Capítulo 14




















Capítulo 14


 


 


Theodoro Nott


 


 


Já havia fechado seu departamento, mas ele gostava de ficar até tarde em sua sala. Gostava de encher seu copo com gelo e algum conhaque caro. Gostava de colocar os pés em cima de sua mesa e gostava de ligar o rádio num volume baixo e em alguma estação que passassem músicas que o fazia se lembrar do pai em sua infância, quando ele o ensinava a montar aviões com cola e depois os fazia voar com a varinha. Eram tempos bons e se lembrar daquilo fazia Theodoro ainda se sentir humano depois de todos os anos que passara em Brampton Fort.


 


Aquele dia em especial não foi nenhuma surpresa quando a porta se abriu e por ela entrou uma bela mulher de pele morena em seu usual vestido social discreto, de cabelos volumosos, marrons e muito largamente cacheados que lhe desciam até os ombros usando aqueles óculos retangulares e estreitos que caíam perfeitamente bem em seu maravilhoso rosto macio que tinha aquela boca deliciosamente apetitosa. Ela entrou, fechou a porta e se escorou nela com as mãos para trás mantendo os olhos fixos nele. Theodoro lançou um olhar rápido para o relógio em seu braço e sorriu ao ver as horas.


 


-       Será que você não poderia ser um pouco menos perfeita? – esperou por pelo menos algum sorriso dela, mas nunca o obteve. – Poderia atrasar pelo menos alguns minutos da próxima vez, Jodie.


 


-       Se assim quiser. – ela deu de ombros. – Mas gosto de ser pontual quando estou tratando de negócios.


 


Ele soltou uma risada gostosa.


 


-       Assim você me ofende. – ele tirou os pés da mesa e colocou seus cotovelos sobre ela dessa vez. O silêncio durou enquanto ele passava o indicados pelas bordas de seu copo. – Vai ficar aí na porta até o fim da noite?


 


-       Estou esperando que sejamos rápidos. Meu marido me espera em casa para o jantar. – ela foi como sempre muito profissional.


 


Ele soltou um riso fraco com aquela notícia.


 


-       Por favor, Jodie! Nós dois sabemos que você não estava esperando nada rápido vindo ao meu escritório. – ele disse.


 


-       Vim ao seu escritório porque me chamou.


 


-       Se sabe porque a chamei então se aproxime e abra a boca. – ele foi objetivo.


 


Jodie desencostou-se da porta, aproximou-se devagar passando a mão sobre o mogno da mesa enquanto andava lindamente até parar bem ao lado dele e se sentar na mesa. Theodoro reclinou sobre a sua cadeira para poder apreciar bem a morena ao seu lado.


 


-       O que quer saber? – ela perguntou.


 


-       O que considera importante.


 


-       O que eu considero importante talvez não seja o que você considera importante. – ela disse e ele teve que revirar os olhos. – Seja específico.


 


-       Me diga como ela está se saindo no trabalho que deve cumprir? – perguntou.


 


-       Bem. – respondeu Jodie – Estamos quase no fim do inverno e com boa parte adiantada. Hermione é muito compromissada. Ao menos parece ser. Ou então está sendo apenas para que acreditemos que ela não está ocupando a cabeça com mais nada.


 


-       Estão seguindo o cronograma?


 


-       Ela faz questão que o sigamos, eu sequer preciso a lembrar.


 


-       E como ela está se saindo com o livro de leis?


 


Jodie suspirou como se isso fosse um ponto não muito positivo da convivência com Hermione.


 


-       Ela questiona a maioria delas. Nos faz lembrar dos antigos livros e estatutos do Ministério antes do mestre e mais um monte de palhaçada que acaba por nos fazer perder tempo em coisas insignificantes.


 


-       Hermione é muito humanista.


 


-       O mestre fez bem em querer que ela ****. Brampton Fort precisa de um pouca da humanidade dela. – Jodie disse.


 


-       Gosta dela, não gosta? – sabia que Jodie não gostava, apenas se fingia gostar. - Ela é uma Malfoy, é melhor gostar dela do que odiá-la. Ela tem poder com o sobrenome que tem e sendo a coisinha preciosa do mestre, o dia que ela decidir te esmagar ela poderá com toda facilidade. Está sendo esperta em se fazer com que ela acredite que gosta dela. - ele riu e tomou um gole de sua bebida.


 


-       Não estou me empenhando em fazer com que ela acredite que gosto dela. – Jodie pareceu um pouco aborrecida com aquilo – Estou sendo profissional. Estamos fazendo um trabalho juntas. E Hermione não tem a mínima noção do poder que tem. Não ainda. Na maior parte do tempo ela se vê como um ratinho no meio de leões famintos.


 


Theodoro sorriu e se levantou. Colocou-se bem a frente da mulher e deixou que seus dedos subissem pela perna dela que estava cruzada.


 


-       Não pode deixar que ela saiba o poder que tem. – ele disse calmamente enquanto colocava os dedos por trás do joelho dela e a fazia descruzar as pernas para que ele pudesse se colocar entre elas.


 


-       Não me contratou para esse serviço. – ela disse.


 


-       Também não a contratei para esse aqui. – ele abaixou o grave de sua voz e a puxou para fazer com que seus corpos colassem e seus rostos ficassem a centímetros de distância.


 


-       Está se arriscando demais brincando com uma família como os Malfoy. Sabe disso, Theodore. – alertou ela.


 


-       Tenho o mestre ao meu lado, Jodie. Ninguém é maior do que ele. – se aproximou e beijou aqueles maravilhosos lábios até perceber que ela estava completamente rendida ao passar os braços ao redor de seu pescoço e permitir que ele sondasse por baixo de seu vestido e que também desatasse o laço atrás de sua roupa. – Agora você tem duas opções. – ele disse descolando seus lábios dos dela. – Pode voltar para casa e ter um belo jantar com seu marido. Ou pode me dizer que fará o seu melhor em tentar fazer com que Hermione jamais saiba do poder que tem e terá mais uma vez o prazer de saber que eu te satisfaço muito mais do que seu querido marido.


 


Ela sorriu. Ele gostava daquele sorriso. Jodie se fazia de profissional objetiva e fria, mas não passava de uma mulher com desejos insaciados.


 


-       Farei o meu melhor. – ela disse e aquilo bastou para ele.


 


 


Hermione Malfoy


 


 


Ela sonhou que estava no lugar de Viktor Krum, sabia que era um sonho, mas ainda assim não deixava de ser aterrorizante. Conseguia sentir o peso das correntes. Podia ver a parede de Dementadores limitando seu espaço de um lado, e logo do outro ela via sobre os patamares do trono ocupado por Voldemort e logo atrás de sua figura sinistra havia um mar de Comensais em suas mascaras e capas negras sendo ofuscados pelo brilho intenso de uma luz branca que a iluminava vinda do fundo do átrio do salão.


 


A voz de Voldemort clamava pelo início daquela loucura e então Hermione viu Mortalhas se arrastando pelo chão enlameado em sua direção. Ela tentou correr mas estava presa ao chão e foi exatamente quando todas aquelas criaturas mortais voaram para cima dela que conseguiu abrir os olhos sentando-se na cama de uma vez.


 


Estava ofegante e o coração batia forte contra suas costelas. Olhou para o lado e Draco não ocupava o seu lado da cama. Pelas brechas da pesada cortina ela via que do lado de fora o dia cinza e comum de Brampton Fort já havia começado. Fechou os olhos ainda sentada e contou até cinco muito devagar até sentir que estava chegando ao seu estado de tranquilidade. Foi só um sonho.


 


Abriu os olhos novamente para encarar o quarto ao seu redor. Tornou a olhar o lugar de Draco vazio ao seu lado. Era domingo e domingo para Draco nada mais era do que qualquer outro dia da semana com suas atividades rotineiras, mas não era exatamente o fato de que o lugar ao seu lado estava vazio e sim o fato de que ele estava intocado e exatamente como ela havia visto antes de dormir. Ele não passou a noite em casa.


 


Não era nada que realmente a devesse deixar preocupada. A verdade era que ela pouco se importava com Draco, mas sabia que muitas das noites de sábado para dormindo que não passava em casa eram dedicadas ao quartel general. Sabia disso porque ele tinha que provar pelas normas do departamento que estivera toda a noite lá e Hermione até mesmo já havia visto alguns dos arquivos em que ele e mais uma centena de comensais deveriam assinar. Ela sabia que Draco gostava do que fazia, mas não havia como negar que era um trabalho muito exaustivo.


 


Hermione se levantou aliviada por saber que pelo menos tinha o final de semana para respirar longe daquela maldita Catedral. Moveu-se para o lavatório e durante seu banho lembrou-se de seu sonho. Sentiu alguns pequenos segundos de terror e tentou respirar com cuidado. Não era você naquela arena. Era Viktor Krum.


 


Vestiu-se como a dama que deveria ser mesmo aos finais de semana, olhou-se no espelho passando pelo seu momento de aprovação e quando voltou ao quarto se deparou com a cena da porta se abrindo e Draco entrando. Ele tinha a aparência cansada, os cabelos desalinhados e os olhos fundos. Eles trocaram um rápido olhar e ele seguiu seu caminho pelo quarto puxando a gravata do pescoço e a jogando sobre o sofá da lareira junto com o casaco do terno.


