Aniversário



Xandevf: É uma honra ser um "Patrício". A minha ideia é manter mais ou menos o TimeLine da história, mas claro que têm de existir sempre algumas alterações. De qualquer maneira, espero que goste do segundo ano de K. E espero comentários! =)

Khaos: Até ao 7º ano será se conseguirmos, e se mantiver esses comentários entusiastas! =)

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Era o dia do seu aniversário. E Harry Potter estava em Privet Drive, número 4, ouvindo o discurso de preparação para um jantar de negócios do tio Vernon: “Quando os Mason chegarem, Petúnia…tu vais estar…?” Começava o tio pela terceira vez consecutiva. Harry bocejou.


- Na sala, à espera para lhes dar as boas-vindas. – Respondeu, imediatamente, a tia Petúnia.


- Isso. Dudley? – Vernon olhou para o filho mais novo.


- Á espera para a abrir a porta. – O primo de Harry respondeu. Harry achava que o primo estava cada vez mais gordo.


- E tu? – Desta vez os olhos dos tios fixaram-se em Harry, e cintilaram numa mistura de raiva e satisfação.


- Eu vou estar no meu quarto a fingir que não existo. – Harry debitou.


Um ano antes recebera uma carta da Escola de Magia e Feitiçaria de Hogwarts. Agora, os seus livros, a sua vassoura, o seu caldeirão e a sua varinha estavam trancados no quarto debaixo das escadas, reforçados por um cadeado. E Harry já tentara todo o tipo de clipes e truques muggles, sem sucesso. As chaves, por outro lado, estavam sempre no bolso do seu tio Vernon. 


Mas conseguira convencer os tios a manter os livros de poções, a sua melhor disciplina, depois de os conseguir fazer perceber que sem caldeirão, e sem determinados ingredientes nunca conseguiria fazer qualquer poção- E tivera, também, de relembra-los da ameaça que Lucius Malfoy deixara subentendida em King’s Cross.  


Harry tinha saudades de Hogwarts. E acima de tudo tinha saudades dos seus amigos, que já há algum tempo que não lhe escreviam.


A única vantagem de estar de volta a Privet Drive, era que praticara karaté e boxe, novamente. “Relâmpago Potter” ganhara o campeonato de Boxe de Verão.


- E tu? – O tio persistia no ensaio, e chegara de novo a vez de Harry.


- Eu vou estar no meu quarto a fingir que não existo. – Harry repetiu.


- Óptimo. – Disse o tio Vernon, por fim. – Depois, após o jantar, durante o café, eu chamo o assunto das brocas, e fecho o negócio da minha carreira.


Harry bocejou, e levantou-se. Foi até ao seu quarto, onde planeava sentar-se a ler, mas quando entrou tinha um papel escrito em cima da secretária. E um monte de cartas ao lado deste.


 


HARRY POTTER NÃO DEVE VOLTAR PARA HOGWARTS


ACHOU QUE SE OS AMIGOS NÃO ESCREVESSEM A HARRY POTTER, HARRY POTTER NÃO QUERERIA VOLTAR PARA HOGWARTS


MUITO PERIGO PARA HARRY POTTER


NÃO DEVE VOLTAR


 


Harry nem sequer ponderou sobre o papel deixado sobre a sua secretária: claro que ia para Hogwarts, a Escola era como se fosse a sua casa.


As primeiras de Draco, o seu sarcástico e arrogante melhor amigo, falavam de Quidditch, das férias, de uma miúda de Durmstrang que Draco conhecera quando fora passear pelo Norte da Europa e com quem se envolvera. Juntamente com sucessivos convites para passar umas semanas na Mansão Malfoy antes das aulas. E as cartas iam ficando cada vez mais cheias de comentários do estilo: ‘Já respondias, Potter’. A última carta desejava-lhe um feliz aniversário, e enviara-lhe um livro como presente.


Era o primeiro livro de uma série fictícia que relatava as aventuras de um jovem príncipe feiticeiro, que governava sobre o Antigo Egipto. Ainda que a história fosse ficção, os ensinamentos de magia eram reais. Era a série preferida de Draco, que Harry sempre tivera curiosidade de ler.


