Capítulo 26



26. Capítulo 26


 


 


Theodoro Nott


 


 


Desceu as escadas que davam direto para o hall principal e assim que saiu para o pátio sul onde sua carruagem o esperava a raiva ficou entalada em sua garganta quando foi seguido pela imprensa. Estava cansado. Havia publicado sua sutil justificativa e mesmo assim eles ainda o seguiam gritando seu nome e perguntas diretas demais para serem respondidas.


 


Fazia quase um mês que Hermione armara uma bendita conferência pública por suas costas e soltara informações de seu departamento que o acusavam como sendo um corrupto, o que na verdade ele era. Sim, ele havia acabado com o trabalho que ela fizera com as Casas de Justiça no momento em que ela se ausentou da Catedral, mas a verdade era que ela não entendia que estava lidando com um mundo de comensais e não com a velha bancada de conselheiros da Corte Superior do Ministério da Magia, composta de homens que haviam vivido a utopia de um ideal nobre e honrado.


 


Fugiu como pode se fechando em sua cabine segundos depois. Parou alguns minutos para fechar os olhos e se livrar do ódio que tinha quando a imprensa lhe perseguia em momento que tinha que justificar algum erro que havia cometido. Maldita cidade! Aquele lugar era cheio de hipócritas! Pessoas que o acusavam de corrupto como se fossem os seres mais santos a andarem sobre a face da terra. Soltou o ar e bateu duas fezes na madeira a suas costas, não demorou e entrou em movimento.


 


Desde que Hermione tivera a coragem de expô-lo, Lord Voldemort havia deixado claro que seu fracasso na arte de ser sutil lhe custaria a proximidade com o mestre que com tanto esforço conseguido e todas as regalias que isso lhe proporcionava até que ele se provasse mais útil.


 


E era apegado com a ainda chance de se tornar a mão direita do mestre que ele não desistia. Assim que sua carruagem chegou aos portões da mansão de Draco Malfoy na Vila dos Comensais ele teve que descer e usar a varinha para persuadir a segurança deixa-lo passar. Ele não era bem vindo. Nunca era bem vindo.


 


Quando bateu a campainha da porta principal foi recebido pelo elfo doméstico da casa que o mandou embora informando que Hermione havia dito que a próxima vez que usasse algum feitiço nos seguranças para invadir sua propriedade seria reportado a Catedral com risco de que seu nome fosse parar na imprensa mais uma vez. Theodoro apenas chutou a elfa abrindo passagem. Sabia onde Hermione estaria e conhecia a casa de Draco.


 


Abriu a porta que passava para a cozinha e encontrou Hermione envolvida de um roupão pesado de banho, os cabelos presos no topo da cabeça, os pés descalços, um dedo enfiado na boca e um pote de geleia na mão. Céus, ele queria odiar aquela mulher, mas toda vez que a via não conseguia pensar em outra coisa além do quão exótica, linda, sexy e inteligente ela podia ser. Ela tirou o dedo da boca e colocou o pote de geleia sobre a extensa mesa no centro de todo o ambiente enquanto o encarava com um desgosto aparente.


 


-       O que fez com minha elfa? – ela perguntou usando um tom seco e nada convidativo.


 


-       Deveria contratar uma equipe de funcionários para essa casa como todo mundo faz. Ajudaria na segurança. – ele disse.


 


-       Quero você fora da minha casa agora. – decretou ela.


 


-       Não vou embora. – teimou ele.


 


-       Nott, você sabe que poderiam te mandar para Askaban pelo que faz todas as vezes que invade minha casa, não sabe? Eu tenho poder para levar isso para o Ministério e longe das suas Casas de Justiça corruptas alguma bendita alma honesta por lá te jogaria aos Dementadores!


 


-       Sabe que eu não iria precisar fazer isso se simplesmente respondesse meus pedidos. Tudo que eu quero fazer é conversar, Hermione!


 


Ela passou por ele.


 


-       Nós já conversamos. – deixou a cozinha e ele a seguiu. – Agora eu quero você fora da minha casa. – disse enquanto atravessava todo o andar térreo de volta a hall principal. – Draco voltou hoje para Brampton Fort e está a caminho de casa exatamente agora. – Ela abriu a pesada porta da frente e cruzou os braços. – Se ele chegar e te encontrar aqui sabe que ele não vai cansar até arruinar sua vida.


 


Theodoro riu.


 


-       Acha que pode me ameaçar com o nome de Draco? Acha que Draco me dá medo? – ela não entendia nada sobre aquele mundo. – Draco é um amigo, Hermione!


 


Ela uniu as sobrancelhas parecendo não acreditar no que escutava.


 


-       Amigo? – ela soltou incrédula. – Qual é o seu conceito de amizade? Por Merlin! Você e Draco não são amigos!


 


Ele revirou os olhos. Hermione e seus discursos moralistas. Era uma qualidade, sem dúvida, admirável nela, a tornava linda por dentro também, mas ao mesmo tempo a tornava ingênua demais para aquele mundo.


 


-       Me deixe dizer algo sobre Draco e eu que você não entende, Hermione! – ele se aproximou e começou cansado. – Faço parte de uma das oito famílias mais poderosas da Grã-Bretanha. Quando entrei em Hogwarts, esperava que as pessoas se ajoelhassem para que eu passasse. Isso até perceber que um Malfoy dividia o ano comigo. Um Malfoy! Ninguém compete com um Malfoy! Eu detestava ter que dividir minha soberania com Draco Malfoy, assim como Draco Malfoy detestava que eu sempre estivesse o lembrando que havia competição entre nossos nomes. Mas, - ergueu o indicador. – não podíamos destruir um ao outro. Não podíamos passar a perna um no outro, não podíamos nem ousar humilhar um ao outro, porque a nossas famílias tinham negócios. Nessa momento você deve estar pensando que idiotice lembrar dos laços entre nossas famílias! Éramos apenas adolescentes! E é exatamente nesse ponto que me parece que você ainda não conseguiu entender sobre ser uma Malfoy! – ele se aproximou mais. – Quando se nasce com um sobrenome poderoso, as responsabilidades de carregá-lo são nos ensinadas desde quando começamos a dominar a língua que falamos. Adolescentes como éramos, já sabíamos que iramos crescer, que iriamos assumir as cabeças de nossas famílias por sermos primogênitos. Sabíamos que teríamos que lidar com os negócios. Não podíamos criar rivalidade. Criar guerra entre as famílias poderosas nos faz fracos. Uma das primeiras lições que nos são ensinadas: Não se mexe na posição natural da nossa hierarquia. Tivemos exemplos o suficiente na história para no provar o quanto ficamos vulneráveis quando há guerra entre nós! Agora que sabe de tudo isso, me deixe esclarecer como eu e Draco funcionamos em uma linguagem bem simples: As vezes nós estamos de bem um com o outro, as vezes estamos de mau, mas nunca, absolutamente nunca, damos as costas um ao outro.


 


-       E o que foi que estava tentando fazer usando a secretária de Draco, Nott? Não chama isso de dar as costas?


 


Ele revirou os olhos.


 


-       Sim! Sim! Eu estava tentando passar a perna na sua família. Fui um idiota por isso e sei muito bem! Mas você tem que entender que nós não estamos mais no mundo de negócios de antes! Nossas famílias apenas mantém laços porque somos prevenidos e sempre precisamos ter uma outra rocha para pular caso a de agora venha a desmoronar, mas sabemos que nada pode derrubar o mestre. Qualquer um que tentar seria um idiota! O que estava fazendo pelos Mori era um número de benefícios grande que seriam me recompensados no presente de agora. Nesse mundo que vivemos agora. Eu fui contra a história, contra a segurança e o equilíbrio da hierarquia tentando o que tentei. Estava pensando unicamente em mim, mas de maneira errada. Draco me encurralou, mas não me expôs. Ele foi esperto porque se não fosse não seria um Malfoy. Como acha que eles chegaram ao topo?


 


-       Acredita mesmo que vou comprar essa história de que se arrepende do que fez?


 


-       Eu não preciso que acredite em nada, Hermione. Preciso apenas que saiba. E você trabalhou comigo tempo o suficiente para saber que não sou assim tão orgulhoso como quer me colocar agora. Eu sei admitir quando estou errado, sabe disso. Quando se cresce com Malfoys ao seu redor, se aprende que só eles tem o direito de serem orgulhosos.


 


Ela soltou o ar pela boca e fechou os olhos como se estivesse sem paciência.


 


-       Saia da minha casa, Nott. – foi tudo o que disse.


 


E ela continuava a resisti-lo. Theodoro passou por ela, empurrou a porta fazendo-a se fechar e voltou-se para ela novamente. Se aproximou, mas Hermione recuou.


 


-       Volte para o meu departamento, por favor. – pediu e suavizou seu tom.


 


Ela riu e balançou a cabeça negativamente. Cobriu o rosto com as mãos e soltou o ar.


 


-       Não dá para acreditar que ainda insiste nisso. – ela o encarou incrédula. – Descobri destruiu todo o meu trabalho e quer que eu volte para o seu departamento? Acha que eu sou estúpida! Eu já disse que não vou voltar! Quantas vezes vai ter que invadir minha casa para me escutar te dar a mesma resposta?


 


-       Vou invadir sua casa até parar de ignorar minhas chamadas e vou insistir para voltar até que diga “sim”. – ele foi bem claro.


 


-       Não vai acontecer! – ela subiu uma oitava e dessa vez foi ela quem se aproximou mostrando de vez sua impaciência. – Eu sei que Voldemort está por trás disso! Ele quer me deixar longe da guerra! Está usando você e o seu departamento para isso! Eu já disse que não sou idiota e depois de descobrir que estragou meu trabalho você já deveria saber disso muito bem! – Ela ofegou. Ele soltou o ar frustrado por não sabendo mais o que dizer para ela. Sim, já acreditava que ela soubesse sobre as intenções do mestre em mantê-la presa ao seu departamento e longe da guerra, mas ele havia falhado nessa tarefa. – Sei que se eu voltasse para o seu departamento seu nome ficaria limpo da noite para o dia, mas eu sei que não é isso que o move porque pode limpar seu nome a hora que quiser com o poder que tem. Por que insiste tanto nisso? O que está tentando provar ao seu mestre?


 


-       Eu queria estar fazendo isso apenas para prová-lo que posso te colocar no curso inicial novamente. Você não tem nem ideia do quanto eu queria estar me rebaixando a esse estado apenas para isso, Hermione. – ele disse sentindo que não deveria entrar naquele campo. Ele não queria fazer nada estúpido novamente. – Não tem ideia do quanto eu gostaria que fosse apenas por esse único motivo, mas acredito que se eu quisesse realmente provar algo ao mestre eu já teria desistido faz um bom tempo.


 


Ela o encarou por um momento completamente confusa, mas ao mesmo tempo não deixou sua postura se desfazer por nenhum segundo.


 


-       Eu não acredito que você tenha qualquer outro motivo, Nott. – ela retornou para aquele olhar completamente seguro ao dizer aquilo.


 


Ele riu fracamente enquanto encarava aquele belo rosto confiante a sua frente que parecia muito mais lindo sem a maquiagem que ela era obrigada a usar. Não esperava que ela entendesse. Hermione já havia se apegado a sua imagem relacionada com a de Voldemort.


 


-       Sinto sua falta, Hermione. – se sentiu disposto a dizer aquilo e ao se ver dizendo aquilo decretou que seria a primeira e única vez que daria a ela o sabor de saber o que se passava por dentro de sua mente. Por mais que Voldemort estivesse por trás do interesse de tê-la de volta em seu departamento e ele muitas vezes quisesse mata-la quando a via vestida com aquela resistência impenetrável, ele sabia que havia uma motivação maior. – Sinto falta de vê-la pela manhã carregando seu copo de café pronta para enfrentar o dia mesmo que o mundo pareça estar desmoronando para você. Sinto falta de ver o quanto é determinada para solucionar qualquer problema que colocam em suas mãos. Sinto falta das nossas discussões diplomáticas, de te ter por perto, de ouvir suas sugestões. Sinto falta da sua companhia. Sinto falta de ver o quanto é forte, porque tinha dias que eu conseguia ver em seus olhos que parecia não haver mais sentido para nada e mesmo assim estava lá encontrando uma forma de chegar ao fim do dia sem ser um fracasso, sem desistir, sem se entregar. Ninguém mais parecia ver isso. – ele concluiu num fôlego só.


 


Esperou por qualquer resposta dela, uma que provavelmente sairia confiante apenas dizendo para que ele saísse de sua casa. Obviamente que não esperava que ela acreditasse em nenhuma palavra sua, mas ela ficou parada, o encarando com aqueles olhos lindos e aquilo lhe provocava sensações que faziam a palma de sua mão ficar úmida.


 


-       Theodoro... – ela o chamou pelo nome e por um segundo algo se acendeu nele. Talvez tivesse conseguido tocar em algo que ninguém havia tocado nela ali naquele lugar. Ele sabia que parecia mesmo ser o único que conseguia enxergar o que se passava com ela, mas era obrigado a ignorar. – Apenas... – ela desviou o olhar. Suspirou, passou uma mão pelo rosto rapidamente e deu as costas. – Apenas saia da minha casa. – ela finalizou indo em direção a porta.


 


Theodoro a segurou pelo pulso quase que imediatamente. Não havia calculado aquele movimento, mas agora era tarde demais.


 


-       Não. – disse assim que a viu voltar-se para ele novamente. – Escute, eu sei que tudo isso soou patético. Você não precisa acreditar, certo?! Por isso mesmo prefiro que acredite que estou insistindo que volte para o meu departamento por causa do mestre, o que também não deixa de ser uma verdade. Mas entenda, Hermione. Você é uma Malfoy. É a mulher de Draco. Eu não quero problemas com isso. Tento dar as costas, tento me afastar, tento me convencer que ganhar um ponto com o mestre é tudo que realmente me move, mas então eu te vejo... – se aproximou e tocou o rosto dela. – Quando eu te vejo consigo perceber o quanto sou idiota por tentar mentir para mim mesmo.


 


-       Não, Theodoro. Vá embora... – ela tentou se afastar, mas ele não a deixou ir.


 


-       Não, Hermione! Me escute, porque essa vai ser a única vez que vou dizer isso! Eu entendo que me veja como mais um vilão dos outros milhões que a cercam aqui nessa cidade, mas você me afeta. – ele se viu angustiado por saber que aquela era uma frase que ele usava com qualquer outra quando encontrava uma mulher um pouco mais difícil de se levar para cama. Nunca a faria entender o que aquilo realmente significava para ele. – Você me afeta de uma forma diferente porque eu a admiro por tudo aquilo que já te disse. – ele se aproximou ainda mais. Ela não recuou. – E... – ele não sabia mais o que dizer. Também não se via muito capaz de raciocinar com a forma como ela o encarava.


 


Os olhos dela pareciam ter o poder de transportá-lo para outra dimensão ali tão de perto. Os lábios dela semiabertos eram absolutamente convidativos e ele sentia a necessidade de tocá-los porque pareciam tão absurdamente macios. Ele se perguntava qual seria o sabor dela. Qual seria a sensação se a beijasse e foi exatamente naquele momento que ele, impulsivo como conseguia ser, venceu a distancia entre suas bocas.


 


A sensação pareceu subir por suas veias empalhando-se por cada pedaço de seu corpo fazendo-o quase querer fundir-se a ela. A macies daqueles lábios, o cheiro delicioso do banho que ela havia acabado de tomar, o calor do corpo dela. Ele não ousou tentar se aprofundar, abrir caminho pela boca dela, provar de seu sabor. O que tinha já parecia demais para o que realmente merecia, só não conteve cercá-la pela cintura.