 


-       Devo esperá-lo para o café? – ela perguntou cuidadosamente.


 


-       Não. – ele respondeu dando as costas para ela e caminhando para sua arca de bebidas desabotoando a camisa. – Vou descansar o que posso. Tenho que voltar para a Catedral depois do almoço portanto procure não me perturbar.


 


Ela recebeu a resposta. Seria até divertido perturbá-lo e Deus sabia o quanto ela precisava de diversão, mas Draco parecia destruído e também haviam coisas suficientes para que ela pudesse se manter ocupada. Deu as costas enquanto ouvia o som da bebida dele sendo despejada no copo e seguiu para porta.


 


-       Hei. – ouviu ele dizer e foi obrigada a parar e se virar novamente.


 


-       Sim. – ela deu sinal de que estava o ouvindo.


 


O silêncio durou entre eles alguns segundos antes que Draco continuasse.


 


-       Conversei com o mestre. – ele soltou finalmente ainda de costas para ela. O silêncio durou mais alguns segundos enquanto ele levava o copo a boca.


 


-       E por que está me dizendo isso? – perguntou ela confusa quando não obteve mais nenhuma informação. O silêncio dele estava começando a irritá-la. – Vai abrir a boca ou não?


 


-       Está grávida? – ele resolveu então se manifestar.


 


Ela ficou surpresa pela pergunta.


 


-       Não. – respondeu.


 


-       Por que não? – ele voltou-se para ela com uma expressão não muito contente. A pergunta a surpreendeu ainda mais.


 


Ela não soube exatamente o que responder.


 


-       Porque não. – perdeu-se por um momento. – Não sei. – deu de ombros. – Talvez eu tenha algum problema...


 


-       Você é perfeitamente normal, Hermione. – ele a cortou.


 


-       E como pode ter certeza disso?


 


-       O mestre tem. – ele aproximou-se devagar – Ele disse que esperou todo o inverno e que não esperará também a primavera inteira.


 


Ela suspirou, desviou o olhar e passou os dedos pela testa.


 


-       Não sei o que está havendo. – tentou desviar - Talvez não estejamos tentando o suficiente, certo? Agora tenho muito o que fazer. Podemos conversar sobre isso outra hora. – deu as costas e tomou seu caminho para porta mas foi impedida no meio do caminho quando ele avançou e a segurou pelo braço fazendo-a voltar-se para ele novamente.


 


-       Você sabe que o tanto que tentamos é até mais do que o suficiente! – ele foi rude. – Vai me dizer agora o que tem feito e vai parar!


 


-       Não tenho feito nada! – ela se aborreceu.


 


-       Que tipo de idiota acha que sou, Hermione?


 


-       Eu-não-tenho-feito-nada! – insistiu ela sentindo a pressão dos dedos dele em seu braço.


 


-       Não minta para mim! – ele se irritou e aumentou o tom da voz.


 


-       Eu não quero nenhum filho, ok?! – se viu dizer no mesmo tom e se desvencilhou dele.


 


-       E você acha que eu quero? – retrucou – Acha mesmo que quero alguém com o meu sangue por aí na terra? – se aproximou dela sem a tocar. – Me deixe te esclarecer uma coisa bem simples, Hermione. – ele manteve seu rosto bem próximo ao dela. – Desse lado da guerra, quando se recebe uma ordem, se cumpre uma ordem! – vociferou – Não vou mais te proteger do mestre, entendeu bem? – ela não respondeu nada. – Entendeu? – ela teve que lutar contra o reflexo de se encolher com o tom que ele usou. Apenas assentiu. Aquilo bastou pra ele que deu as costas,, virou a bebida em um gole apenas, colocou o copo sobre a cabeceira da cama e jogou-se sobre o emaranhado de lençol e fronha. – Agora me deixe. – finalizou ele.


 


Hermione não se moveu. Permaneceu quieta por um bom tempo enquanto o observava na cama e remoía as palavras que ele havia dito. Aproximou-se com cuidado vendo o braço que ele usava para cobrir os olhos. Algumas vezes durante a noite ela o via naquela mesma posição em sono profundo.


 


-       Me proteger do mestre. – ela repetiu aquilo que se repetia em sua cabeça com o som da voz dele. – Por que me protegeria do mestre?


 


Ele soltou ar cansado.


 


-       Será que você não entendeu quando eu disse para me deixar? Eu tenho apenas algumas horas e seria ótimo se me deixasse fingir que você não existe enquanto elas passam!  - resmungou ele.


 


-       Draco, por que me protegeria do mestre? – ela se viu perguntando.


 


Podia quase imaginá-lo revirar os olhos naquele momento.


 


-       Vamos, Hermione. Pense um pouco mais. – disse ele – Só não seja burra de acreditar que fiz isso porque de alguma forma posso até gostar de você. Nós dois temos um status. Estamos ligados e se você cair, eu caio junto. Somos uma família, não somos?


 


-       Isso não é exatamente o que define uma família. – disse sabendo mesmo que Draco nunca seria capaz de fazer algo por alguém sem sair no lucro.


 


-       Isso é o que eu considero família. – aquilo pareceu definitivo. – Agora saia desse quarto ou eu a arrastarei para fora dele.


 


Ela ainda esperou alguns segundos antes de dar as costas e sair do quarto. Desceu para o café e se deliciou com a maravilhosa mesa que Tryn sempre se dedicava a montar. Ela sabia que uma hora a pressão sobre a gravidez começaria, mas não arriscaria deixar de tomar as poções que com muita dificuldade Luna conseguia roubar da sessão de enfermarias da Catedral para ela. Tentou se esquecer daquilo embora não fosse uma tarefa muito fácil. Pegou o jornal em busca de entretenimento e virou a página do Diário do Imperador em suas mãos.


 


A matéria era sobre um importante restaurante do centro ter sido fechado para a festa de aniversário de uma das filhas da elite de comensais e também havia outra importante que se referia as novas atividades de primavera que começariam na semana seguinte. Hermione lia toda aquela futilidade grata por saber que a mídia aparentemente havia a deixado em paz depois de incontáveis meses de perseguição e também grata porque finalmente toda aquela neve do lado de fora estava derretendo depois de daqueles frios e depressivos meses de inverno. Até tentava se focar em se entreter com aquelas folhas de jornais, mas saber que Draco estava no andar de cima ocupando o espaço particular que tinha era como um dedo incomodo indo fundo da garganta de Hermione. Dispensou o restante daquilo que havia posto no prato fechando o jornal e se levantando.


 


Subiu as escadas decidida a ir a casa de poções enquanto o horário que marcara para receber Luna ainda não chegava. Ela gostava de estar do sótão. Gostava do som do borbulhar de algumas poções descansando em fogo baixo. Gostava do cheiro amadeirado, gostava de olhar na luneta no nicho da janela principal durante a noite e gostava da ideia de privacidade, por mais falsa que fosse ela.


 


Sentou-se em sua mesa fechou alguns livro, abriu espaço entre alguns pergaminhos e trouxe as pastas que havia conseguido com Theodoro para a superfície. As abriu e as tirou de lá várias anotações, vários papéis sublinhados, várias referencias que conseguira. Sentia que mesmo depois de todo o trabalho que tivera com aquelas pastas ainda não havia atingido nem metade do caminho.


 


Conseguira separar os temas específicos. Em relação a localização havia separado tudo sobre clima, mapas aleatórios que encontrara, registros topográficos que a intrigavam. Sobre magia havia separado muitos pergaminhos de cálculos que não entendia, mais pergaminhos sobre desintegração de feitiços. Ela não era muito boa naquilo. Estava estudando o máximo que podia para conseguir fazer uma real avaliação tudo aquilo, mas eram assuntos dos quais ela não tinha nenhum domínio e estava começando a achar que aquilo demoraria anos para começar a fazer algum sentido para ela.


 


Inclinou-se na cadeira e passou a mão pelo rosto cansada de se dedicar a aquilo e nunca chegar a nada. Desviou seu olhar para a janela e o dia cinza lá fora era o de sempre. Estava cansada daquele maldito inverno. Levantou-se e checou algumas poções, foi quando estava quase na última que Tryn apareceu num estalo.


 


-       A Srta. Luna Lovegood está a espera da Sra. Hermione Malfoy na sala principal. – anunciou a elfa.


 


-       Traga Luna até aqui, Tryn. – pediu Hermione.


 


A elfa desapareceu num estalo e Hermione se preparou para receber a amiga, abrindo espaço sobre a mesa. Não demorou muito e Luna e sua cabeleira loira entrava pela porta do sótão carregando dois livros grandes e pesados.


 


-       Olá! – ela disse animada aproximando-se e deixando os livros sobre a mesa. – Trouxe suas poções. – disse apontando para os livros. – Não vai precisar tomar nenhuma agora? – brincou ela.


 


Hermione a olhou achando aquilo completamente desnecessário.


 


-       Nós não fizemos nada essa manhã. – abriu um dos livros e entre as páginas viu as folhas cortadas para acomodarem os pequenos frasquinhos. – Obrigada pelas poções, Luna.


 


-       O que está havendo? – Luna finalmente pareceu se preocupar com as expressões da amiga.


