Capitulo Dez



Hey gente, demorei um pouquinho, mas aqui está o capitulo! =D Espero que gostem... *--* 

To achando isso aqui parado demais... quase não vejo atualização em outras fics... a Floreios ta começando a ficar parada demais. =/ Mas isso não vai me impedir de terminar de postar a fic, tenham a certeza disso! =D

Espero que gostem do capitulo... e logo logo sai um novo capitulo de De Repente Pai... =D Já estou terminando de adaptar o cap e tals... muito em breve sai alguma coisa. Prometo!

Agora vamos a fic, neh?!

Não esqueçam dos reviews, hein? *--* Apesar de não estar respondendo, eu leio todos. *--* Voces são umas lindas! 

Beijos.
Angel_S 


--**--


Draco abriu os olhos e viu que ainda estavam sobre o oceano. Olhou para o relógio em seu pulso, havia dormido por 3 horas seguidas. Ao seu lado, William permanecia adormecido. Não haviam conversado ao entrar no avião, ambos sonolentos demais para trocar qualquer tipo de palavra. Apertou o botão ao lado da cadeira e uma aeromoça sorridente apareceu.


 


- Traga algumas bolachas e um chá, por favor.


- Sua Graça aceitaria alguns cupcakes? Temos de canela, blueberry, amoras, morango, nozes e chocolate.


- Traga-me um de blueberry e o chá.


- Quanto as bolachas?


- Só o cupcake e o chá.


 


                Com certa preguiça, Draco posicionou a cadeira um pouco mais ereta. Olhou pela janela do avião e suspirou, havia uma grande quantidade de nuvens abaixo dele. A chance de uma turbulência era grande, ainda mais naquela altura da viagem. A aeromoça o serviu, fazendo com que Draco desviasse a atenção do tempo do lado de fora do avião para o cupcake fumegante a sua frente.


 


- Acordou faz tempo? – perguntou um William sonolento, enquanto posicionava a cadeira.


- Faz alguns minutos.


- O que está comendo?


- Cupcake e chá.


 


                Em alguns minutos a aeromoça trazia a mesma coisa para William. Passaram os minutos seguintes calados, cada um perdido em seus próprios pensamentos.


 


- Como você está, Will? – perguntou Draco.


- Bem, dentro do possível. Minha avó está fazendo um inferno na vida de Kate. Rebaixou-a, recentemente. Ela será obrigada a fazer reverencia as minhas primas quando eu não estiver por perto.


- Por que sua avó fez isso?


- Tenho quase certeza que é para castigá-la por não engravidar – admitiu William, mais para si mesmo do que para Draco.


 


                Por alguns instantes, o silêncio reinou no avião. Draco sabia que aquele era um assunto delicado para William, ainda mais se a suspeitas se confirmassem. Se Catherine fosse realmente estéril, a vida dos dois iria ser transformada em um verdadeiro inferno.


 


- Ela já fez o exame?


- Ainda não, mas acho que irá fazer nesse período que estaremos fora.


- William, sei que é um assunto delicado, mas e se...


- Sei o que você vai me perguntar, e te digo que já tomei a minha decisão – Draco arregalou os olhos levemente. – Apesar de todos os erros de Kate, eu a amo. Não pensarei duas vezes antes de renunciar ao trono.


- Como?


- Draco, minha avó jamais passaria a coroa para uma mulher que não tenha a capacidade de procriar. – a voz de William era dura. – A vida de Kate seria um inferno e eu não quero isso para ela. Caso nossos temores se confirmem, eu renunciarei. Nós iremos morar em algum lugar mais afastado, onde possamos viver nossa vida em paz, e adotar filhos, se esse for o desejo dela. Além do mais, meu irmão pode ascender ao trono.


- Você se preparou para isso durante sua vida inteira, Will – Draco limpou a boca com um guardanapo.


