De Volta a Grimmauld Place



Title: Departamento de Mistérios
Author name: Jesse Kimble
Author email: [email protected]
Category: Drama
Rating: PG - 13.
Spoilers: PS/SS, CoS, PoA, GoF, OOTP.
Shippers: Já tô descobrindo os rumos disso... fazer o quê? Minha natureza é Harry/Hermione, desculpa se vocês não gostam deles, mas fazer o que se o Rony tá morto?
Summary of the chapter: Como é voltar a Grimmauld Place um ano depois que Sirius foi inocentado?
Disclaimer: A minha bola de cristal está falhando, sabem... então ainda não posso explicar para vocês como eu não tive a idéia de criar Harry Potter antes da tia Jo...
A/N 1: Nesse capítulo eu começo a usar mais os nomes em inglês do quinto livro (pq sinceramente acho que a tradução da Lya Wyler ficou ridícula), então, para quem não percebeu: Grimmauld Place é o Largo Grimmauld, Kreacher é Monstro e acho que é só isso que eu usei neste capítulo.
A/N 2: E também quero agradecer a minha querida Dinah C. Potter, que sempre me incentivou desde a época que eu nem sabia que esse tipo de história se chamava fic... você sabe que eu te amo, né, coração? Muitos dedais para você!!!




Capítulo Dois - De volta a Grimmauld Place


"Vá para casa e descanse, Harry. Amanhã à noite teremos uma reunião para discutir isso."

"Onde?"

"Na sede da Ordem da Fênix."

Harry não conseguia tirar esse diálogo da memória. Não devia ter contado os planos para Dumbledore. Agora todos saberiam que ele estava se preparando para ser um assassino, não haveria mais como esconder.

Com esses pensamentos perturbando sua mente, Harry saiu de Hogwarts no meio da tarde e foi para o único lugar que pôde imaginar.

Caminhou por mais de meia hora até chegar a Hogsmeade. Pegou as chaves e entrou em uma bonita casa nos arredores da cidade.

- Harry? - ele ouviu uma voz descendo as escadas.

Largou a chave em cima de uma mesinha e subiu em silêncio. No quarto, Hermione se arrumava para sair.

- Cheguei. - anunciou ele sem cerimônia.

- Oi! O que está fazendo aqui a esta hora? Não deveria estar em Hogwarts?

- Snape assumiu minhas aulas por hoje. - respondeu ele, atirando-se de bruços na espaçosa cama de casal e enterrando seu rosto no travesseiro; tudo que ele queria era que a sua testa não queimasse tanto...

- O que aconteceu? - perguntou ela gentilmente, aproximando-se e sentando na cama ao lado dele.

- Eu não quero falar sobre isso, está bem? - respondeu ele entre os dentes, ainda assim, apertando o travesseiro com tanta força que parecia que as penas saltariam de dentro a qualquer instante.

- Então por que você veio? - replicou ela usando o mesmo tom.

- Vamos ter uma reunião amanhã. - expplicou Harry, respirando fundo e tentando se acalmar.

- Nós?

- A Ordem. Em Grimmauld Place.

- Ah... - murmurou Hermione, encarando-o. - E você vai?

Harry simplesmente acenou com a cabeça, não queria dizer em voz alta, tornaria real. Ele não queria que fosse real, não queria acreditar que tivesse que voltar para Grimmauld Place depois de tudo que tinha acontecido.

Mas era a sede da Ordem da Fênix, era onde as reuniões eram realizadas, Harry sabia disso quando aceitou o convite de Dumbledore para ajudar a Ordem.

- Você vai sair? - ele a observou, sentando na cama.

- Eu preciso comprar algumas coisas em Hogsmeade, não vou demorar. - responde ela, mas depois de pensar um pouco completou: - Se você quiser, eu posso ir amanhã...

"Fica aqui", pediu ele, não queria ficar sozinho, não com tudo que estava acontecendo. Hermione sempre estivera com ele nos piores momentos, mesmo quando Rony não esteve... Não queria lembrar de Rony, mas não podia evitar...

"Hoje faz dois anos", murmurou ele.

- Do quê? - perguntou ela curiosa.

"Rony", respondeu ele e Hermione lhe lançou um olhar extremamente censurador. Ela estava pronta para repreendê-lo, por que ele tinha que ficar lembrando essas coisas? Elas estão no passado, não fará nenhum bem remexê-las. Mas então viu que não podia repreender Harry, ele tinha razão. Rony fora o melhor amigo deles, era difícil esquecer e impossível perdoar...

- Você vai ficar aqui esta noite? - perguntou ela.

- Amanhã. - respondeu ele. Puxou a varinha e com um movimento, fez surgir um saquinho com gelo.

- Pra quê isso? - Hermione o observava com um pouco de curiosidade, embora ele imaginasse a resposta.