 


Hermione suspirou, passou os dedos pela tenta, deu as costas para amiga e colocou as mãos na cintura enquanto fazia o som de seu salto ecoar na madeira do piso.


 


-       A pressão para que eu engravide começou. – respondeu finalmente.


 


-       Oh. – foi a reação da loira e então ela se manteve em silêncio por algum tempo também. – Acha que eu deveria parar de pegar as poções?


 


-       Não! – Hermione respondeu imediatamente se virando para a amiga. – Não, Luna! Não pode parar de pegar as poções.


 


-       Certo, Hermione. – Luna mostrou que entendeu para acalmá-la. – Mas sabe que cedo ou tarde eles saberão que sou eu quem faço as poções sumirem. A nossa sorte é que ninguém dá muita atenção para elas portanto não há nenhum tipo de fiscalização rígida. Draco sabe que está tomando as poções?


 


Hermione negou com a cabeça.


 


-       Ele desconfia que estou fazendo algo. – soltou o ar um tanto irritada. – Quem não desconfiaria? Com a frequência que fazemos sexo sem nenhuma proteção, qualquer outra mulher no meu lugar já estaria grávida há muito tempo.


-       Por quanto tempo acha que podemos continuar mantendo isso?


 


-       Não sei. – respondeu Hermione. – Não muito tempo. – ela começou a andar de um lado para o outro. – Voldemort esperou todo o inverno e não teve nenhum resultado. Ele não esperará toda a primavera. Tenho que te tirar daqui, Luna. Não pretendo engravidar de forma alguma, e quando as coisas apertarem sei que sobrará para você.


 


-       Ah, por favor, Hermione! – Luna revirou os olhos. – Não vá me dizer que ainda está com aquela idéia maluca!


 


-       É a única que temos, Luna! – Hermione parou e se voltou para a amiga.


 


-       Não vai dar certo! Além do mais, mesmo se eu for, se está pretendendo nunca ficar grávida, sabe que Voldemort não vai nada gentil com você também.


 


-       Sei disso! Mas posso aguentar a pressão. Se não estiver aqui posso ser teimosa o quanto quiser e você não precisará pagar por isso!


 


Luna suspirou frustrada por aquilo. Passou por Hermione e sentou-se no nicho da janela principal passando a mão sobre a luneta antiga que havia ali.


 


-       Hermione. – ela começou num tom um pouco baixo – Sei o quanto será bom se eu conseguir sair daqui e chegar até a Ordem com vida. Sei o tanto de informação que eu poderia passar para eles. Sei o quanto isso será bom para o nosso lado, mas não sinto que é certo te abandonar aqui. – ela encontrou seu olhar com o da amiga – Não é certo te deixar sozinha aqui. Se eu tiver que morrer, não me importo, mas não posso me ver te abandonando nesse lugar sozinha.


 


-       Não vai me abandonar, Luna. – Hermione se aproximou e se sentou ao lado dela. – Tem que pensar no que é melhor para todos, não só para nós duas. Eu sei que gosta de Brampton Fort. Sei que gosta de ir ao centro, de ir ao parque, de vagar pela catedral sem ter o medo que tínhamos antes. Mas sabe que essa não é a nossa realidade. – fechou os olhos e respirou fundo sabendo que tinha dito algo errado. – Essa não é a sua realidade. – concertou. – Precisa voltar para a sua realidade. – insistiu – Precisa ajudar a Ordem.


 


-       E quanto a você? Não me prometa que vai ficar bem. Eu sei que não vai.


 


-       Eu tenho um lugar ao qual pertenço agora. – disse com pesar. – Precisa entender isso.


 


-       Não, Hermione! Você não é um deles. Essa marca não tem o poder de te fazer um deles.


 


-       Não estou falando do ciclo de Voldemort, Luna. Estou falando dos Malfoy. – esclareceu ela. – Sou um deles agora e meu lugar é com eles. Assinei um papel para isso e você sabe o que aquele papel significa. Se eles estão com Voldemort, eu também devo estar.


 


Luna fez uma careta.


 


-       Quando foi que mudou de lado? – ela pareceu muito surpresa.


 


Hermione sorriu.


 


-       Estou com Voldemort assim como os Malfoy estão, Luna. Mas isso não significa que estou do lado dele. – levantou-se – Por isso estou te mandando de volta para Ordem.


 


Luna suspirou frustrada por perder aquela guerra.


 


-       Acha que podemos confiar nessa sua idéia? – ela perguntou depois de alguns segundos em silêncio.


 


-       Ainda não. Mas poderemos. Só temos um tempo curto agora. – ela se moveu em direção a sua mesa – Vou ter que adiantar tudo que eu puder para a idéia de te fazer passar por um dos portões como comensal e para isso não vou ter tempo de me dedicar as pastas de Theodoro. Tenho feito e possível para conseguir organizar todas as informações por temas, mas ainda assim, tudo é muito vago. Vou precisar que leve isso com você para a Ordem. Assim como algumas lembranças minhas também.


 


-       Certo. – concordou Luna ainda com um ar de incredibilidade enquanto Hermione fechava as pastas e organizava a mesa.


 


-       Tenho revistado o escritório de Draco com frequência. Sei aquilo que ele trás da Catedral e aquilo que leva. Sei do que se trata a maioria dos trabalhos que ele trás para casa. Sei também onde ficam a maioria das coisas principais no escritório dele. É muito grande e o tempo que eu tenho quando ele não está em casa é pouco. Mas tenho feito o possível conseguir entender a maioria dos arquivos rascunhos do sistema de portões de Brampton Fort. – ela devolveu as pastas para uma das gavetas da mesa. - Ele é responsável por liberar a entrada e saída de todos cada pessoa pelos portões, assim como é responsável por computar tudo isso. Tenho que colocar as mãos nos arquivos oficiais e estudá-los, saber realmente como o sistema todo funciona. Assim ficarei mais segura para seguir em frente com essa idéia. – soltou o ar de uma vez e encarou Luna colocando as mãos na cintura. – Mas é uma idéia. A única que consigo enxergar agora. E Deus! Precisamos ser rápidas. Vou precisar que faça algumas coisas para mim e eu também terei que visitar com mais frequência a torre de Draco na catedral, ver como os arquivos são organizados lá, como eles entram e como saem...


 


-       Hermione! – Luna exclamou a cortando. – Tudo bem, eu entendi! – respirou como se quisesse que Hermione fizesse o mesmo. – Precisamos ser cuidadosas e se apressarmos muito tudo isso talvez possamos nos expor demais.


 


Hermione era obrigada a concordar com ela.


 


-       Você está certa. – ela se sentou em sua cadeira. Em outros tempos ela teria se jogado ali, mas tinha se tornado quase parte dela seguir as regras de educação de Narcisa Malfoy. – Temos que ser cuidadosas. – concordou. – Mas não podemos deixar de trabalhar por isso. Mesmo que a idéia ainda seja primitiva, temos que preparar polisuco. – se levantou e foi até um dos caldeirões vazios.


 


-       Polisuco? – Luna franziu o cenho. – Para quem?


 


Hermione a olhou.


 


-       Para você. – respondeu.


 


 


Draco Malfoy


 


 


Já estava escuro quando desceu no pátio de entrada de sua casa. Suspirou já cansado sabendo que ali há muito tempo deixara de ser seu refúgio. Algumas vezes ele queria apenas esquecer que Hermione existia no mundo, mas simplesmente não podia.


 


Subiu as escadas da frente puxando o relógio do bolso para ver o horário. Estava exatamente na hora do jantar. Entrou e seguiu diretamente para sala de jantar onde encontrou Hermione de pé ao lado de sua cadeira vestida como uma rainha e com a postura impecável. Ela sempre o esperava e sempre se vestia bem para o jantar. Aquilo o fazia se lembrar de sua família, de como sua mãe se colocava na mesa e de como fazia com que ele também se colocasse para esperar que seu pai chegasse para o jantar. Andar para o seu lugar naquele momento o fazia se sentir como seu pai e repugnava essa sensação.


 


Sentou-se e foi seguido por ela em silêncio. Ele pediu que Tryn servisse a entrada e assim que seu prato se encheu de salada ele tratou de se ocupar em seguir o serviço de todo jantar e ignorar que estava acompanhado. Obviamente que suas tentativas de ignorá-la nunca eram muito bem sucedidas. Sentiu-se absurdamente irritado quando ela tratou de fazer um dos enormes livros do Departamento da Cidade flutuar a sua frente para que pudesse ler enquanto comia. Ele não conseguia nem mesmo dimensionar o ódio que tinha das manias sem nexo que ela muito provavelmente havia adquirido da família miserável a qual havia sido criada.


 


-       Hermione, vai mesmo ler na mesa de jantar? – tentou ser discreto e não expressar nenhuma emoção embora quisesse explodir aquele livro ali.


 


Ela levou seus olhos até ele. Draco sabia que ela sabia que ele se incomodava com aquilo, sua mãe havia lhe ensinado todas as regras de comportamento.


 


-       Me desculpe, minha leitura vai atrapalhar algum diálogo que iremos desenvolver durante o jantar? – ela foi irônica ao fato de que sempre jantavam em silêncio. Lançou a ela apenas um olhar fatal que ela desafiou com o seu num ar completamente insignificante.  – Não tenho tempo para ler isso em outro lugar, sinto muito. – ela não sentia.