Quis responder, imediatamente, mas não tinha como fazê-lo. Tinha definitivamente de arranjar uma coruja! Normalmente, as corujas dos amigos esperariam pelas suas respostas, mas deduziu que quem quer que tivesse deixado o bilhete, tivesse, também, impedido isso.


Tinha uma carta de Pansy Parkinson a desejar-lhe um bom aniversário. E contara alguns pormenores do seu verão, dizendo que se lembrara de Harry, enquanto fizera o trabalho de casa para Snape, e quando vira uma loja que só vendia Feijões de Todos os Sabores – que Harry adorava.


A equipa de Quidditch de Slytherin assinara-lhe um postal de aniversário, conjuntamente.


Theo e Millie tinham-lhe escrito um postal, dizendo que tinham saudades e, também, a desejar-lhe um feliz aniversário. E tinham comprado um presente em conjunto: eram dois bilhetes para o último jogo da liga. Os Tornados iam defrontar os Falcões no próximo Domingo. Tinha uma nota: Temos a certeza que vais arranjar maneira de ir, vemo-nos lá.


Harry fez um sorriso triste. Perguntava-se como é que poderia ir.


Blaise, tal como Draco, mandara-lhe inúmeras cartas. A maioria era sobre Daph, pedindo conselhos aqui e ali. Mas o amigo, também, descrevia a Liga sabendo que Harry não tinha acesso aos resultados, e algumas notícias interessantes que tivessem surgido no Profeta Diário.


As cartas de Daphne, por outro lado, eram telegramas e não falavam do namorado:


Odeio estar em casa. Sei que percebes isto melhor do que ninguém.


Saí. Vim para Paris, depois Roma. Não digas ao Draco e ao Blaise, eles não sabem que não estou em casa. Ficariam preocupados.


Gostava que aqui estivesses. Roma é fantástica. Aprendi montes de magia.


Já davas sinais de vida. Voltei a casa.


Não aguento outra semana. Vou para Amesterdão. Cuida-te, K.


Tenho saudades tuas. Se não disseres nada em breve, vou aí buscar-te.


Parabéns. Parabéns. Parabéns. Adoro-te.


Harry sorriu ao ler as cartas, gostaria que Daphne viesse realmente buscá-lo, mas não lhe parecia possível. Tinha saudades dos seus amigos, principalmente de Draco Malfoy, e da sempre descontraída Daphne Greengrass.


Harry estava a responder às cartas, esperando que em breve conseguisse ter uma coruja, quando um barulho o perturbou. Era como se uma pedra tivesse batido no seu vidro. Abriu a janela e, quando olhou para baixo, uma figura saiu das sombras e acenou-lhe. E lá estava ela, de cabelos negros, de magnéticos olhos azuis, e sorridente: Daphne Greengrass.


- Como é que chegaste até aqui? – Harry perguntou. Havia umas escadas de incêndio que iam dar mesmo à janela do quarto de Harry. Daphne usou-as para subir.


Daphne apontou com a cabeça. E só então, Harry reparou na enorme criatura que estava para no pequeno jardim dos Dursley. Fazia lembrar um cavalo cadavérico com traços de réptil, e com asas de morcego a saírem-lhe pelas costas, tão cinzentas, prateadas e pretas como o resto do corpo.  

- E este era o único quarto com luz, por isso, arrisquei mandar uma pedra. - Daphne explicou.  


- É um Thestral, não é? – Harry perguntou com um sorriso maravilhado, estendendo-lhe a mão.


- Claro. Chama-se Pesadelo. Invisível para os muggles, e para a maioria dos feiticeiros. – Daphne sorriu. – Como é que achavas que eu viajava pela Europa?


- Se não tivesses um Thestral, arranjarias uma maneira. - Harry sorriu e abraçou-a, quando ela pôs os pés no teu quarto.


- Parabéns, Potter. – Ela disse, e Harry levantou-a no ar, e rodou no quarto. Ambos riram.


Era preciso já ter presenciado a morte para se ver um Thestral. Daphne presenciara a morte do seu irmão gémeo, Hunter. E Harry a morte dos seus pais.


De repente, ouviu-se lá em baixo: “O Dudley deve ter voltado a deixar a televisão ligada. Vou confirmar.”


Harry apontou para o armário. Daphne escondeu-se. O seu tio entrou pouco depois.


- O que estás a fazer? – O tio perguntou, rispidamente.


- Nada. – Harry encolheu os ombros.