 


Hermione não se moveu, não recuou, não o empurrou, mas também não respondeu. Theodoro percebeu as consequências do que fazia apenas quando o estrondoso barulho da porta principal batendo sem piedade o fez afastar-se dela. Hermione mostrou-se assustada quase que no mesmo segundo e então ambos viram a figura de Draco Malfoy os encarando.


 


-       Vocês estavam mesmo entretidos para não terem sequer me escutado chegar. – foi tudo que ele comentou, extremamente sério e extremamente temível.


 


 


Hermione Malfoy


 


 


Hermione não conseguiu reagir. Sentiu-se como uma pedra quando nem se mover conseguiu. Draco não a encarava, ele parecia não reconhecer que ela estava ali, mas em compensação Theodoro, ao seu lado, recebia toda a atenção. Não havia nada próximo a raiva ou fúria no olhar de Draco. Claramente não era nada próximo ao amigável. Ele apenas mantinha a frieza e neutralidade que lhe era sempre constante.


 


-       Não me faça contar para te ver fora da minha casa. – Draco finalmente tornou a abrir a boca. Theodoro não se moveu. – Você sabe muito bem que não vai querer me desafiar, Theodoro. – disse ele ao vê-lo resistir.


 


Eles continuaram se encarando ainda por mais alguns segundos. Hermione não ousava nem mesmo olhar para Theodoro. Talvez ele estivesse desafiando Draco durante aquele silêncio.


 


-       Draco... – ela foi calada apenas pelo olhar que ele lhe lançou. Não era ameaçador nem expressava raiva, mas era frio e neutro, exatamente como o que ele usava para encarar Theodoro. Hermione percebeu que não se lembrava da última vez que recebera dele aquele olhar.


 


Theodoro desviou o olhar para ela e ela respondeu lançando o seu para longe do dele. Talvez aquilo tivesse o feito cair em si, porque não demorou e ele passou por Draco e saiu batendo a porta sem o menor cuidado.


 


Draco desceu seu olhar frio pelo corpo de Hermione. Ela então percebeu que não estava usando nada muito bem apropriado. Não entendeu o porque sentiu as maças de seu rosto esquentarem. Ela não queria deixar que ele pensasse que ela estivera fazendo qualquer outra coisa com Theodoro que não fosse tentar expulsá-lo de lá.


 


-       Espero que não tenha usado nossa cama. – foi tudo que ele comentou, passou por ela e continuou seu caminho.


 


Ela puxou o oxigênio de uma vez ao escutá-lo dizer aquilo. O seguiu.


 


-       Draco, eu não...


 


-       Ótimo. – ele a cortou e ela se viu imediatamente sem palavras pelos segundos seguinte.


 


-       Draco! – queria fazê-lo parar e conseguiu.


 


Ele voltou-se para ela.


 


-       Eu não quero saber, Hermione. – foi o que disse. – Você não quer saber sobre os meus casos. Eu não quero saber sobre os seus.


 


-       Mas nós não...


 


-       Chega, Hermione! Eu não quero saber! – dessa vez ele se mostrou aborrecido por ter que insistir na mesma tecla.


 


Ela não teve coragem para rebater nem continuar insistindo em querer se justificar. Primeiro porque se sentia frustrada ao tentar encontrar uma justificativa que não soasse estúpida, segundo porque não precisava fazer com que ele soubesse que ela não tinha outro homem quando era bem consciente que ele tinha muitas outras mulheres.


 


Cobriu o rosto assim que Draco subiu pela escada principal e sumiu no andar superior. Soltou o ar frustrada por estar confusa. Por alguns segundos ela havia acreditado que Theodoro realmente tivesse dito a verdade, talvez por isso tivesse o deixado beijá-la. Os olhos dele expressavam tanto sinceridade que ela havia se deixado acreditar. Se ele estivesse mentindo era muito bom com farsas.


 


Tentou não se concentrar naquilo quando voltou para a cozinha para organizar a bagunça que havia feito. Estava acostumada a jantar no mesmo horário todos os dias e detestava quando era obrigada a participar daqueles eventos durante a noite onde tinha que esperar pela comida e fazer social com dezenas de pessoas que sabia que a odiavam.


 


Quando subiu para o quarto Draco estava tomando seu banho. Dedicou-se na tarefa de escolher uma boa roupa e quando finalmente conseguiu chegar a duas opções sentou-se em sua penteadeira, puxou todo o cabelo para um lado e começou a trançá-lo do topo. Enquanto seus dedos trabalhavam sua mente não conseguia parar. O olhar que Draco havia a lançado, o tom de sua voz, ela sentia que precisava concertar aquilo, mas se sentia ridícula quando se lembrava que ele também tinha suas outras mulheres. Não havia nada para ser concertado. Ele havia dito que não queria saber, ela tinha que deixar aquilo passar.


 


Draco apareceu não muito tempo depois. Hermione o observou pelo seu espelho enquanto ele se ocupava na atividade de vestir-se. Muitas vezes quando apenas o observava acabava concluindo que nunca em sua vida teria tido a chance de conquistar um homem poderoso, bonito e influente com ele. As vezes usava esse único pensamento quando sentia que tudo em seu casamento era uma completa maldição. Se apegar a coisas superficiais nunca foi algo que a definisse, mas quando se tratava da beleza de Draco Malfoy ela até chegava a considerar.


 


-       Vou precisar de uma liberação sua já que conseguimos sucesso na simulação de hoje. Suas zonas vão precisar de atualização no treino. – ela começou com cuidado e receosa atando o final de sua trança. Ele respondeu apenas um murmúrio em confirmação. Hermione esfregou os dedos se sentindo nervosa. Respirou fundo e se concentrou novamente em deixar tudo aquilo passar. Eles não eram um casal, apenas faziam sexo por conveniência. – Seu departamento já fez alguma contagem do número de comensais desaparecidos?


 


Os olhos dele se cruzaram com o dela pelo espelho. Hermione ficou apenas esperando. Estava tentando conversar o que já havia planejado para conversar com ele, como se tudo estivesse normal.


 


-       Estamos atrasados, Hermione. – foi tudo que ele respondeu desviando o olhar enquanto passava os braços para dentro de sua blusa. Não falou mais.


 


Eles não estavam atrasados.


 


-       Não estamos atrasados.  – ela disse. – Seu departamento tem um número ou não tem?


 


-       Trinta. – Draco respondeu de uma vez, mas seu tom de voz não mostrava o mínimo interesse. Talvez ele estivesse querendo apenas passar por aquela conversa o mais rápido possível.


 


-       Acredito que a Ordem esteja os levando para a sede. - ela continuou. - Tentando livrá-los da Marca Negra, ou tentando inibir o efeito dela. Luna levou informações conseguiu escapar.


 


-       Não está dando muito certo. Todos os trinta nomes que não foram identificados como mortos em batalha ou em serviço estão mortos agora. – ele disse parando para escolher a gravata que iria usar.


 


Hermione se viu frustrada ao vê-lo tratar aquilo como uma simples conversa sobre o tempo. Virou-se em sua cadeira para poder encará-lo diretamente.


 


-       Estou te dizendo que a Ordem da Fênix pode estar tentando encontrar uma solução para o que aprisiona todo e qualquer comensal a Lorde Voldemort e é assim que você reage? Como se não fosse nada mais do que algo para se comentar e se esquecer?


 


Ele parou. Soltou o ar pela boca como se não estivesse com paciência e virou-se para ela.


 


-       Será que você poderia me dar um descanso? – ele começou e pela primeira vez ela notou um o sinal de irritação que ele parecia estar tentando engolir antes. – Será que não percebeu que eu passei um mês inteiro no meio de toda essa guerra?! Será que não consegue nem mesmo, por um segundo, tentar imaginar que talvez eu esteja farto de tudo isso?!


 


Ela ficou surpresa pela atitude dele.


 


-       Não acredito que esteja. – disse receosa por qualquer reação que ele tivesse, mas pronta para enfrentá-lo. – Na verdade, não acredito que tenha permissão para estar. Está na linha de frente de tudo isso e estou apenas tentando te ajudar.


 


Ele revirou os olhos e deu as costas passando a gravata pelo pescoço.


 


-       Bem, tente ajudar em outro momento. – ele estava claramente sendo rude.


 


-       Você não precisa ser ignorante. – ela se levantou.


 


-       E não estou.


 


-       Sim, está! – aquela situação estava a irritando. – E sabe por que acredito que está? Porque viu Theodoro me beijar assim que entrou em casa.


 


-       Cale a boca, Hermione. – dessa vez ele foi agressivo.


 


-       Não! Você não tem o direito de ficar irritado, Draco! – ela estava completamente pronta para desafiá-lo e aquilo pareceu finalmente enfurece-lo.


 


-       Sim eu tenho! – ele voltou-se para ela novamente. – Quantas vezes nós já discutimos sobre Nott? Quantas vezes você mesma disse que ele era alguém para se tomar cuidado? Estava me fazendo de idiota ou era apenas uma estratégia para nunca me fazer cogitar um caso entre vocês? Além do mais, você sabe que Nott e eu não estamos sob bons termos ultimamente e me faz vê-lo exatamente dentro da minha própria casa! Você quer que eu aplauda o que vi, Hermione? Quer que eu a cumprimente? Se caso precisar de uma plateia para a próxima vez, posso conseguir para você!


 


Hermione se viu incrédula diante de tudo aquilo.


 


-       Deus! Qual é o seu problema? – ela não conseguia reagir as palavras dele. Se sentiu ofendida. – Nott e eu nunca tivemos nada além do profissional!


 


Draco forçou uma risada.


 


-       Se você e Nott nunca tiveram nada além do profissional depois do que eu vi, tento imaginar quantos outros tantos casos você não se ocupou em ter com os homens que vem trabalhando na comissão.


 


Hermione puxou ar quase que imediatamente não conseguindo acreditar no que seus ouvidos haviam acabado de escutar. A ofensa lhe bateu tão forte que no segundo seguinte tudo que se viu fazer foi cruzar o pouco espaço entre eles e erguer a mão para esmaga-la contra o rosto dele. Draco a deteve pelo pulso e a empurrou para longe. Ela teve cambaleou e teve que se segurar numa das paredes. Seu maxilar estava travado e a fúria corria em todas as suas veias.


 


-       Eu não deveria ficar surpresa por escutar isso de alguém que sempre pensou tão baixo de mim! – ela não queria gritar, mas segurar sua voz era um desafio naquele momento. – Eu não sou você! Eu não tenho todos os homens dessa cidade na minha cama! Eu não preciso disso! Mas você não tem nem ideia do que é viver em um lugar onde sabe que cada rosto que te olha te odeia! Sou uma Nascida Trouxa em uma cidade abarrotada de comensais! Sou obrigada a escutar hipocrisia jorrar da boca das pessoas que falam comigo todos os dias. Me tratam como se me respeitassem, como se me admirassem, mas a verdade é que eu vejo o preconceito escondido no olhar delas. – Sua garganta ardeu e ela engoliu o gosto amargo das próprias palavras. Piscou para não deixar seus olhos embaçarem. – Theodoro gosta de mim. – continuou – Pode ser uma mentira, uma jogada, uma armadilha, mas você não tem ideia do quanto é confortante e  acolhedor escutar o que ele me disse hoje depois de eu ter vivido um ano no que mais parece uma caverna escura, fria e vazia. – ela finalmente se viu entender como Theodoro havia feito com que ela se sentisse. – Não sou sempre racional, Draco. Sou humana. Não uma máquina. Não uma pedra. Ele fez com que eu me sentisse bem por alguns poucos segundos e isso é tão raro quando se vive aqui. – suspirou - Você não entenderia.


 


Ela não queria continuar, não queria continuar a se ridicularizar. Ele já havia deixado claro que pensava bem mais baixo dela. Não era obrigada a provar nada para ele. Não precisava mostrar quem realmente era, acreditava que suas ações já tivessem a capacidade de fazê-lo compreender quem ela era. Aparentemente suas ações haviam o feito acreditar que era uma mulher que precisava da atenção masculina em massa.


 


O silêncio entre eles não durou muito porque Draco não parecia nada contente com o que havia escutado. Ele puxou a gravata do pescoço e a lançou contra o chão soltando um palavrão. Informou que precisava de uma bebida como se quisesse matar alguém e saiu batendo a porta tão forte que a fez recuar. Hermione sabia que aquele era, finalmente, o fim da compreensão e educação que ele havia desenvolvido com ela desde de que perdera a filha.


 


 


Draco Malfoy


 


 


Ele também a fazia se sentir bem. Pensou lançando um rápido olhar para o gelo no copo de whisky em sua mão. Apoiou-se sobre o parapeito da varanda de seu quarto e encarou o imenso jardim dos fundos de sua casa. O inverno sempre o lembrava mais de quando seu treinador o prendia em lagos congelado sem oxigênio e sem varinha para que conhecesse seu instinto de sobrevivência do que frio, neve, natal, ano novo e todas as malditas festividades da estação.


 


Virou um gole de sua bebida e deixou o vento gelado ativar sua resistência. Encarou o copo em sua mão. Tinha gravado em sua memória todas as vezes que fizera Hermione gritar durante o sexo. Todas as vezes que a fizera perder o controle de si mesma. Todas as vezes que a tocava e a sentia estremecer. Ele sabia sim fazê-la se sentir bem.


 


Sexo. Soltou o ar com uma risada fraca e encarou o horizonte. Nada mais superficial do que sexo. Era idiota por julgar Hermione como alguém superficial. Era idiota também por tê-la acusado de ser como Pansy Parkinson. Já havia vivido com ela durante um ano para saber que não havia nela nada que o fizesse lembrar de Pansy. Hermione não era o tipo de mulher que se satisfazia por ter uma dúzia de homens a seguindo, ela era o tipo que apenas não se importava.


 


Ele não tinha o direito de se irritar pelos casos dela, nem de se incomodar por isso, mas quando se lembrava que não encostava em nenhuma outra mulher que não fosse ela por meses, a ideia de imaginá-la com outro o consumia. E não tocava em outra mulher por escolha. Hermione estava ali para ele todos os dias e ele se via cada vez mais ser tragado por ela, mesmo que não a tocasse, ela havia se tornado parte de sua rotina, parte de seu pensamento, parte de algumas de suas expectativas, parte do seu futuro e cada vez menos ele se via tentado a arrastar para um canto vazio alguma mulher que cruzasse seu caminho.


 


No último mês ele havia pensado tanto em voltar para casa que quando se via na necessidade de ter uma mulher, julgava a si mesmo por estar cometendo um crime. Ele se lembrava de que todas as vezes que tocara outras mulheres desde que tivera Hermione. A imagem dela o perseguia e o incomodava. O incomodava tanto que foi diminuindo o número de mulheres, diminuindo, diminuindo e diminuindo até que sem nem mesmo perceber Hermione pareceu se tornar a única mulher existente no mundo. Depois que ela engravidara tudo pareceu piorar ainda mais. Ele se via tão cheio de conexões a ela que as vezes parecia que haviam tido uma história longa, quando na verdade tudo que tinham era um ano de convivência, uma filha perdida, um relacionamento cheio de falhas, buracos e estragos. Se cansava todas as vezes que pensava naquilo. Tudo que queria, na verdade, era que se acostumasse com ela o suficiente para poder voltar a ser quem era antes sem ser perseguido pela imagem dela. Sabia que tecnicamente se tornaria seu pai quando atingisse essa fase, mas as vezes parecia melhor do que se ver apegado para sempre a Hermione.