 


Ele quis levantar da mesa para não ter que encarar aquilo durante a hora de paz do seu jantar, mas soube que engolir sua irritação seria um bom caminho para não deixa-la vencer, já que muito do que ela fazia era apenas para deixá-lo irritado, embora soubesse que realmente Hermione estava abarrotada de deveres na Sessão da Cidade. Ela logo começaria a percorrer as Casas de Justiça e estava passando por uma série de avaliações pela Academia de Brampton Fort. As vezes Draco até tinha curiosidade de perguntá-la como estava se saindo, mas a idéia de começar um diálogo com Hermione que poderia ser duradouro lhe causava repulsa.


 


Comeram em silêncio. Ela mantinha toda a atenção naquele livro. Ele esperava que ela tivesse consciência de que aquilo não poderia se repetir, mas tentar adestrar Hermione realmente era o mesmo que desperdiçar energia.


 


Antes mesmo que terminasse toda sua refeição, ele anunciou sua licença e se retirou subindo para o escritório onde abriu as pesadas cortinas, estirou-se numa poltrona e deixou seus olhos se perderem na vista do lado de fora onde a primavera tentava desabrochar. Aquele era o seu tempo diário onde podia descarregar em silêncio todo o cansaço da Catedral e lidar com todas as suas frustrações. Nós últimos quase seis meses esse tempo havia sido destinado a pensar em Hermione o no quanto o irritava saber que ela estava em algum lugar daquela casa, da sua casa, carregando o seu sobrenome, dormindo na sua cama e carregando o anel da sua família. Aos poucos estava aprendendo a aceitar aquilo e voltar a descarregar pensamentos apenas relacionados a Catedral e Voldemort. Acostumar-se com Hermione era algo que ele não queria, mas trazia paz e isso era bom. Não podia passar uma vida inteira dentro de uma casa que nunca poderia ser seu lar por causa de alguém insignificante como ela.


 


Fechou os olhos e sentiu suas forças se revigorarem apenas pelo silêncio e pela calma. Gostava de imaginar que estava sozinho como nos tempos onde não havia uma aliança em seu dedo. Gostava de pensar que se levantaria dali, tomaria seu banho, beberia seu vinho enquanto lia um bom livro e se deitaria no prazer de estar absolutamente sozinho.


 


Levantou-se logo quando sentiu que estava começando a gastar energia demais com seus lamentos relacionados a Hermione e ordenou com sua varinha que a estante de fundo se movesse. O móvel obedeceu seu comando mostrando por trás um enorme painel cheiro de figuras e anotações ligadas por cordões de várias cores. Draco suspirou e se aproximou. Aquilo era o trabalho de quase uma vida inteira.


 


Passou horas olhando para aquilo com os braços cruzados. Haviam muitas coisas que ainda deveriam ser ligadas e muitas lacunas a serem preenchidas. Tratava de misturar seus serviços da catedral e seus objetivos pessoais naquele mesmo painel para evitar que qualquer olhar que não fosse o dele sobre todo aquele trabalho não o incriminasse. Mas ele conseguia enxergar as camadas que separavam muitas das suas pesquisas ali.


 


Foi somente depois daquelas horas de reflexão que ele decidiu que já estava perdendo tempo olhando para aquilo que já havia decorado em sua mente. Tinha que encontrar informações, se não as encontrasse seria sempre uma perda de tempo olhar para o seu painel como se esperasse que gloriosamente ele se solucionasse.


 


Jogou-se na poltrona novamente, ordenou que o móvel voltasse para o lugar e fechou os olhos. Começaria a se preparar psicologicamente para ir para o quarto e ter seu segundo momento de convivência com sua adorável esposa. Foi quando escutou batidas na porta e soube que não seria nenhuma outra pessoa além dela. Quis gritar para que ela fosse embora, mas no momento em que pensou nisso sentiu-se cansado por querer fazer isso. Agitou a varinha e destravou a porta.


 


Ainda de olhos fechados escutou a porta se abrir e fechar e o barulho do salto dela sobre o piso de mármore desenhado se aproximando. Ela vinha a passos lentos e Draco abriu os olhos para recebê-la quando notou que ela estava perto o suficiente. Hermione sempre se arrumava bem para os jantares, exatamente como sua mãe fazia.


 


-       Cansado? – ela perguntou usando sua voz doce e calma enquanto colocava as mãos sobre sua mesa mogno.


 


-       Não o suficiente para te negar sexo. – respondeu ele.


 


-       Não estou pedindo por sexo.


 


-       Me parece bastante que tem um pedido.


 


-       Sim, eu tenho. – ela disse e isso explicou muito o porque da presença dela ali quando na verdade ela deveria estar se trocando para se enfiar debaixo das cobertas como sempre fazia.


 


-       Não precisa fazê-lo. A resposta é não. – ele adiantou o seu aval.


 


-       Quero que demita sua secretaria. – mesmo assim ela o fez e Draco surpreendeu-se pelo pedido inesperado.


 


-       Naomi Mori? – riu fracamente. – A resposta é não.


 


Hermione deu a volta em sua mesa e se aproximou da poltrona dele.


 


-       Não vai perguntar o porque quero que a demita? – ela tinha uma sobrancelha levantada.


 


-       Não. – ele respondeu. – Qualquer que seja o motivo, é estúpido.


 


Ela abriu um sorriso significativo, de lado, e surpreendentemente colocou as pernas uma de cada lado seu e se sentou em seu colo como muitas vezes já havia feito.


 


-       Pode repetir isso depois que eu te disser o porque quero que a demita. – ela disse se reajustando mais perto dele. As mãos dela passaram pelos botões de sua camisa e Draco deteve seu punho.


 


-       Pensei que não estivesse pedindo por sexo. – disse ele.


 


-       Eu não estava. – ela deu de ombros – Mas me aproveitei da idéia que deu.


 


Ele sorriu aproveitando-se também da investida e escorregou as mãos para dentro da saia do vestido deslizando os dedos até chegar em seu traseiro macias, onde conseguiu segurá-la e puxá-la para mais perto ainda. Afinal, sexo era a única coisa que sabiam fazer juntos que o fazia não lamentar por estarem casados.


 


-       Não pense que sou idiota por não saber que está fazendo isso para me distrair e abrir a boca para soltar a estupidez que tem a dizer em relação a minha secretária. – disse ele enquanto sentia o hálito úmido dela contra seu pescoço. Ela ajeitou seus quadris contra o dele e o movimento discreto foi suficiente para alertar o membro entre suas pernas. - Sabe que não a deixaria falar se não estivesse me entretendo. – as mãos dela foram para dentro de sua blusa e cercaram seu tronco quando terminou de abrir todos os botões. O rosto dela veio para a frente do seu e ficaram a centímetros um do outro. Os olhos dourados dela brilhavam sobre os dele.


 


-       Os Mori estão abrindo um processo contra a sua família para fazer com que paguem pelo péssimo investimento que seu pai empurrou para eles no passado quando ainda estavam no Japão. – ela disse tudo de uma vez e ele viu seu próprio sorriso morrer ao escutar aquilo vindo dela.


 


-       Como sabe disso? – perguntou sério.


 


-       Trabalho dos Tribunais de Justiça. – respondeu ela.


 


-       Trabalha para Theodoro. – concertou ele.


 


-       O que facilita tudo. – ela disse e ele recuou as mãos de dentro do vestido dela e começou a não entender muito bem o que ela estava dizendo. – Theodoro tem feito com que o processo seja aberto dentro da Sessão da Cidade sem fazer com que a história se espalhe.


 


Draco precisou de alguns minutos para absorver tudo aquilo. Seria possível que um dos temores da sua família poderia estar vindo a tona depois de tanto tempo? O que seu pai havia administrado de tão errado para que os Mori descobrissem a verdade?


 


-       Primeiro, Hermione: O péssimo investimento dos Mori no Japão foi culpa do vazamento de informações da companhia administradora...


 


-       Por favor, Draco! – ela o cortou revirando os olhos. – Sabe que eu estudei mais do que devia sobre sua família e sei que foi o seu pai quem vazou as informações visando o lucro. Ninguém nunca saberia que metade da fortuna dos Mori foi passada para o cofre dos Malfoy nessa brincadeira. Mas sabe que eles sempre desconfiaram do dedo do seu pai por trás disso tudo. Tanto que sua família sempre os manteve por perto, dentro do ciclo social, fazendo favorzinho em nome da amizade. Trouxeram os Mori para debaixo das asas de Voldemort no auge da guerra, os colocaram na Vila dos Comensais, deram a Seiji Mori um alto cargo no Ministério, fizeram de Naomi Mori sua secretaria, os colocaram na mídia como bons amigos dos Malfoy, os tem como pessoas de confiança. Nada mais fazem do que manter um possível inimigo por perto, nada mais fazem do que trabalhar para manter a verdade afastada deles.


 


-       E temos feito isso com bastante empenho! – Draco sentiu que deveria defender sua família depois de todas as ofensivas que ela havia lançado. – Acha que os Mori são a única família que estão nessa posição? Fazer o que fazemos com eles é algo que a nossa família tem feito a séculos com outras famílias e não é nada muito difícil de se fazer, não é nada que nos demande muito trabalho. Não há nenhum modo possível dos Mori terem provas contra meu pai.


