Capitulo Dois



Hey meninas/meninos,
Eu, infelizmente não vou ter como responder a todos os reviews, pois ainda estou com o problema nos ombros, o que me impede de digitar por muito tempo. Então, voces imaginam, neh? "/
Tem horas que eu sequer consigo pegar o meu leptop, pq eu simplesmente não tenho força para isso.
Tenho alguns exames para fazer, mas por hora, o médico pediu para eu não forçar demais, basta o que eu já forço no trabalho...
Eu li TODOS e amei-os! =D

Eu agradeço a todos que migraram para a Floreios unicamente para ler AHG! Vocês não tem ideia do quanto isso é importante para mim e para a Thys! É o nosso trabalho sendo reconhecido mais uma vez. =D Sejam todas muito bem vindas! =D

Gente, a partir de agora, eu só vou conseguir portar de 6 feira a noite, depois que eu sai do trabalho! As coisas mudaram bastante nesse começo de ano, e eu ainda não me adaptei a minha nova rotina... como minha mãe sempre diz: Tudo ao seu tempo.

Agora vamos ao que interessa, neh? =D Segue o 2º capitulo da 3ª e ultima temporada de Alugando Hermione Granger!!

Beijos
---***---


Hermione ainda se sentia estranha cada vez que era apresentada como Marquesa de Bristol, de certa forma ainda lhe soava irreal possuir um título de nobreza; ao contrário de quando se apresentava como Hermione Malfoy, havia tido de retirar seu sobrenome, não podendo manter os dois. Ao se apresentar assim sentia uma alegria repentina se apossar de seu espirito, esse era um sonho realizado.


Agora observando todas as pessoas que enchiam o Westminster Hall, o principal salão dentro do palácio usado apenas em ocasiões especiais – onde o fim do recesso não se incluiria, se não fosse pela reforma que estava sendo feita no salão usual.


Logo encontraram seus lugares na mesa da família Malfoy, e a surpresa de Hermione não poderia ser maior ao ver Lucius Malfoy, que na nomeação de Draco parecia magro e abatido, mas agora por mais que não aparentasse tamanha magreza, tinha a expressão cansada, quase que como derrotada e o cabelo loiro incrivelmente claro estava cortado curto, incomum para um homem que por anos manteve o cabelo comprido.


Lamentava por ele, estava definitivamente definhando, mas lamentava ainda mais pela distância entre pais e filhos em um momento desses. Estava afastada e revoltada com seu próprio pai, mas jamais lhe viraria as costas se soubesse que ele estava doente; já na família Malfoy a situação era totalmente oposta, Draco sequer lhe dizia o que estava acontecendo com o pai dele.


Cumprimentou a todos com a polidez necessária e sentou-se entre Draco e Annelise, certamente o lugar mais seguro da mesa, principalmente ao ver William e Catherine se aproximando. O príncipe deveria estar afastado de Londres ainda, não cabia a ele aparecer em tal evento – de fato William nunca antes fora até esse baile.


Os cumprimentos foram mais polidos que o necessário, palavras frias que ecoaram pelas paredes do salão que, sendo grande demais para a recepção íntima que deveria ser feita, tornava tudo ainda mais fora de lugar.


Por um momento Draco agradeceu por terem chegado quase atrasados, mesmo morando tão perto do palácio. O clima ficou pesado assim que a duquesa se sentou e os olhos dela pousaram sobre Hermione, ficou evidente o desgosto e a indiferença, pelo menos para Draco, que sentiu as entranhas se revolverem por uma mulher como Catherine pensar que poderia julgar a sua esposa.


Mas antes que qualquer comentário pudesse ser feito, o presidente da Câmara dos Lordes começou seu discurso, uma politicagem que era repetida ano após ano, não fazia promessas, pois não havia quem agradar ali, mas seu discurso cheio de pompa servia para descrever a imagem de um parlamento impecável e muito justo, o que todos sabiam não ser verdade o tempo todo.


Logo após ele, o presidente da Câmara dos Comuns começou seu discurso focado na valorização de ouvir o que o povo tem a dizer, Hermione o observou com minucia, o homem era atrevido, afinal tocar em tal assunto no meio de uma nobreza elitista não era simples, mas também era utópico demais, como sonhos e metas que Hermione, mesmo não entendendo nada ainda a respeito do parlamento, sabia que não poderia ser cumprido nessa encarnação.


