriso. 


Os Slytherin afastaram-se da cena, apesar de haver alguns fotógrafos. Seria igualmente notícia no Profeta Diário, no dia seguinte. Nenhum deles, e nenhum dos Weasley prestou declarações sobre o que acontecera. Estranhamente, alguém não identificado declarou o seguinte: “Vi que foi o Ronald Weasley – é assim que disse que o ruivo se chamava?- que os provocou. Não sei o que disseram uns aos outros, mas sei que o primeiro comentário partiu do Weasley e foi direccionado para o Harry Potter.”


Na manchete lia-se “HARRY POTTER PÁRA LUTA NA DIAGON-AL, MESMO DEPOIS DE TER SIDO O PRIMEIRO A SER PROVOCADO”.


- E devíamos todos dizer: Uma vez herói, sempre herói. – Draco riu-se a ler o jornal.


- Ou um idiota é sempre um idiota. – Comentou Daphne. – Aplica-se ao Weasley.


Nessa noite, Harry contou a Lucius Malfoy o que ouvira na Borgin&Burkes.


- Ah. Estou a ver…- Sorriu Lucius Malfoy – O nome Malfoy ainda impõe um certo respeito. O Arthur Weasley não consegue um mandato contra mim e anda a ver se me trama, com toda a certeza. Vou ser sincero, Harry, eu tenho objectos nesta casa que preferia que o Ministério não encontrasse. Lembras-te do que te disse sobre a importância da reputação?


- Todos temos direito aos nossos segredos, Mr. Malfoy. – Harry disse, simplesmente. Ele lia sobre Magia Negra. O que pensaria o Mundo Mágico disso?


Lucius Malfoy era um homem perigoso, mas isso não incomodou Harry de momento. Aquele homem, afinal, acolhera-o em sua casa e fizera Harry sentir-se como se ali pertencesse. Harry descobriu que não lhe interessava se o Malfoy fora um Devorador da Morte no passado. Respeitava-o, naquele momento.


Só, no fim do dia, Harry percebeu que se esquecera completamente de comprar uma coruja. 

_________________________________________________________________________

Khaos: Existe um respeito mútuo entre o Lucius Malfoy e o Harry. O Lucius pode ser contra os Muggles, mas a verdade é que não quer que Voldemort regresse, porque se sente feliz com a vida que têm. E admira e sente-se agradecido ao Harry, secretamente. O que vai acontecer quando o Voldemort regressar, nem eu sei muito bem. Quanto a este livro? Tem de leeer =)....e manter os comentários ;)

Compartilhe!

anúncio

Comentários (1)

  • Xandevf

    SERIA UMA BOA O HARRY TER UMA CONVERSA SÉRIA COM O LUCIUS, UM CONFRONTO DE IDÉIAS E POSICIONAMENTOS ENTRE ELES. E ESSA MONENTO DE FÉRIAS SERIA UMA BOA.

    2013-03-12
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.