 


-       Tem certeza de que não há? – ela pareceu estar muito certa do que dizia – A única prova que há está em Gringotes, dentro do cofre de sua família.


 


-       E eles jamais teriam acesso a ele!


 


-       Certamente não. – concordou ela. – Mas Gringotes envia para você e o seu pai uma cópia do histórico do cofre nos últimos dez anos a cada ano. Quem o recebe?


 


Draco sentiu seus músculos enrijecerem no mesmo instante. Naomi recebia sua cópia. Se ela olhasse o histórico da conta e juntasse o ano com a quantia que havia sido movida para dentro do cofre dos Malfoy, sem dúvida enxergaria que era o valor exato que sua família havia perdido no Japão.


 


-       O selo só pode ser violado pelo destinatário. – ele tratou de se lembrar. – Quando a cópia volta assinada para ela para que seja reenviada a Gringotes o selo também é inviolável.


 


-       E aonde essa cópia fica quando está a avaliando para assiná-la e tornar a enviá-la a Gringotes? – perguntou ela embora já parecesse saber a resposta.


 


-       Em minha sala. – disse ele e ela ergueu a sobrancelha como se tentasse mostrar a ele que ali estava o erro. – Trancada a senha. – acrescentou ele.


 


-       E a quanto tempo ela trabalha para você? Não é muito difícil desenvolver um feitiço de violação contra segurança sem que ninguém perceba quando se é inteligente o suficiente para isso.


 


-       Troco minha senha toda semana.


 


-       Acha que ela também não sabe disso?


 


Ele se calou. Sentiu-se perdido. O silêncio começou a durar e Hermione saiu de cima dele como se quisesse dar espaço para que ele pensasse exatamente o que ela queria que ele estivesse pensando naquele momento.


 


Draco se levantou confuso ainda tentando fazer todas as ligações que deveria. Era possível que Hermione estivesse certa? Sim, era muito possível e não apenas isso, no fundo, os Mori eram inteligentes para sempre terem um receio e desconfiança atrás dos Malfoy e os anos que Naomi estivera familiar com sua torre na Catedral eram bem suficientes para que ela já tivesse desenvolvido qualquer feitiço de último grau para ter acesso ao que não deveria ter. Se perguntou quando foi que esteve tão ocupado em outros assuntos que movera inconscientemente aquilo para terceiro plano.


 


-       Como sabe de tudo isso? – perguntou a ela cruzando os braços


 


-       Minha curiosidade sobre todo tipo de assunto tem me aberto muitos caminhos tangentes aqui dentro. – justificou ela.


 


-       Como sabe sobre o processo que eles tem aberto? – ele percebeu o quanto estava sério quando escutou sua própria voz ser fria como o inverno que haviam acabado de passar.


 


-       Seiji Mori faz visitas constantes a sala de Theodoro e não faz muitas semanas que tive acesso a sala de Processos. Seiji tem aberto um contra a sua família com autorização de Theodoro e tem o arquivado dentro do departamento como caso solucionado e confidencial. Está na área de casos que atingem a proporção para fora de Brampton Fort e chegam aos tribunais do Ministério da Magia.


 


Draco sentiu seu coração palpitar e deu as costas para ela encarando a vastidão de seu terreno pela janela. Deveria contar isso ao seu pai o mais rápido possível. Os dois teriam que quebrar muita cabeça para conter aquilo. Enquanto isso ele apenas tentava loucamente encontrar saídas para aquela situação. Aquele não era o fim de sua família, mas se não agisse seria uma queda muito grande e muito comprometedora.


 


Sentiu Hermione se aproximar as suas costas muito sutilmente. Quis manda-la embora, mas ao mesmo tempo sabia que deveria agir sobre ela, não conseguia desviar sua atenção da tentativa de encontrar uma solução para aquele caso.


 


-       Sabe o que fazer? – ela usou sua voz calma para fazer aquela pergunta e ele percebeu que estava se fazendo aquele mesmo questionamento.


 


-       Não. – respondeu depois de um tempo.


 


Ela se aproximou mais um pouco.


 


-       Demita sua secretária. – começou ela – Amanhã ou o mais rápido possível. Encontre para ela uma boa posição em outro lugar, uma que saiba que ela deseja, mas tome cuidado para não provocar os Mori. Não procure começar uma inimizade agora. Amigos não tem motivos para abrirem procurações e revisões nos cofres de sua família, inimigos sim. Refaça toda a segurança de sua sala, com novas senhas e novos feitiços de proteção. Remova todo tesouro que tenha dos Mori para alguma sala fantasma em Gringotes alegando proteção de herança contra o seu recém casamento, isso foi feito inúmeras vezes na história de sua família e também sei que sua família possuí dezenas de salas fantasma. Retire de ordem o histórico de todas as transação de tesouro feita nos anos em que receberam a perda deles, faz mais de oito anos o que deixará o processo fora de registro. Deixe que Theodoro e os Mori continuem com o que quer que estejam planejando. Eles não irão muito para frente sem a fonte de informações que é sua secretária e se de alguma forma conseguirem avançar, os registros de que lucraram com o péssimo investimento deles estará camuflado assim como o tesouro estará perdido em alguma de suas salas fantasma.


 


Ele conseguia visualizar cada palavra dela. Conseguia se ver fazendo tudo aquilo com uma facilidade absurda e conseguia ver o resultado de tudo numa bela visita a Theodoro e algumas diretas que o faria temer por estar sendo comprado por alguém fora de sua família. Virou-se para Hermione não duvidando do quão ágil e esperto aquele cérebro era e finalmente notou o quanto ela conseguia inconscientemente seduzir com a sua inteligência. Ela era uma mulher estratégica. Aquilo era afrodisíaco.


 


Aproximou-se sem pudor. Ela pareceu não entender exatamente o que ele estava fazendo, mas não lutou e nem fugiu. Draco segurou seus quadris e então foi rude ao arrastá-la para a estante mais perto fazendo com que as costas dela batessem contra o móvel sem dó.


 


-       O que você quer com tudo isso, Hermione? – perguntou com o rosto a centímetros do dela e sem vacilar no contato visual.


 


Hermione poderia ser muito inteligente para solucionar seu problema, mas ele queria entender o porque ela estava jogando do lado dele quando na verdade ela deveria estar agindo em completo descaso.


 


-       Sou uma de vocês. Se caírem, eu caio junto, se lembra? – respondeu ela como se não fosse óbvio.


 


-       Não, Hermione! Se caíssemos, você não se importaria, mesmo sendo uma de nós! Me diga, o que quer com tudo isso? – insistiu ele descendo uma das mãos para a coxa da mulher.


 


-       Tenho planos pessoais para o cargo que vou ocupar, é importante e me abrirá muitos caminhos! – soltou ela não negando o toque dele - Ser regente dos tribunais é um cargo de muita confiança dentro da Sessão de Gerência da Cidade! Se a sua família for acusada de algo, você poderá perder seu posto, assim como o seu pai e assim como eu!


 


-       Sua justificativa não me desce! – disse embora soubesse muito bem o quanto sua família estava em risco com aquilo, só não imaginava que Hermione tivesse planos para usufruir do poder que teria regendo os tribunais.


 


-       Terá que servir. – ela disse e ele puxou a perna dela para cima abrindo espaço para empurrar seu quadril contra o dela. – Não quero perder todo o trabalho que tenho feito por culpa das falcatruas da sua família. – ela continuou cercando-o novamente por dentro de sua blusa e abaixando um tom de sua voz o que a tornava mais sexy do que era. – E aliás, sei que sua secretaria sempre quis um bom cargo no Ministério...


 


-       Hermione! – ela a cortou – Já entendi tudo que teve a dizer. Agora seria uma boa hora para se calar e deixar que eu termine o que estou começando aqui. – ele já abria os botões do vestido dela.


 


Hermione abriu um sorriso com aquilo e ele soube que estava seguindo o caminho certo.


 


-       Não diga que está começando isso quando sabe que os créditos para essa vez deverão ser dados a mim. – ela continuou com aquela voz como se em algum momento fosse morder os lábios e fazê-lo delirar no quanto aquela boca aparentava ser a parte mais deliciosa de seu corpo.


 


Colou seu rosto no de Hermione e sentiu a energia da boca dela a milímetros da sua. Deu alguns segundos para que pudesse também apreciar a sensação do físico dela contra o seu sem sequer nenhuma brecha de distância. Ele adorava o corpo de uma mulher contra o seu, os seios, a cintura, os quadris, adorava o de Hermione em especial, era perfeito e se encaixava no dele como nenhum outro uma vez havia se encaixado.


 


-       Não me importo com quem tenha começado ou não, Hermione. – disse e tomou a boca dela para ele com sede dos beijos que faziam seu corpo inteiro acordar. Sexo era a única parte daquele casamento que valia a pena.