Assim que os homens se retiraram, os membros do parlamento se ergueram para o tradicional brinde, e minutos depois o jantar era servido. Acontecimentos duradouros que não permitiram que nenhuma palavra fosse trocada, mas Hermione percebeu que sentado ao lado de William, Draco sentia falta de conversar com o amigo, mas a presença de uma Catherine visivelmente mal humorada tornava tudo mais complicado.


O prato do chef possuía uma porção ínfima, mas que tinha uma aparência deliciosa. Hermione sorriu para algo que Draco disse e quando todos começaram a comer, ela foi com ganas ao garfo, servindo-se de um pequeno pedaço. O cheiro era delicioso. Mas assim que começou a mastigar, uma ânsia tomou conta de si, fez o possível para disfarçar, que só não passou despercebido por Draco.


 


- Tudo bem? – ele sussurrou em seu ouvido e ela apenas assentiu, ainda não estava muito segura disso.


 


Tomou longos goles de sua água, dando intervalos para respirar fundo. Quando a sensação se aquietou, tentou mais uma vez, afinal de contas estava faminta. Mas não teve êxito, seu estômago se revirou, o que a fez tomar mais longos goles de água e se recostar um pouco em sua cadeira.


Aquela era só a entrada, logo o prato principal foi servido, Hermione conseguiu comer um pouco com pequenas garfadas que ficava mastigando por muito tempo, suas bochechas estavam coradas e já havia tomado quase um litro de água quando a sobremesa chegou. O doce a agradou, mas não fez o mal estar passar completamente.


Assim que as pessoas passaram a circular pelo salão Catherine se levantou para ir falar com algumas de suas amigas, enquanto Hermione pediu licença para ir ao toalete. Sua bexiga estava explodindo depois de tanta água.


 


- Vejo que vocês estão muito bem – disse William dando um tapinha no ombro de Draco, logo após ver Hermione beijando-o antes de ir ao toalete. Demonstrações de afeto desse tipo não era costumeiras em um círculo social onde os casamentos são feitos por interesse, não por sentimentos. Então não passou despercebido a ninguém o carinho do casal, e William não perderia a oportunidade de importunar o amigo.


 


A amizade certamente não era a mesma de anos atrás, não era mais tão pura quanto a de duas pessoas que cresceram juntos; mas estavam evoluindo muito bem, confiavam novamente um no outro e isso era o mais importante.


 


- Sinto dizer, mas não posso falar o mesmo sobre vocês dois – apontou com a cabeça para Catherine, que conversava com duas outras senhoras, mas mantinha a expressão séria e visivelmente não estava prestando atenção nelas. O suspiro de William lhe deu a confirmação de que algo não estava indo bem entre o casal. – Problemas no paraíso?


 


William sorveu um bom gole de seu uísque e encarou o amigo com uma expressão séria, mas por dentro estava despedaçado.


 


- Filhos – suspirou ele.


- Ela está? – Draco perguntou rapidamente, seus olhos arregalados de surpresa.


- Não – respondeu William com a voz triste. – Mas eu gostaria muito que estivesse – confessou. – Desde que nos casamos logo combinamos de não ficar impedindo nada, você sabe o quanto eu sempre gostei de famílias grandes e gostaria de ter meus filhos com Kate logo, ainda sou príncipe, por mais que tenha muitas responsabilidades e compromissos não é nem metade do que vou ter de tomar conta quando minha avó já não conseguir ser a monarca, por isso Kate e eu combinamos de termos filhos logo, afinal quero poder ter um tempo com eles antes que o trabalho me sugue completamente – suspirou.


- Não faz tanto tempo assim que vocês se casaram – Draco tentou amenizar.


- Nove meses já é tempo suficiente, Draco – disse de mal humor. – Veja por si mesmo! – apontou.


 


Claro que William estava certo e tinha um ponto, ele conhecia Hermione há dez meses e ela já estava indo para o terceiro mês de gestação. Mas Draco só disse o que disse tentando amenizar a situação, o que, claramente, não deu certo.


