Avanços



Capitulo 8 – Avanços


“Nós temos de ir ao hospital St. Mungus” disse Gina em tom de urgência. Ela olhou em volta para seus irmãos; eles ainda estavam, é claro, de pijamas. “Sirius, você pode nos emprestar capas ou qualquer coisa assim?”


“Esperem, vocês não podem ir até o hospital com tanta pressa!”


“Claro que podemos ir ao St. Mungus se quisermos.” disse Fred obstinadamente. “Ele é nosso pai!”


“E como vão explicar como ficaram sabendo que Arthur foi atacado antes mesmo deixarem a esposa dele saber disso?”


“O que isso importa?” disse Jorge com raiva.


“Importa porque nós não queremos atrair atenção pro fato de Harry estar tendo visões sobre coisas que acontecem centenas de quilômetros além!” disse Sirius irritado. “Você tem idéia do que o Ministro faria com essa informação?”


Fred e Jorge olharam com cara de quem não estava ligando a mínima para o que o Ministro faria. Rony ainda estava pálido e silencioso.


“Uma outra pessoa poderia ter nos contado” disse Gina “nós poderíamos ter ouvido de alguém que não fosse o Harry.”


“De quem, por exemplo?” disse Sirius impacientemente. “Escute, seu pai foi ferido no caminho para a Ordem e as circunstâncias já são duvidosas demais sem os filhos dele sabendo disso segundos após isso acontecer, você poderia prejudicar seriamente a Ordem...”


“Nós não ligamos para essa Ordem estúpida!” disse Fred.


“É sobre o nosso pai morrendo de que estamos falando!” gritou Jorge.


“Seu pai sabia no que estava se metendo e ele não vai agradecê-los por bagunçar as coisas para a Ordem!” disse Sirius igualmente furioso. “Isso é como as coisas são, isso é por que vocês não estão na Ordem, vocês não entendem, tem certas coisas que vale a pena morrer por elas.”


“Fácil pra você dizer, preso aqui!” berrou Fred. “Eu não vejo você arriscar o seu pescoço!”


“GARUDYNE!” Foi tudo o que ele ouviu antes de ser arremessado na parede mais próxima. Harry o encarava furioso, a farinha erguida e o Persona Jack Frost invocado. “Eu sei que vocês estão preocupados, mas não vai adiantar de nada brigarmos entre nós, Sirius está apenas sendo racional, você não pode culpá-lo por isso. Se você quiser continuar essa discussão inútil, então eu vou ter que usar qualquer meio necessário para pará-lo.” Vendo que ninguém se movia, Harry guardou a varinha, enquanto o Persona desaparecia. Logo depois, Sirius voltou a falar.


“Eu sei que é difícil, mas temos que agir como se não soubéssemos de nada ainda. Temos que ficar parados pelo menos até ouvirmos de sua mãe, tudo bem?”


Fred e Jorge ainda olharam rebeldemente. Gina, entretanto, deu alguns passos até a cadeira mais próxima e caiu nela.


Harry olhou para Rony, que fez um movimento engraçado que estava entre um aceno e um encolher de ombros e eles se sentaram também. Os gêmeos olharam penetrantemente para Sirius por outro minuto e então pegaram assentos ao lado de Gina.


“Tudo bem” disse Sirius encorajando “venham, vamos todos... Vamos tomar algo enquanto esperamos. Accio Cerveja Amanteigada!”


Ele levantou sua varinha, meia dúzia de copos vieram voando da copa para a frente deles, derrapando pela mesa, espalhando as sobras do jantar de Sirius, e pararam, limpos, em frente aos seis. Todos beberam e por um momento os únicos sons que se ouviam eram o estalar do fogo da cozinha e o macio golpe de seus copos na mesa.


Harry só estava bebendo para ter algo a fazer com as mãos. Seu estômago estava cheio de uma horrível, quente e borbulhante culpa. Não estariam ali se não fosse por ele; ainda estariam dormindo em suas camas. E não era bom contar a si mesmo que aumentando o alarme tinha assegurado que o Sr. Weasley fosse encontrado porque também não podia escapar do pensamento de ter sido ele quem tinha atacado o Sr. Weasley em primeiro lugar.