 


Ele sempre se impressionava com o poder que o atrito entre seus corpos e suas bocas tinham. A atmosfera parecia esquentar tão rápido que bastava alguns segundos e, nem se quisessem voltar atrás, conseguiriam se conter. As mãos dela em suas costas não eram nada comparado a ele tirando proveito para passar a sua sobre as partes que mais gostava. Explorava os seios por cima do tecido de seu vestido, as penas, a curva dos quadris, a pele macia. Gostava de pressionar seu corpo contra o dela e sentir cada reação dela transferida para ele. Gostava de sentiu o movimento de seu corpo com a respiração, com os soluços, a busca por ar, o arrepio. Aquelas pequenas coisas também tinham o poder de excitá-lo.


 


Desgrudaram-se e ele se afastou para vê-la por inteiro. Ela era absurdamente linda. Chegava a cegá-lo as vezes. O contato visual não foi quebrado quando ela deixou aquela estante e moveu-se pelo seu escritório lentamente enquanto terminava de abrir o restante dos botões de seu vestido. Ele gostava de ver quando ela estava naquele estado. A boca inchada, a ponta linda de seu nariz vermelha, os olhos cheios de desejo, os cabelos bagunçados.


 


De costas para sua mesa ela deixou que o tecido que a cobria escorregasse até seus pés e ele se deixou ver aquele maravilhoso corpo coberto apenas pela roupa íntima. Eram naqueles momentos que ele se questionava se ela era a mulher mais linda que já havia levado para cama. Livrou-se de sua camisa já aberta e avançou para ela tentando compensar o tempo que haviam ficado separados.


 


Draco a colocou em cima de sua mesa e ela o cercou com as pernas e com os braços. Suas bocas se grudaram novamente e o som de coisas indo ao chão soaram, mas já estavam tão acostumados com isso que não se importaram. Ele a ajustou sobre sua mesa e o som de mais coisas foram ao chão. Aquilo também o excitava.


 


Percebeu o quanto queria aquilo quando notou sua própria pressa. Eles não faziam sexo há um bom tempo considerando a frequência que tinham antes. Aquela havia sido uma semana corrida para ela e querendo ou não, ele sentia que ela estava colocando suas energias em muitas outras coisas que estavam bem longe deles. Ele precisava novamente dela e de como eram quando faziam aquilo juntos.


 


Apenas a forma como suas bocam dançavam era muito suficiente para ele. A forma como ela gostava que movimentar o quadril contra o dele sobre o tecido de sua calça. Tudo era apenas suficiente. A livrou da parte de cima de deixou que sua boca pudesse explorá-la. Sentia que estava absolutamente pronto para ela e de alguma forma ela percebeu isso.


 


-       Hei. – ela tentou chamar sua atenção entre sua respiração ofegante. – Draco! – ele a olhou. – Não vamos pular o aquecimento, vamos? – ela ergueu uma das sobrancelhas e ele percebeu que estava tentando adiantar as coisas.


 


Já haviam feito aquilo dezenas de vezes e se conheciam, não por completo, mas se conheciam da melhor forma possível. Ele a pegou em sinal de que havia entendido muito bem o sinal que havia recebido. A colocou contra um dos armários e desceu sua boca aos poucos por todo seu corpo até passar uma das pernas dela sobre o seu ombro e deliciar-se com o calor que havia entre suas pernas.


 


Todas as reações que ela tinha o excitava. Ela adorava aquilo. Sua respiração mudava, os gemidos que não existiam começavam a aparecer, os dedos dela entre seus cabelos eram suaves e as vezes severo quando ele sabia que estava chegando ao ponto que ela gostaria de chegar. Ele gostava de ouvir a respiração dela crescer aos poucos enquanto ele trabalhava. Gostava de como o corpo dela reagia, gostava de vê-la completamente vulnerável a ele. Gostava de fazer com que ela se contorcesse, com que puxasse seus cabelos, com que pedisse que ele não parasse.


 


Os dedos dela se fecharam contra os seus fios e o gemido que ela soltou assim como a tensão de seus músculos avisavam para ele que seu trabalho não se prolongaria mais por muito tempo. Estava conhecendo bem o corpo dela e como ela funcionava. Sabia o que a deixava louca e quando fez com que seus movimentos regredissem para algo mais lento ele escutou seu nome soar rouco em protesto pela sala enquanto sentia os dedos dela o fazerem pagar por aquilo puxando seus fios. As costas dela arquearam contra o móvel e seus dedos pressionaram a madeira do topo. Ele se deliciou com cada líquido que vinha do sexo dela. Ela era dele e ela estava muito molhada. Molhada para ele.


 


Os quadris dela pediam urgente por algo mais forte e ele não a entregou, foi aos poucos e da forma como ele sabia que o corpo dela respondia melhor, com movimentos lentos e dotados de pressão, que ele se sentiu ficar ainda mais duro ao receber o orgasmo dela. Não havia como não ficar satisfeito ao ter consciência de que conhecia o corpo dela e sabia trabalhar para que aquele momento durasse para ela e ela sempre pedia por ele. Draco gostava de como ela sempre sabia o que queria, como queria e o que a daria prazer. Ela também se conhecia.


 


Fez todo o caminho de volta até encontrar seu rosto lindo, sua expressão mortificada, sua cor rubra na pele branca, seus olhos dourados exalando gratificação e satisfação. Ele adorava vê-la assim porque sabia o quanto ela se odiava por ter que responder a ele daquela forma.


 


-       Gosta do meu sabor, não gosta? – ela disse. Sempre tentava contornar sua culpa por saber que se rendia a ele.


 


Ele abriu um sorriso e escorregou seu dedo na fenda entre as pernas dela. Hermione fechou os olhos e separou os lábios em resposta ao toque dele. Draco queria fazer com que ela lembrasse que se deixava ser vulnerável e que ele a dominava com facilidade, mas senti-la tão profundamente molhada e quente o fez esquecer isso muito rapidamente.


 


-       Quero estar dentro de você. – deixou que um dedo seu escorregasse para dentro dela. – Agora.


 


Hermione abriu os olhos e o desejo estava ali explicito novamente. A mão dela sondou seu pau duro contido pela calça e o olhar dela foi duvidoso.


 


-       Desse jeito? – implicou ela querendo alegar que ele não estava duro o suficiente para ela.


 


-       Eu disse que quero estar dentro de você agora, Hermione, o que não te deixa tempo para me chupar! – embora fosse delicioso quando ela o chupava, ali ele sentia falta de ter as paredes apertadas dela envolvendo toda a extensão de seu membro e também, não queria se ver mais uma vez adorando a ingenuidade de Hermione chupando seu pau e tendo que se controlar loucamente para não gozar antes da hora. Ele já havia mostrado quem estava no domínio ali.


 


Hermione começou a desatar o cinto de sua calça com rapidez e ele ainda podia ver por aqueles olhos dourados que ela estava disposta a fazer com que ele fosse o vulnerável dessa vez, mas não dava muita atenção para isso quando a boca dela chamava atenção para a respiração que lhe estava difícil com o dedo dele dentro dela. Tomou a boca dela novamente contra  a sua e sempre se surpreendia como aquilo era capaz de acendê-los ainda mais.


 


Ela começou a fazer com que eles se movessem. Draco percebeu que ela apenas procurava por coloca-lo em uma posição favorável e foi apenas tomar consciência da atitude esperta dela e querer detê-la que eles começaram a agir como se estivessem em uma guerra indireta. Ele não conseguia esperar para estar dentro dela e seu desejo crescia junto com sua impaciência. Foi quando simplesmente a pegou novamente e tornou a colocá-la na mesa. Aquilo a irritou profundamente e ela, dali, tão rápida quanto foi colocada o empurrou. Ele a puxou não deixando que sua bocas ficassem muito tempo longe uma da outra e eles cambalearam batendo contra uma frágil estante solta que derrubou algum de seus livros. Aquilo foi a gota d’água. Ele usou de sua força para domá-la e colocou-a contra a parede prendendo os braços dela acima da cabeça.


 


-       Eu disse que quero estar dentro de você! – ele disse pausadamente para ter certeza de que aquele cérebro estava mesmo entendendo – Preciso estar dentro de você, Hermione!


 


O olhar dela suavizou imediatamente ao escutar aquilo. Ele se afastou e se livrou de sua calça e todo o resto. Ela apenas o esperou ofegante e então soube que havia desistido de tentar se empenhar em pegar um pouco do controle. Aproximou-se novamente. Colou seu corpo no dela e sentiu a passagem que ela abria ao passar uma das pernas por ele. Deixou seu rosto próximo ao dela para sentir a respiração cheia de expectativas e muito ansiosa. Ele desceu sua mão e molhou seu membro no dela sentindo-se excitado e massageando-a ao mesmo tempo. A respiração dela já mudava de ritmo na mesma hora.


 


-       Vá devagar. – escutou a voz dela cheia desejo.


 


-       Sei como devo ir. – retrucou.


 


E foi sem pressa que ele começou a abrir caminho por dentro dela. Hermione mordeu os lábios para reprimir qualquer som vindo de sua garganta. Ele puxou a outra perna dela para cima. Foi mais um pouco fundo e todos os pelos de seu corpo levantaram. Quente e apertada. Ela havia sido feita para ele.