- Continuarei com as minhas obrigações. Além do mais, terei mais tempo de me dedicar a marinha. – William sorriu triste, tentando convencer-se da própria decisão. – Sei que será o melhor a se fazer, Draco.


- Harry não está preparado para uma responsabilidade como essa, William. Seu irmão não conseguiria aguentar esse tipo de pressão que requer o herdeiro do trono.


- O que você está querendo dizer?


- Independente do resultado desse exame, não conte a sua avó.


- Isso é impossível. Não tenho como esconder algo desse tipo dela.


 


                Draco suspirou, William tinha razão. Jamais poderiam esconder algo de tamanha grandeza da Rainha. Não havia muitas alternativas, ou William renunciava ou assumia publicamente que sua esposa era infértil. E por mais que lutasse contra aquele sentimento, Draco sentiu pena do amigo. Sabia que a infertilidade de Catherine havia sido culpa unicamente dela. Será que deveria contar a ele sobre o aborto sofrido por Kate há tantos anos atrás?


                Em momentos como aquele, Draco tentava compreender o que havia levado a deitar-se com Catherine. Jamais sentira por ela o que sentia por Hermione, e seu coração falhou por um momento. Sua esposa havia ficado sozinha para enfrentar um turbilhão de paparazzi e repórteres enquanto ele estava indo para Nova York. Passou as mãos no cabelo, e desejou poder beijá-la naquele momento. Pela primeira vez em toda sua vida, entendeu o que William queria dizer. Por Hermione seria capaz de renunciar a tudo só para poder vê-la sorrindo, em paz.


 


- Eu entendo você – respondeu Draco em um murmúrio.


- Sei que entende – William sorriu com cumplicidade. – As pessoas me perguntam como eu sei se eu amo ou não Kate. Sabe, é muito simples eu largar tudo só para vê-la feliz. E você, Draco, fez isso por Hermione e já está fazendo por esse bebê que está a caminho – William bateu nas costas do amigo. – Sei que você não gostaria de estar viajando.


 


                De fato ele não gostaria de estar viajando. Preferia ficar em solo inglês até o bebê nascer. Ou até que tivesse certeza que Hermione e seu filho estavam seguros. E caso acontecesse alguma coisa com sua esposa enquanto estivesse fora? Draco mexeu-se incômodo, ao pensar nisso.


 


- Desculpe tê-lo feito viajar comigo. Eu realmente precisava de alguém de confiança


- Não se preocupe com isso. – tranquilizou Draco. – Está tudo sob controle.


- Seu pai...


- Fui visita-lo há alguns dias. Não parece ter muito tempo de vida, as coisas estão realmente complicadas.


- Mas e como você está?


- Bem – respondeu sem emoção. – Não há como chorar a morte de alguém que eu via apenas algumas horas por semana... Quando via.


 


 


 


                Batidas na porta do quarto despertaram Hermione. Havia dormido por horas a fio depois de Draco ter partido. Precisava se acostumar com a ideia da ausência do marido, e essa situação só iria piorar com o passar do tempo. E infelizmente, Lucius Malfoy estava para partir e logo Draco iria assumir mais uma função que iria consumir, ainda mais, o escasso tempo do marido.


 


- Pode entrar – Hermione sentou-se na cama. – Hey Anne!


 


                Annelise entrou no quarto sorridente, suas bochechas estavam coradas e ela tinha um aspecto muito mais saudável, no geral. Com um estalo quase imperceptível, a loira fechou a porta do quarto e correu para a cunhada, atirando-se na cama. Com pouco tempo de convivência, Hermione e Annelise haviam construído uma amizade forte e sólida, que permitia aquele tipo de intimidade.


                Com um abraço caloroso, Hermione deu as boas vindas a cunhada. Apesar de ter ficado poucos dias fora, a castanha sentira falta de Annelise. Era difícil ficar naquela casa sozinha, ou até mesmo sair sozinha.