- Está calado, ouviste? E não faças barulho! – Ordenou o tio. – E fecha a janela, rapaz.


O tio afastou-se. E continuou a sua anedota sobre o golfista japonês.


- Que personagem simpática. – Comentou Daphne, sarcástica, ao sair do roupeiro. E Harry fechou a janela. – As tuas coisas da Escola? E porque é que não respondeste às minhas cartas o verão inteiro?


E Harry explicou-lhe, mostrando-lhe o papel em cima da secretária.


- Temos que recuperar as tuas coisas e sair daqui. – Daphne disse. – Ah. E quase me esquecia…


Tirou um embrulho do bolso, e atirou-o para Harry. Quando abriu, Harry deparou-se com um relógio preto, de ponteiros e números a azul-escuro. Colocou-o imediatamente em volta do pulso esquerdo.


- Estás a ver o ponteiro prateado? – Daphne referia-se a um quarto ponteiro, que não se mexia, e era controlado por um outro botão. – Aponta-o o número 9. Pensa num objecto e estala os dedos.


Harry olhou para o papel em cima da sua secretária, e estalou os dedos. Um pequeno relâmpago atingiu o papel, e ele incendiou-se.


- Muito adequado para um rapaz com um relâmpago na testa, não achas? – Daphne sorriu. E Harry riu-se. – Se puseres o ponteiro no número 10, dás um choque pequeno em qualquer coisa que toques. No número sete fazes que chova sobre qualquer coisa. No número 6 produzes um estrondo semelhante a um trovão. Chama-se Relógio Tempestade, viu-o em Roma, e achei que ias adorar.


Harry abraçou-a novamente. Claro que adorara. Mas entretanto, tinha que recuperar as coisas que estavam no armário.


- Empresta-me a tua varinha. – Harry pediu.


Desceram as escadas. Harry destrancou a porta, com o Alohomora, e fez o mesmo ao cadeado. Milagrosamente, os Dursley e os Mason estavam a falar altíssimo e nenhum deles ouviu nada. Harry arrumou tudo na mala que iria levar para Hogwarts, e só deixou a varinha no bolso das calças.


Antes de saírem, Harry não resistiu e mandou um trovão para o quadro eléctrico dos Dursley, usando o truque do seu relógio. A electricidade foi-se abaixo. Dudley mandou um grito histérico, e pareceu-lhe que saltara e acertara com a mão no nariz de Miss Mason. Algo lhe disse que o tio não fecharia negócio nenhum naquela noite.


Harry e Daphne correram e montaram Pesadelo. O Thestral obedecia às indicações de Daphne, sem hesitar.


- Onde é que o arranjaste? – Perguntou Harry. Ele ia atrás, com a mão esquerda em torno da cintura dela, e a mão direita segurando a mala, que ia apoiada na garoupa.


- Da primeira vez que fugi de casa, fazia um ano desde que o Hunter tinha morrido, e eu corri pela floresta adentro. Só precisava de fugir. – Daphne contou. – Foi quando me deparei com ele. A manada tinha passado por ali, mas ele magoara-se na perna e fora deixado para trás. Cuidei dele. Acho que criámos um laço, porque ambos nos sentíamos sozinhos.


Harry sorriu, e deixou o silêncio reinar por uns momentos. A noite era deles, sempre fora. Ambos começaram a falar, rapidamente, contando todas as histórias do Verão. Daphne e Blaise ainda namoravam, mas com as viagens dela, tinham-se visto pouco durante o verão.


- Onde é que estamos? – Harry perguntou, quando Daphne ordenou a Pesadelo que aterrasse.


- Mansão Malfoy. – Daphne sorriu. – Escrevi ao Drak hoje de manhã, a contar-lhe o que ia fazer. Obviamente, que não podíamos ir para minha casa. Já mandei para cá as minhas coisas, mais cedo.


A Mansão era enorme, com uma clara fachada gótica e um toque de imperialismo. A porta era negra, e tinha um M de esmeraldas cravejado nas maçanetas. Harry ficou impressionado, com a majestosidade de tudo o que o rodeava.


Um elfo doméstico abriu-lhes a porta. O braço de Harry já estava cansado de carregar a mala, mas só se lembrou disso quando o elfo a segurou por si.


Draco apareceu no cimo das escadas.