"Não seja bobo, você não tem presas", pensou consigo mesmo, tentando manter a calma, a mão com que segurava o copo estava tremendo. "Você estava dormindo em sua cama, não podia estar atacando ninguém..."


"Mas então, o que aconteceu no escritório de Dumbledore?", perguntou a si mesmo. "Eu senti como se quisesse atacar Dumbledore também..."


Bateu o copo um pouco mais forte do que planejava e derrubou um pouco na mesa. Ninguém percebeu. Então um estouro de fogo surgiu no ar, iluminando os pratos sujos na frente dele, e conforme gritavam pelo susto um rolo de pergaminho caiu com um baque sobre a mesa, acompanhado por uma singular pluma dourada de fênix.


“Fawkes!” disse Sirius de uma vez, pegando o pergaminho. “Essa não é a letra de Dumbledore, deve ser uma mensagem, da sua mãe, aqui...”


Ele empurrou a carta para as mãos de Jorge, que a rasgou para abri-la e a leu em voz alta:


"Seu pai ainda está vivo. Eu estou me dirigindo para o St. Mungus agora. Fiquem onde vocês estão. Mando notícias assim que eu puder.


Mamãe."


***


“Sirius” Harry murmurou, incapaz de aguardar mais. “Posso ter uma palavrinha com você? Er... Agora?”


Ele foi para a escura despensa e Sirius o seguiu. Sem delongas, Harry contou ao seu padrinho todos os detalhes da visão que tivera, incluindo o fato de que ele próprio era a cobra que havia atacado o Sr. Weasley. Quando parou para respirar, Sirius disse.


“Você contou isso a Dumbledore?”


“Sim” disse Harry impacientemente “mas ele não me contou o que isso queria dizer. Bem, ele na verdade não me conta mais nada.”


“Estou certo de que ele teria contado se fosse algo com o que você tivesse que se preocupar” disse Sirius com firmeza.


“Mas isso não é tudo” disse Harry numa voz somente um pouco acima de um sussurro. “Sirius, eu... Eu acho que estou ficando louco. Ainda no escritório de Dumbledore, logo antes de usarmos a chave do portal... Por alguns segundos eu achei que eu era uma cobra, eu me senti como uma, minha cicatriz doeu muito quando eu estava olhando para Dumbledore... Sirius, eu queria atacá-lo!”


Ele só podia ver um pedaço do rosto de Sirius; o restante estava na escuridão.


“Deve ter sido em conseqüência da visão, só isso. Você ainda estava pensando no sonho, ou seja lá o que foi aquilo e...”


“Não foi isso” disse Harry balançando a cabeça “era como algo crescendo dentro de mim, como se houvesse uma cobra dentro de mim.”


“Você precisa dormir” disse Sirius firmemente. “Você vai tomar o café da manhã, depois suba as escadas, vá para a cama e depois do almoço você poderá ir ver Arthur com os outros. Você está assustado, Harry; você está se culpando por algo que você apenas testemunhou e tivemos sorte de você ter testemunhado,ou Arthur talvez tivesse morrido. Simplesmente pare de se preocupar.”


Ele deu uma palmadinha no ombro de Harry e saiu da despensa, deixando Harry sozinho, no escuro.


Se ele não estivesse tão preocupado, teria percebido que seu poder para criar Personas do arcano do Hierofante havia almentado.


***


“Como você está se sentindo?” perguntou Hermione.


“Bem” disse Harry rigidamente.


“Oh, não minta, Harry” ela disse impacientemente. “Rony e Gina disseram que você está se escondendo de todos desde que saiu do St. Mungus.”


“Eles disseram?” disse Harry, olhando pra Rony e Gina. Rony olhou para seus pés mas Gina parecia totalmente desavergonhada.