 


- Conte-me tudo! – ordenou Hermione ansiosa. – Quero saber todos os detalhes. Não me esconda nada!


- Respira! – Annelise sorriu. – Eu não tenho como agradecer você e meu irmão.


- Pare com isso! Agora me conte tudo! Como foi?


 


                Passaram o resto da manhã conversando sobre o encontro de Annelise com Harry. Os bons momentos que tiveram juntos e as incertezas do futuro deles. A jornada, como todos sabiam, seria longa, tanto para Harry quanto para Annelise. Poderiam haver recaídas, momentos de estresse, algumas crises de abstinência.


 


- Tenho certeza que ele estará aqui quando você menos esperar! - comentou Hermione. – Tente não pensar nisso, que o tempo passa mais rápido.


- Não pensar é o mais difícil. – murmurou Annelise. – Agora vamos parar de falar sobre mim. Como está o meu sobrinho?


- Está se mexendo bastante. De agora em diante, pelo que a médica disse, ele não irá parar. – Hermione passou a mão no ventre. – Tenho uma consulta essa semana. Gostaria que você me acompanhasse.


- Por quanto tempo Draco ficará fora?


- De 7 a 10 dias. Não tenho certeza.


- Podemos aproveitar para comprar algumas coisas para o quartinho do bebê – Annelise sorriu de excitação. – Bibêlos, abajures, papel de parede.


- O quartinho está quase pronto, estou terminando de pintá-lo. Comprei o papel de parede também. Vai faltar os móveis... mas acho que está cedo para comprar.


- Claro que não. Faremos isso amanhã.


- Eu não tenho como sair de casa, Anne. Os paparazzi...


- Sairemos pelos fundos. – Annelise piscou marota. – Nós vamos dar um jeito.


 


 


 


                Já haviam passado 8 dias desde que chegara a Nova York. O tempo estava começando a esquentar, e a Primavera fazia-se presente aos poucos. Draco olhou pela janela do quarto de hotel que estava hospedado na 5ª avenida. O sol estava levantando-se preguiçoso. Aos poucos, o Central Park ia sendo iluminado. Se fosse permitido, iria abrir a janela apenas para sentir a brisa gelada e úmida que estaria soprando naquele momento.


Passara uma noite agitada, havia sonhado com o seu pai durante horas a fio. Acordara no meio da madrugada e desde então não havia conseguido mais dormir. Chegou a pegar o telefone para ligar para a irmã. Desde que visitara seu pai, não havia tido mais notícias e nem havia corrido atrás para obtê-las. Olhou o quarto escuro com atenção, seus olhos caíram na enorme cama vazia. Definitivamente, não estava mais acostumado a dormir sozinho.


Arrastou a única poltrona que havia no quarto até ficar de frente para a janela. Antes de sentar-se abriu a cortina por completo, queria ter uma visão completa do amanhecer. Sentou-se preguiçosamente na enorme poltrona e esperou o sol subir, aos poucos. Logo mais iria ter uma reunião crítica com alguns representantes do estado americano e precisava estar relaxado. Coçou os olhos, tentando espantar as visões do sonho que havia tido durante as poucas horas de sono, desde que soubera da doença de seu pai, Draco estava preparado para o pior. Só esperava que o pior não acontecesse enquanto estivesse viajando a trabalho.


Após algumas horas, ali na frente da janela, Draco foi tirado de seus pensamentos ao escutar leves batidas na porta de seu quarto. Fechou o robe negro que estava usando, e abriu a porta. Uma mulher com certa idade entrou trazendo o carrinho com o café da manhã. Não estava com fome, mas iria obrigar-se a comer. Em dias como aquele, a única refeição a qual tinha certeza que iria fazer era o café da manhã.