 


-       Draco. – a voz dela soou logo atrás de si. Cheia de receio, mas doce e suave. Se lembrava de quando odiava a voz dela. Era muito mais fácil quando a voz dela era apenas detestável. As vezes tinha a sensação de que o macio que o tom dela carregava se derretia dentro dele. – Vamos nos atrasar.


 


Encarou o copo em sua mão. Ele não queria ir para aquele maldito evento. Era uma grande perca de tempo. Se todas aquelas pessoas soubessem o caos que era fora daqueles muros ninguém estaria fazendo festas nem promovendo jantares. Bateu a aliança em seu anelar contra o vidro. Maldita hora em que colocara aquele anel no dedo. Virou-se e a encontrou parada apenas a um passo para fora do quarto. Ela era absolutamente linda e estava fabulosa com o longe vestido que usava. Deixou o ar escapar por entre seus dentes enquanto a checava da cabeça aos pés. Ela tinha que parar de ser linda. E junto com isso tinha que parar de ser também inteligente, sexy, generosa, esperta, racional e todas as muitas outras malditas qualidades que a faziam ser única.


 


-       Não está congelando aqui fora? – ela perguntou como se o julgasse louco por estar ali enquanto cruzava os próprios braços contra o corpo. Ele havia sido o poço da arrogância com ela e mesmo assim ali ela estava o encarando com os olhos cheios de receio, como se já estivesse tentando se proteger do insulto que ele poderia tornar a jogar em cima dela a qualquer momento.


 


Sua aliança bateu contra o copo nervosamente dessa vez.


 


-       Te ofendi quando falei sobre ter casos com os bruxos da comissão? – ele perguntou sem nem mesmo saber o que fazia. As palavras saíram de sua boca antes que tivesse o tempo para pensar nelas duas vezes.


 


Hermione pareceu ficar confusa por cima de sua postura receosa. Ela não sabia o que viria daquilo e até mesmo ele temia pelo que poderia fazer. Não admitia seus erros em voz alta. Nunca admitia seus erros em voz alta.


 


-       Sim. – ela respondeu com a voz baixo como se duvidasse se deveria mesmo responder ou não.


 


O ar quente que saiu se sua boca quando ela expirou subiu como vapor. Seus lábios tremeram com o frio e mesmo assim ela ficou ali parada o encarando. Draco desviou o olhar, bateu novamente com a aliança em seu copo. Nunca admitia seus erros. Tomou o último gole de uma vez.


 


-       Então eu não deveria ter dito. – disse e passou por ela voltando para o quarto.


 


Não queria ver a expressão dela. Ela já deveria saber que aquilo era o mais perto de suas desculpas que um dia chegaria. Largou o copo sobre um móvel qualquer e voltou para terminar de vestir-se. Abotoou sua camisa, atou o cinto, vestiu o terno, alinhou os cabelos e desceu. Desceu e entrou na carruagem seguido de Hermione.


 


O caminho era longo e o silêncio entre eles era terrível. Eles não ousavam cruzar o olhar e Draco desejou nunca ter visto o que viu quando chegou em casa. Ele queria muito voltar a ser o que eles haviam sido no último final de semana que tivera a chance de passar em Brampton Fort. Haviam ocupado as noites com sexo, conversas aleatória, soluções para a guerra, conflitos do mundo mágico e qualquer outro pensamento que atravessasse a mente deles. Todo aquele clima entre eles agora era péssimo.


 


-       Estive pensando. – ele começou. Hermione piscou com calma e o encarou. – Os Bennett tem uma lista bastante restrita de convidados para hoje a noite. – disse. – Creio que seria um bom momento para conseguir fazer uma separação daqueles que são leais ao mestre. Precisamos saber quais as pessoas mais influentes da cidade seriam as primeiras a darem as costas ao mestre caso o império dele ameasse desmoronar. Até hoje minha família conseguiu distinguir poucos entre alguns porque é um processo cuidadoso. Muitos se escondem atrás do medo de dar a entender algum tipo de deslealdade ao mestre e acabar sendo entregue, principalmente com um Malfoy por perto.


 


Ela assentiu em resposta.


 


-       Há algum plano específico para hoje a noite então? – ela perguntou.


 


Ele negou com a cabeça.


 


-       Estive pensando em improvisar.  – sorriu.


 


Ela processou a ideia e sorriu de volta.


 


-       Gosto de improvisar.


 


Pararam de frente a nova casa dos Bennett.


 


-       Seja apenas cuidadosa. – ele disse e ela assentiu.


 


Desceram e foram recebidos pelo vento frio. Draco pode visualizar ao longe um lago congelado logo ao lado da esplendida mansão que se estendia a sua frente. Certamente que um casal como Isaac e Astoria não se aventurariam em morar em nada menor do que aquilo.


 


Assim que passaram para o lado de dentro se depararam com o ambiente vitoriano carregado. Receberam ajuda para tirar o casaco e logo Isaac apareceu sendo seguido por Astoria.


 


-       Não dá para acreditar que conseguiu voltar para Brampton Fort a tempo da nosso jantar! – Isaac anunciou com um sorriso estampado nos lábios. – Confesso que estava ansioso para finalmente conhecer sua adorável esposa. – ele tomou uma mão de Hermione e a beijou com bastante educação.


 


-       Por favor, Bennett. Você já me conhece. – Hermione respondeu usando um tom adorável.


 


-       Dos corredores de Hogwarts, sim. – disse Isaac. – E por favor, me chame Isaac. Essa é Astoria, dos corredores de Hogwarts também.


 


-       Claro. – disse Hermione e fez um leve comprimento com a cabeça, mas a Astoria ignorou aproximando-se dela para lhe dar um abraço.


 


-       Quem iria acreditar que logo você ganharia o coração desse aqui, não é? – Astoria disse se referindo a Draco.


 


Hermione pareceu engasgar de leve com a própria saliva, pigarreou e sorriu em resposta.


 


-       Quem iria acreditar, não é? – foi tudo que ela disse e antes que pudesse perceber Draco se viu rir pela reação dela, mas passou a mão pela boca tentando disfarçar seu mal comportamento. Os olhos dourados de Hermione apenas lhe lançaram um rápido olhar enquanto puxava o ar.


 


Hermione elogiou a casa enquanto avançavam. Astoria parecia ter escolhido o lugar porque ela quem contou toda a tediosa história. O restante dos convidados estavam todos em uma bela e ampla sala. Faltava apenas mais um grupo de convidados que logo Astoria e Isaac precisaram se retirar para recebe-los.


 


Draco estava entretido em descrever o cenário da guerra do lado de fora da muralha para um grupo de homens que Isaac havia escolhido a dedo como auxiliares próximos do trabalho que fazia para o policiamento interno de Brampton Fort quando foram direcionados para a sala de jantar.


 


Hermione se aproximou assim que eles começaram a se mover.


 


-       Sabia que as roupas que uso são vendidos no dia seguinte pelo triplo do preço? – ela usou um tom baixo para que somente ele pudesse escutar. – O vestido que usei no baile anual do Diário do Imperador semana passado esgotou no dia seguinte.


 


-       É sobre isso que é obrigada a conversar? – ele riu. Hermione estivera se ocupando com um grupo de mulheres que já conhecia dos eventos anteriores que era obrigada a atender.


 


-       Você não faz nem ideia. – ela fez uma careta. – E claro que estou agindo como se já soubesse de toda essa baboseira. – ela soltou o ar. - Como as pessoas podem ser estúpidas ao ponto de comprar uma simples roupa que não vale o preço.


 


-       É claro que vale. – ele disse como se não fosse óbvio.


 


-       Não! – ela discordou. – É apenas um vestido.


 


-       Não é apenas um vestido, Hermione. É um vestido que você usou. Já está passando da hora de se acostumar com isso de vez. – ele disse e ela revirou os olhos.


 


Tiveram que se distanciar quando chegaram a mesa. Draco sabia que era o único ali que poderia se sentar próximo a Isaac e Hermione por ser sua mulher sentou-se do outro lado ao lado de Astoria. O restante da mesa de organizou por hierarquia. Os pratos começaram a serem servidos e as conversar foram tomando corpo.


 


-       McGonagall me fez ler um de seus papéis durante uma detenção que recebi quando estava no sexto ano. – Isaac se direcionou a Hermione após um gole em sua bebida. – Foi a primeira vez que me deparei com o seu nome.


 


Hermione havia acabado de responder um comentário insignificante feito por Astoria.


 


-       Eu estava no meu terceiro ano, não estava?. – ela precisou de alguns segundos para voltar no tempo.


 


-       Quarto. – corrigiu Draco.


 


-       Foi o que escrevi sobre transfiguração de seres vivos? – ela perguntou a Isaac.


 


-       Não. – ele respondeu. – Na verdade era um que havia escrito no seu terceiro ano sobre os princípios da transfiguração visto por quarenta autores diferentes. – ele riu como se antecipasse uma piada. – Me lembro de ter lido as cento e cinquenta páginas que escreveu em três dias de detenção e tudo que eu conseguia pensar toda vez que via seu nome no topo daquela pilha de pergaminhos era: Deus do céu, essa garota só pode ser doente.


 


Hermione projetou o maravilhoso som de sua risada.


 


-       Escreveu cento e cinquenta páginas sobre transfiguração em seu terceiro ano? – um dos homens a algumas cadeiras a direita de Draco comentou. – Você deve ser uma Corvinal.


 


-       Na verdade, sou uma Grifinória. – ela respondeu.


 


-       Ah, meu irmão acabou indo para a Grifinória também. – uma mulher comentou.


 


-       E ele foi a vergonha da sua família por anos. – comentou outra.


 


-       Não diga isso! – um senhor de meia idade interveio. – Fui da Grifinória também. É uma casa maravilhosa e cheia de corajosos.


 


-       Eu acredito que as personalidades das casas de Hogwarts são uma grande besteira. – a mesma mulher tornou a se pronunciar. – Draco Malfoy é um perfeito Sonserino e nós todos aqui sabemos que é o mais corajoso dessa mesa por enfrentar essa guerra com tanta vontade.


 


-       Sou bem pago por isso, Sra. Norington. – Draco se pronunciou.


 


A mesa riu.


 


-       Eu acredito que Draco ainda possa ser covarde para muitas outras coisas. – Astoria se pronunciou de modo descontraído. – Isaac me contou que quando ele viu nossa menininha na audiência aberta, ele agiu como se estivesse vendo um tipo de fantasma.


 


A mesa riu novamente. Draco não viu graça, mas teve que forçar um sorriso. Tratou de ocupar a boca com sua taça. Hermione a sua frente também pareceu não ter visto graça. O olhar dela ficou sobre ele alguns segundos.


 


-       Você tem uma menina. – Hermione comentou voltando-se para Astoria.


 


-       Sim. Ela está com quase cinco agora. – disse Astoria.


 


-       Elise. – a mulher ao lado de Hermione comentou. – A pequena Elise. Ela é adorável. Deveria conhecê-la.


 


-       Eu adoraria. – Hermione disse e Draco soube que nada soaria mais sincero durante aquela noite do que palavras que saíram da boca dela.


 


-       Não gosta de crianças, Sr. Malfoy? – o homem de meia idade tornou a se pronunciar.


 


Draco se permitiu ficar alguns segundos a mais bebendo de sua taça.


 


-       Apenas não sou acostumados a tê-las por perto com frequência. – resolveu responder devolvendo sua bebida a mesa.


 


 O homem riu.


 


-       Não vai poder fugir delas por muito tempo, a não ser que queira matar a linhagem da sua família, garoto. – disse ele.


 


A palavra garoto o atingiu com força. Sentiu o sangue esquentar em suas veias, sua boca secou e ele calculou a força que deveria fazer para lançar o garfo em sua mão direto contra a garganta do homem.


 


-       Nós estamos esperando pelo momento certo. – a voz de Hermione soou depois de um pigarreio. – Não é mesmo, querido? – a voz dela soava chamando a atenção dele mas seu cérebro continuava calculando o movimento que deveria fazer com a mão. Um simples movimento. Aquele velho nunca mais falaria. – Querido? – piscou e encarou os olhos dourados dela a sua frente. Havia um toque de atenção no olhar dela, como se tentasse fazê-lo se lembrar de que ninguém ali era seu inimigo. Não ainda. Ela o chamava de querido apenas por implicância ou quando queria sua atenção.


 


-       Sim. – concordou com ela e limpou a garganta. – Estamos esperando o momento certo.


 


-       Tem muitas coisas acontecendo por agora. – ela continuou num tom descontraído, tentando trazer de volta o clima de antes. – Os conflitos estão passando por uma nova fase, Draco está precisando deixar a cidade com frequência. E... – ela precisou de um gole de sua bebida. – ...desejamos por tanto tempo ficar juntos. Um ano ainda não parece o suficiente para sermos somente eu e ele.


 


-       Ah! – exclamou a mulher ao lado de Hermione com uma empolgação excessiva. – Adoro um bom romance!


 


Uma outra mulher fez um comentário sobre o quão imbecil aquilo soava e a mesa tornou a rir. Draco ficou grato por Hermione ter encontrado uma forma de colocar um ponto final naquele assunto.


 


-       Draco. – Isaac tornou a se manifestar. - Soube que o Ministério está fechando o parlamento bruxo definitivamente.


 


-       Não me envolvo no trabalho do meu pai. – Draco disse e viu ali sua deixa. – Mas posso garantir que ninguém iria ousar protestar contra o Ministério.


 


-       Todos já sabem, desde o começo, que o mestre não apoia o velho governo. – Hermione se manifestou logo em seguida. Seus olhares se cruzaram rapidamente e ele pode perceber que ela havia captado o momento perfeito. Todos descontraídos, vinho suficiente já havia sido ingerido. Ela havia entendido. – Me surpreende que o parlamento tenha resistido por tanto tempo. O interesse do povo não é válido em uma ditadura.


 


Ela deixou aquilo em aberto e Draco achou perfeito. As mulheres na mesa lançaram olhares surpresos e alguns condenadores sobre ela, até mesmo Astoria. Não era esperado que uma mulher como ela fosse comentar sobre política, Hermione aparentemente não fazia ideia disso.


 


-       O interesse do povo! – um homem riu. – Quem se importa com o interesse do povo? O povo quer mil coisas ao mesmo tempo, se confundem entre si, protestam por idiotices. A democratização em excesso acabou com os valores que fundaram o governo bruxo nesse país!


 


-       Você quer dizer as famílias poderosas do Reino Unido? – Hermione interveio. – Não creio que elas tenham fundado o governo bruxo. O Ministério foi uma sucessão do Conselho Bruxo que precisou ser reformulado visto algumas revoluções populacionais. As famílias poderosas da Grã-Bretanha apenas tinham um voto de maior peso durante esse processo.


 


O homem claramente desaprovou o que escutara.


 


-       Eu não estava falando sobre o círculo das famílias poderosas. – ele retrucou. – Estava falando sobre os valores clássico que foram deturpados com o passar dos séculos.


 


-       Os valores clássicos do qual diz respeito foram formulados pelo círculo de famílias poderosas, se assim prefere. Todos esses valores foram derrubados pelo Estatuto em 1692 devido a movimentos populacionais, o que imediatamente anula o fato de terem sido deturpadas com o passar dos séculos visto que não deveriam nem mesmo ser praticadas. Obviamente que com a ascensão do mestre tudo foi retomado. – Hermione foi obrigada a acrescentar. Tomou um gole de sua bebida. – 1780. – ela continuou. – Foi o ano em que fecharam o parlamento por interceder demais a favor do povo. O ato seguiu o golpe absolutista do Ministro da Magia da época, o que causou a maior e mais duradoura revolução populacional da história bruxa, todos já conhecemos isso. – devolveu a taça a mesa. – Todos esses exemplos mostram o poder que o povo tem. – concluiu ela.