 


Empurrou mais e fundo e ela choramingou de prazer. Ele sabia que era grande dentro dela. Recolheu apenas um pouco e empurrou mais até estar completamente dentro dela. Hermione cercou os braços ao redor de seu pescoço e colocou o rosto no dele. Draco pressionou seus quadris no dela e isso a fez gemer, soltar os lábios e ofegar.


 


Começou um movimento devagar e muito limitados. A pressão de seus quadris era o que fazia com que ela ficasse a cada minuto mais molhada e o que fazia o sangue dele esquentar cada vez mais. A agonia que crescia neles era o mais delicioso. Seus rostos próximos e suas respirações rápidas indicavam em que nível cada um estava e foi quando ele começou a fazer movimentos pequenos e rápidos dentro dela que ela externou todos os gemidos que havia contido até então. Ele conhecia aquele nível dela. Fora de si, longe de sua consciência. Era excitante.


 


Parou antes que desse fim a agonia dela. Seus quadris se ajustaram não querendo parar e ele conseguiu esperar apenas alguns segundos antes de começar tudo de novo. Ele gostava dela naquele estado, queria que durasse mais e parava quando sabia que fazia ela subir um degrau amais de prazer.


 


Seu suor começava a se misturar com o dela e os cheiros e os gemidos e a agonia era tudo que o enchia naquele momento. A tirou da parede e debilmente a carregou pela sala colocando-a do lado contrário da mesa o que fez com que mais coisas fossem ao chão. Ela também não as manteve em ordem ao procurar apoio com as mãos. Não parou com os movimentos, os intensificou tendo momentos em que quase chegava a sair por completo de dentro dela. Deus do céu, ele havia sentido falta daquilo. Aquele era o lugar que deveria estar. Dentro dela, sentindo seu sangue ferver, sentido todas aquelas sensações o consumir.


 


-       Gosta quando estou dentro de você, não gosta? – foi fundo nela e agarrou um de seus seios.


 


-       Sim. – ela respondeu cega com a voz fraca e entre seus gemidos e arfadas.


 


-       Repita isso para mim, Hermione! – ele pediu ao perceber que a confissão dela o excitava muito.


 


-       Sim, eu gosto. – ela repetiu olhando-o como se implorasse por alívio. Ele estocou fundo. Foi e voltou sentindo que logo seu membro gritaria dentro dela. Hermione pendeu a cabeça soltando seus gemidos deliciosos e prazerosos de se ouvir. Ele lambeu a garganta dela e enfiou sua mão dentro dos cabelos castanhos e molhados de suor na raiz. Era assim que ele gostava de vê-la. Sentiu as unhas dela cravarem em seus traseiro, os quadris dela se ergueram contra os dele. – Não pare. – ela suplicou quase chorosa. Ele não parou. Sabia o ponto que deveria parar. Investiu contra ela e na posição que tocava as partes mais sensíveis de seu corpo. Ela estava louca, delirando, sua respiração estava completamente fora de ordem. – Eu preciso...  – ela sussurrou débil, gemeu e se contorceu – Preciso gozar, Draco! – Céus, ela era mais sexy do que qualquer mulher que ele já havia levado para cama.


 


Ela deitou-se sobre a mesa, empurrou os quadris, arqueou as costas, parou de respirar então ele a viu ter seu orgasmo. Ele adorava vê-la atingindo seu clímax. Gostava do espasmo de seus músculos, de sua boca aberta sem emitir som algum, gostava do vermelho em seu rosto, do formato como seu corpo de alongava, das paredes dela o estimulando impiedosamente. Estocou sentindo que era sua vez, a viu largar-se quase morta sobre a mesa e seu estímulo final foi as paredes dela mais uma vez se contraindo num orgasmo pequeno que o fez derramar toda a sua semente fundo dentro dela.


 


Colocou suas mãos uma de cala lado dela sobre a mesa e pendeu seu corpo cansado e ofegante. O silêncio era preenchido apenas pelo som de suas respirações.


 


-       Merlim, porque paramos de fazer isso? – a voz dela soou fraca e como se estivesse fazendo aquela pergunta apenas para ela.


 


-       Foi você quem esteve a semana toda ocupada. – ele se livrou da culpa. Nunca havia imaginado que pudesse sentir falta do sexo que fazia com alguém. Poderia ter procurado qualquer outra mulher, mas sabia que se sentiria satisfeito apenas se fosse com sua mulher. Deu-se tempo o suficiente para recuperar o fôlego e a chamou. – Hermione. – ela o olhou abaixo dele. – Limpe-se, precisamos ir a casa dos meus pais.


 


Ela o olhou confusa por um minuto.


 


-       Agora?


 


-       Sim, agora. – respondeu – Eles precisam saber sobre os Mori o mais rápido possível e contará a eles tudo, inclusive sua engenhosa solução.


 


Ela puxou o ar e assentiu. Sentou-se e ele saiu de dentro dela dando espaço. Quebrar a ligação de seus corpos sempre parecia errada, mas era necessária. Ela desceu da mesa e pulou os objetos no chão dando a volta na mesa e puxando a camisa dele sobre o chão para vesti-la.


 


-       Não acha que está muito tarde? – o som doce da voz dela preencheu o espaço.


 


-       Acho. – confirmou ele a olhando abotoar sua camisa em volta de seu corpo miúdo. Pegou sua calça e a vestiu. – Não posso deixar algo como isso esperar um horário apropriado. Vá. – findou ele. Ela cruzou os braços e deixou seu escritório sem mais pontuar. Olhou a bagunça em volta dele e procurou em sua mesa por algum pergaminho não amassado pelas mãos de Hermione. Encontrou um e pegou a pena que estava no chão. Rabiscou um aviso para sua mãe, enrolou o papel e chamou por Tryn. A elfa apareceu no mesmo instante e a primeira reação dela foi passar os olhos pelo ambiente destruído. Ela parecia já estar acostumada. – Despache a coruja mais rápida que temos para a casa dos meus pais carregando esse aviso, mande preparar uma carruagem e depois limpe essa bagunça.


 


A elfa assentiu obedientemente, pegou o pergaminho e sumiu. Draco passou a mão pelos cabelos e sentiu satisfação o preencher por completo mesmo sabendo de tudo que os Mori poderiam estar tramando. Seu casamento tinha lá algumas vantagens. Embora estivesse esperando o dia em que fosse se cansar de Hermione. Até o presente momento ela havia sido bastante suficiente e vinha o satisfazendo de forma tão positiva que ele não sentia a mínima necessidade de procurar por alguém diferente dela, nem mesmo quando ela passava por uma semanas ocupadas como essa última.


 


Infelizmente deveria ir a casa de seu pai o mais rápido possível informá-lo sobre toda aquela situação ou receberia novamente reclamações dele por estar resolvendo sozinho mais uma de suas péssimas administrações. Certamente se pudesse escolher, ficaria em casa fazendo sexo com Hermione até que o dia amanhecesse, mas não poderia se dar ao luxo de levar a culpa de um fracasso sozinho embora os planos de Hermione fossem bastante plausíveis.


 


Foi para o quarto e quando chegou as duchas a encontrou lá. Não foi nenhuma surpresa para ele quando teve vontade de tomá-la novamente. Ela era sua, afinal. E sempre achava impressionante o fato de que ela conseguia o seduzir sem ter a menor intenção, sem ter a menor consciência. Permitiu que seus programas se atrasassem apenas alguns minutos  para estar ali com elas nas duchas e no tempo de uma hora eles conseguiram descer, entrar na carruagem e seguirem para a casa de seus pais.


 


Não era longe chegar até lá, nas ruas tortuosas e nos bosques de estrada de pedra da Vila dos Comensais nunca havia muito movimento, especialmente em uma hora como aquela. Logo ao chegarem a porta da gigantesca mansão foram recebidos por ninguém menos que seu pai que logo tratou de expor seus receios pelo horário e pela urgência do recado. Draco o tranquilizou da melhor forma possível sem adiantar nenhum detalhe enquanto seguiam para a sala privada do térreo da mansão.


 


Sua mãe já se encontrava sentada elegantemente num dos divãs usando seu enorme hobby de cetim verde musgo e seu rosto sem maquiagem lembrava a Draco os beijos de boa noite que recebia em sua infância. Lúcio passou uma das pernas sobre uma mesa próxima sentando-se. Draco enfiou a mão nos bolsos e encostou-se no móvel mais perto, pediu que Hermione começasse tudo que deveria dizer e assim ela fez.


 


Dedicou a iniciar tudo com as suas visitas periódicas a sala privada da Sessão da Cidade e sua curiosidade pela área de casos solucionados e confidenciais. Interessou-se pelo caro dos Mori devido a falta dos papéis de encerramento vindas das casas de justiça. Foi só então que ela começou a ligar os pontos. Seu pai obviamente tentou argumentar contra quando as diretas acusações contra ele apareceram, mas ela tinha todas as respostas na mão. Lúcio deu-se por vencido e então assumiu uma expressão preocupada assim como a que Draco muito provavelmente havia assumido quando ela contou a ele tudo aquilo.