Ao abrir a bandeja, deparou-se com o típico café da manhã americano. Ovos mexidos, bacon, salsicha, suco de toranja para acompanhar. Algumas torradas e pasta de amendoim. Draco respirou profundamente. Havia aprendido, desde pequeno a comer de tudo, não pudera ter os nojos que a maior parte das pessoas tinha. Sabia que iria viajar muito e que precisava se habituar a comer qualquer coisa, mas dizer que aquele era seu café da manhã preferido era uma grande mentira. Gostava de coisas mais naturais, como frutas.


                Enquanto comia os ovos mexidos escutou o celular tocou. Sorriu ao reconhecer a música que havia escolhido para ser o toque de Hermione.


 


- Bom dia, Herms.


- Draco... – a voz de Hermione estava tensa.


- O que aconteceu?


 


                Houve longos segundos de silencio por parte de Hermione, ela parecia estar escolhendo as palavras. Draco sentiu o coração acelerar, infelizmente ele aprendera a conhecer Hermione bem demais para saber que o que iria ser falado era realmente sério.


 


- Draco, seu pai... – ela prendeu a respiração, tentando escolher as palavras. – Seu pai faleceu essa manhã.


 


                Silêncio. Longos minutos onde a única coisa que se escutava era a respiração travada de Hermione e as curtas baforadas que Draco soltava.


 


- Chego ainda hoje.


- O que você quer que eu faça?


- Annelise?


- Já está sabendo. Infelizmente, não conseguiram entrar em contato com você e ligaram para ela.


 


                Draco sentou na enorme cama sem saber ao certo o que fazer. Deveria interromper sua estadia no continente americano e partir no primeiro voo para a Inglaterra. Deixou Hermione falar o quanto lamentava por ele estar por perto, mesmo sabendo que a morte de Lucius não o atingia como deveria atingir um filho que perde o pai.


                Era mais um inferno que pairava sobre a cabeça da família Malfoy, e Draco tinha por obrigação proteger a todos. Ainda tinha que pensar no funeral, que deveria ser preparado o quanto antes.


 


- Herms, me dê um tempo para ver o que eu posso fazer.


- Draco, me deixe ajudá-lo.


- Você não deve ficar nervosa, e esse tipo situação causa um estresse desnecessário – Hermione pode escutar o suspiro do marido, do outro lado da linha. – Irei organizar o enterro para amanhã a tarde. Se você puder, tente arranjar algum tipo de recepção em casa.


- Compreendo.


- Se puder, entre em contato com a minha mãe e avise-a sobre o funeral.


- Claro, farei isso.


- Estarei ai o quanto antes. Não deixe que minha irmã faça qualquer aparição pública.


- Não se preocupe, Anne está segura. Preocupe-se com você.


- Nos vemos em breve.


- Sinto sua falta – admitiu Hermione.


- Eu também sinto.


 


                Draco depositou o celular no criado mudo que havia ao lado da cama. Separou uma roupa condizente com o seu estado e com o que acabara de acontecer. Dispensou o terno, optando por um sobretudo preto. Não se sentia exatamente triste, mas ainda sim, era uma perda. Alguém da sua família se fora.


                O último andar do hotel havia sido reservado para Draco e William, oferecendo a ambos total privacidade. Como esperado, Draco não encontrou ninguém ao sair de seu enorme apartamento. Caminhou lentamente para o apartamento onde William estava hospedado. Ao longe, viu o segurança de William na soleira da porta, havia algum tempo que dispensava seu segurança particular, mas William não tinha essa opção, sempre seria o alvo, e todo cuidado sempre era pouco quando se tratava da família real britânica.


 


- Sua Graça – cumprimentou o segurança antes de permitir a entrada de Draco aos aposentos de William.


 


                Aquele gesto arrancou um sorriso fraco de Draco. Apesar dos anos separados, William  continuava a permitir que Draco tivesse acesso livre aos seus aposentos. Ali estava a amizade deles novamente, superando os problemas de outrora.