 


- Todos os meses nós tentamos, basta ela entrar no período fértil e nossa vida sexual vira uma loucura – disse William sem pudor, afinal a família Malfoy já havia se afastado por completo da mesa. – Mas cada teste que vem negativo é uma derrota, sabe? E antes que você me diga que estamos ansiosos demais, não é isso, sei que não é – William passou a mão pelo rosto e apoiou os cotovelos sobre a mesa, tampando seu rosto. – Meses antes de nos casarmos encontrei a cartela de pílulas de Kate, estava completa, ela sempre a guarda no mesmo lugar, e nunca havia nem uma pílula faltando... Ela sabe o quanto eu quero ter filhos, então mesmo que minha avó entrasse em surto por um filho antes do casamento, Kate sempre soube que não seria um problema para mim. Nós estamos tentando há meses, Draco, e não consigo sequer engravidar minha própria esposa.


- Mas vocês já...? – nesse momento Draco percebeu como a amizade entre eles não estava sólida o suficiente, em outras épocas falaria qualquer coisa sem o menor pudor, agora mencionar médicos e exames parecia algo constrangedor.


- Já fiz todos os exames necessários – ele deu de ombros. – Sou saudável e não tenho problema nenhum que possa impedi-la de engravidar.


- E Catherine? – perguntou Draco com receio.


 


Não era só constrangimento que fazia Draco se sentir receoso com a conversa, nem pelo ambiente público em que falavam sobre algo muito pessoal, mas sim saber o que poderia estar causando esse problema ao casal.


 


- Ela tem pavor do que os resultados podem dar – William suspirou e Draco por um minuto pensou que seu amigo começaria a chorar.


- Vem, vamos conversar lá fora, vou só avisar a Hermione – William assentiu pegando seu copo, trocou-o na bandeja de um dos garçons por um cheio e se afastou para o jardim.


- Hermione? – chamou Draco ao encontrá-la conversando com duas amáveis senhoras.


- Oi – ela sorriu afastando-se das mulheres e segurou a mão de Draco de forma discreta, quando sua vontade era beijá-lo e se aconchegar a ele.


- Estarei ali conversando com William – Draco apontou para a porta grande que dava para o jardim bem iluminado. – Você está melhor?


- Estou – ela respondeu, mas Draco arqueou uma sobrancelha sem acreditar. Ante o olhar dele ela suspirou. – Ainda estou um pouco enjoada, mas está melhorando – respondeu e ele moveu a cabeça em negação.


- Prometo não demorar, ok? – perguntou ao beijar sua testa.


- Não faça tempestade em copo d’água, Draco! – resmungou.


- Amanhã teremos de levantar cedo, vai ter um almoço na casa de meus pais – ele retrucou. – Só quero que você possa descansar. Não demoro.


 


Encontrou William apoiado contra a mureta que delineava uma varanda antes de começar o jardim, e se aproximou. Riu quando o amigo lhe estendeu um copo com uísque.


 


- Você deve levá-la a um especialista, William – disse Draco.


- Como, Draco? Como fazer isso sem que a cidade inteira descubra? Kate já se sente envergonhada o suficiente cada temporada que passamos em Londres quando, em toda e cada refeição, minha avó faz questão de lembrar que gostaria muito de ver os bisnetos e logo, ou então solta comentários que mesmo não sendo propositais a machucam, ela vem com histórias e receitas e manias, qualquer coisa assim, que ajuda na concepção e acredite, nós já tentamos todas – suspirou exausto. – O mal humor de Catherine hoje é porque ela ainda está abatida, poucos dias atrás tínhamos certeza de que dessa vez havia dado certo, mas o teste deu negativo e logo a menstruação dela desceu – William passou uma mão sob o cabelo. – Era tudo tão mais simples antes – confessou.


- Mas você a ama, não ama? – perguntou Draco.


- Mais do que tudo, não importa o que ela tenha feito, não consigo me imaginar sem ela...


- Então vocês vão conseguir – deu de ombros.


- Esse é o ingrediente secreto? – perguntou William fazendo graça e Draco moveu a cabeça.


- Antes fosse – resmungou.


- Não acredito! Você ainda não disse nada a ela?! – perguntou de olhos arregalados.


