Rebelião



Capitulo 9 – Rebelião


Cho aumentou o tom de voz quando falou novamente.


“Eu queria te perguntar isso há muito tempo... Cedrico... Ele... Mencionou meu nome antes de morrer?”


Esta era a última coisa da Terra sobre o que Harry queria falar, e menos ainda com Cho.


“Bem, não” disse ele baixinho. “Não houve tempo para ele dizer nada. Er... Então... Você... Você viu muitos jogos de quadribol no feriado? Você torce pelos Tornados, certo?”


Sua voz tinha um tom falsamente alegre. Para seu horror, ele viu que os olhos de Cho estavam se enchendo de lágrimas.


“Olha” disse ele desesperadamente, inclinando-se muito para que ninguém mais pudesse ouvir “não vamos falar sobre o Cedrico agora... Vamos falar sobre outra coisa.”


Mas aparentemente isso não era a coisa certa a dizer.


“Eu pensei” ela disse, lágrimas escorrendo sobre a mesa. “Eu pensei que você entenderia! Eu preciso conversar sobre isso! Com certeza você também precisa! Quero dizer, você viu acontecer, não viu?”


Tudo estava indo terrivelmente mal; até mesmo Rogério Davies se desgrudou de sua namorada para olhar para Cho chorando.


“Bom, eu já conversei sobre isso” Harry sussurrou, ele tinha um pressentimento muito ruim sobre isso. “com Rony e Hermione, mas...”


“Ah, você conversou com a Hermione Granger!” disse ele com a voz aguda, seu rosto brilhando por causa das lágrimas.


Vários outros casais pararam de se beijar para ficar olhando.”Mas você não conversa comigo! Tá... Talvez fosse melhor se nós... Simplesmente p... Pagarmos e irmos embora para que você se encontre com a Hermione G... Granger, como você obviamente quer!”


Harry ficou olhando para ela sem conseguir acreditar enquanto ela agarrava um guardanapo e enfiava o rosto nele.


“Cho?” disse ele baixinho, desejando que Rogério agarrasse e beijasse sua namorada para que ela parasse de olhar para ele e Cho.


“Vai logo embora!” disse ela, agora chorando no guardanapo. “Eu não sei por que você me convidou se vai ficar se encontrando com outras garotas depois de mim... Quantas mais você vai se encontrar depois de Hermione?”


“Não tem nada a ver!” disse Harry e ele se sentiu tão aliviado por finalmente entender o porquê de ela ter ficado braba que deu uma risada, o que percebeu um segundo depois que também foi um erro.


Cho se levantou. O lugar inteiro estava em silêncio e todo mundo estava olhando para eles agora.


“A gente se vê por aí Harry” ela disse dramaticamente e correu para a porta, abrindo-a com força e indo para a chuva.


“Cho!” Harry a chamou mas a porta já tinha se fechado com um barulhão.


Nisso, uma voz soou em sua mente.


O Social Link se tornou invertido.


Sua relação não poderá avançar até que vocês se reconciliem.


A casa de chá estava em silêncio total. Todos os olhos estavam voltados para Harry. Ele jogou um galeão na mesa,tirou o confeite rosa do cabelo e seguiu Cho para fora. Estava chovendo muito e não a achou em lugar nenhum.


Simplesmente não entendia o que aconteceu; meia hora antes estavam se dando muito bem. Alem disso, era a primeira vez que um Social Link se invertia, ele teria que ir ao Velvet Room assim que voltasse para saber mais.


“Mulheres!” gemeu ele com raiva, cruzando a rua com as mãos no bolso. “Por que ela queria falar sobre o Cedrico? Por que ela sempre queria trazer um assunto que a fazia agir como uma torneira humana?”


***


“O que é que eu vou fazer com esse Social Link quebrado?” Harry perguntou assim que ele entrou no Velvet Room.


Já fazia um tempo desde a ultima vez que ele havia visto Cho, e em sua ultima conversa, seu Social Link havia sido quebrado.