 


- Bom dia, Draco – William estava sentado, comendo seu café da manhã enquanto fuçava no tablet atrás de noticias relevantes para o Reino Unido. – Sente-se.


- Will, preciso voltar para a Inglaterra imediatamente, não conseguirei ficar com você até o final.


- O que aconteceu? – William largou o tablet em cima da mesa e encarou Draco.


- Meu pai faleceu esta manhã. Hermione acabou de me ligar – Draco deixou seus ombros caírem. – Preciso ir arrumar as coisas para o velório. Não posso deixar esse tipo de coisa nas mãos da minha irmã ou de Hermione.


 


                William pegou o celular que repousava em cima da mesa. Draco viu o amigo cancelar todos os compromissos. As explicações de William eram poucas, e não mencionaram o nome de Lucius. Todas se resumiam a dizer que era um assunto de família de extrema importância.


 


- Embarcamos dentro de 1 hora – disse William no final da ultima ligação.


- Irei terminar de arrumar as minhas coisas, vejo você dentro de 30 min. – Draco se aproximou e, num gesto inesperado, abraçou o amigo. – Muito obrigado.


- Você não tem o que agradecer. Amigos, e acima de tudo, família é para isso.


 


                Draco colocou todas as suas coisas dentro de sua mala. Infelizmente não havia tido tempo de comprar muitas coisas para Hermione ou para Annelise. Seu tempo fora tão cronometrado, que acabara por encomendar alguns presentes.


               


- Mande alguém para buscar as minhas malas – solicitou o loiro a recepcionista.


 


                Com os dedos ágeis Draco discou o número da casa e a voz de Hermione chegou como um bálsamo. Era bom escutar ela, e ver que ali, poderia ter o apoio que precisava.


 


- Iremos decolar dentro de meia hora.


- Tão rápido assim?


- Preciso chegar o quanto antes – murmurou Draco. – Pedirei que avisem o momento em que avião decolar.


- Irei lhe esperar no aeroporto.


- Não precisa...


- Mas eu vou – interrompeu Hermione. – Não discuta comigo, ok?


- Preciso desligar. Provavelmente William já está me esperando no saguão.


 


                Em pouco menos de meia hora, William e Draco encontravam-se dentro do carro oficial da embaixada britânica nos Estados Unidos.


                Draco manteve sua atenção focada na paisagem que corria rápida do lado de fora. Não podia negar que estava triste com a partida de seu pai, apesar de ser algo esperado. Sentia falta da figura paterna que nunca existira e que ele lutaria com todas as forças para representar para o seu filho, que logo nasceria. Passou as mãos no cabelo, despenteando-o levemente. Por mais que não se sentisse realmente abalado, não gostaria de ter como última imagem seu pai dentro de um caixão. Pensou em sua mãe e por um instante sentiu vontade de ligar para ela.


 


- Em que está pensando?


- Em minha mãe – respondeu Draco vago.


- Como você acha que ela está reagindo?


- Não sei – respondeu sincero. – Eles não viviam como um casal há quase 18 anos. Não acredito que vá fazer muito diferença para ela.


- Nos últimos tempos ela estava com ele.


 


                Draco pensou nas últimas palavras de William. Nos últimos meses de seu pai, sua mãe ficara ao lado do marido, cuidando e acalentando como uma esposa dedicada. Ela fizera exatamente o que todos esperavam: Cuidou de Lucius apesar de todos os erros dele. Até o momento Draco condenava a atitude de sua mãe, afinal faziam mais de 18 anos que eles não eram o casal, e agora, na hora da morte do marido, resolvera estar ao lado dele.


                O carro parou minutos depois perto do jato que os esperava para poder decolar. A aeromoça os acomodou nas respectivas cadeiras e Draco voltou a pensar nos últimos dias do pai, e no que iria acarretar a morte dele. Assumiria o titulo de Duque e suas obrigações perante a realeza seriam ainda mais extensas. As viagens iriam aumentar e o tempo para dedicar-se a Hermione e o pequeno bebê iria diminuir drasticamente.