- Parabéns, Potter. – Draco sorriu. – Bem-vindo.


Já era tarde, na realidade Harry já nem fazia anos. Mas Draco abraçou-o, e obrigou Harry a contar-lhe a razão pela qual não tinha respondido às cartas o Verão inteiro.


- Macabro. – Comentou Draco, quando Harry acabou de falar. - De qualquer Venham daí. Vêem os meus pais daqui a umas horas, depois de descansarem.


Harry e Daphne subiram as escadas. A mansão estava decorada em tons de preto e verde-escuro, com sublimes vestígios de prateado. Um ambiente muito Slytherin.


Draco levou-os para o penúltimo andar, que funcionava como se fosse um andar só seu. Era onde ficava o seu quarto, e os quartos pelos quais distribuía os seus amigos. No último andar, ficava o quarto dos pais de Draco, e o escritório mais pessoal de Mr. Malfoy. 


O maxilar de Harry quase caiu quando viu o quarto de Draco. Era gigante, com uma cama de casal e uma varanda com vista sobre o mar. A cama tinha sido esculpida para ter a forma de um dragão.


A decoração era bastante simples, toda de ébano negro, com posters azuis dos Tornados a decorar as paredes. Uma foto assinada por toda a equipa com um Draco mais novo no meio deles destacava-se por cima da cama.


- Sortudo. – Harry sorriu apontando para a foto, e só depois reparou na novíssima Nimbus 2001 encostada a um canto, e só se conseguiu rir.


- Tens de a experimentar. Sente-se diferença em relação à Nimbus 2000.- Draco disse, entusiasmado.  


Alguns livros decoravam a estante. E o armário estava cheio de jogos mágicos, como cartas explosivas, e um tabuleiro de xadrez. O mocho de Malfoy, Ramsés*, dormitava a um canto, no seu poleiro.

*Que era o nome do Príncipe do Amanhecer.  


O quarto de Daphne ficava imediatamente ao lado do de Draco. Era um pouco mais pequeno. Tinha citações escritas na parede, bilhetes, postais e outras recordações coladas, um monte de fotos atrás da cama, e livros de duelos em cima da mesa-de-cabeceira. Harry percebeu de imediato que Daphne já fizera do espaço seu. Os pais tinham-lhe oferecido uma coruja no verão, era cinzenta, de olhos muitos escuros, e ela chamara-a de Sombra. 


O de Harry ficava na ponta oposta do andar. Era o último do lado esquerdo.


- Foi o meu pai que escolheu este para ti. – Draco respondeu. – Ele diz que é o melhor quarto, a seguir ao meu.


O quarto era todo decorado em tons de preto e verde-escuro, com uma bandeira dos Slytherin pendurada atrás da cama de casal. Tal como Draco, tinha uma varanda, mas vista sobre os jardins da Mansão e não sobre o mar. Uma colecção de sete punhais amaldiçoados decorava a parede imediatamente ao lado da porta, e do tecto parecia vir a própria luz do luar. ‘Está encantado’ Harry sorriu, quando se apercebeu.  


Frascos de poções vazios cintilavam em cima da cómoda.


- É para que os preenchas com as poções que quiseres…- Draco encolheu os ombros. – E aqueles foram seleccionados por mim.


Apontou para uma pilha de livros, em cima da mesa-de-cabeceira. Mas o que mais impressionou Harry foi o saco de boxe preto estava pendurado ao tecto.


- Isto é tudo só para mim? – Harry olhou maravilhado. – Uau.


- Considera-o teu. O Blaise e a Daphne, também, já têm um quarto fixo aqui. O Blaise vem cá menos, mas a Daph passa a vida a “fugir” para minha casa. Os meus pais adoram-na.


- Uau. – Harry sorriu. – Obrigado.


- Até amanhã, Potter. – Draco disse, com um sorriso. E saiu, fechando a porta atrás de si.



Harry vestiu o pijama e atirou-se para cima da cama, sorriu e deixou-se adormecer. 



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N/A: Que tal? =) 

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Comentários (1)

  • Kaos StoneHange

    Muito bom!!!!Sempre que possivel estarei aqui mandando meus comentarios chatos! hahahaQuero ver como vai ser a relação Lucius/Harry! lucius vai ser mal aqui tbm? 

    2013-03-12
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