“Não há mais nada que você possa fazer.” Explicou Theodore pacientemente. “Não há nenhum meio de restaurar o seu laço com ela.”


“Mas não faz mal, este laço já contribuiu para a formação de seu ‘mundo’.”


“O que quer dizer?”


“Você descobrira no momento certo, mas agora eu tenho um aviso para lhe dar.”


“Aviso?”


“Exato, normalmente, nós não estamos autorizados a interferir com o mundo externo, mas podemos lhe dar avisos para auxiliar sua jornada.”


“Entendo... Então, que tipo de aviso é?”


“Você logo terá que escolher que caminho pretende seguir, e quem você ira permitir seguir ao seu lado.”


“Você não esta fazendo sentido.”


“Não culpe meu irmão por isso. Nós realmente não podemos ser mais claros.” Explicou Margaret. “Como pedido de desculpas, eu irei cantar uma canção para você.”


“Uma o qu-“ Mas antes que Harry pudesse continuar, ela já havia começado.


“Vel, Vel, Vel, Velvet. O meu mestre tem um narigão.” Assim que ele ouviu a musica, Harry teve que resistir a vontade de rir, enquanto observava Igor, que agia como se não tivesse ouvido nada. “Que nostálgico. Nós costumávamos cantar essa musica com a nossa irmã.”


***


“Harry Potter, senhor...” sussurrou o elfo, tremendo dos pés a cabeça. “Harry Potter, senhor... Dobby veio avisá-lo... Mas os elfos domésticos foram avisado para não falarem nada...”


Ele correu sua cabeça para a parede. Harry, que tinha alguma experiência com os hábitos de se punir de Dobby, tentou impedi-lo mas Dobby simplesmente pulou da pedra, protegido pelos oito chapéus. Hermione e algumas garotas deram gritinhos de medo e simpatia.


“O que houve, Dobby?” Harry perguntou, segurando o fino braço do elfo e o deixando longe de qualquer coisa com que poderia se machucar.


“Harry Potter... Ela... Ela...”


Dobby acertou seu nariz com seu punho livre. Harry o segurou também.


“Quem é "ela", Dobby?”


Mas achava que já sabia; com certeza apenas uma "ela" poderia pôr tanto medo em Dobby? O elfo olhou para ele com olhos levemente cruzados e a boca sem palavras.


“Umbridge?” perguntou Harry, horrorizado.


Dobby confirmou e então tentou jogar sua cabeça nas pernas de Harry. Ele o segurou na altura do braço.


“O que tem ela? Dobby, ela não soube disso, sobre nós, sobre o ED?”


Ele leu a resposta no rosto ferido do elfo. Com suas mãos seguradas rapidamente por Harry, o elfo tentou se chutar e caiu no chão.


“Ela está vindo?” Harry perguntou silenciosamente.


Dobby deixou escapar um uivo e deixou bater seus pés duramente no chão.


“Sim, Harry Potter, sim!”


Harry se levantou e olhou para a as pessoas sem movimento e aterrorizadas que contemplavam o elfo.


***


Enquanto isso, não muito longe dali, três pessoas observavam o castelo, ou o lugar onde ele deveria estar.


“Vocês tem certeza que ele está aqui?” Perguntou uma delas. Ela era uma mulher ruiva de olhos cinzentos.


“Não há duvida, eu chequei várias vezes e ele definitivamente fica aqui.” Respondeu uma menina de curtos cabelos azul-esverdeados e olhos da mesma cor. “Alem disso, Como os feitiços anti-trouxa não funcionam na Aigis-chan, ela também consegue ver.”


“De fato, eu consigo ver perfeitamente, talvez pelo fato de que estes feitiços foram feitos para funcionar em humanos.” Acrescentou a ultima delas, ela tinha curtos cabelos loiros e olhos azuis.


“Entendo... Então você devera se infiltrar lá dentro assim que possível e ver se consegue algumas respostas.”


“Entendido, mas o que iremos fazer por enquanto? Eu suponho que vocês também não podem ver o povoado aqui perto.” Questionou a loira.