“Bem, você tem!” ela disse. “E você não olha nenhum de nós!”


“Talvez você esteja pensando em turnos para olhá-lo e guarda desaparecidos mutuamente” sugeriu Hermione, o canto de sua boca tremia.


“Muito engraçado” disse Harry entre dentes, afastando-se.


“Oh, pare com esse sentimento todo incompreendido” disse Hermione severamente. “Olhe, os outros me disseram o que você escutou noite passada nas Orelhas Extensíveis...”


“É?” murmurou Harry, suas mãos afundadas em seus bolsos, observou a neve cair espessa do lado de fora. “Todos falam sobre mim, até você? Bem, eu estou me acostumando a isto.”


“Nós queremos falar com você, Harry” disse Gina “mas como você sempre tem se escondido desde que nós voltamos...”


“Eu não quis ninguém para conversar comigo” disse Harry, que estava se sentindo mais e mais irritado.


“Bem, foi um pouco estúpido da sua parte” disse Gina zangada “vê como você não sabe quase nada, mas eu, que fui possuída por Você-Sabe-Quem e posso contar a você como se sente.”


Harry permaneceu em silêncio com o impacto das palavras sobre si. Então deu uma volta ao redor.


“Eu esqueci” ele disse.


“Sorte sua” disse Gina friamente.


“Eu sinto muito” Harry disse e pretendia isto. “Assim... Assim, você acha que eu estou sendo possuído, então?”


“Bem, você pode recordar tudo que estava fazendo?” Gina perguntou. “Há grandes períodos vazios onde você não sabe o que estava fazendo?”


Harry refletiu.


“Não.”


“Então Você-Sabe-Quem não tem sempre possuído você” disse Gina simplesmente. “Quando ele fez isto comigo eu não podia recordar o que estava fazendo por determinado tempo. Eu me achava em algum lugar e não sabia como havia chegado lá.”


Harry dificilmente desafiou acreditar nela, ainda que seu coração estivesse mais leve.


“Apesar d'aquele sonho que eu tive sobre seu pai e a cobra...”


“Harry, você já teve esses sonhos antes” disse Hermione. “Você tinha flashes do que Voldemort estava tramando ano passado.”


“Isto era diferente” disse Harry, sacudindo sua cabeça. “Eu estava dentro da cobra. Isto foi como se eu fosse a cobra... E se Voldemort de algum modo me transportou a Londres...?”


“Um dia” disse Hermione, soando perfeitamente exasperada “você lerá Hogwarts: Uma História e talvez lembrará que você não pode Aparatar e Desaparatar dentro de Hogwarts. E Voldemort não pode fazer você sair voando do seu dormitório, Harry.”


“Você não deixou sua cama, amigo” disse Rony. “Eu vi você sussurrando em seu sono pelo menos um minuto antes que nós pudéssemos acordá-lo.”


Harry começou a andar para cima e para baixo no quarto outra vez, pensando. O que estavam dizendo não estava apenas o confortando, fazia sentido... Sem pensar, pegou um sanduíche do prato na cama e o colocou dentro da boca.


"Eu não sou a arma afinal", pensou Harry. Seu coração se encheu de felicidade e alívio, sentiu tudo junto enquanto escutaram Sirius passar pela porta a caminho do quarto de Bicuço, cantando "Deus te abençoe, querido hipogrifo" em voz alta.


Depois de um tempo, Gina e Hermione decidiram ir para seu próprio quarto.


“Esperem.” Chamou Harry antes que elas saíssem. “Obrigado.” Ele disse sinceramente, em resposta, ele apenas recebeu um sorriso de cada.


Tu és eu, e eu sou tu.


Tu estabeleceste um novo laço


Tu deveras ser abençoado quando criares Personas do arcano dos Amantes.


Junto com o novo Social Link, Harry sentiu seu poder sobre o arcano da Sacerdotisa crescer.


***


“Eu deveria falar com você sozinho, Potter” disse Snape “mas Black...”


“Eu sou padrinho dele” disse Sirius, mais alto que nunca.