 


- Assim que chegarmos, irei acompanhá-lo até o hospital.


- Não é necessário, William.


- Não vou deixar que você resolva tudo sozinho. Acredite, você tem muito o que resolver. Além do mais, não há como expor Hermione dessa maneira, ela precisa ser poupada.


- Obrigado, meu amigo – Draco bateu nas costas de William. – Sua ajuda será muito bem vinda. Não quero que Hermione se envolva com isso. Quanto menos, melhor.


- Com certeza. Tente descansar um pouco. Sua noite vai ser longa.


 


                Draco fechou os olhos e rapidamente deixou-se levar por um sono sem sonhos.


 


 


 


O avião pousou horas depois em um aeroporto particular. Draco espreguiçou-se, passara a maior parte voo cochilando, ou melhor, tentando fugir de uma realidade que agora estava batendo a sua porta. Ao descer as escadas, viu Hermione ao longe, protegida por um longo sobretudo, na parte coberta da pista de pouso, mais bonita do que a última vez que a vira, há quase 10 dias atrás. Suas formas estavam ainda mais arredondadas, e sua barriga ainda mais proeminente. Agora só restava um pouco mais de três meses para que o novo Malfoy viesse ao mundo. Ele se aproximou da esposa, e sorriu ao sentir os braços dela rodeando seu pescoço.


 


- Como você está? – perguntou Hermione sussurrando, ainda abraçada ao marido.


- Me sinto estranho... passei a noite inteira sonhando com ele – confessou Draco. – Acordei era pouco mais de 4 horas da manhã, não consegui mais dormir. – Draco afastou Hermione para poder selar seus lábios com os dela. – Annelise? Minha mãe?


- Sua irmã preferiu ficar em casa, organizando algumas coisas. Apesar da notícia, ela está bem, um pouco abatida, mas sob controle. Eu tentei ligar para a sua mãe algumas vezes, mas ela não atendeu.


- Boa tarde, Hermione. – William cumprimentou Hermione com um aperto de mão. – Como você está? Espero que a ausência de Draco não tenha causado muitos incômodos.


- Não, deu tudo certo. Consegui adiantar muitas coisas do quartinho do bebê – ela sorriu pousando a mão no ventre.


- Herms, eu vou seguir para o hospital com William. Há muito o que ser resolvido.


- Só um instante – William saiu de perto para atender o celular.


- Como você está? – Draco pousou a mão no ventre de Hermione. – Como está o bebê?


- Estamos bem – ela sorriu. – Está correndo tudo dentro do previsto. Terminei de pintar o quarto, e sua irmã me ajudou a colar o papel de parede. Eu queria muito que você tivesse um final de semana para irmos comprar o enxoval – ela sabia que aquele pequeno relato era uma maneira boba de tentar distrai-lo.


- Claro – Draco forçou um sorriso, que não chegou aos olhos. – Preciso que você volte para casa e tente entrar em contato com a minha mãe, de qualquer maneira.


- Draco...


- Eu ficarei bem – Draco beijou a testa de Hermione com ternura. – Estarei em casa à noite.


- Promete?


- Claro.


 


                Com um suspiro resignado, Hermione viu Draco se afastar para acompanhar William após lhe dar um beijo de “até breve”. Viu o marido acenar positivamente para o príncipe enquanto trocavam algumas poucas palavras. Por um momento, Hermione se permitiu se revoltar com aquela situação. Afinal, era ela quem deveria estar acompanhando o marido. Era ela quem deveria estar dando o apoio que ele precisava.


                Fechou o sobretudo com um pouco mais de força antes de seguir para o carro que a esperava do lado de fora.


               


- Para onde, Senhora?


- Vamos voltar para casa.