Se atirou de costas na cama, colocou o gelo na testa, sobre a cicatriz e fechou os olhos. "Ele está furioso. Sabe o que eu estou planejando.", afirmou Harry, sem esperar nenhuma resposta de Hermione.




***


Harry disse que não dormiria ali naquela noite, mas estava tão cansado que só percebeu o que fizera no dia seguinte, quando Hermione abriu a janela do quarto e deixou o sol ofuscar-lhe a visão.

- Você vai para Hogwarts hoje? - perguntou ela.

Harry pegou os óculos ao lado da cama e colocou-os.

- Vou. - murmurou ele, com a voz cheia de sono

- Então é melhor se apressar ou vai se atrasar. Eu tenho que ir ao Ministério, mas volto logo, se você quiser passar aqui para almoçarmos juntos...

- Vou tentar. - respondeu ele, fechando a porta do banheiro.

Saiu para Hogwarts sem tomar café. Não tinha tempo, teria que caminhar até a escola e de qualquer forma, estava tão nervoso que dificilmente algo passaria por sua garganta. Ainda não conseguira aceitar a idéia de que teria que voltar a Grimmauld Place. Desde que o padrinho tinha sido absolvido, ele sabia que teria que ir até lá para tomar posse da casa que Sirius deixara para ele, só não esperava que isso acontecesse tão cedo.

Em uma passagem rápida pela sala dos professores, Harry pegou alguns pergaminhos com as redações que tinha corrigido, depois foi direto para a masmorra para a aula dos terceiros anos.

Ensinar os alunos da Sonserina não era algo que Harry estava ansioso para fazer naquele dia. Sempre que podiam, os alunos tentavam explorar as fraquezas dele, fazendo perguntas sobre feitiços negros que ele nunca tinha ouvido falar. Mas dessa vez foi diferente.

Talvez porque sentissem que Harry não estava com humor para aturar piadinhas infantis, ou talvez porque Harry era realmente um bom professor e manteve a turma muito interessada nos novos feitiços, a verdade é que a aula correu extraordinariamente bem.

Após os dois períodos, Harry foi para a sua sala; era muito cedo para encontrar Hermione. Snape apareceu algum tempo depois para lhe entregar um frasco contendo a mesma poção do dia anterior.

"Você não tem andado bem ultimamente, Potter. Não adiantará nada você desafiar o Lord das Trevas se nem conseguir empunhar sua varinha", justificou ele.

Essa frase de Snape poderia soar estranha há dois anos atrás, quando ele ainda estudava em Hogwarts, mas não agora. Snape nunca perdoara Harry por todas as humilhações que Tiago lhe perpetrara e Harry não conseguia sentir simpatia pelo professor que passara sete anos tentando se vingar pelo que Tiago fizera. Porém, eles estavam lutando do mesmo lado, precisavam se ajudar, como Dumbledore mesmo disse "seremos tão fortes quanto formos unidos".

- Espero que saiba que terei que assumir suas classes pelo resto da semana, Potter. - disse Snape, em um tom quase de vitória.

- O quê? - surpreendeu-se Harry. Ele não gostava de ter que submeter seus alunos a passar mais horas com Snape do que o necessário.

- O diretor tem uma tarefa para você e para a Granger, achei que ele tinha lhe informado isso.

- Não informou. - respondeu Harry, cansado.

- Bem, com certeza ele o fará esta noite. Assumindo que você compareça à reunião, Potter.

Harry acenou com a cabeça, não estava com vontade de prolongar a conversa com Snape.

- Bem, de qualquer forma, esta noite lhe darei uma quantidade de poção suficiente para que você se mantenha em pé pelo resto da semana, ou pelo menos até que a tarefa seja cumprida. Boa sorte, Potter.

- Obrigado. - murmurou Harry, guardando a poção no bolso e saindo da sala.

Quando ele chegou, Hermione estava na cozinha, preparando o almoço. Ela não sabia preparar muitas comidas diferentes, mas era excelente nas que conhecia.

- Você chegou! - falou ela jovialmente quando ele apareceu na porta da cozinha.

- Não, eu ainda estou lá, é só meu espírito que veio te avisar que eu vou chegar daqui a pouquinho. - brincou ele e apontou para a porta - 'tá vendo? Agora eu estou entrando em casa.

- Engraçadinho! - riu ela

- Vê? Agora estou entrando na cozinha e abraçando minha namorada! - sorriu ele, enquanto passava as mãos pela cintura dela.

- Você não cresce mesmo, não é, Potter? - disse ela, tentando censurá-lo, mas não conseguindo esconder o enorme sorriso que surgia em seus lábios.

- E você não consegue parar de rir dessa criança, não é, Granger? - perguntou ele, beijando-a.

- O que mais eu posso fazer?

- Hum... - ele pensou por um instante e depois respondeu inocentemente: - Talvez um feitiço para desgrudar a comida queimada da panela...