“Eu estou aqui por ordens de Dumbledore” disse Snape, com sua voz, por contraste, mais baixa “mas sei que Black quer se sentir... Envolvido.”


“O que isso quis dizer?” disse Sirius, deixando sua cadeira cair, o que fez um grande barulho ao encontrar o chão.


“Apenas que eu tenho certeza que você deve se sentir, ah, frustrado pelo fato de que não pode fazer nada de útil” disse Snape com um delicado stress em suas palavras “para a Ordem.”


Era a vez de Sirius corar. Snape deu um olhar de triunfo ao se virar para Harry.


“O diretor me enviou para cá para dizer-lhe, Potter, que ele deseja que você estude Oclumencia nesse semestre.”


“Estudar o quê?” perguntou Harry.


O lábio de Snape se afinou.


“Oclumencia, Potter. A mágica defesa da mente contra penetração externa. Um tipo de magia obscura porém muito útil.”


O coração de Harry começou a bater rapidamente. "Defesa contra penetração externa? Mas ele não estava sendo possuído, todos concordaram com isso..."


“Por que eu tenho que estudar Oclumen-sei-lá-o-quê?” perguntou abruptamente.


“Porque o diretor acha que é uma boa idéia.” disse Snape calmamente. “Você terá aulas uma vez por semana mas não dirá a ninguém que estará fazendo, muito menos a Dolores Umbridge. Entendeu?”


“Sim” disse Harry. “Quem será meu professor?”


Snape levantou a sobrancelha.


“Eu.”


Harry teve a impressão de que todo seu interior estava derretendo. Aulas extras com Snape - "O que eu fiz para merecer isso?". Ele olhou rapidamente para Sirius, à procura de apoio.


“Por que o diretor não dará aulas ao Harry?” perguntou Sirius agressivamente. “Por que você?”


“Acredito que seja um privilégio do diretor escolher outra pessoa para uma tarefa tão desagradável” disse Snape. “Posso lhe garantir que não implorei por este emprego” ele se levantou. “Estarei esperando às seis horas na segunda a noite, Potter. Em minha sala. Se alguém perguntar você estará tendo aulas extras de Poções. Ninguém que já o tenha visto em minhas aulas negaria que você precise delas.”


Ele se virou para ir, sua capa preta de viagem sacudiu atrás de si.


“Espere um pouco” disse Sirius, sentando mais ereto em sua cadeira.


Snape virou para olhá-los.


“Eu estou com pressa, Black. Ao contrário de você, eu não tenha tempo livre ilimitado.”


“Irei direto ao ponto, então” disse Sirius, levantando-se. Ele era mais alto que Snape, o qual Harry percebeu segurar algo dentro do bolso, tinha certeza que era varinha. “Se eu souber que você esta usando as aulas de Oclumancia para pegar no pé do Harry você terá que se entender comigo.”


“Que comovente. Mas certamente você notou que Harry é muito semelhante com o pai?"


“Sim, notei” disse Sirius orgulhoso.


“Então você sabe o quão arrogante ele é e que críticas não o abalam” Snape disse calmamente.


Sirius empurrou sua cadeira brutamente para o lado e foi em direção a Snape, enquanto puxava a varinha. Snape puxou sua varinha também. Estavam se encarando, Sirius olhando agressivamente, Snape calculando, seus olhos se movendo rapidamente da ponta da varinha de Sirius para seu rosto.


“Sirius” disse Harry, mas ele parecia não ouvir.


“Eu te avisei” disse Sirius, seu rosto quase a um palmo do rosto do Snape “eu não ligo se Dumbledore acha que você se redimiu, eu sei que não...”


“Oh, então por que você não diz isso a ele?” sussurrou Snape. “Ou você tem medo que ele não leve a serio um homem que está se escondendo na casa da mãe por seis meses?”


“Diga-me como anda Lúcio Malfoy estes dias? Eu acho que ele está satisfeito com seu cachorrinho trabalhando em Hogwarts, não é?”