- Dizer o quê? – perguntou se fazendo de desentendido.


- Você é mesmo um tolo – disse William e o empurrou levemente.


- Não estamos falando sobre mim – retrucou e William moveu a cabeça.


 - Esse assunto já acabou, se Kate souber que eu falei qualquer coisa com alguém – passou o dedo no pescoço e Draco maneou a cabeça rindo.


 


Uma coisa admirava em William: ele nunca ficava choroso por mais tempo que o necessário.


 


- Vai lá cuidar da sua mulher – empurrou o amigo de leve novamente. – Todos perceberam que ela não estava bem – avisou William e Draco assentiu.


 


A definição de todos incluía sua mãe. Draco passou a mão pelo cabelo, o almoço no dia seguinte na casa de seus pais certamente seria interessante.


Encontrou Hermione conversando com Annelise e sorriu para as duas.


 


- Vamos? – perguntou segurando Hermione pela cintura, mordiscou o lábio para conter a vontade que sentia de beijá-la.


- Você está pior que o papai! – resmungou Annelise de braços cruzados.


- Seu principezinho nem sequer veio – apontou Draco. – Depois você tira satisfações com ele, mas agora é hora de irmos, Hermione não está bem, eu estou cansado e amanhã nós vamos para a casa de Narcisa Malfoy – disse Draco acentuando seu sotaque ainda mais, o que fez Annelise gargalhar. Sua mãe possuía o sotaque britânico forte e era exatamente assim que falava, o que, com o passar dos anos, se tornou a diversão dos irmãos: ficar imitando a voz rouca e imperativa de sua mãe, acompanhada do sotaque.


 


Deitados e abraçados sob a cama, minutos mais tarde, Hermione acariciou o peito de seu marido e o ouviu suspirar.


 


- O que William disse a você? – perguntou se erguendo um pouco para observar o rosto dele.


- Como?


- O que William te disse no jardim, você parece mais calado e sério, e logo que a conversa acabou você já foi nos chamar para vir embora, agradeço porque não estava mesmo me sentindo bem, mas eu conheço você e sei que não foi só por preocupação comigo em pagar um mico vomitando no meio do salão – debochou e Draco moveu a cabeça, rindo.


- William e Catherine estão com problemas para engravidar – ele disse ao se sentar, e Hermione sentou sobre as pernas, o rosto fixo no dele. – Ele disse que há mais de ano ela não toma a pílula.


- E você pensa que? – perguntou ela com o cenho franzido, entendendo qual o ponto que Draco queria chegar.


- Talvez o aborto que ela fez anos atrás possa ter tido algumas consequências, e devo admitir que me corrói por dentro a vontade de perguntar a ela, mas por outro lado, eles parecem realmente abalados, sabe? Por mais que eu odeie o que ela fez, não consigo jogar na cara dela que isso é culpa dela, porque sei que também é minha culpa, em parte, se eu não tivesse sido tão irresponsável...


- A culpa é toda dela – disse Hermione segurando seu rosto. – Primeiro por não tomar a pílula como deveria, segundo por sair com vocês dois ao mesmo tempo, e principalmente porque foi uma escolha dela fazer esse aborto, Draco. Você era um adolescente, não se culpe.


- Por mais que eu ache que ela não merece ser mãe, fico com pena de William, sei o quanto ele gostaria de ter uma família grande, como a mãe morreu muito cedo, ele e Harry foram criados mais pelos serviçais do palácio que por alguém amoroso, o pai deles vivia em problemas, e a rainha nunca foi fácil de se lidar... Ele queria justamente o oposto para sua família. – tocou o ventre de Hermione. – Nisso nós sempre pensamos iguais – riu. – E agora não consigo deixar de pensar em como a vida é irônica, nós não estávamos esperando, e veio, eles querem tanto e não conseguem – suspirou.


- Culpa sua – disse ela rindo e Draco abriu os olhos, por um momento pensou que ela soubesse de sua intenção de engravidá-la para convencê-la a se casar. Mas logo descartou a possibilidade, esse segredo ele levaria para o túmulo. – Eles já foram a um médico?


- Ela não quer, provavelmente porque já sabe o motivo – suspirou.