 


                Pela janela do carro, Hermione viu o carro onde William e Draco estavam tomar a direção oposta a que estavam indo. Infelizmente a castanha não havia conseguido segurar a morte de Lucius tempo o suficiente para que Draco chegasse a Inglaterra. Poucas horas depois da morte do duque, a noticia havia se espalhado com uma rapidez impressionante, e para sua infelicidade havia uma concentração ainda maior de repórteres, equipes completas de televisão buscando depoimento dos familiares.


- Estamos chegando.


 


                A voz do motorista obrigou Hermione a voltar para o mundo real. Fechou a janela do carro, que até estão estava ligeiramente aberta e se endireitou. Iriam vê-la de qualquer maneira, através do vidro escurecido. Passou por eles sem lhes dedicar um minuto sequer de sua atenção, não era o momento. Sua família, apesar de tudo, deveria manter o luto por alguns dias. A gritaria do lado de fora era imensa,  e pela primeira vez Hermione temeu que a sede por notícias pudesse prejudicá-la, sentia o carro balançar conforme repórteres sedentos por um furo de reportagem aproximavam-se do carro. Pôs uma mão no peito sentindo o coração disparar e só conseguiu respirar normalmente quando o carro por fim estacionou dentro da garagem interna.


 


- A senhora está bem? – o motorista perguntou ao abrir-lhe a porta e Hermione apenas foi capaz de assentir. Naquele momento, mais do que nunca, sentiu a ausência de Draco.


 


                Sabia que só se sentiria realmente bem e segura se ele estivesse ali, ao seu lado. Mas isso não seria possível, não agora e pelo visto não tão cedo. Sentiu o bebê mexer-se com força em seu ventre e suspirou, com uma mão sobre a barriga só conseguia pensar que seus planos, mais uma vez, haviam ido por água abaixo. Havia passado a semana planejando o fim de semana, Draco estaria de volta e finalmente poderiam comprar todo o enxoval que faltava para o bebê, já havia inclusive olhado em algumas lojas, algumas peças lhe agradaram, mas estava decidida a só escolher definitivamente as peças para o quarto do bebê quando Draco estivesse ao seu lado, além do mais, ele havia prometido que seria assim.


                Mas agora, com a morte de Lucius, a família Malfoy deveria guardar luto por alguns dias, e todos os trâmites que um falecimento envolvem tomariam o pouco tempo que Draco poderia lhe dedicar atenção. Com um suspiro partiu em direção a casa, acariciava o ventre de forma involuntária e isso a lembrou da segunda parte de seus planos, havia feito um ultrassom na última consulta e estava ansiosa para mostrá-lo a Draco, mas pelo visto até isso teria de esperar.


 


- Narcisa? – viu-se surpresa ao entrar em sua casa e dar de cara com sua sogra, uma mulher sempre elegante que mesmo de luto parecia inabalável, o rosto erguido e limpo, sem nenhuma evidência de que havia chorado, ou sequer se importado pela morte de seu marido. Era a mesma Narcisa Malfoy de sempre. – Vejo que você já soube então. Sinto muito.


- Sente? – questionou sem rodeios. – Por que você deveria sentir muito se nem sequer o conheceu? Se nem seus próprios filhos sentem muito e muito menos eu, sua esposa. Há anos Lucius estava nessa luta Hermione, e não havia como ganhar. Se eu pudesse controlar alguma coisa, ele já teria partido há meses.


 


                Hermione conteve-se para não arregalar os olhos, como podia alguém ser tão desprezível assim? Independente do tipo de marido ou pai que Lucius fora, ele ainda era um ser humano.


 


- Onde está meu filho? – questionou sem realmente se importar.


- Preparando tudo para o velório e para o enterro, William está com ele... e Annelise está lá em cima, no quarto dela – respondeu sabendo que não interessava a Narcisa todas essas informações.