 


-       Por isso trabalhamos sempre para que eles estejam do nosso lado. – acrescentou Draco.


 


-       Tem uma mente brilhante, moça. – o senhor de meia idade comentou. Hermione sorriu.


 


-       Acaso é a favor do povo, Sra. Malfoy. – o homem tornou a se manifestar. – Ao menos é o que dá a entender.


 


-       Não. – ela desviou o olhar para ele. – Não estava expressando nenhuma opinião, Sr. Wigham. Apenas estava expondo os fatos.


 


-       A revolução de 1780 não foi a maior e mais duradoura. – disse o homem.


 


-       De acordo com quem? – Hermione não parecia muito contente. A mesa os escutava atentos e em silêncio. – Acaso está expressando uma opinião pessoal porque está duvidando da minha capacidade de expor fatos?


 


O homem se mostrou desconcertado quando Hermione o encurralou. Soltou um riso fraco.


 


-       Você é uma mulher...


 


-       Uma mulher? – Hermione o cortou imediatamente erguendo as sobrancelhas mal acreditando no que estava escutando. – Acredita que por eu ser uma mulher não deva me interessar nem comentar sobre história e política? Acredita que eu não tenha conhecimento suficiente para falar sobre esses assuntos? Me surpreende que um homem estudado duvide de tudo que eu disse. Acaso tem biblioteca em casa, Sr. Wigham?


 


-       Uma das melhores da cidade. – ele respondeu claramente irritado.


 


-       Então talvez devesse passar mais tempo de qualidade nela. – findou Hermione.


 


A mesa explodiu em gargalhadas. Hermione soltou o ar como se estivesse se sentindo melhor depois do que disse. Draco evitou mostrar que estava sorrindo e ocupou a boca com sua taça.


 


-       Essa é a garota que escreveu cento e cinquenta páginas no terceiro ano sobre os princípios da transfiguração visto por quarenta autores, senhoras e senhores! – riu Isaac mostrando que já havia ingerido álcool o suficiente. – Eu entendo agora, Draco. Vocês dois. – ele riu e se alongou na cadeira. Soltou um grande suspiro. – Eu sinto falta do velho governo! – mostrou as mãos em sinal de culpa. – Não me entendam errado, mas as vezes sinto falta dos grandes negócios, reuniões de balanço, fechamento de contratos. Cresci vendo meu pai se divertir com tudo isso e me preparei um bom tempo para entrar no ramo. Mas todos devemos nos adaptar as condições favoráveis, não é mesmo?


 


-       Devemos ser leais, não nos adaptar. – um dos homens comentou e Draco tratou de gravar o nome dele em sua lista.


 


-       Sim, sim. – soltou Isaac em resposta, mas não se importando muito.


 


-       Vem fazendo um bom trabalho, Isaac. Pode ter certeza que eu já o teria mandado embora se não estivesse. – Draco tratou de comentar.


 


-       Sim, sim. – ele repetiu e riu.


 


Draco cruzou seu olhar mais uma vez com Hermione. Ela havia entendido. Uma mulher reclamou sobre o assunto, mas outro homem se manifestou em seguida a favor do velho governo. Os comentários se seguiram, cada um expressando sua própria opinião sobre o velho governo. Logo a conversa se assentou sobre os efeitos do fechamento do parlamento bruxo. Alguns homens apoiaram Hermione em sua defesa pela história, mostrando que o povo era um inimigo em potencial. Draco seguiu mostrando como o povo estava do lado deles.


 


Quando seguiram para uma sala ao lado após o jantar Hermione já era o objeto de desejo de todos. Era sempre esperado o comentário dela. Tudo que ela dizia era levado em extrema consideração e Draco se sentiu orgulhoso por vê-la ser uma Malfoy como deveria. Ele, por sua vez, foi obrigado a ter que suportar aqueles que vinham com suas honras falsas e exageradas tentando ganhar pontos com mais um Malfoy.  Vez ou outra seu olhar se cruzava com o dela e eles exclamavam em silêncio o quão exaustivo era tudo aquilo.


 


Draco se perguntava quem dali seria o primeiro a dar uma entrevista no dia seguinte se considerando amigos próximos dele ou de Hermione para exagerar e criar rumores sobre qualquer coisa que tivessem dito durante aquele jantar. Ele já conseguia apostar algumas cabeças naquele jogo. Detestava eventos como aquele e estava ali por Isaac e pelo potencial que ele apresentava em ser uma das únicas possíveis pessoas de confiança naquela cidade. Ainda precisava de mais tempo para ter certeza daquilo, mas já trabalhava nisso fazia anos e sabia que era um processo demorado.


 


Os convidados foram tomando seus respectivos rumos mais tarde do que Draco havia imaginado. Pretendia ficar ali mais tempo. Mostrar que era um bom amigo da família Bennett. Forçou um sorriso e acenou para um casal que estava indo embora. Encontrou Hermione não muito distante se despedindo de uma das senhoras ao qual havia passado boa parte da última hora conversando. Aproximou-se por trás assim que ela ficou só, passou um braço por sua cintura e colou a boca em seu ouvido.


 


-       Queria te arrastar para algum lugar onde eu pudesse arrancar esse vestido de você. – sussurrou.


 


Hermione pareceu surpresa de inicio, mas riu e se desvencilhou dele.


 


-       Parece que estou fazendo um bom trabalho. – foi o que ela disse voltando-se para ele.


 


-       Não tem nem ideia! – ele sorriu e ela sorriu de volta, mas não por muito tempo. Uma vozinha abafada e distante pareceu alcançá-los. O sorriso dela se desfez no mesmo instante. Talvez ela estivesse pensando que estava alucinando. Draco sabia bem o que era. Não demorou e a voz, ainda abafada, ficou muito mais próxima. Hermione quase pulou para longe quando uma porta dupla ao lado deles moveu ao som de batidas rápida. – Hermione. – Draco tocou seu braço. – É apenas a filha deles. – estendeu a mão e abriu a porta.


 


A menina passou quase voando por eles para dentro da sala. Ela chorava pelo pai e Isaac apareceu quase no mesmo instante para acudir a criança. Astoria aproximou-se soltando exclamações surpresas por ver a menina ali. Logo uma mulher apareceu se desculpando por não tê-la conseguido segurar e informou que Elise estivera chorando e implorando para descer desde o começo do jantar. Havia sido impossível fazê-la dormir.


 


-       Draco. – Hermione o chamava se aproximando como se quisesse se esconder nele e o tocando para chamar sua atenção. – Draco, eu quero ir embora. Vamos embora.


 


-       Ainda não terminamos aqui. – ele respondeu.


 


-       Draco, por favor...


 


-       Não, Hermione. – a cortou. – Olhe para mim. – ele ordenou e ela ergueu o olhar para ele. Seus olhos brilhavam. Ele quase quis desistir de ficar ali. Sabia que olhar para a menina deles a faria se lembrar e se lembrar era doloroso. – Nós temos que superar iss...


 


-       Não agora! – ela  cortou com os dentes cerrados. Os olhos dela brilharam ainda mais. – Vamos embora!


 


-       Hermione! – Astoria aproximou-se. Hermione puxou o ar e voltou-se para ela. – Essa é Elise, minha filha. E me desculpe pela entrada nada triunfal, não estava dentro da programação.


 


A menina estava no colo do pai, os olhos vermelhos, os bracinhos em volta do pescoço dele. Ela vestia um pijama infantil que a fazia parecer uma boneca. Hermione se aproximou com cuidado.


 


-       Olá. – se dirigiu a menina. – Me chamo Hermione.


 


-       Eu sei. – a menininha disse. – Te vi na revista. Mamãe lê para mim. Você usava um vestido bonito. Você é bonita. - Hermione riu e agradeceu, mas sua voz saiu baixa. – Está tudo bem com você? Parece que vai chorar.


 


Aquilo pareceu ser o aviso de Hermione. Ela negou com a cabeça, limpou a garganta e respirou fundo.


 


-       Não, eu só... – ela pensou. – Estou cansada apenas.


 


Elise bocejou.


 


-       Eu também, mas não consigo dormir sem que papai me conte uma história. Ele me fez prometer que eu me desculpasse pelo meu mal comportamento, então já que se sente cansada posso te contar uma das histórias que ele costuma contar para mim. – ela voltou-se para o pai. – Seria um bom pedido de desculpas, não seria?


 


Isaac riu.


 


-       De fato seria. – respondeu.


 


-       Você iria querer ouvir? – Elise tornou a voltar-se para Hermione.


 


-       Eu adoraria. – respondeu Hermione.


 


Isaac a colocou no chão.


 


-       Vai ter que se sentar, é um pouco longa. – disse a menininha.


 


Hermione sorriu.


 


-       O que acha de você escolher um bom lugar? – sugeriu ela enquanto se distanciavam.


Isaac riu da cena e aproximou-se de Draco.


 


-       Nunca vi uma menina da idade dela ser tão sociável. – bateu uma vez em seu ombro e passou por ele.


 


Draco puxou ar e virou a bebida em seu copo de uma vez só. Astoria ainda estava ali. A encarou por alguns segundos e passou por ela. Precisava de mais álcool. Afastou-se até o estoque de bebidas e tornou a encher seu copo e dessa vez foi bem mais generoso. Tomou um longo gole e encarou Hermione sentada em um chaise longue com Elise. A menina não parava de falar, mas sempre dava pausas para bocejar. Hermione parecia um tanto desconcertada, mas havia um sorriso em seu rosto junto com um brilho nos olhos que ele não conseguia olhar por muito tempo. Uma senhora logo se aproximou das duas, talvez para se despedir de Hermione, mas acabou engajando em alguma discussão divertida com a menininha.


 


-       Vocês perderam um, não perderam? – Astoria se aproximou. Draco a olhou confuso. – Um filho. – ela explicou. – Hermione ficou grávida e perdeu a criança, não foi?


 


Como ela sabia daquilo?


 


-       Como sabe disso?


 


-       Perdi um também. – ela disse. – Eles dizem que é comum na primeira gravidez, eu ainda estava no primeiro trimestre, mas não é algo muito fácil de explicar. Eu nem estava querendo filhos. Mas é uma parte de você que vai embora. – ela suspirou. - Eu não suportava ver crianças por quase um ano e o primeiro olhar que Hermione lançou para Elise... Eu conheço aquela dor.


 


Draco não respondeu nada. Tomou mais um longo gole de sua bebida e não se moveu sabendo que não era prudente deixar a mesa de bebidas visto que logo precisaria de mais.


 


-       Hermione estava no segundo trimestre. – foi tudo o que disse.


 


-       Oh. – Astoria soltou uma exclamação baixa. – Deve ter sido doloroso.


 


Draco apenas assentiu concordando. Ela continuou ali, ao seu lado, parada, sem abrir a boca.


 


-       Aqui estamos eu, você e uma mesa novamente. O que quer, Astoria? – finalmente abriu a boca.


 


Ela pareceu um tanto surpresa pela direta que recebera. Abriu a boca para responder qualquer coisa no mesmo tom, mas respirou fundo fechou os olhos rapidamente e riu. O encarou.


 


-       Ainda acha que eu quero algo com você, Draco? – balançou a cabeça e desviou o olhar. – Francamente. Quantas vezes vou ter que dizer que amo o meu marido?


 


-       Prove. Palavras são apenas palavras, Astoria. – bebeu mais um gole.


 


Ela riu.


 


-       Por que sempre te incomodou tanto o possível fato de eu ainda nutrir qualquer tipo de sentimento por você, Draco? – ela disse enquanto ambos observavam Hermione e Elise. – Sei que conhece o valor do sentimento. Vê sua mãe sendo sufocada por eles todos os dias, e você a ama, e odeia vê-la tão presa a isso. Te incomoda a mínima chance de eu não ter te superado porque sabe que o que fez comigo foi absolutamente errado. Me iludiu, me fez criar milhões de sentimentos e expectativas. Eu acredito que preferiria desejar a morte ao seu pior inimigo do que vê-lo no mesmo estado que sua mãe se vê com seu pai. Presa a tantos sentimentos. Talvez seja por isso que não consegue deixar Pansy Parkinson longe de sua vida. Ela é tão doente por você, e se vê incapaz de dar as costas a ela porque sua própria mente deve lembrá-lo em algum momento que a dor que ela sofre pode ser a mesma dor que sua mãe guarda. – ela virou-se para ele. – Levei anos para te superar e sabe o que me ajudou? Perceber, depois de muito tempo, que apesar de todo o luxo, de toda a fama e de todos os seus atributos físicos, que sua vida é bastante miserável.


 


Draco se viu sorrir. Por isso havia escolhido Astoria Greengrass. Abaixou os olhos para sua bebida e brincou com o líquido no copo por alguns segundos. Ela era a garota perfeita quando a conheceu. Não era excepcional, mas era inteligente, bonita, de boa família e sabia o compreender quando se esforçava bastante. E ele havia tentando. Havia realmente tentado. Fizera tudo que seus colegas faziam com suas namoradas. A levara em encontros, lhe dera presentes, andara de mãos dadas... tudo! No final ele se viu apenas absolutamente entediado. Ainda se lembrava do sono poderoso que tinha quando a acompanhava para tomar os chás de Madame Puddifoot em Hogsmeade.


 


-       Me desculpe por não ter conseguido me apaixonar por você. – ele disse.


 


Ela soltou um riso baixo novamente.


 


-       Para alguém que nunca se desculpa por nada, deve realmente se sentir culpado.


 


-       Não me faça querer te matar, Astoria. – foi tudo que ele respondeu.


 


Ela riu.


 


-       Você não foi o único homem que me fez mal, Draco. – ela foi sincera. –  Tive que passar por alguns relacionamentos realmente ruins para que a vida pudesse me dar algumas lições. Confesso que sempre fui muito superficial e talvez isso tenha me levado a fazer escolhas ruins. Fico grata por Isaac não ter sido minha escolha ou eu teria acabado me enfiando em um casamento com grande chances de desastre. – ela sorri - Ele me ensinou muitas coisas. Acredito que acabamos nos ensinando muitas coisas com o passar dos anos. Crescemos juntos. E eu finalmente pude entender que o que uma mulher precisa não é de um homem-troféu para exibir para as amigas ou na rua. Pensar dessa forma por anos me levou aos meus fracassos. O que uma mulher precisa é muito mais do que isso. Claro que um homem assim seria a cereja no topo do bolo, mas o que uma mulher realmente quer é um homem que procure entende-la, um homem que a apoie, um homem que a faça se sentir bem. – ela disse aquilo e Draco quis quebrar seu copo com a força dos dedos. Theodoro Nott fazia sua mulher se sentir bem, segundo sua própria mulher. – Isaac é tudo isso e também a cereja em cima do bolo. – ela riu de sua própria conclusão.


 


-       Apenas palavras, Astoria. – foi tudo que ele disse.


 


Ela suspirou e eles ficaram em silêncio mais alguns segundos.


 


-       Você realmente a ama? – ela perguntou. – Hermione. A ama?


 


Draco se viu rir da pergunta. Astoria entendia que pessoas como eles não tinham o luxo de se casar por amor, na verdade.