“De fato não podemos, então parece que não temos escolha alem de voltar por enquanto. Não precisamos ter pressa, afinal, já sabemos algo sobre este lugar, e, eu suponho que você já tenha uma idéia de quantos usuários de Personas existem neste lugar, certo, Yamagishi?” Ela disse isso enquanto se voltava para a menina de cabelos azuis.


“Isso mesmo, eu pude identificar cinco usuários de Personas.” Respondeu Yamagishi.


“Ei, Fuuka, você pode identificar seus arcanos? Tem uma chance de que algum deles seja um Wild Card.” Perguntou Aigis.


“Infelizmente não, as magias de proteção interferem muito com a capacidade do meu Persona, de modo que eu não pude fazer uma análise completa.” Respondeu Fuuka.


“Entendo... Bem, acho que não podemos fazer mais nada, é melhor irmos embora.”


***


A professora Umbridge tossiu da forma mais perceptível até então.


“Posso te oferecer uma pastilha para tosse, Dolores?” McGonagall perguntou abruptamente, sem olhar para professora Umbridge.


“Ah, não, muito obrigada” falou Umbridge, com a risadinha besta que Harry tanto detestava. “Eu só estava querendo saber se eu poderia fazer uma pequena interrupção, Minerva?”


“Eu ouso dizer que você vai descobrir que pode” falou a professora McGonagall entre os dentes.


“Eu estava apenas me perguntando se Sr. Potter tem o temperamento correto para um Auror” disse docemente.


“Estava, é?” respondeu com desprezo. “Bem, Potter” continuou como se não tivesse havido interrupção. “Se você está realmente levando a sério essa ambição eu deveria te recomendar a se concentrar firmemente em trazer suas Transfigurações e Poções para o máximo. Eu vejo que professor Flitwick te avaliou entre "Aceitável" e "Acima das Expectativas" nos últimos dois anos, então seu trabalho em Feitiços parece satisfatório. Enquanto em Defesa Contra as Artes das Trevas suas notas têm sido geralmente altas, o professor Lupin em particular pensou que você... Tem certeza que você não gostaria de uma pastilha para tosse, Dolores?”


“Ah, sem a menor necessidade, obrigada, Minerva” desprezou a professora Umbridge, que tinha acabado de tossir o seu mais alto agora. “Eu apenas estava preocupada que você talvez não tivesse a nota mais recente de Harry em Defesa Contra as Artes das Trevas nas suas mãos. Eu tenho certeza que eu deixei uma anotação.”


“O quê, essa coisa?” falou a professora McGonagall em tom de repulsa enquanto pegava uma folha de pergaminho rosa do meio das folhas da pasta de Harry. Olhou o papel, suas sobrancelhas ergueram-se levemente, então colocou de volta na pasta sem comentários. “Sim,como eu estava dizendo, Potter, o professor Lupin acha que você demonstrou a aptidão correta para a matéria e, obviamente para um Auror...”


“Você não entendeu minha anotação, Minerva?” perguntou a professora Umbridge em seu tom adocicado, certamente esquecendo de tossir.


“Claro que eu entendi” falou a outra, seus dentes tão cerrados que as palavras saíram um pouco sibiladas.


“Bem, então, eu estou confusa... Tenho medo que eu não consiga entender direito como você pode dar falsas esperanças ao Sr. Potter que...”


“Falsas esperanças?” repetiu a professora McGonagall, ainda se recusando a se virar para olhar Umbridge. “Ele conseguiu notas altas em todos seus exames de Defesa Contra as Artes das Trevas...”


“Eu sinto muitíssimo em te contradizer, Minerva, mas como você verá na minha anotação Harry tem tido resultados muito ruins em suas aulas comigo...”


“Eu deveria ter falado mais claramente” falou a professora McGonagall, finalmente virando para olhar Umbridge diretamente nos olhos. “Ele alcançou notas altas em todos os exames de Defesa Contra as Artes das Trevas feitos por um professor competente.”