- Ah, não! Viu o que você me obrigou a fazer, Potter? - disse ela apontando a comida e apagando o fogo. - Depois ainda quer comer algo decente!

- Vamos sair para comer algo decente, então. - convidou ele.

Eles foram até um pequeno e aconchegante restaurante no centro de Hogsmeade. Harry se sentia tão à vontade com Hermione e mal percebia o tempo passar. O simples fato de estar junto com ela fazia o tempo parar. Eles se viam quase todo dia, mas eram raras as oportunidades que tinham de saírem juntos. Ela estava sempre ocupada com as tarefas da ordem e com o emprego no Ministério.

- No que você está pensando? - perguntou ela gentilmente notando que ele estava distraído, enquanto esperavam a sobremesa.

- Acho que teremos que viajar essa semana. - perguntou ele, desviando o olhar da parede e encontrando os olhos dela. - Snape disse algo sobre Dumbledore ter uma tarefa para nós.

- Teremos que ir a Londres, eu suponho. Eu estava fazendo uma pesquisa sobre os cérebros no Departamento de Mistérios, deve ser sobre isso a reunião de hoje. - confidenciou ela.

Ela era uma das "inomináveis" do Ministério da Magia. Trabalhava no Departamento de Mistérios e não podia comentar sobre seu trabalho com ninguém. Por esse motivo, todos da Ordem sabiam do que se tratava.

- Eu também pesquisei o Departamento de Mistérios. - confessou Harry para surpresa da garota. - E aqueles cérebros são as únicas coisas que eu não descobri pra que que servem. Segundo a madame Pomfrey, eles servem para "deixar marcas profundas nas pessoas".

- Eu me lembro dessa! - sorriu Hermione - Ela disse isso depois que os cérebros agarraram a mão do...

Ela não terminou a frase - não podia. Harry esticou a mão por cima da mesa e cobriu a dela com a sua, sem precisar dizer nada. Logo depois o garçom trouxe a sobremesa e eles recomeçaram a conversa, se não estavam tão alegre quanto antes, pelo menos agora um clima um pouco menos pesado surgia entre eles.

Harry a acompanhou até em casa e depois voltou para a escola. Ainda teria que dar aula ao sexto ano da Corvinal e ao primeiro da Grifinória. Ele não ficou muito a vontade tendo que mostrar as Maldições Imperdoáveis a seus alunos, mas depois relaxou explicando feitiços básicos de defesa para os alunos do primeiro ano.

Harry usou a lareira da própria sala para ir até Grimmauld Place. Quando chegou a casa ainda estava vazia, Kreacher, Dumbledore tinha lhe dito, tinha morrido há alguns meses. Harry agradeceu por isso, não agüentaria aturar o elfo doméstico criticando Sirius. Ele afastou a cortina e sentou em um canto da sala, no chão, junto à parede.

Depois de toda a faxina que tinham feito, a casa estava realmente mudada. A sala de visitas se tornara um lugar muito mais agradável e era lá que as reuniões eram realizadas, ao invés da mal iluminada cozinha do porão. O quadro da Sra. Black fora finalmente retirado, graças a um feitiço que Lupin descobriu e agora eles podiam caminhar livremente pelo corredor sem se preocupar se o quadro acordaria gritando.

As paredes tinham sido recobertas por um novo papel de parede bege, que combinava com os móveis claros e com a cortina vermelha da sala. Ele já tinha estado ali umas cinco vezes desde que Sirius morrera, mas era a primeira vez desde que Sirius fora declarado inocente pelo ministério. Harry tirou os óculos e os colocou ao lado no chão.

Membros da Ordem começaram a chegar, mas ele não se importou. Sentado ali, não podia parar de imaginar como seria se ele estivesse vivendo naquela casa, com Sirius. O quarto do padrinho era o único que permaneceu intocado (Harry dera ordens para isso enquanto faziam a faxina) e era o único lugar da casa que ele não se atrevera a ir desde a morte de Sirius.

- Você não viu o Harry, Hermione? - perguntou Lupin depois de algum tempo, quando todos, exceto Dumbledore, haviam chegado.

- Eu almocei com ele, ele disse que viria direto para cá depois das aulas.

Ele passou levemente a mão pelo rosto e recolocou os óculos.

- Eu estou aqui. - disse ele tristemente, se levantando e chamando atenção para si.

Ele desceu discretamente até a cozinha, enquanto algumas pessoas ainda o observavam. Pegou um copo de água com gelo e sentou-se à beira da mesa.

- Você está bem? - Harry ouviu uma voz às suas costas perguntar preocupada.

Ele tomou um grande gole de água, virou-se para e forçando um sorriso, respondeu:

- Estou ótimo. A reunião já vai começar?


~~~~~ NEXT CHAPTER ~~~~~

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