“Falando em cachorrinho” disse Snape suavemente “você sabia que Lúcio reconheceu você na ultima vez que arriscou uma saidinha até as ruas? Brilhante idéia, Black, deixando ser visto numa segura plataforma... Fazendo com que você não possa sair desse buraco no futuro, não foi?”


Sirius levantou a varinha.


“NÃO!” gritou Harry, correndo para ficar entre Sirius e Snape. “Sirius, não.”


“Você esta me chamando de covarde?” rosnou Sirius, tentando empurrar para fora do caminho, mas ele não sairia.


“Sim, estou.”


“Harry, saia daí” rosnou Sirius, empurrando-o com a mão livre.


A porta da cozinha se abriu e toda a família Weasley mais Hermione entraram, todos parecendo muito felizes, com o Sr. Weasley andando orgulhosamente e vestindo pijamas.


“Curado” ele anunciou para toda a cozinha. “Completamente curado!”


Ele e todos os Weasley congelaram ao ver a cena que se passava. Sirius e Snape também pararam, olharam para a porta com suas varinhas apontadas um para o outro e Harry imóvel entre eles, uma mão se esticou até eles tentando separálos.


“Pelas barbas de Merlin” disse o Sr. Weasley com o sorriso já desaparecido de seu rosto “o que esta acontecendo aqui?”


Sirius e Snape abaixaram suas varinhas. Harry olhou de um para o outro. Ambos com a mesma expressão de desprezo, ainda que a entrada inesperada de tantas testemunhas os tivesse trazido à razão. Snape colocou a varinha no bolso, deu meia volta e atravessou a cozinha, passando pelos Weasley sem dizer nada. Na porta ele se virou e disse.


“Seis horas, segunda feira à noite, Potter.”


“O que aconteceu?” perguntou novamente o Sr. Weasley.


“Nada Arthur” disse Sirius, que respirava fortemente como se tivesse corrido uma longa distância. “Apenas uma conversinha amigável entre velhos colegas de escola” parecendo fazer um esforço, ele sorriu “Então, você está curado... São ótimas noticias, realmente ótimas.”


“É mesmo, não é?” disse a Sra. Weasley, levando seu marido até a cadeira. “O medi-bruxo Smethwyc usou sua magia no final, achou um antídoto pro que for que a cobra tinha nas presas e Arthur aprendeu sua lição sobre mexer com medicina dos trouxas, não foi, querido?”


“Sim, Molly, querida” disse o Sr. Weasley gentilmente.


O jantar daquela noite deveria ter sido muito alegre, com o Sr. Weasley de volta entre eles. Harry poderia dizer que Sirius estava tentando, pelo menos, ainda que o padrinho não estivesse rindo forçadamente para as piadas de Fred e Jorge ou oferecendo mais comida a todos, seu rosto caíra em uma expressão triste e mal humorada. Harry foi separado dele por Mundungo e Olho-Tonto, que apareceram para dar parabéns ao Sr. Weasley pela melhora. Queria conversar com Sirius, para lhe dizer que não deveria ouvir uma só palavra do que Snape disse, que o estava alfinetando deliberadamente e que ninguém pensava que era um covarde por obedecer Dumbledore, que o mandou ficar no Grimmauld Place. Mas não teve nenhuma oportunidade para fazer isso, vendo a feia expressão que estava no rosto de Sirius Harry se perguntou se ousaria ou não dizer mesmo se tivesse a oportunidade. Ao invés, disse a Rony e a Hermione sobre ter aulas de Oclumancia com Snape.


“Dumbledore não quer você continue tendo esses sonhos com Voldemort” disse Hermione de uma vez. “Você não se sentira arrependido por não mais ter esses sonhos, não é?”


“Aulas extras com Snape?” disse Rony, chocado. “Eu preferiria ter os pesadelos!”