O sorriso da professora Umbridge desapareceu tão repentinamente quanto uma lâmpada apagando. Ela se sentou de volta em sua cadeira, virou uma folha em sua prancheta e começou a escrever realmente rápido, seus olhos saltados revirando de um lado para o outro. McGonagall se virou de volta para Harry, suas narinas finas inflando, seus olhos queimando.


“Alguma pergunta, Potter?”


“Sim. Que tipo de testes de aptidão e psicotécnicos o Ministério faz com você, se você tiver N.I.E.M.s o suficiente?”


“Bem, você precisa demonstrar habilidade de reagir bem a pressão e por aí vai. Perseverança e dedicação, porque o treino para Auror leva mais três anos, sem mencionar habilidades muito grandes em Defesa prática. Isso vai significar muito mais estudos mesmo depois que você sair da escola, então a menos que você esteja preparado para...”


“Eu acho que você também vai descobrir” falou Umbridge, sua voz muito fria agora “que o Ministério também checa a ficha de quem se candidata para Auror. Sua ficha criminal.”


“A menos que você esteja preparado para fazer ainda mais testes depois de Hogwarts, você realmente deveria procurar por outra..”


“O que significa que este menino tem tanta chance de se tornar um Auror quanto Dumbledore de voltar a essa escola.”


“Uma chance muito grande, então” falou McGonagall.


“Potter tem crimes na ficha!” falou Umbridge alto.


“Potter foi inocentado de todas as culpas” falou McGonagall, ainda mais alto.


A professora Umbridge se levantou. Ela era tão pequena que isso não fazia uma grande diferença mas seu jeito fútil e tolo tinha dado lugar a uma fúria dura que fazia sua cara larga e flácida parecer estranhamente sinistra.


“Potter não tem uma chance que seja de virar Auror!”


A professora McGonagall ficou de pé também e em seu caso era um movimento muito mais impressionante; sobrepunha a professora Umbridge.


“Potter” falou em um tom continuo “eu te ajudarei a se tornar um Auror nem que seja a última coisa que eu faça! Se eu tiver que te orientar a cada noite farei de tudo para que você atinja os resultados necessários!”


“O Ministério da Magia nunca vai empregar Harry Potter!” falou Umbridge, sua voz aumentando furiosamente.


“Pode muito bem haver um novo Ministro da Magia à altura que Potter estiver pronto para entrar!” gritou a professora McGonagall.


“Ahá!” gritou Umbridge, apontando o dedo gorducho para McGonagall. “Sim! Sim, sim, sim! É claro! É isso que você quer, não é, Minerva McGonagall? Você quer Cornélio Fudge sendo substituído por Alvo Dumbledore! Você acha que vai estar onde eu estou, não acha: Subsecretária Sênior do Ministro e Diretora para completar!”


“Você está delirando” falou, soberbamente desdenhosa. “Potter, isso conclui sua consulta. Volte aqui mais tarde, eu preciso falar com você.”


Tu és eu... E eu sou tu.


Tu estabeleceste um laço genuíno.


Nós lhe concedemos a habilidade para criar Isis, a forma suprema do Arcano da Imperatriz...


***


Ele respirou fundo antes de encarar todos aqueles rostos confusos presentes na sala precisa. Havia um tempo em que havia começado a pensar nisso, e finalmente havia se decidido, e com um olhar determinado, Harry começou a falar.


“Eu sei que todos vocês estão confusos sobre o por que eu ter chamado vocês aqui, mesmo depois de termos sido descobertos. Mas antes de eu começar as explicações, eu devo deixa claro que, quem estiver nesta sala, deve estar ciente de que estará embarcando em um caminho sem volta, então, eu peço que, aqueles que não quiserem se arriscar, saiam da sala agora.” Apesar de suas expressões confusas, poucas pessoas deixaram a sala precisa. Após ter certeza de que ninguém mais iria sair, Harry voltou a falar.


“A partir de agora, nós iremos começar a nossa rebelião. E começaremos tomando Hogwarts de volta!”

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