- Se eles se amam, isso não vai ser um problema – respondeu ela. – Hoje há vários tratamentos, e dinheiro certamente não será um problema. Só não imaginei que você ficaria tão sério por causa disso, claro, sinto muito por eles, mas ela só está sofrendo o que ela mesma causou.


 


O que o deixara pensativo não era o que acontecia entre Catherine e William, mas sim a conclusão de seus próprios sentimentos. Em outras épocas diria que filhos não importavam em uma relação, mas no momento em que William confessou que tentavam a meses e que queriam muitos filhos, tudo que Draco pôde imaginar foi o jardim de sua mansão infestado por brinquedos e risadas infantis, criancinhas loiras e castanhas correndo por ali.


Agora sim podia dizer que era um homem maduro, pensou ele. Casado, assumindo o cargo que sempre foi seu dever e futuro pai de família. O melhor de tudo era pensar que justamente agora que tinha tudo aquilo que desejara fugir toda sua vida, ele estava no momento mais feliz de sua vida.


 


 


A Mansão Malfoy situada entre Londres e Cambridge não poderia parecer mais fria e impessoal, agora sem os dois filhos por perto Narcisa Malfoy se via sozinha com um marido doente e um monte de empregados, um destino infeliz para uma mulher que nunca havia facilitado a vida de ninguém. Seu casamento com Lucius Malfoy fora arranjado quando ela tinha apenas dezessete anos e ele dez anos a mais, não levou um mês para todos os trâmites estarem certos e a união marcada, um ano depois ela dava a luz ao seu primeiro herdeiro, Draco.


Sua relação com Lucius sempre foi guiada por um companheirismo, Narcisa havia sido criada sob rédea curta, mas era uma mulher inteligente e sabia bolar estratégias como ninguém, isso a aproximou de Lucius nos primeiros anos de casamento, mas conforme Draco ia crescendo e exigindo mais atenção, afinal uma criança correndo pela casa sempre corre algum risco, a relação entre ela e Lucius começou a esfriar.


Quando Draco tinha sete anos Annelise chegou, numa tentativa desesperada de Narcisa por atrair seu marido novamente, Lucius estava sendo infiel e ela sabia, pensou que se o seduzisse novamente, se voltassem aos primeiros meses em que tudo se resumia a sexo e dormirem juntos, talvez tivesse seu marido de volta, mas logo na primeira noite acabou grávida novamente, uma gestação mais complicada que a anterior e que, por fim, acabou por afastá-los ainda mais. Sentia-se constantemente fraca e enjoada, seu desejo sexual resumiu-se a zero e seu humor oscilava a cada minuto. Foram os nove meses mais longos de sua vida, e quando deu a luz a uma menina, Lucius se sentiu decepcionado.


Sendo um Malfoy, ele vinha de uma longa linhagem de herdeiros homens, e ter uma filha foi decepcionante para Lucius, afinal ao se casar ela apagaria o sobrenome de sua família. As amantes voltaram a cena, mas Narcisa se manteve em seu lugar, como a esposa do parlamentar tão respeitável – pensou com sarcasmo, achava incrível nenhuma dessas vadias adolescentes ter aparecido para cobrar uma pensão de seu marido por algum filho bastardo, afinal ele a engravidara em sua primeira vez, e depois de meses de afastamento, logo na primeira tentativa de aproximação ela estava grávida novamente. Surpreendia terem tido só os dois.


Conforme seus filhos cresciam, Draco se tornou cada vez mais ausente e irresponsável, já Annelise por mais doce e delicada que fosse, só a fazia se lembrar de que seu marido havia desistido de vez do casamento quando ela estava grávida, cada vez que sua filha a chamava de mãe, tudo que Narcisa lembrava era a decepção de Lucius quando a parteira lhe disse que havia tido uma bela filha. E como se não fosse suficiente, nunca mais teve seu marido em sua cama, nem nenhum outro homem, tornou-se amargurada pela vida e pelo sofrimento imposto a ela, aprendeu a não chorar e agora ali estava ela, cuidando do marido infiel que a cada dia se deteriorava ainda mais.