 


-       Eu a odeio. Sempre a odiei. – ele respondeu. Não se importava que aquilo talvez a fizesse questionar as histórias que os jornais e revistas contavam.


 


-       Então talvez a ame. – foi o que ela disse. Ele franziu o cenho e a encarou confuso. – As pessoas estão tão acostumadas a verem o ódio como o oposto do amor. – ela sorriu. - O ódio não é o oposto do amor. O oposto do amor é a indiferença. Indiferente a Hermione Granger eu tenho absoluta convicção que você nunca foi. Sempre se importou com ela. Em Hogwarts, costumava fazer comentários sobre ela mesmo quando ela não estava por perto. A linha entre o amor e o ódio pode até ser comprida, mas muito frágil. – ela suspirou novamente. – Você a olha diferente. Não sei o que é, mas é diferente. Nunca me olhou da forma como olha para ela quando estávamos juntos.


 


Talvez fosse porque nunca havia a odiado tanto quanto odiara Hermione.


 


-       Escute, Astoria. Se o que realmente a faz me perseguir agora é o fato da minha história com Hermione bater com o período que estávamos juntos, confie em mim, nunca foi minha intensão. Eu realmente tentei fazer com que o utópico de nós dois desse certo. Não deu. Isso é tudo. – virou o último gole. -  Agora eu preciso ir porque já escutei e vi demais por hoje. – deixou o copo na mesa e foi até Hermione. Elise parecia não ter resistido e estava dormindo sobre um rolo de almofadas, Hermione tinha um braço no espaldar para apoiar a cabeça em sua mão e velava em silêncio o sono da menininha. – Hermione. – a chamou e ela ergueu os olhos para ele com calma. – Vamos. – disse.


 


-       Não podemos ficar mais um pouco? – a voz dela soou tão doce que ele quase considerou dizer que não havia problema nenhuma. Estava surpreso por ver que ela queria continuar ali depois de ter implorado para ir embora por causa de Elise.


 


-       Não. – respondeu.


 


-       Já terminou o que tinha que terminar aqui? – ela perguntou piscou parecendo um pouco cansada e se levantou.


 


-       Não. – respondeu. – Mas já me cansei do dia de hoje. Está na hora de terminar.


 


Hermione assentiu. Disse que iria se despedir de algumas mulheres que parecia ter conhecido em algum evento anterior importante. Eles se separaram e Draco foi em  busca de Isaac. Não o encontrou. Voltou pelo caminho que daria ao hall de entrada e quando estava colocando novamente seu casaco Hermione apareceu pedindo pelo seu. Isaac os encontrou apenas quando estavam descendo das escadas para o pátio onde a carruagem os esperava.


 


-       Astoria me disse que já estavam indo! – ele disse. – Por que tão cedo? Estava esperando que todos fossem embora para que pudéssemos esvaziar um bom whisky em meu escritório, como nos velhos tempos, enquanto nossas mulheres conversavam sobre... coisas de mulher.


 


Draco riu.


 


-       Hermione não iria gostar disso, tenho certeza. – disse.


 


Ele riu de volta.


 


-       Sim, percebi que ela tem uma inclinação para coisas úteis. – disse. Hermione apenas sorriu em resposta. – Escute. – ele se aproximou de Draco. – Entendo que precise ir. Está a frente de uma guerra. – colocou uma mão no ombro de Draco. – Fico grato que tenha vindo hoje. Sabe que isso nos coloca em uma posição muito boa para a imprensa e para a cidade. Foi apenas um simples jantar e mesmo assim apareceu. – Se aproximou mais e abaixou a voz. – Nós dois não somos homens honrados, sabe disso. Somos parte das famílias poderosas e você é um Malfoy. Mas quero que saiba que estou do seu lado. Não por lealdade, não porque somos colegas, não porque nossas famílias nunca se desentenderam. O mundo gira muito rápido e foda-se o velho governo ou o império ou o que quer que venha a acontecer. Estou do seu lado porque é um Malfoy e Malfoys nunca caem.


 


Draco apenas assentiu. Sorriu. Era exatamente isso que ele tinha para terminar ali. Saber se Isaac era inteligente mesmo, ou era apenas mais um fantoche de Voldemort.


 


Eles se despediram e assim que Hermione e ele se acomodaram dentro da carruagem e entraram em movimento, ela se manifestou:


 


-       Acha que ele desconfia do que estamos fazendo?


 


Draco negou com a cabeça.


 


-       Isaac cresceu aprendendo a jogar o grande jogo dos negócios, Hermione. Ele está apenas sendo esperto. Como acha que os Bennett conseguiram receber a Marca Negra tão rápido mesmo tendo decidido se juntar ao mestre somente depois que o poder dele se consolidou? – sorriu. - Eles estavam do nosso lado. E enquanto o nosso barco ainda estiver navegando, eles vão estar do nosso lado.


 


**


 


O restante da viagem para casa havia sido silenciosa e demorada. Hermione havia fixado o olhar na janela e durante todo o caminho não fez mais nada mais do que encarar a paisagem que os cruzava. Assim que chegaram em casa Draco tratou de se fechar em sua sala.


 


Equilibrando a cadeira somente com as duas pernas de trás e com os pés cruzados sobre sua mesa ele encarava o painel em seu escritório. Tinha nas mãos uma carta de Voldemort. Estava sendo convocado ao gabinete para atualizá-lo sobre a guerra. Draco já havia preparado aquele discurso. Se preocupava apenas com a reação do mestre quando ele soubesse o nível da magia que a Ordem estava utilizando. Não mencionaria nada do véu. Até o presente momento os relatórios de inspeção do Ministério não haviam identificado o roubo do artefato.


 


Tentou se concentrar no painel a sua frente. Estava bem organizado. Mostrava suas estratégias, a situação atual da guerra atrelado aos conflitos dentro de Brampton Fort. Algumas de suas expectativas e jogadas ainda se encontravam fora dele, mas sempre que Draco sentava ali ele pensava sobre como inclui-los e quando inclui-los da melhor maneira possível. Talvez um dia mostrasse para Hermione como ele gostava de se organizar com aquilo. Por enquanto ele seguia com ela a passos de tartaruga. Assim tinha tempo para ser cuidadoso.


 


Foi para o quarto somente quando admitiu que estava incapaz de pensar. Aquele dia havia sido longo demais e embora estivesse finalmente em casa, debaixo do seu conforto, as coisas não estavam acontecendo como ele havia planejado que acontecesse. Tudo que ele queria era estar vivendo o mesmo que estivera na última vez que havia tido a oportunidade de voltar para casa. Ter Hermione a noite inteira e pensar sobre a guerra. Agora tudo o que tinha era uma mulher em sua cama que não podia tocar, uma visita ao gabinete do mestre no dia seguinte, um Nott interessado em sua esposa e pensamentos extremamente irritantes que o perseguiam.


 


Entrou e encontrou Hermione de pé encarando a lareira com os braços cruzados. Ela já estava coberta pelo seu longo robe e desviou o olhar calmamente para ele.


 


-       Pensei que estivesse dormindo. – ele disse abrindo os botões de sua blusa.


 


Ela assentiu e tornou a encarar o fogo dançar a sua frente.


 


-       Já estou indo. – foi tudo o que respondeu usando uma voz baixa e calma.


 


Draco seguiu para o closet onde trocou toda a roupa do jantar por sua calça de algodão. A roupa já conseguiu lhe prover um pouco de conforto e se sentiu grato pelo menos por isso. Voltou para o quarto e Hermione continuava exatamente no mesmo lugar. Ela parecia muito longe daquele quarto calada como estava.


 


Ele afastou as cobertas do seu lado da cama e deitou. Colocou os braços atrás para trás como apoio para sua cabeça e fechou os olhos. O silêncio o incomodou. Por mais cansado que estivesse se viu bem distante do sono.


 


-       Posso escutar o seu cérebro, Hermione. – disse ainda com os olhos fechados. – É bem irritante.


 


-       Desculpe. – a voz dela soou.


 


-       Por Deus! Não se desculpe! – Quando ela iria aprender que Malfoys não pediam desculpas.


 


-       Desculpe. – foi tudo que ela disse.


 


Ele abriu os olhos e suspirou.


 


-       Hermione, pensei que minha mãe já tivesse lhe ensinado, mas Malfoys não pedem descul...


 


-       VOU PEDIR DESCULPAS QUANTAS VEZES EU QUISER! – ela se exaltou e ele se viu surpreso. Não havia esperado aquilo. Sentou-se e ela se virou para ele. – VOU PEDIR DESCULPAS SEMPRE QUE EU QUISER PEDIR DESCULPAS! SEMPRE QUE HOUVER A NECESSIDADE DE SE PEDIR DESCULPAS! POR QUE VOCÊ SABE O QUE ISSO SIGNIFICA? SIGNIFICA TER EDUCAÇÃO! SIGNIFICA RESPEITO! – ela ofegou.


 


Draco se sentou e a encarou um tanto confuso.


 


-       Não vi que estava com raiva. – disse e a viu puxar o ar e abrir a boca pronta para se mostrar revoltada novamente, mas então simplesmente mudou a expressão, soltou o ar, cobriu o rosto e virou de costas novamente.


 


-       Não estou. – ela sussurrou. Suspirou umas duas ou três vezes e puxou os cabelos para trás. – Me desculpe.


 


-       Pare de pedir des...


 


-       NÃO! – ela tornou a voltar-se para ele. O olhar firme. Ele a encarou de volta. Ela trocou novamente a expressão e ele viu dor brilhar no dourado de seus olhos. – Eu não sei mais quem eu sou. – ela soltou. A voz fraca. – Eu quero tanto um filho. Eu nunca pensei que pudesse querer tanto algo. Eu sei que ele irá vir uma hora ou outra e talvez isso não esteja me fazendo bem porque eu sinto como se todo o amor do mundo já estivesse  em mim por causa disso. Quero tanto e já amo tanto. Isso tem me feito ser o pior de mim. – os olhos dela brilharam e dessa vez ele soube que eram só lágrimas. Ela suspirou decepcionada. – Estou sendo fria, minimalista, racional. Engano as pessoas, minto, tento ser esperta a qualquer custo. Vou deixar que Fred Weasley seja morto, prometi entregar Harry Potter a Voldemort quando passei a maior parte da minha vida lutando para o proteger dele. Tudo porque eu quero tanto algo. Tudo por algo que eu-quero. – a voz dela morreu e uma lágrima solitária escorreu sua bochecha pálida. Ela logo a limpou. – Eu nunca fui egoísta, Draco. – ela concluiu com a voz trêmula.


 


Eles se encararam por alguns segundos em silêncio. Draco engoliu a saliva. Ela estava passando pela fase que ele havia esperado que ela chegasse.


 


-       Não sou seu terapeuta. – disse. A expressão dela mudou no mesmo instante.


 


-       Deus do céu! – ela suplicou. – Será que você poderia não ser um ser detestável agora?


 


-       Você quer um conselho, Hermione? Vá dormir. – era o melhor que ele podia fazer por ela.


 


Ela o encarou incrédula. Por um segundo pareceu não saber o que falar, mas então seu rosto se contorceu numa careta.


 


-       Você não entende. – a dor estava ali novamente. – Na verdade, não tem o menor interesse de entender, de me entender. Não conhece quem eu era. Para você tudo que eu era não passava de uma Sangue-Ruim sabe-tudo.  Eu tenho uma alma, Draco. E diferente de você eu não procuro escondê-la. Ao menos procurava não escondê-la.


 


Ele uniu as sobrancelhas e se levantou.


 


-       Eu te dei um conselho: Vá dormir!  Estou te ajudando! Não seja ignorante! – se viu irritado e sem paciência por ver que ela estava o colocando no meio de seu momento temperamental.


 


-       Me ajudando? – ela subiu uma oitava não acreditando no que ele havia dito. – Realmente acha que eu consigo dormir?


 


-       É o melhor que pode fazer! – ele se aproximou. – O que você quer, Hermione? Quer que eu te conforte? É isso que quer? Pensei que já me conhecesse para saber que eu não vou te confortar, não vou te abraçar não vou te contar uma historinha para dormir! Eu estou te dando o melhor conselho que pode receber agora. Ou você que eu fale para desistir? Se é isso que quer vá em frente. Desista. Volte para o seu ponto zero, de onde começou, que se bem me lembro foi exatamente aqui nesse quarto, bem ali naquela cama, de onde você não queria levantar, não queria comer, não queria nem mesmo existir! Se quer desistir, volte para a cama, não levante mais dela, chore o dia inteiro pela criança que vão te tirar e pela vida miserável que vai ter, se é isso que vai te fazer se sentir melhor. – buscou ar. – Agora se quer ter a mínima chance de virar isso, Hermione. Engula o que quer que estiver passando agora, vá para a cama, durma, acorde amanhã, levante e lide com isso. Se amanha piorar, não importa. Vá dormir, acorde no dia seguinte, levante e lide com isso. Durma, acorde, levante e lide com isso. – aproximou-se mais. – Lide com isso. – repetiu. - Todos os dias. Até ficar forte. – terminou. O silêncio os preencheu. Hermione não ousava desviar os olhos dele. Draco apenas deu as costas e tornou a se sentar na cama. Encarou as próprias mãos. Soltou o ar. – Eu não sou alguém que irá te dizer um monte de palavras que fazê-la se sentir bem por alguns segundos. Não sou Theodore. – se viu dizer. Ergueu os olhos para ela. – Se algum dia eu quiser te fazer bem, acredite, não vai ser por alguns segundos.


 


Ela continuou em silêncio, parada e com os olhos fixos nele. Ele havia terminado ali. Tornou a deitar. Usou os braços como apoio para sua cabeça e fechou os olhos. Novamente ele se viu cansado, mas com o sono muito longe.


 


Não demorou muito e Hermione apagou a lareira e o restante das luzes. Ele abriu os olhos a tempo de vê-la se despir de seu robe e se enfiar debaixo das cobertas ao lado dele. Tornou a fechar os olhos e inalou o cheiro dela. Aquilo lhe trouxe um conforto do qual ficou bastante grato. Estava em casa. Não precisava passar a noite fazendo sexo com Hermione embora isso soasse bastante apelativo. A presença dela ali ao seu lado já parecia ser um pouco confortante. Estava seguro ali. Estava em casa. Aquilo era o suficiente para fazê-lo se sentir minimamente bem.


 


O sono não chegou e estava sentindo que já haviam se passado horas. Seus olhos continuavam fechados e seus pensamento não lhe davam nem um segundo de descanso. Se mover parecia estúpido, a última coisa que queria era se sentir mais acordado do que já estava.


 


-       Hermione. – se viu chamá-la. A voz baixa era o suficiente para alcança-la. Ela murmurou um som em resposta. Ele sabia que ela não estava dormindo. Não iria dormir tão cedo assim como ele. – Prometeu entregar Harry Potter ao mestre?


 


Ela suspirou.


 


-       Ele me deixaria ficar com a criança, caso fosse menina. – ela disse depois de alguns segundos.


 


O silêncio se estendeu por um tempo até Draco finalmente tornar a abrir a boca:


 


-       Sabe que ele pode não deixar, não sabe? Mesmo que entregue Potter.


 


-       Sei. – foi tudo que ela respondeu. O silêncio novamente. Dessa vez ele durou bem mais. – Talvez eu consiga fazer algo que o obrigue a cumprir o acordo. – suspirou. – Ainda não sei, mas eu tenho que tentar. Não sei se aguentaria perder outro filho, Draco.