 


Ao escutar tudo de novo ele finalmente pode perceber o quando ela discretamente se empenhava em condenar sua secretaria. Mesmo que ela estivesse carregando um enorme potencial de culpa, Draco percebeu que Hermione se aproveitou de duas poucas situações desnecessárias para condená-la discretamente. Ele começou a ponderar se aquilo era ou não o motivo pelo qual a estava levando a colocar tudo aquilo a frente deles, mesmo que ela tivesse planos para o poder que seu cargo lhe daria, ele não acreditava que ela pudesse estar mesmo se esforçando ara expor tudo aquilo em troca apenas da estabilidade da família. Conhecia como aquele cérebro estratégico funcionava, ele não deixaria aquilo passar em branco, não engoliria aquela história toda facilmente. Lutara contra a Ordem que ela direcionou pro muitos anos.


 


Draco passou a notar o interesse do olhar de seu pai em cima de sua mulher no momento em que ela começou a ditar as soluções muito pertinentes que havia encontrado. Não havia dúvidas de que Hermione sabia seduzir muito bem usando sua beleza e inteligência, mas foi naquele momento ele soube que seu pai já havia tentado algo com Hermione. Até mesmo sua mãe muito provavelmente notaria. Principalmente sua mãe. Mas o olhar que Hermione lançava a ele esporadicamente era o que traduzia para Draco que Hermione fugia de seu pai como quem foge de maldição. Sentia-se aliviado por isso, mas o ódio que já sentia pela sua figura paterna parecia ganhar uma justificativa amais.


 


Ela findou belamente. Havia feito uma bela venda de sua solução e ficou claro que fora bem sucedida quando Lúcio tomou a frente e a apoiou, sua mãe até tentou argumentar contra algumas falhas que não haviam sido pontuadas, mas Hermione tinha muito bem suas respostas. Draco também interveio e querendo ou não teve que apoiar a idéia. Seria a melhor a ser tomada no momento já que ninguém tinha nenhuma outra.


 


A distribuição de tarefas aconteceu com rapidez e foi logo marcado um dia da semana seguinte onde teriam de se encontrar para discutirem o assunto e os avanços que haviam tomado. Lúcio tratou de acentuar o grau de gravidade daquilo e Draco o cortou encerrando logo as tendências profissionais de seu pai em tratar assuntos de família. Hermione estava visivelmente cansada e seguiu direto para a carruagem doando apenas alguns poucos minutos de conversa para sua mãe. Draco se serviu de uma bebida enquanto isso e assim que Hermione deixou a sala quem se materializou próximo a ele foi seu pai.


 


-       Percebeu o porque precisamos dela do nosso lado? – ele foi discreto.


 


Draco apernas ergueu o olhar para ele como se estivesse cansado o suficiente para discutir sobre aquilo e tomou um gole de sua bebida.


 


-       Não sei o porque tenta me convencer de que o cérebro dela é excepcional. – começou ele – Eu sei o quanto Hermione é brilhante, pai. O problema é que ela nunca estará do nosso lado.


 


-       Ela não precisa estar necessariamente do nosso lado. Ela precisa apenas ter uma motivação como agora. – disse Lúcio - Descubra o porque ela quer sua secretária longe.


 


-       Não é necessário que diga o que devo fazer quando sabe que eu já tenho conhecimento disso. – Draco foi rude, virou de uma vez o copo e o devolveu a bandeja de prata. – Espero que não me venha reclamar depois que tentei resolver seus problemas sozinho mais uma vez. Sinto muito se te fiz ter que passar a noite em casa por isso.


 


Seu pai soltou uma risada fraca.


 


-       É divertido vê-lo me condenar por não querer passar a noite em casa. Duvido que tenha vontade de entrar na sua toda vez que se lembra quem vai estar lá dentro a sua espera. – ele sorriu – Pode ser fácil agora em que muito provavelmente o sexo dela te satisfaz. – colocou a mão sobre o ombro de Draco – Deixe que os anos passem e passará a me entender muito bem, filho.


 


Draco afastou-se com desgosto, deu meia volta e o deixou, mas quem sabe Lúcio tivesse razão. Não sabia se deveria esperar que não e magicamente nunca se cansar de Hermione ou se deveria esperar que sim e passar a dar razão ao seu pai e a todas as justificativas que ele tinha para explicar a família destruída na qual vivia.












NA: Primeiro de tudo, atrasei para postar no dia 26 porque estava esperando ter um tempo para postar onde eu pudesse responder a todos os comentários. Mas andei fazendo os meus cálculos e só vou ter esse tempo no spring break o que seria uma puta de uma sacanagem segurar o capítulo até lá. Enfim, acho que vcs são muito mais interessados na história do que na resposta dos comentários então postei logo! Estou aqui numa corrida louca da vida e estou tendo que priorizar as coisas mais importantes e deixar algumas outras de lado. Até agora tenho administrado bem de modo que a fic não fique parada. Estou mesmo me esforçando para tentar um capítulo por mês!
Bom, no geral, espero que tenham curtido esse capítulo. Me deixem saber se sim ou se não e o que acham que deveria melhorar ou não. Me digam se está ficando cansativo, se não ta seguindo o caminho q tinha pensado, se não andou curtindo os últimos capítulos. Façam suas avaliações! Vou começar a dar uma adiantada agora partindo desse capítulo para não deixar a fic ficar muito longa! Não deixem de comentar só porque não consegui responder a todos os comentários, por favor!! =/
O capítulo não está revisado por tanto me perdoem pelos eventuais erros de digitação!
Pessoal que ainda não votou, votem por favor! 
Comentem e divulguem a fic!
Bem vindo aos leitores novos!
Próximo capítulo farei a resposta aos comentários!
Aproveitem bem o carnaval!






obs: Capítulo não revisado! 

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Comentários (12)

  • Diênifer Santos Granger

    Como você pode??Eu adoreiiiii!!! 

    2015-06-02
  • Rafa S.Sales

    Mais um capítulo foda! Anciosa para o próximo... E NOSSA, QUE SEXO SELVAGEM..

    2015-05-03
  • Daniela Pinto

    Meu deus como sua fic é viciante.. não conseguia parar de ler, mas agora me arrependo, pois tenho de esperar a continuação... Por Favor não demora para postar a continuação!! ;)Adorei mesmo todo esse mundo que você criou.. genial! Parabéns!bjsdani 

    2014-03-17
  • RiemiSam

    Qdo penso que vc não terá mais nenhum trunfo. Vc vem e me surpreende. Sua mente é brilHante como consegue fazer seus leitores visualizar o capítulo como se fosse uma novela. Viciante sua Fic.  Acho que Lucius ainda vai tentar algo com a Hermione.

    2014-03-12
  • RiemiSam

    Qdo penso que vc não terá mais nenhum trunfo. Vc vem e me surpreende. Sua mente é brilHante como consegue fazer seus leitores visualizar o capítulo como se fosse uma novela. Viciante sua Fic.  Acho que Lucius ainda vai tentar algo com a Hermione.

    2014-03-12
  • Christine Martins

    Sua fic fica cada vez melhor, de verdade! Adoro as ideias geniais da Hermione e como essa inteligência está afetando o Draco. Ele a admira, de certa forma, e odeia isso. Espero o próximo!!Beijos

    2014-03-11
  • M R C

    finalmentee pude acessar a fic !!!!!!!!!!!! que capitulo maravilhoso...juro que voce eh de longe uma das melhores e mais criativas autoras que ja vi por aqui! o jeitinho todo especial dela convece-lo a mandar a secretaria embora foi geniiiaaal !!! eh impressionante como vc mantem a essencia dos personagens da serie mesmo nessas situaçoes atipicas. adoro ver a guerra do sexo entre eles. mas eu concordo com o victor krum: colocar draco e hermione com certeza foi o erro do tio voldy. agora os dois estao criando laços importantes, da pra observar muito bem que ainda nao estao apaionados, mas ainda assim, estao ligados e do lado um do outro ! eu nao estava conseguindo acessar sua fic e tava la no face choramingando...hahahhaha to taooooo feliz que agora consegui ! =)   beijos

    2014-03-10
  • Jess Mesquita

    AHH! fiquei tão feliz quando vejo uma atualização dessa fic! ela está maravlilhosa!! Tu não perdeu a essencia dela em nenhum momento, sempre instigando a quere mais! Parabéns! fic maravilhosa, aguardo ansiosa  pelo próximo capitulo ;)

    2014-03-09
  • Dark Moon

    Su fanfic me facinando.... apaixonando... comk sempre. Desculpe ter sumido.. dia 19 vou voltar aqui comentar cada capítulo q n comentei devidamente fazer as capas mais lerfeitas q eu puder pra cada um q eu n fiz e me explicar direitinho pra vc do pq fui tão relapsa assim ta???.  Mas minha paixão por sua fic só cresce foram algumas adversidades q atrapalharam. Mas vou me redimirHum tem uma leitora sua q n tava conseguindo achar sua fanfic... e ficou q nem eu fiquei qnd n achei aquela vez. O site andou fora do ar uns dias n é?  Será q n ta ai a origem do problema?Ah e MEU DEUS CMO TU ESCREVI BEM TO ARREPIADA ATE AGORA COM ESSE CAPÍTULO E imaginando qnd eles vão começar a se amar e a macunar juntos contra voldemort. KkkmmmSardades eu to daqui 

    2014-03-09
  • Nina Potter Haruno

    Meu sempre me surpreendo em como você escreve bem! Poxa já to ansiosa para o proximo haha s2

    2014-03-07
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