O divórcio nunca havia acontecido na família Malfoy, e na vez que cogitou a hipótese, jamais se esqueceria, os olhos claros de Lucius brilharam em fúria e revolta, ainda podia sentir a mão dele apertando seu pescoço, mesmo já tendo passado mais de quinze anos, dizendo-lhe claramente “eu a mato, mas não me divorciarei jamais!”.


A aldrava sendo tocada chamou sua atenção, afastando-a de seus devaneios. Narcisa olhou-se no espelho de sua sala íntima e arrumou o penteado impecável, ao seu lado Lucius estava silencioso sobre a cadeira de rodas que o médico lhe recomendara na semana anterior. Alisou o vestido e pôs no rosto sua melhor expressão de mãe receptiva, pronta para ir ao encontro de seus filhos.


 


- Olá mamãe – Annelise disse com sua voz melodiosa, mas a expressão séria quando a mãe entrou na grande sala.


 


A recepção que recebeu de Draco e Hermione não foi mais animada, ótimo, pensou cansada. Não estava a fim de fingimentos nem joguinhos.


 


- Chamei vocês aqui para que me expliquem que história é essa de que Annelise não irá mais vir para casa aos finais de semana? – perguntou ela com o rosto erguido e voz rude. – Sempre foi assim, não há para quê mudar agora.


- Fiz dezoito anos, mamãe – ela disse dando um passo a frente. – Posso decidir por mim mesma, e minha escolha é não ficar aqui. Vocês nem sequer conversam conosco, nosso pai está definhando há meses, mas ninguém nos diz nada. Ele se afastou do parlamento, tem noção do que é isso? Meu pai jamais se afastou de lá, mesmo quando esteve mais fraco, e agora simplesmente não vai mais trabalhar, Draco foi nomeado e não há mais volta. Então se era para vir para cá e continuar assim, prefiro ficar no internato.


- Exceto pelo fato de que você não vai ficar no internato – respondeu Narcisa. – É claro que eu sei disso, querida. Essa mente astuta de vocês certamente não veio de seu pai! Com Draco morando em Londres você pode ir e voltar a hora que quiser do internato, só não entendo para quê!


 


Sob o olhar sério de seus dois filhos, Narcisa entendeu que era mais do que hora de dizer a eles o que Lucius Malfoy tinha. Quando estava são o suficiente, ele jamais lhe permitiria, mas aquela doença cruel estava destruindo-o pouco a pouco, e seus filhos mereciam saber a tormenta que seriam os próximos meses, o sofrimento de Lucius estava apenas começando.


Se acreditasse em Deus, Narcisa diria que seu marido estava colhendo aquilo que plantou, que essa doença era o seu castigo divino, o sofrimento que causou durante toda a vida a sua família agora lhe era devolvido.


 


- Foi exatamente por culpa de seu pai que chamei vocês dois aqui hoje – ela disse apontando para as poltronas. – Lucius nunca quis que vocês soubessem que ele estava doente, mas agora já não há nada que possamos fazer – suspirou. – Seu pai tem lúpus, sabemos disso há anos, mas os remédios sempre cumpriram sua função... até agora. Mudamos o tratamento no início do ano passado, pois o coquetel não fazia mais efeito, deu certo por um tempo até falhar. Mesmo sendo extremamente raro, como muitos médicos insistiram em nos repetir, por anos seu pai teve uma vida muito normal, e não é como se ele fosse morrer amanhã, mas seu corpo vai seguir se degenerando cada vez mais... – abaixou a cabeça.


 


Draco apertou firme a mão de Hermione sentindo o baque da notícia. Mas sua surpresa foi ainda maior ao constatar que não lamentava, não tanto quanto deveria, e o mesmo ocorria com sua irmã e, aparentemente com sua irmã, Lucius tinha uma família apenas de fachada. Suas traições nunca foram secretas, seu descaso e sua falta de tempo o fez se tornar implacável nos negócios, mas um lixo quando se tratava de sua própria família.


Hermione se encontrava atônita ante a falta de sentimentalismo que aquela notícia carregava consigo, sabia que Lucius Malfoy nunca fora um homem adorado, mas ao ponto de nem uma lágrima ser derramada ao saber disso fez seu coração doer. Encontrava-se provavelmente mais abalada que qualquer um deles.