- Então acho que é só esperar – revirou os olhos. – Irei me retirar. Mandei os empregados arrumarem o quarto de visitas. – Com certa satisfação, Hermione viu Narcisa sentir-se desconfortável. – Não espero que você goste disso, mas antes de ser sua, essa casa foi minha e ainda tenho alguma autoridade aqui dentro.


 


                Hermione estava pronta para contestá-la, mas o esforço não valeria a pena. Além disso, sentia-se tão cansada que só conseguia pensar em se retirar para o seu quarto.


 


- Quarto de visitas? – Hermione ergueu uma sobrancelha.


- Infelizmente sou obrigada a ficar aqui até o final do luto. – disse com desprezo. – Assim que terminar, voltarei para Cambridge.


- Não há problemas, fique o tempo que precisar.

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Comentários (10)

  • Diênifer Santos Granger

    Narcisa Má!  kkkkkkkkkkk

    2013-06-28
  • Hermione Black Malfoy Riddle

    Sera q qndo o bebe chega a narcisa vai muda?

    2013-05-29
  • M. Weasley

    Realmente, a FeB tá bem parada! Mas enfim, eu tava mega ansiosa pelo cap. e nn me decepcionou, mas essa Narcisa me dá nos nervos kk- desprezível. To louca pelo bebê e mais louca ainda pelo desenrolar da trama Kate/Will/Rainha. Beeijos, to no aguardo! *o* 

    2013-05-23
  • SweetAngel33

    Xiii... Falo nada. Pau que nasce torto morre torto mesmo! (uahsushaush')Enfim... Apesar de tudo, tadinho do Lucius. Mas fazer o quê! Quando a Morte vem, ela nunca parte de mãos vazias.Sem contar que o Draco está de volta, mas nem toda atenção que Hermione deseja ela terá. Humpf...Ainda tem Anne e Harry, Will e Kate. Deus, que complicações...Pois bem...Amei o cap, meninas! Ansiosa pelo próximo!Beijooos! 

    2013-05-20
  • Jamie Darrow

    nossa essa narcisa é uma megera mesmo credo,eu ainda to curiosa sobre essa esterelidade da kate por na vida real ela já ta gravida e perto de ganhar o filho dela,eu acho que seria interessante ela engravidar depois de um tempo de sofrimento mas você quem sabe neh ate  logo.

    2013-05-17
  • Suzana G. Potter

    Aiai essa Narcisa!Hermione cada vez mais barriguda, eeee!-sonhei com a fic essa  noite. 

    2013-05-16
  • Barbara Rosier Malfoy

    Ooi !!!! A Narcisa vai tentar algo contra a Herms e o bebe  , enquanto estiver na casa dela???Bjo 

    2013-05-14
  • annalimaa_

    Desculpe não ter comentado antes, mas minha vida esta um verdadeiro inferno. Aconteceu o esperado, mas me sinto mal por eles. Mione sempre a que mais sofre com toda essa atenção. Quero mais cenas Anne e Harry, eles são tão fofos!!! Você tem razão, a FeB está morta, ninguém mais posta, de todas que eu sigo só você e uma outra atualizam. Beijos, Ana. 

    2013-05-14
  • Lisa Granger

    tava sentindo que algo ia acontecer nessa viagem. toda vez que fala que eles vão ter pouco tempo juntos por causa dos afazeres do Draco me da uma  pena deles :(. E pobre da Hermione que vai ser obrigada a aturar essa sogra chata em casa durante o luto, vai ter confusão não é? rsrsr 

    2013-05-14
  • Gabriela G. Potter

    Concordo, a FeB está meio fraquinha de atualizações, mesmo. Pode-se até dizer que está fraca de fics. A morte do Lucius era quase certa, entào não foi um capítulo de surpresas. Draco não vai contar nada ao William, né? Ele tem que descobrir sozinhoa cobra que a esposa dele é. E essa Rainha não é fraca, não, hein!A velha tem toda aquela pose real mas até que dá uma bela pedra no sapato.  

    2013-05-13
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