 


Ele abriu os olhos e viu o teto logo acima. Virou a cabeça para encontrar os olhos abertos dela o encarando no escuro.


 


-       Não vamos perder mais nenhum filho. Precisa acreditar nisso. – disse – Temos um plano para isso.


 


Ela fechou os olhos, respirou fundo e balançou minimamente a cabeça negativamente contra o travesseiro.


 


-       Não é isso, Draco. – a voz dela foi quase mais baixa que um sussurro. Ela arrastou para mais perto dele. – Eu quero ficar com meu filho. Seja ele menino ou menina. Não quero só salvá-lo, manda-lo para longe dessa cidade onde ele vai ser criado talvez por alguém que eu nunca nem vi, não sabendo quando eu teria novamente a chance de vê-lo. – os olhos dela brilharam e a voz dela tremeu. – Eu quero tê-lo comigo. Quero fazê-lo dormir todos os dias, quero conhece-lo, quero que ele saiba que eu onde eu estiver, ali será o lugar mais seguro do mundo. Quero mostrar a ele que o amo. Todos os dias. Eu quero ser a mãe dele. – mais uma lágrima silenciosa escorreu o canto dos olhos dela.


 


Draco engoliu em seco. Virou-se para ela e tocou seu rosto com muito cuidado. Via nos olhos de Hermione sua mãe. O amor e cuidado único que via nos olhos silenciosos dela. Tinha na língua as palavras que iriam fazer com que mais lágrimas escapassem daqueles olhos. Ela sabia que aquilo não era o melhor para o filho que iriam ter e era exatamente aquilo que devia lhe cortar o coração. Primeiro, ele e Hermione não eram uma família para criar um filho. Segundo, Voldemort não deixaria que eles ficassem com um, já havia se feito bem claro a respeito disso. Terceiro, a situação em que estavam e o modo como jogavam dentro daquela guerra não tornava a casa deles o lugar mais seguro do mundo.


 


Não disse nada. Não tinha coragem o suficiente para ser racional ali. Ela havia dito todas aquelas palavras e criara nele a vontade de ter seu filho com ele todos os dias. Ficou em silêncio para se fazer acreditar que talvez houvesse uma chance, uma saída, uma boa justificativa. Soltou o ar e arrastou os dedos pela pele macia dela. Imaginou como seria. Talvez ele e Hermione pudessem fingir que eram uma família. Que eram felizes. Quem sabe.


 


Passou os braços por ela e a trouxe para perto. Suas pernas se entrelaçaram encontrando uma posição confortável para a proximidade que ele havia criado. O calor do corpo dela contra o seu o envolveu  e ele considerou que talvez assim pudesse dormir. O silêncio os encheu e durou.


 


Seu queixo tocava os cabelos dela e ele conseguia sentir aquele cheiro floral acalmar seus pensamentos. O inalou até finalmente conseguir sentir o sono chegar mais próximo.


 


- Hermione. – a chamou mais uma vez. A última. Ela respondeu com um murmúrio sonolento dessa vez. - Acha que minha vida é miserável? – Astoria havia dito aquilo.


 


Ela respirou fundo e soltou o ar devagar como se estivesse pensando a pergunta que havia sido feita.


 


-       Não sei. – respondeu muito baixo. - Você é feliz? – ela perguntou de volta.


 


Ele não precisou pensar tanto para responder:


 


-       Não.


 


Hermione suspirou e se acomodou mais contra ele.


 


-       Então talvez realmente seja miserável. – ela disse.


 


Draco respirou e fechou os olhos. Tinha um conselho para si mesmo: Lide com isso.















NA:  Feliz ano novo!! E aí? Como foi a virada de ano de vocês? Já vou começar desejando a todo mundo um feliz 2015! Tenho muitas espectativas para esse ano. Pretendo concluir Cidade das Pedras se tudo der certo! Espero que todos vocês tenham projetos e objetivos para esse ano. Eu acho sempre bom ter.
Enfim, obrigada a todos pelos comentários. Fico muito feliz que tenham gostado do presentinho de natal de vocês. Bom, com relação a esse capítulo, ele já tinha sido escrito antes, mas eu acabei reescrevendo. A parte em que o Theodoro "se revela" pra Hermione era para acontecer mais a frente, mas pelos comentários eu vi que vcs estavam ansiosas por alguém que tivesse a chance de competir pelo coração da Hermione. Resolvi dar uma adiantada. Deixem seus comentários com relação ao q aconteceu. O que vcs acham? haha O Draco claramente se incomodou e ele com seus conflitos internos pareceu não reagir muito bem hein... Até chegou a ofender a pobre da Hermione. haha Agora, e a Astoria? Ela disse umas verdades ali pro Draco que ficou matutando na cabeça dele. Vcs ainda acham que ela é uma ameaça? Quem vota ‘sim‘ quem vota ‘não‘? Façam suas observações! :)
A recomendação de hoje é um livro que vinham me recomendando fortemente, mas eu só ficava no "ok, vou comprar." Eu ficava tentada toda vez q ia a Barnes & Noble, mas não sei pq sempre acabava comprando outros títulos. Até que uma amiga me deu de presente e MEU DEUS DO CÉU! Gente, primeiro de tudo. A capa é a coisa mais linda desse mundo e se o livro não te vencer pela capa aqui vai outra motivação: Escócia. A história é contada na Escócia e vc já consegue imaginar todo o cenário maravilhoso só com essa palavrinha! O enredo é adulto e tem muito de história, o que eu simplesmente adoro! haha Não é o melhor livro do mundo nas primeiras páginas mas eu te garanto que a coisa fica louca se vc persistir! O livro tem aquela pegada de novela, q nem sempre me compra, mas gente do céu, os personagens são magníficos. A personagem principal é maravilhosa! Eu adoro personagens mulheres como principais, e na maioria das vezes, elas tem a tendência de serem meio burras as vezes e as vezes darem aquela cansada, principalmente quando é narrado em primeira pessoa. A personagem desse livro não é nem um pouquinho burra e vc não cansa nenhum segundo dela, tudo tem um motivo, tudo tem uma razão. E se tem uma coisa que eu fico louca nesse livro, é que o romance não começa de uma hora para a outra. Não é aquela coisa de olhei e me apaixonei. A coisa vai evoluindo, primeira vc shippa o casal, depois eles acontecem. Isso é lindo! Quem ainda não leu OUTLANDER, super recomendável! É uma série de oito livros parece. Eu já estou providenciando os outros. Tem um seriado também, mas eu nunca assisti então não sei se é bom ou não, mas o livro, VAI POR MIM! haha Sem contar que o Jamie delícia é um dos personagens mais densos que eu já conheci e se vc não se apaixonar por ele, VC NÃO É HUMANO! Estou ainda no estado de paixão pós-leitura, então não me culpem se acabei sendo um pouco intensa. hahaha

Pessoal, desculpa que o capítulo acabou saindo dia 05 pra vcs. Ainda é dia 04 pra mim por causa do fuso horário, mas é que responder os comentários demora bastante! E não dá pra responder qualquer coisa quando vcs fazem uns comentários foda de lindo desses! haha chega brilha meus olhinhos! 

Preciso dar esse aviso tbm, o dia 04 do mês que vem vou passar dentro de um avião. Então não vai rolar post. Ainda não sei se vou adiantar o capítulo pra vcs ou vou atrasar, tudo vai depender do andamento da minha escrita esse mês. E no mês de março na semana do dia 04 vou sair de spring break, é cedo mas vou estar aproveitando a data de uns amigos, daí vou estar viajando então não sei como vão estar sendo meus horários. Espero conseguir internet e tempo para postar. Qualquer coisa eu aviso no grupo do facebook.

Ah, tenho que comentar no geral tbm que algumas de vcs são demais por lerem os comentários e as respostas dos comentários uma das outras. Super me ajuda e eu não me vejo na necessidade de repetir algumas coisas. :) Vocês são os melhores leitores ever! hahaha





bbta black: Seja muitooooo bem vinda!!! Adoro quando as leitoras novas se manifestam! Que bom que está gostando da fic e UAU, vc leu tudo mesmo em dois dias? hahaha É engraçado pq já vão fazer quase dois anos que estou escrevendo essa fanfic e as vezes eu penso: "Meu Deus, está ficando muito mais longa do que eu esperava!". É um alívio saber que dá pra ler o material em dois dias! hahaha Obrigada pelo apoio! Espero te ver nos próximos capítulos! Feliz 2015!

jakelinealvesleal: Eu ainda temo pelo acordo que a Hermione fez com o Voldemort. Ele não é nadinha confiável. Só vendo pra crer mesmo! hahaha Espero que tbm tenha gostado desse capítulo! Feliz 2015!

Mimi Potter: Acho que nesse capítulo deu pra sentir um pouco desse elástico vai e vem que está se tornando a relação deles. Tem aquela situação do momento conflito, do momento culpa, do momento respeito, do momento briga, do momento conexão... e assim vai. E sim, faz um tempo q o Draco não encosta em outra mulher. Não quer dizer que faz muitooo tempo. Na verdade eu não quis ficar relatando, relatei uma vez que ele ficou com uma em um acampamento e acho que foi o suficiente para dar a entender como ele vem se sentindo todas as vezes que encosta em outra mulher. Não vi necessidade de relatar mais. Eu acabei deixando meio por alto, de propósito. Draco veio diminuindo o número com o tempo. Deixo para vocês mesmo se questionarem. Aos meus ollhos, eu vejo que até quando Hermione engravidou ele ainda se ocupava com uma ou outra, mas depois que a Hermione perdeu a filha ele não conseguiu mais. Não me preocupo em relatar muito essa parte dele porque não quero que "pegar mulher" seja uma característica que eu tenha que descontruir em detalhes, descontruir isso em detalhes faria o Draco ficar muito consciente disso, e era uma parte bem desenvolvida nele antes de se casar, ele ficaria muito alerta de que algo está mudando se ele percebesse isso com muita clareza. Quero que isso venha a se descontruír de forma quase que imperceptível para o próprio Draco. A parte que ele olha para a secretária no capítulo passado mostra um pouco disso porque meio que cai uma ficha dentro dela de "opa, peraí! a quando tempo que essa mulher ta aqui comigo todos os dias e eu não parei para olhar para ela?" Essa é a intenção. Fazer com que o interessante da Hermione o atraia mais e cada vez mais do que o interessante das outras mulheres. Eu creio que ainda vai haver um momento em que o Draco vai cair realmente em si, perceber o que ele era e o que ele é e acho que isso vai assustá-lo de uma maneira que ele vai acabar se vendo correr para meia dúzia de mulheres de uma vez só! hahaha Poderia ter acontecido nesse capítulo quando ele ficou bem angustiado pelo que viu quando chegou em casa, mas não aconteceu. haha Ah, e definitivamente a Hermione se sente culpada. Ela na verdade se sente culpada por tudo. Tudo no Draco para ela é sinonimo de culpa. Desde quando ela gostou de ter ido para cama com ele a primeira vez. Quanto mais ela se vê tragada por ele, mais culpa ela sente. É bom, ela sente que é bom, ela sente que quer, as vezes ela sente que é a única coisa que quer, mas depois... culpa. A vida dela é uma angústia total. Deu pra perceber um pouco nesse capítulo. E eu adoro o Draco dizendo: Lide com isso. Porque essa é a vida do Draco. Lide com isso. Eu ainda não descrevi nem justifiquei perfeitamente os motivos que o fizeram mudar, mas o treinamento do Draco no exército foi pesado. Ele era mimado, insuportáve, mesquinho, irritante, esnobe. Todo mundo sabe como ele era em Hogwarts. Tudo porque ele acreditava que a vida dele era perfeita. Tudo porque ele achava que dominava o mundo, tudo porque ele achava que o pai era um herói, porque achava que a mulher que amava era a maior sortuda do mundo por ter seu pai. Tudo para ele desmoronou quando as máscaras caíram, quando Voldemort voltou e determinou tarefas a ele. Ele se viu incapaz, se viu como um fracasso. O que fez ele ser forte foi isso. Dormir, acordar no outro dia, levantar e lidar com o q quer q seja. Encare. E ele com certeza deve se ver na Hermione agora. O mundo dela desmoronou. Ela está tentando sobreviver agora. Ah, e sem dúvida também a união de Draco e Hermione foi uma sacada de Voldemort. E eu não acho que a questão dela ter um pouco de ciúmes é por alimentar um sentimento de posse com relação ao Draco, eu acredito que ela se vê extremamente confusa com relação a tudo que ele representa. Eu acho que ela tem esse sentimento de fracasso dentro dela, um sentimento ruim ao se ver onde está. Ela percebe que nada daquilo havia sido o que ela tinha imaginado para si. Acho que é mais a frustração de saber que o marido que tem para a vida toda não se importa com ela, nem quer só ela. É mais pela situação. E também vejo que a preocupação dela em saber dos relacionamentos do Draco pende para o lado de que ela não quer se ver no escanteio como a Narcisa se vê mesmo sabendo que ela quem carrega o título de esposa. Então pode sim ser um início de algum sentimento diferente. Só espero que a culpa disso não a faça retroceder. Enfim... hahaha eu vou digitando e não calo o dedo. Super obrigada pelo comentário maravilhoso! Feliz 2015!

Danielle17:  Sim, eu não quero que a Hermione mude sem motivos. Esse capítulo quando ela deu essa surtadinha mostra um pouco o tanto do conflito que ela vem passando. A confusão, a culpa, mas agora ela tem um foco, ela só tem um caminho. O Draco ajudou ela, não foi nada amoroso nem delicado pq ele é Draco Malfoy, mas ele jogou na cara dela: enfrente. E só assim ela vai ser forte. Ela ainda vai ver que no fundo ele faz bem a ela, embora não tenha abraços, beijos, carícias e nem palavras confortantes. haha Obrigada pelo comentário e pelo apoio! Feliz 2015!

Anne Lizzy Bastos: Eu entendo que você não torça para a Pansy. Acho que ninguém torce, hahaha, é só um pouquinho de pena q rola. haha E olha, eu sei que vc não quer que o Draco traia a Hermione, mas acho que num futuro isso vai ser um pouco inevitável. Ainda não sei, mas como eu disse para a Mimi,  essa desconstrução de quem ele era antes de se casar ta acontecendo de forma muito sorrateira e acho que quando ele cair em si ele vai se assustar. Pode se esperar de tudo para a reação que ele pode ter né... haha! Anne, muito obrigada pelos elogios e pelo comentário! Feliz 2015!

Karla Dumbledore: Sim, você me acompanha desde muiiiittoooo tempo. O engraçado é que, se não me engano, acho que você foi o primeiro comentário que eu recebi depois de anosss sem escrever e postar nada. O primeiro post q eu fiz de Paradoxo Perfeito fiquei na maior angústia pra ver um resultado e vc foi lá e fez um comentário curtinho, mas me deu o maior incentivo! Obrigada pelo apoio, não sei nem como agradecer!  Feliz 2015!

Sra. T: HAHA! Acho que essa parte da Hermione e o Draco diante da Ordem já aconteceu na minha cabeça de milhões de formas diferentes possíveis. A treta vai vir sim, assim como a Ordem descobrindo sobre os dois. Obrigada pelo comentário e feliz 2015!

Elida: É verdade, eu não acho que Draco e Hermione são o tipo de casal que com um olhar iriam se apaixonar e viver a história de amor mais fantástica de todos os tempos. Construir a relação deles está sendo o máximo! Obrigada pelo comentário! Feliz 2015!