Eles voltariam a Hogwarts usando o Nôitibus Andante no dia seguinte, escoltados mais uma vez por Lupin e Tonks, os quais estavam tomando café da manhã quando Harry, Rony e Hermione desceram na manhã seguinte. Os adultos pareciam estar tendo uma conversa sussurrada quando Harry abriu a porta, todos olharam e rapidamente pararam de falar.


Após um corrido café da manhã todos vestiram suas jaquetas e cachecóis para se proteger no frio daquela manhã cinzenta de janeiro. Harry teve uma sensação desagradável de aperto no peito, não queria dizer adeus para Sirius. Ele tinha um mau pressentimento sobre a partida, não sabia quando se veriam novamente e sentiu que estava encarregado de dizer a Sirius para não fazer nada estúpido. Harry temia que a acusação feita por Snape de que Sirius era um covarde surtira um efeito tão grande no padrinho que ele poderia esta arquitetando alguma viagem idiota para fora do Grimmauld Place. Mas antes de poder pensar em alguma coisa para dizer, Sirius o puxou para mais perto.


“Quero que você fique com isso” ele disse baixo, dando a Harry um objeto mal embrulhado mais ou menos do tamanho de uma capa de livro.


“O que é?” perguntou Harry.


“Uma forma de eu saber se Snape esta pegando no seu pé. Não, não o abra aqui” disse Sirius, vendo se o Sr Weasley os ouvira. “Eu duvido que Molly aprovaria mas quero que você o use se precisar de mim, entendeu?”


“Ok” disse Harry, enfiando o embrulho no bolso de sua jaqueta.


Nisso, o tempo parou


Tu és eu... E eu sou tu.


Tu estabeleceste um laço genuíno.


Nos lhe concedemos a habilidade para criar Kohryu, a forma suprema do arcano do Hierofante...


***


“Oi Harry” disse um voz por trás dele, ele se virou e viu Cho.


“Oh” disse Harry com seu estômago se contorcendo desconfortavelmente. “Oi.”


“Estaremos na biblioteca, Harry” disse Hermione firmemente enquanto puxava Rony pelo braço em direção à escadaria de mármore.


“Teve um bom Natal?” perguntou Cho.


“Sim, não foi mal.”


“O meu foi bem legal” disse Cho. Por alguma razão, ela parecia envergonhada. “Er... Vai ter outra ida a Hogsmeade no mês que vem, você viu o aviso?”


“O quê? Oh, não. Eu ainda não chequei o quadro de avisos desde que cheguei.”


“Oh, é no dia dos Namorados...”


“Certo” disse Harry, perguntando-se por que ela lhe estava dizendo isso. “Bem, acho que você quer saber...”


“Só se você quiser...” ela disse rapidamente.


Harry a observou. Ele perguntaria "Eu acho que você quer saber o dia que se realizará a próxima reunião do ED?" mas a resposta dela parecia não encaixar.


“Eu... Er...” ele disse.


“Oh, tudo bem se você não quer” ela disse, parecendo mortificada. “Não se preocupe. Eu te vejo por aí.”


Ela foi embora. Harry ficou parado, olhando-a, seu cérebro não estava funcionando direito. Mas então tudo voltou ao normal.


“Cho! Hey, Cho” ele correu atrás dela, alcançando-a antes de ela chegar a escadaria de mármore. “Er... Você quer ir a Hogsmeade nos Dias dos Namorados comigo?”


“Ooooooh sim!” ela disse corando e com um sorriso luminoso nos lábios.


“Bem, então, concordamos!” disse Harry.


Tu és eu... E eu sou tu.


Tu estabeleceste um novo laço.


Tu deveras ser abençoado quando criares Personas do Arcano do Sol.


***


“Bem vindo ao Velvet Room” Saudou Theodore assim que Harry chegou.


“Pra que você quer isso? Ele nem é real.” Harry respondeu enquanto atirava um galeão falso para o loiro.


“Quem sabe... Enfim, aqui está a sua recompensa.” Ele disse entregando uma chave que Harry guardou no bolso das vestes “Este item te permite fundir Hua Po, um Persona do arcano do mago. Ele é semelhante ao espelho que você ganhou de Sirius, que a partir do momento em que o tocou, você se tornou capaz de fundir Kohryu.”