 


- No final das contas – Draco lhe sussurrou quando sua mãe se afastou para buscar Lucius em sua cadeira de rodas – Anne escolheu o melhor momento para sair daqui – suspirou.


 


Hermione não disse nada, apenas pôs-se a olhar a sua cunhada que os admirava. Annelise lhe dedicou um leve sorriso, que Hermione retribuiu, e logo se afastou, haviam combinado de que ela buscaria o resto de suas coisas logo, e como Narcisa já sabia que ela não voltaria para casa, não havia porque prolongar isso.


 


- Draco – Narcisa o chamou. – Seu pai gostaria de falar a sós com você – ela apontou a sala de visitas íntimas e Draco se afastou para ver o pai. – E quanto a você – dirigiu-se a Hermione. – Era exatamente com quem eu gostaria de falar!


- Sim? – soltou incerta e franziu o cenho.


- Primeiro você enfeitiçou o meu filho, porque essa é a única opção aceitável para tudo que você fez com eles ao longo desses meses, depois a minha filha que parece maravilhada cada vez que se aproxima de você, e agora pensa que pode me fazer de tola? – perguntou com uma expressão séria e os olhos brilhosos de raiva. – Enquanto fico aqui cuidando de meu marido doente, você fica com meu filho por ai escondendo tudo que consegue... Primeiro essa viagem ridícula, que ninguém conseguiu saber para onde foi, agora isso – apontou para a castanha que permaneceu com o cenho franzido. – Você se casou grávida? Foi por isso que fizeram a besteira de se casarem tão rápido?


- É realmente isso que você pensa? – questionou Hermione ficando de pé. Não tinha mais medo de Narcisa Malfoy.


- É exatamente o que você fez, seduziu o meu filho e agora quer dar o golpe da barriga – apontou ela com uma expressão de nojo. – O engraçado é que meses atrás, quando você, uma Granger, apareceu aqui ao lado do meu filho eu disse que isso aconteceria, disse a ele que seria enganado, que você acabaria por lhe dar um golpe... Mesmo assim ele ficou ao seu lado, e agora o que posso dizer? Só lamento que Draco esteja tão cego a ponto de não ver como você quer usá-lo.


- Pois saiba que quem lamenta sou eu, mas lamento é por Draco e Annelise terem nascido em uma família assim, tão fria, tão incapaz de demonstrar qualquer resquício de sentimentos por outra pessoa... O que me soa engraçado, que eles são totalmente o oposto de você, mas bom para eles. Quem lamenta sou eu, mas é por você, Narcisa. Lamento que você esteja ficando sozinha nessa casa, seus filhos foram embora, seu marido está cada vez mais próximo de ir-se também... Quem lhe resta?


- Ora sua ordinária! – retrucou Narcisa sem se importar com etiqueta nem postura, agarrou o braço de Hermione com força, seus olhos reluziam a ira crescente em seu interior.


- Você escolheu isso, Narcisa, só você ao não cuidar da sua filha, ao não acreditar no seu filho, ao pensar que poderia sempre controlar a vida dos dois a seu bel prazer... Você quis assim.


 


Parado a porta Draco ouviu quando sua mãe ergueu a voz, sua primeira vontade foi de entrar correndo e levar Hermione embora dali, mas assim que hesitou pôde ouvi-la falar o que há meses certamente tinha entalado em sua garganta.


 


- Você pense o que quiser da minha gravidez, o que importa é o que eu sei o que eu sinto, assim como o que seu filho pensa a respeito, ele me apoiou, ele está ao meu lado e está louco por essa criança. É engraçado que eu tinha justamente medo de contar a vocês, porque era exatamente essa reação que eu esperava, como fui tola. Você não me atinge, Narcisa – declarou.


- Você se acha muito superior não é mesmo? Pensa que ninguém dirá nada até quando? Você pode tentar esconder o quanto quiser, mas uma mulher que já foi mãe sabe reconhecer quando alguém está grávida, já observei cada detalhe seu, Hermione...


- Pense o que quiser – Hermione a interrompeu, deixando Narcisa atônita. – A única razão de voltarmos aqui era porque Draco gostaria de ver a irmã, mas agora ele já assumiu seu posto no parlamento, não há mais nada a discutir e Annelise estará morando conosco, então Narcisa, mais uma vez lamento por você. Adeus.