Byanca: Muito muito muito obrigada pelos elogios, Byanca! Comentários assim me dão uma super força e um super gas pra escrever! Feliz 2015!

Mary Malfoy: Continuação no ar... hahaha Obrigada pelo comentário! Feliz 2015!

dann: Eu nunca consegui reler nada logo depois que termino de ler. Não sei pq, mas eu não consigo ler nada sabendo o que vai acontecer. Eu preciso sentir o gosto da surpresa. hahaha E olha, acho que eu sou a única fã de a song of ice and fire que detesta a arya e não torce pela daenerys do jeito que todo mundo torce. Eu acho que a essencia da leitura dessa seria de livros é se deixar levar pelo que acontece num todo, pq eu vejo que são livros que não se focam em um bem absoluto nem em um mal absoluto, os personagens são tão imprevisíveis e tão humanos com seus erros e acertos q vc as vezes parece que é real, que eles existem mesmo de verdade, do tão humanos que eles são. hahaha Eu já amei e odiei a Cersei naqueles livros um zilhão de vezes.haha Agora com relação a Draco/Hermione/Amantes, em primeiro lugar a Hermione nunca quis ir para cama com Draco e ter feito sexo com ele e ter gostado já gerou uma carga de culpa que ela carrega. Ela também vê o quanto a coisa é esculaxada na relação Narcisa/Lucio. Ela não querer saber das outras relações dele é uma escapatória já pra não esculhambar com tudo de uma vez. Ela sabe que precisa e é obrigada ir para cama com um homem que não ama e que até pouco tempo atrás abominava. As coisas ficariam muito mais difíceis se ela tivesse que "abrir a perna" para ele sabendo que algumas horas atrás ele havia se trancado no escritório com a secretária ou seja lá quem for. Eu acho que ela iria se sentir imunda. Seria muito mais culpa para ela carregar pq nós todos sabemos que ela ia gostar do sexo com Draco de qualquer jeito. haha Se ele viesse assim para ela, a tocando e ela sabendo que ele havia acabado de terminar com outra mulher, acho que tudo que ela ia ficar pensando era "Será que ele pelo menos tomou banho?" haha Acho que seria uma experiência bem mais traumatizante para ela, principalmente se ela gostasse e fosse a loucura com o toque dele. Seria uma culpa absurda para ela carregar. E com relação ao Draco/Hermione ser comparado a Narcisa/Lucio, eu creio sim que existam muitas comparações a serem feitas entre esses dois casais, mas concordo que com relação ao relacionamento deles, não exista muito o que se comparar pq são definitivamente muito diferentes. Agora eu vejo que pelo olhar do Draco, por mais que ele não goste da Hermione, ele nunca quis ser igual ao pai, mesmo sabendo que a Hermione também não gosta dele. Eu creio que ele veja marido/mulher e não Draco/Hermione quando se trata do casamento em si, e o modelo que ele conhece de marido/mulher é lucio/narcisa e ele não quer repetir isso, nunca quis, por isso ele tinha uma aversão ao fato de se casar, pq ele não queria que fosse como seu pai e sua mãe. E agora ele se vê casado com Hermione e está entre ser como seu pai pq não ama Hermione ou respeitar Hermione para não ser como seu pai (lembrando que a imagem do pai dentro do casamento). Ele está tendo que lidar com essa situação, tentar arquilibrar o negócio. Isso é uma das coisas que o fez mudar rápido depois que se casou. Ele não consegue correr disso pq pelo q a gente já viu e até mesmo pelo que a Astoria falou nesse capítulo, a situação da família dele é algo sério pra ele. E nossa, no capítulo passado também acho que o Draco falando sobre amor foi um dos pontos altos. Ele esconde muita coisa para si, ele é bem mais denso do que a Hermione pensa que ele é. Enfim, obrigada pelo comentário e pelo super apoio! Feliz 2015!

Cidinha: Muito obrigada! Que vc tenha um ano novo repleto de realizações também! Espero te vez esse ano aqui tbm! Feliz 2015!

M R C: Ainda não sei como o bonde vai andar, mas também acredito que eles vão perceber os sentimentos, mas vão demorar realmente externar tudo. Não sei. A fic já passou da metade sim, mas ainda tem muita coisa para acontecer. Eles deram uma parada no tempo esses últimos capítulos, mas a coisa vai começar a andar daqui a pouco. Obrigada pelo comentário e pelo apoio. Feliz 2015!

Landa MS: Muita gente já falou que também credita na Hermione descender da linhagem de Merlin. Eu só não vou falar no que eu acredito pq senão já vou estar falando! haha Mas não esqueça que Voldemort não está pensando só no sangue da Hermione, ele está pensando na mistura do sangue dela com o de Draco. E ainda disse depois que ninguém havia ousado isso antes na história. ta na na na na!!! o que será?? hahaha Essa paixão que a gente cria pelo casal é forte, não é? Acho que principalmente para escritores. A gente faz uma construção do personagem e quando começa a moldá-lo parece que a gente começa a viver o mundo deles pelos nossos olhos. Dá mesmo uma paixão e é uma delícia. Obrigada pelo comentário e feliz 2015!

Anna Malfoy: Foi muito engraçado quando vc disse que espera a cena em que ele chega e ela corre para o braços dele. A cena dele chegando no capítulo passado foi pensada com a Hermione o esperando. Não ia rolar a parada dela correr para os braços dele pq eles ainda não estão nesse nível, mas ia rolar um negócio de preocupação e tal. Desisti da idéia pq não achei que iria soar muito na melodia de quem eles são. Acho que quando ele pergunta onde Hermione está e a Narcisa responde "e vc esperava q ela ia viesse te receber?" e ele ri e responde "eu sei com quem sou casado" é muito mais quem eles são agora do que ela correndo para os braços dele demonstrando toda preocupação do mundo. De qualquer forma, a ideia não foi totalmente descartada. Vamos dar uma polida no negócio e colocar ele no momento certo. Mas acho que sem a corrida para os braços um do outro pq não soa muito como eles realmente seriam. haha Ah, e o negócio do sangue, deu pra ver um pouco nesse capítulo. A Ordem está pegando alguns comensais. Eles não costumavam fazer isso pq a gente sabe que eles são mortos pela marca. A Hermione acredita que eles estão passando por uma fase de testes na Ordem. Eles devem ter desenvolvido alguma coisa e estão capturando comensais pra saber se é eficaz ou não. E o negócio do véu ainda está um pouco no obscuro, mas aos poucos se revelando. Capítulo passado deu pra ver que as informações que a Hermione tem são bem vagas, mas o que importa é que o negócio ta dando resultado e bastante trabalho para o império do voldie. E... quer dizer que vc é do tipo "não gosto do rony"? hahaha Eu gosto do Rony, acho que ele foi um personagem fundamental dentro da saga de Harry Potter. Só não gosto do Rony com a Hermione. O Rony podia facilmente ser uma paixão infantil dela, sem dúvida eu apoio, mas eu esperava que ela, como a personagem Hermione Granger dos livros de Harry Potter, passasse o Rony da vida dela com o decorrer do tempo. Eu não vi muito a evolução dele como eu vi a da Hermione. Acho que uma hora ou outra no futuro do relacionamento deles, ela passasse ele, superasse, seguisse em frente para coisas melhores. haha De qualquer forma, obrigada pelo comentário! Feliz 2015!

Renata Di-Lua Lovegood: A intenção é nunca deixar um capítulo mais ou menos. Eles acabam vindo, mas eu luto pra sempre superar. haha Obrigada pelo apoio e feliz 2015!

Riemisam: Adorei quando vc disse que Hermione está ganhando respeito no ninho das cobras. Ela realmente está começando a crescer dentro da cidade. Ela está começando a deixar de ser só a nova Malfoy, ela está começando a se impor, mostrar seu poder, sair do escritório e das casas de justiça que ficou trabalhando antes. Capítulo que vem acho que vai ficar muito melhor pra vcs entenderem como ela está lidando com a Malfoy que ela tem que ser segundo Narcisa e a Malfoy que ela quer ser no departamento do Draco. Nesse capítulo deu pra ver como ela tem se apresentado para aquele mundo. Ela não quer ser a madame Malfoy embora seja obrigada a ser algumas horas. Sempre que ela pode, está escapando para mostrar o cérebro que tem. E a tirada que ela deu nesse Sr. Wigham até eu pensei "vixxxxx.... cala-te!" hahaha Obrigada pelo comentário e feliz 2015! 

Taysi: Eu acho que um dos motivos principais de eu ter tido a vontade de escrever essa fic, foi que eu nunca li nenhuma fic que mostrasse a evolução de um relacionamento de personagens que tem espírito muito forte sem a desculpa da paixão. Eu acho que quando vc está apaixonado tudo é muito fácil. Ceder é muito fácil, sacrificar é muito fácil, superar é muito fácil. Mas todo mundo sabe que paixão vai e vem. Amor é diferente. Eu queria construir isso com eles. Sem a desculpa da paixão. É muito fácil eles se olharem, se tocarem e ficarem apaixonados. Hermione e Draco merecem algo mais profundo, uma base mais profunda, pq eles são um casal difícil. Eu não esperava que fosse me divertir tanto escrevendo sobre eles dois dessa forma. haha E concorco com vc que a Hermione já se viu presa em situações amorosas muito mais vezes do que o Draco, o que torna o ponto de vista dele bem mais interessante alguns momentos. Realmente o trabalho é bem maior em cima dele. A intensão da descoberta de algo novo e assustador. hahaha As coisas estão mesmo acontecendo mais rápido para ele. Ele esta se vendo ser tragado por ela, a Hermione capítulo passado trouxe ele pra realidade pq ela parece estar vivendo em uma outra sintonia. A culpa que ela carrega, como eu disse na resposta de outros comentários, ainda está a retendo mais, está a fazendo ser mais cuidadosa, mas acho que o Draco vai vendo essa resistência e ele vai começar a se irritar com isso e vai querer cada vez mais provar que ele não é alguém para se odiar. Pricipalmente pq ele já está saindo do campo de "a odeio". Agora com relação a decretar que o Draco está apaixonado pela Hermione, não acho que é bem por aí. O Draco não sabe o que é se apaixonar então eu não acho que vai haver um momento que ele vai entender que está apaixonado por ela. Eu acredito que aos poucos ele vai se encontrando completamente aflito, atraído, envolvido e mergulhado nela. Eu temo pelo momento em que isso acontecer com ele, pq vai ser uma situação louca que ele nunca antes se viu. Eu temo por qual vai ser a reação dele. Temo pelo pela loucura que ele pode cometer de se ver tão assustado com isso que a única saída que ele vai encontrar é correr. Eu ainda não sei de nada. Existem milhões de possibilidades na minha cabeça, tenho que polir cada uma delas pra ver qual vai se encaixar mais adequadamente. Agora, na situação em que eles se encontram, eu vejo que estão moldando mais o amor do que a paixão. O fato deles estarem se conhecendo, tentando fazer com que as peças se encaixem entre eles do melhor jeito possível, de como as coisas oscilam entre estarem bem, estarem mais ou menos, estarem com raivinha, estarem confuso, estarem bem de novo. Eu vejo isso moldando o amor deles mais do que a paixão. E mesmo o Draco estando mais próximo da paixão do que a Hermione, eu acho que as coisas vão acontecer muito mais rápido para ela quando ela conseguir superar ou se livrar desse peso da culpa porque depois de tantas paixões frustradas para a Hermione, o que mais vai importar para ela é o amor. E ela tbm está vivendo um momento muito confuso agora. Nesse capítulo, eu acho ótimo quando ela senta na frente do espelho e começa a trançar os cabelos enquanto a mente trabalha, no final quando ela também fica parada de frente a lareira. Eu vejo muito desses momentos acontecendo com ela ultimamente. Quando ela se vê sozinha, ela para, milhões de coisas explodem na cabeça dela e ela fica ali viajando em outro mundo. Eu vejo ela se fazendo uma pergunta vezes seguidas quando ela para e fica refletindo tudo que está acontecendo, tudo que ela está fazendo, quem ela esta se tornando. "quem sou eu?" Vejo ela se fazendo essa pergunta incesantemente. Não está sendo fácil para ela e acho que Draco se tornando um suporte pra moldar toda a superação dela vai ser crucial. Nesse capítulo a gente tbm teve mais um gostinho de Astoria. Capítulo que vem tbm vamos ter mais um pouquinho. Enfim, vou encerrando por aqui senão eu não paro... haha Feliz 2015!

the: Eu morri de rir de mim mesma quando vi seu comentário pela primeira vez. Eu sei que é meio burro, mas eu lia seu nome com o som de "di", artigo a/o em inglês que é "The". Quando vc comentou lá no facebook e eu vi que seu nome era Thereza, eu pensei "Ah... não é "The" o artigo, é som de "Tê" da abreviação de Thereza!" HAHAHA Dããããã hahahaaha Ai ai, enfim. Eu esperei muito tempo que alguém comentasse sobre como eu descrevo os olhos dela, você foi a primeira. Eu tenho os personagens na minha cabeça e eles se diferem em algumas coisas da descrição da Jk. Draco tem porte mais atlético por causa dos treinamentos no exército, não magricela, e eu não o vejo como loiro platinado, pra mim ele é apenas loiro. A Hermione na minha cabeça tbm não tem cabelos lanzudos nem dentes grandes, e eu vario em descrever os olhos dela as vezes como dourado as vezes como âmbar. Acho que dá um toque de oposição forte. Escrevi um pouco disso em algum capítulo passado quando ele fala que os olhos dela parecem verão e ela fala para ele que os dele parecem inverno. Mas compreendo que seja estranho. E não creio que o Draco tenha parado de fazer sexo com outras mulheres apenas porque o sexo com a Hermione é bom. Como eu venho comentando com as outras meninas acerca do Draco, ele não teve sexo com a Hermione num dia e no outro ele decretou que nunca mais conseguiria tocar em mais nenhuma mulher. Acho que foi com a Mimi que falei isso mais cedo, o Draco foi diminuindo o interesse por outras mulheres porque o interessante da Hermione era maior. O número foi caindo aos poucos e eu vejo que depois que ela engravidou ele ainda se viu mais envolvido com ela, depois que ela perdeu a filha eu acho que ele mesmo já não se viu capaz. Mas como eu disse para a Mimi, a intensão não é desconstruir essa parte de "pegar mulheres" dele. E eu tbm falei com a dann, tem o peso da relação marido/mulher que ele conhece dos pais q ele não quer repetir, mesmo a mulher sendo a Hermione. Acho que descrevi melhor para elas, se quiser ler minha resposta para elas não tem problema. E com relação ao tamanho da fic, vai ficar longa mesmo. Desde o começo era fazer uma long onde eu não tivesse que enxugar as coisas como eu era acostumada a fazer nas minhas outras fanfics dramione. Pq eu acho que o relacionamento Draco e Hermione merecem essa atenção, ser escrito com paciência, sem perder os detalhes. haha a fic já passou da metade, mas ainda tem muita coisa pra rolar. Não pretendo fazer segunda temporada nem dividir. Pensei nisso já um trilhão de vezes, mas sempre chego a conclusão que não vou dividir não. The, muito obrigada por todos os elogios. Fico muito agradecida pelo seu comentário e se quiser ser minha beta pode me chamar no inbox do facebook q eu to mesmo precisando. hahaha Feliz 2015 pra vc!








ps: Capítulo não revisado. 

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Comentários (16)

  • Renata Di-Lua Lovegood

    Toda vez que termino de ler um novo capítulo de CDP eu te juro: me faltam palavras.  A qualidade da tua narrativa é simplesmente de outro mundo. Este capítulo está bárbaro. A complexidade das relações e dos sentimentos é estonteante. Estou sem ar. PARABÉNS.