“Ah sim, sobre isso. Eu queria saber o que foi aquilo? Ele só me deu um presente.”


“Esse foi o ultimo evento importante do Social Link do arcano do Hierofante. Mas nem eu mesmo sei explicar isso muito bem.” Ouvindo isso, Harry percebeu que não iria conseguir uma resposta melhor, e resolveu deixar por isso mesmo.


“Deixando isso de lado.” Disse Margaret chamando a atenção dos dois. “Você conseguiu vários arcanos; O Tolo, O Mago, A Sacerdotisa, A Força, A carroça, o Hierofante, Os Amantes, A estrela, A lua, O Eremita, A Imperatriz, e O Sol. Todos eles deverão contribuir para criar o seu mundo.” Embora ele não tenha entendido bem a ultima frase, Harry achou melhor deixar isso de lado. “E você também possui um bom numero de Personas registrados no Compendium, e por isso, nosso mestre decidiu lhe dar um novo tipo de fusão.”


“Como assim?”


“Até agora, você só era capaz de fundir dois ou três Personas, mas a partir de hoje, você poderá fundir até sete Personas.” Ele não disse nada enquanto ouvia, tampouco fez Igor, enquanto observava atentamente a conversa entre Harry e seus dois assistentes, mas mesmo assim, Harry sentiu um poder crescendo dentro de si.


“Entendo... Obrigado então, eu venho aqui outra hora.” E sem dizer mais nada, ele deixou o recinto.


***


Labrys encarava a prisão de Azkaban com uma expressão determinada no rosto, atrás dela haviam alguns comensais da morte, que aguardavam suas ordens.


Ela se lembrava das palavras que Lord Voldemort lhe havia dito.


Empreste-me seu poder... Se eu puder vencer esta guerra, então você não ira precisar matar mais nada e nem ninguém.


Ela não tinha como saber se ele estava falando a verdade ou não, mas por hora, sua melhor opção era obedecer as ordens do bruxo.


Sem esperar mais, ela fechou os olhos.


“Iniciando sequencia de invocação...” Ela murmurou enquanto era envolta por luz azul. Segundos depois, seu Persona, Ariadne, apareceu atrás de Labrys. Assim que ela apareceu, a jovem apontou para a ilha.


“Iniciar operação.”


***


Enquanto isso, Lord Voldemort aguardava noticias sobre a tarefa que ele havia atribuído a Labrys de seu esconderijo.


“Preocupado?” Perguntou uma voz atrás do bruxo, ao que o mesmo se virou, se deparando com um clone de si mesmo com olhos dourados.


“Com o que eu deveria me preocupar? Se ela falhar, então não era tão valiosa quanto eu imaginava.” Ele respondeu calmamente, fazendo a sombra sorrir malignamente.


“Você deve estar certo...” Após dizer isso, uma expressão orgulhosa surgiu no rosto da sombra. “Surpreende-me ver como eu mudei desde aquele dia.”


“Não deveria, afinal, essas mudanças eram esperadas.”


“Talvez... Mas sendo o que você é, eu estou surpreso que tenha chegado tão longe, mesmo sendo...”


“Não diga mais nada, eu sei perfeitamente o que sou.” Interrompeu Voldemort, fazendo a sombra sorrir desafiadoramente.


“Como quiser, milord. Mas espero que saiba que não poderá esconder isso pelo resto da vida.” Ele disse venenoso.


“E posso perguntar como você sabe disso?”


“Isso não é óbvio? É por que eu sou você...”


“E você sou eu.” Voldemort disse, completando a frase de sua sombra. Nisso, o mesmo acenou com a cabeça antes de ser envolvido em luz vermelha. Em seu lugar, surgiu um homem de cabelos brancos e olhos azuis, ele usava um longo sobretudo vermelho, alem de portar uma espada gigante nas costas e um revolver em cada mão, um negro e outro prateado. 

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