 


 


- O que foi isso? – Annelise parou ao lado do irmão mais velho com os olhos arregalados. Suas malas vinham sendo carregadas pelos empregados, que logo se encarregariam de levá-las a Londres.


- Ela finalmente ouviu o que merecia – Draco respondeu com o olhar ainda focado em Hermione, que vinha em sua direção após soltar o braço que Narcisa segurava.


 


Sentia seu coração disparar a cada passo de Hermione, e só pode respirar quando ela abriu a porta e os viu parados ali, as bochechas dela coraram na hora e Hermione abaixou o rosto, envergonhada. Tudo que Draco fez foi puxá-la para seus braços, adorando-a ainda mais.


 


- Era exatamente o que minha mãe precisava ouvir – disse Annelise lhe piscando e Hermione soltou um risinho.


- Falei em sério, lamento por ela ter escolhido ser assim – suspirou.


- Vamos almoçar em outro lugar – disse Draco mudando rapidamente de assunto, passou o braço em volta da cintura de Hermione e beijou seu rosto, enquanto Annelise andava ao lado deles.


 --***--


Para quem queria um pouco mais de ação!!
Não esqueçam do review, hein? hehehe.


 

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Comentários (20)

  • Diênifer Santos Granger

    Muita ação! ;)

    2013-06-25
  • SweetAngel33

    Haha, bem feito pra Narcisa. Apesar de toda sua história lamentável e triste, ela podia ter sido, digamos, bem menos megera com eles, né? Não se pode cometer os mesmos erros dos nossos pais com nossos filhos, é o cúmulo da burrice. E digamos de passagem: fiquei ainda mais fã da Mione! (kk')O Draco e Anne... Bem, coitados deles, né? Agora sabem a garota que tem em suas vidas. A criança só fortalecerá o laço entre eles.Enfim...Adorei o cap, girl! Perfeito mesmo!Beijinhos! *-* 

    2013-03-31
  • Jamie Darrow

    Adorei finalmente a Narcisa ouviu umas verdades,eu queria saber mesmo o que você vai fazer em relação ao o Willian e a kate por que eu não sei se você sabe,mas agora a kate ta gravida ela vai ficar gravida aqui também?Fiquei curiosa com isso,mas to adorando a fic viu.

    2013-02-01
  • the

    Cara, hermione como sempre colocando as pessoas no ugares delas.. quem nrcisa malfoy pensa que é pra tratar as pessoas assim? a vadia tomou lindo e na cara, sem nem ter levado um tapa... É ISSO QUE É BONITO MAUAUAUUAU 

    2013-01-21
  • the

    Cara, hermione como sempre colocando as pessoas no ugares delas.. quem nrcisa malfoy pensa que é pra tratar as pessoas assim? a vadia tomou lindo e na cara, sem nem ter levado um tapa... É ISSO QUE É BONITO MAUAUAUUAU 

    2013-01-21
  • Jéssica Azevedo

    Nossa Herms, botou Narcisa no chinelo e ainda sambou em cima...

    2013-01-13
  • Carool Black

    Aleluia ela falou boas verdades pra Narcisa! Isso aí Herms! kkkkkk Poste mais logo querida! Beijos!

    2013-01-10
  • CaahF

    Olha, voc me fez migrar do Nyah para cá, então, por favor.. Posta logoooo kkAmoo sua fic.. beiijos 

    2013-01-09
  • Laira Leão

    AIII EU ADOREI...ACOMPANHO DESDE O NYAH QUE NAUM SABE O Q PERDEUOBG POR DEDICAREM UM POKO DO TEMPO DE VCS PRA NOS PROPORCIONAR UMA HISTORIA LINDABJUSS 

    2013-01-07
  • H. Granger Malfoy

    Ahhhh, finalmente a mione disse umas boas verdades pra essabruxa da narcisa... Tem q enfrentar msm!!! Quero saber o que olucous tinha pra falar com o draco, seé que isso n foi apenas uma desculpa de narcisa pra ficar a sos com hermione!!! Eu tambem estou louca pra conhecero mais novo malfoy, queria um menininho loiro e a cara do pai.... Lindo de morrrer!!! bjj 

    2013-01-07
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