    2015-01-27
  • Mary Malfoy

    Eu chorei, confesso. Acho que Astória até pode estar jogando, mas nao acho que ela tenha um big plano maligno e tal. Não quero nem pensar quando a Hermione ficar gravida de novo, prevejo qe chorarei litros de novo. Ah, vc podia arrumar uma beta pra revisar os capitulos pq tem uns erros que as vezes dificultam o entendimento e td mais.. Enfim, só uma dica!

    2015-01-16
  • Anna Malfoy

    Adoro suas respostas pros cometários eu acabo criando a expectativa pros proximos capitulos. Eu acho que a sua fic é exatamente o que vc falou, ela desenrola um relacionamento denso como Draco e Hermione como poucas ficas ja fizerm (talvez nenhuma tenha feito) e olha que eu leio muito Draco/Hermione. Adorei aquela tirada que ela deu dizendo "entao vc nao gasta tempo de qualidade na sua biblioteca" senti muitas tretas. Acho que talvez Hermione seria capaz de despertar o senso critico dessas mulheres, e não acho que Astoria serveria como uma competidora por Draco, na real acho que o Draco pelo espirito mimado dele talvez nao aceite o fato de que ela superou ele tao bem, e que esteja muito feliz ao lado de Isaac, eu adorei essa ponta de sagacidade da Astoria, talvez ela e Hermione, ainda que nao pelos melhores motivos, consigam ser boas amigas.Adorei esse peso  de confusão que Hermione teve, para mim não precisa, não é como Hermione tivesse mudado do dia pra noite e abandonado tudo que ela sempre foi, mas como li os comentarios para algumas pessoas fazem falta. Tem essa coisa que Hermione desperta em Draco que eu acho fantastica, tipo quando ela disse que ela quer criar o filho dela, nao apenas gerar, e ele decide que talvez aquilo seria bom. Adoro pessoas inteligentes tipo o Isaac e tudo bem que Nott tenha despertado um sentimento em Hermione, mas nao da pra esperr que role lgo entre eles, eu ja penso que quando o Nott fez tudo que fez nesse capitulo ele acabou de assinar a execução dele haha.Espero muiiiiiiito pela rasteira que o Lord vai tomar, e eu to achando a Bela meia parada, mas eu tenho medo dela, ela é muit cruel. E eu acho que a ordem ja esta usando os comensais para teste. Ah acabei de lembrar espero tambem pelo momento que eles vao descobrir que Hermione Granger agora é Hermione Malfoy. E sobre o Rony não é que eu não goste dele como um todo, eu só acho que ele deu uma estagnada sabe, não se desenvolveu muito, e eu prefiro personagens mais conplexos, ninguem é de um todo bom, até mesmo nos livros eu acho Rony muito simples para Hermione, mesmo que alguem vá dizer que opostos se atraem e bla bla bla, Hermione faz mais o estilo de quem prefere lidar com desafios. Eu tive que editar meu comentario porque faltou algumas coisas: 1) eu concordo com a dann acho que o que Draco sentiu foi mais algo relacionado a posseção, e acho que ninguem aqui duvida o quanto ele pode ser o tipo de machão possesivo. Concordo com a essa declaraçã osobre a Pansy e o medo de quebrar o coração dela, e o unico ponto que eu não concordo é sobre a compreensão do Harry, porque no fundo eu acho que o Harry tem um pouco de mimado dentro dela, e não vai entender Hermione ter que casar com Draco, gerar um herdeiro e ainda fazer de tudo para salvar o herdeiro, ele e terminar com a guerra.2) Também achei ótima a parte que Draco diz que se for para fazer Hermione se sentir bem não vai ser por 5 min foi tipo =O, mas acho que isso saiu meio que inconsciente dele sabe, tipo para jogar na cara dela que ele pode fazer ela feliz, mas que ele não ta muito a fim, e acredito para essa fase do relacionamento deles ele não vai conseguir fazer ela se sentir tão feliz assim, pq a pouco eles se aceitaram juntos, nem da pra esperar que eles estejam apaixonados, quanto mais amando, mesmo Astoria tendo oferecido muito pra Draco "lidar" por exemplo a linha entre o amor e o odio.Não acho acho que seja o momento dela correr pros braços dele haha, e também não acho que mesmo eles apaixonados e envolvido romanticamente, do tipo estarem juntos por uma opção de se gostarem eles seriam do tipo que demonstrariam tanto afeto em publico, ela correr pra abraçar ele seria somente em casa, longe de publico, talvez apenas pros filhos (deixa eu ter esperança T-T, sonhar é de graça) 

    2015-01-14
  • dann

      Então como eu não tenho problemas em saber o final, eu normalmente releio, pq eh sério, se é um livro q to morrendo de vontade de ler, ou, se ele ficou bom enquanto leio, eu realmente leio rápido, e acabo perdendo alguns detalhes, minhas amigas falam "vc viu q tal personagem fez isso", e eu juro q não aconteceu, kkkk. Então esse é o legal de GoT, um personagem q eu amo pode ser um q vc detesta, pq não há um personagem totalmente bom nem mal, quero dizer há aqueles q a maioria gostam ou detestam, mas fora isso vc pode ser completamente apaixonada por um personagem q mais ninguém gosta. Eu tbm não sou grande fã da Daenerys, enqt eu tenho uma amiga q a ama, mas sabe o q eu adoro nos livros, é como as mulheres são fortes, por isso eu gosto da arya, eu a acho forte, principalmente pelo fato dela ser uma criança, ela aprendeu rápido as regras do jogo. Voltando a fic, eu entendo a construção da personagem da Hermione, mas o único ponto q realmente me incomodaria, era o fato de ser obrigada a fazer sexo c ele, e isso ela se saiu bem melhor do q eu achei, sério eu pensei em mil e uma reações da parte dela qnd fosse a primeira vez e as seguintes, e nisso ela foi simples, tipo, foi como uma tarefa, temos q transar, então vamos transar, por mais q houvesse uma ameaça ali e q ela não quisesse. Então qnd eu li sobre a parte do banho, eu rachei de rir aqui, porque ECA, que nojo, kkkkkkkkk, td mundo tem q tomar um banhinho qnd acaba neh. Ai uma coisa q me deixou com nojo, "Draco porquinho", kkkkkkk. Mas vamos combinar né, o tanto de sexo q ele tem c a Hermione, e ele conseguir em um msm dia transar c outra, ou, ele transar c outra e depois c a Hermione é mta coisa para uma pessoa, ele tinha q estar tdo esfolado, kkkkk, agora brincadeiras a parte, vamos ao capitulo de hj. Eu gostei não gostando da parte do admirador, quero dizer q eu gostei q theodoro apareceu e se declarou, eu já tava desconfiada dos sentimentos dele desde o cap da demissão, qnd ele se preocupou c ela, mas eu não sei se gosto dele, vamos ver mais pra frente como ele vai agir. E a reação do Draco, foi como eu esperava, eu não acho q ele sentiu ciúmes de uma forma romântica, foi mais de uma forma possessiva, por algo q é dele, os sentimentos estão mudando, mas eu acho que ainda não ta na fase amor. Mas também acho q se fosse um pouco antes, ele apenas diria para ela ser mais discreta, e agora ele está td pensativo, algo como, "eu tbm faço bem pra ela, mas é só sexo", e isso no fundo o está incomodando, pq ele sabe q para a Hermione sexo só é importante qnd ela ama, fora isso é só sexo. Eu achei legal a Astoria definindo a relação dele com Pansy, eu sempre achei q era sexo com alguém q o conhecia bem e q ele tbm gostava, mas ver q ele não terminou com a pansy para não magoá-la foi bom, pq mostra q ele tem coração, msm q ele jure q não. Qnt a Astoria, no começo qnd ele falou q ela foi a única por qm se apaixonou, eu achava q ele correria para ela ao perceber os seus novos sentimentos pela Hermione, sabe, mais para compará-los, para diferenciá-los, e chegar na conclusão de Astoria foi coisa de criança, Hermione é muito sério, é vital, rsrsr. Mas agora eu não sei, pq a Astoria parece q está bem resolvida qnt ao Draco, não q mulheres não traiam só por tesão, mas o principal é que o Draco é mto lógico, e ele sabe q o apoio do marido dela é mto importante para chegar aonde ele qr, então a pergunta é, ele colocaria em risco tds seus planos para tirar uma dúvida q no fundo ele sabe a resposta? Por isso q eu acho q ele vai correr para a Pansy, eu acho q ela vai fazer esse papel q era da Astoria, mas eu não sei, rsrsrs. Última coisa, eu acho q o personagem q vir para fazer ciuminhos pro draco, tem q abalar a Hermione, pq se ela não estiver envolvida, theodoro não vai representar nenhuma ameaça real para ele. Então eu espero ver mais beijos entre ela e seu novo admirador,kkk, eu sei q a maiorias das leitoras não querem isso. E tbm tem o Harry, que era o amor dela, mas que eu não sei se vai estar vivo no final para disputar pela Herms. Pq se ele estiver, eu acho q ele  entenderá o q ela fez e verá q não foi uma traição, ela estava defendendo o filho e ainda ganhando a guerra. Boas férias, curta bastante aí.

    2015-01-11
  • Christine Martins

    Toda vez que eu comento escreve isso, mas é verdade, a cada capítulo a fic fica melhor!!! Amei ver o Theodoro se declarando para a Hermione, o Draco com ciúmes foi ótimo de ser ver! Estou curiosa para ver o desenvolvimento dessa conspiração. Sutil e eficiente. As tiradas que a Hermione deu na galera foram muito boas. Queria ver o Harry, como ele está, como a Ordem está se organizando. Estou aqui na expectativa para o próximo capítulo! Beijos PS: Outlander é realmente uma série muito boa!! Eu li os três primeiros livros e pretendo ler os próximos. Agora também tem uma série de TV baseada no livros! O Jamie é sensacional.

    2015-01-11
  • Elida

    Amei, só posso começar assim, não esperava que acontecesse isso e muito menos que  Hermione fosse deixar mais ainda por estar na casa dos dois, espero que o Draco acorde pra vida dps disso, e que a Hermione pare de ser tão passiva em relação aos casos dele, afinal se ela tá começando a se importar isto a incomoda como ela msm diz e ele tem que falar a ele com todas as letras que pare. Pra mim a melhora frase do capítulo foi: "... Se algum dia eu quiser te fazer bem, acredite, não vai ser por alguns segundos." P E R F E I TO, apenas isso. Muito ansiosa para o próximo,queria mais de um nesse mês de janeiro, mas se não dá beleza, espero pro dia 4. Élida :*

    2015-01-10
  • Lisa Granger

    Oiii!!Feliz ano novoo!! Tudo de melhor em 2015 !! Vc mora no USA não é? Me toquei agora pq vc comentou do fuso horario e do spring break q vai ser na mesma epoca do meu :), to estudando aqui esse ano.Agora da fic, não comentei o cap anterior pq tava fazendo uma roadtrip na califa, so consegui um tempinho pra ler correndo rsrsEu to vendo q aos poucos o Draco ta se tocando do qntoa Herms faz falta, ele se lembrando dela no acampamento doido pra voltar pra casa e ignorando a mulher la só demostra isso, mas concordo com q vc foi dizendo as meninas q ele vai surtar qndo se tocar da profundidade disso, e to meio com medo da besteira q ele pode fazer. Em quesito besteira o q foi isso da Mione?????? Entendo q ela ta carente e talz mas o theodoro? Pfvr, ela é mais inteligente q isso pra cair nesse joguinho dele, tudo bem um admirador mas o Nott Naaaaao, o q me surpreendeu foi o Draco continuar são depois dessa, achei q ele nao ia nem mais olhar na cara dela, se bem q eu ainda acho q tlavez qndo ele for fazer sexo com ela, ele vai ficar com essa pulga atras da orelha rsrs. Tenho q dizer q qndo o Draco disse q se fosse fazer bem a ela seria mais q uns segundos, eu senti o soco no estomago pela Mione, hahhaha, foi um tapa pra ela acordar.Não sei se vejo a Astoria mais como uma ameaça, nao depois do toque q ela deu no Draco. Isso q o tio vold falou do sangue da mione, q essa mistura do sangue dos dois, pensei sera q alem de ela ser descendente de merlin(se for), os dois sao parentes de alguma forma, e o filho acabaria sendo de uma linhagem purissima, num sei, mas é bem a cara do tio vold uma coisa dessas....aaai é tanta informaçao na sua fic q eu sempre comento um dia depois q eu leio , isso qndo nao leio o capitulo duas vezes pra dar tempo de eu processar hahahah bjuuuus, vou ficar aguardando o proximo!!! 

    2015-01-08
  • Jess Mesquita

    Olha eu de novo ! Que capítulo intenso! O Nott acho que tem muita  coisa pra rolar em relação à ele. Gostei de saber a posição apesar do Isaac apesar de ainda não confiar nele já com a Astoria ainda não confio nela mas não chega ao ponto de ser uma ameaça,  aliás gostei do efeoto que as palavras dela teve sobre o Draco.  E  já falando dele amei o modo que ele se impos com apenas uma frase "Se algum dia eu quiser te fazer ben acredite, não vai ser ppr alguns segundos".  Enfim capítulo maravilhoso! Esperando o próximo. Até mês que vem ;) 

    2015-01-07
  • Mimi Potter

    Nott pirou de vez. Ele perdeu a linha. Como ele entra na casa do Draco e da Hermione assim e ainda faz essa cena toda. Isso vai dar a maior treta, né?  Eles irritados e depois se acalmando foi muito bom. A parceria do Draco e da Hermione no jantar foi ótima. Sacaram direitinho quem é quem e no momento certo. Discutir política sempre revela posição pessoal. Gostei do Isaac. Eu já tinha uma impressão legal dele, mas gostei dele animado nesse jantar. E ele falando pro Draco que vai ficar do lado dos Malfoy‘s em qualquer situação foi o melhor HAHAHAHA E Astoria se mostrando uma pessoa muito perceptiva. Achei muito madura a conversa dele com o Draco. Fiquei naquela curiosidade de saber se ela vai comentar sobre o aborto com o Isaac. Acho que o casal Bennet vai ser muito legal de acompanhar. Hermione e Draco não conseguem se desligar por muito tempo de suas dores, mas agora eles ao menos tem algum apoio um do outro. Um excelente capítulo! Boa viagem em fevereiro. Sempre ando de avião, mas detesto. Espero que o voo não seja tão longo. e bom spring break!

    2015-01-07
  • M R C

    ai ai ai nada como uma terceira pessoa pra destruir um "happy couple" hahahahahahah! achei muito crível a reação dele em relação ao pseudo beijo de Nott na Hermioen. Bem draco, irritado, explosivo.... mas no fundo, deixou passar ... ! tantas coisas envolvem o "sentir" ciúmes entre eles, que acho que ambos ainda terão de engolir muitos sapos. o sobrenome Bennet que vc colocou nos personagens foi em homenagem ao Pride and Prejudice ? Muito amor s2 espero que consiga postar antes de curtir o spring break ! nao sabia que começava em março nao. vc mora em qual país ? (se for muito pessoal nao precisa responder, mas fiquei curiosa). penso muito em sair do Brasil e morar fora, porém como advogada, creio não ter muitas oportunidades lá fora  =( obrigada novamente por mais esse capítulo MARA! beijos da Mari Castellani

    2015-01-07
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