Esperança



Harry caminhou por algum tempo pelo Ministério. Ele estava cansado. Cansado de ouvir todos seus amigos perguntando como ele estava, agora que Hermione estava de volta. Afinal, era apenas Hermione Granger!

Porque ele iria ficar abalado com a chegada dela na cidade? Sabia que seus amigos só queriam que ele fosse feliz, e eles sabiam no fundo, que com Mione na cidade, isso não seria muito fácil.
Por quê? Porque ela tinha que voltar justamente agora? Minha vida estava indo tão bem...

Harry estava pensando como suportar a presença dela, e também ficar em paz com Gina. Gina estava tão inquieta depois da volta de Hermione. Gina sempre foi ciumenta, Harry não a culpava, muitas mulheres sempre estavam em volta dele por causa de sua fama, mas depois que Hermione voltou, ela estava muito pior.

Hermione, Hermione porque não saia da cabeça dele? Porque não parava de pensar se ela estava bem? Porque seu maior desejo naquele momento era ir ao hospital ver como ela estava?

- Harry, será que podemos conversar?

Uma voz atrás de Harry o chamava, mas ele não escutava.

- Harry?

- Sim, ah! Oi Luna!

- Posso conversar com você um instante? – perguntou ela com ternura em sua voz.

- Claro. – respondeu ele admirado.

Conhecia Luna fazia muitos anos e na verdade nunca entendeu como funcionava a cabeça dela. Depois que Hermione o deixou, Gina sempre esteve ali para confortá-lo, mas foi em Luna que ele encontrou uma nova amiga. Uma amiga em que pudesse confiar e compartilhar tudo o que sentia naquele momento. Muitas vezes ele se deparava desabafando com Luna sem saber porque fazia isso. Gostava de conversar com ela. Normalmente ela lhe fazia rir quando estava confuso ou triste.

- Então, o que você quer me dizer? – disse ele entrando em sua sala.
Luna entrou na sala e fechou a porta, sentou na cadeira e ficou mirando Harry por algum tempo.

Harry não gostava quando ela fazia isso. Sabia que ela estava tentando entender o que se passava na cabeça dele, na verdade se sentia mais confortável quando ela simplesmente perguntava para ele.

- Luna, você sabe que eu...

- Eu sei. Na verdade eu estava esperando você começar a falar. Quero saber como você se sente.

Surpreso, Harry sentou em sua cadeira.

- Eu? Porque eu estaria sentindo alguma coisa?

- Ora, por favor! Não te conheço a vida toda, mas te conheço há quase vinte anos, Harry.

- Estou falando sério! – respondeu ele com um sorriso que não convencia ninguém.

Luna o encarou por algum tempo, se levantou e abriu a porta.

- Se você não confia em mim o bastante, é uma pena.

- Espera, Luna. - falou ele tirando o sorriso do rosto.

- Olha, sei que seu problema é Mione e...

- Luna, você sabe que...

- Eu não terminei. Como eu dizia, eu sei que Hermione esta mexendo com você, tive a certeza disso quando você a defendeu de Gina agora pouco.

- Eu não estava defendendo ela, pelo amor de Deus! – disse ele irritado batendo na mesa.

- Eu estou indo ao hospital – disse ela como se não tivesse acontecido nada. – Vou visitá-la, Billy vai ter que voltar porque estão o chamando, vou ficar com ela hoje. Sinceramente, espero que você tome a decisão certa, Harry!

- E qual seria ela, Luna?

- Visitar uma velha amiga que está no hospital. – e falando isso, ela saiu da sala.

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Depois que Luna saiu, Harry ficou pensando se devia ou não seguir o conselho da amiga. Mas logo se ocupou com seus afazeres, mas nunca tirando Hermione da cabeça. Quando o badalo do relógio da parede indicou que eram dez horas, decidiu ir para casa.

Ele não tinha visto Gina desde o acidente no ginásio e encontrar com ela agora, era o que Harry menos queria.

Ele decidiu que queria tomar um pouco de ar e foi andando para casa, apesar de ser uma longa caminhada, Harry não se importava. Tinha que pensar, colocar seus pensamentos em dia.

Ele estava distraído até passar por uma floricultura. A velha senhora que trabalhava lá estava fechando a porta. Num súbito, Harry tomou uma decisão.

- Ei, espere! Não feche a loja!

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Já tinha passado das nove horas da manhã do dia seguinte, quando Luna entrou no quarto do hospital, onde Hermione estava. Ela havia acabado de ser medicada e ainda dormia, então Luna resolveu sentar na poltrona e esperar a amiga acordar.

Quando Hermione finalmente acordou, a primeira coisa que ela viu e que lhe chamou atenção foi um buquê de flores de crisântemo.

Pensou... Quem poderia ter lhe dado aquelas flores?? Mas seus pensamentos foram interrompidos por Luna.

- Acordou finalmente!

- Você está aqui há muito tempo?

Hermione estava tentando se ajeitar no colchão. Ela estava doida para dormir na sua própria cama. E também comer comida que não lhe desse ânsia de vômito.

- Eu já vou ter que ir. Tenho que trabalhar e também fazer um relatório sobre o que aconteceu ontem no Ministério.

- Por quê?

- Não me pergunte. Espero que você saia logo daqui.

- Eu também. Você poderia me fazer um favor?

- Claro.

- Nina e Sara devem estar preocupadas comigo, será que você pode avisar a Nina a minha situação?

- Sim, eu dou uma passada na sua casa a caminho do Ministério.

- E pede para a Nina não comentar isso com a Sara, fala para ela inventar um desculpa.

- Está bem. Bom, agora eu já vou indo. – disse Luna abrindo a porta.

- Ah! Luna, obrigado pelas flores.

- Que flores?

Luna franziu a testa para a amiga achando que ela também tinha batido com a cabeça.

- Essas. – respondeu Hermione apontando para o buquê de crisântemo ao seu lado.

- Mione, quando eu cheguei essas flores já estavam aqui.

- Se não foi você, quem foi? Arthur?

- Acho que não, ele apareceu aqui antes de você acordar e as flores já estavam aqui.

- Está bem.

Hermione, pensou novamente.... Quem poderia ter lhe trazido flores?
Hermione olhou para Luna sem entender. Ela tinha piscado um olho antes de sair da sala, afinal o que aquilo tinha significado?

Hermione ficou ali pensando. Era coincidência demais. Apesar de crisântemo não ser sua flor favorita, tinha um significado para ela. Na verdade... não só para ela. Para ela e Harry.

Não pode ter sido o Harry, ele não iria me dar flores. Não depois de tudo
o que aconteceu.


FlashBack

Hermione estava sentada na frente do lago, tacando algumas pedrinhas na água.

Ela e Harry tinham terminado por causa das tentativas que Harry insistia em tentar compartilhar seus pensamentos com Voldemort. Harry achava que assim ele e a Ordem, teriam alguma informação sobre o paradeiro dele.

Hermione achava isso perigoso e não queria que Harry tivesse nenhum problema. Eles sempre brigavam por isso, mas dessa vez, a briga foi mais séria.

Hermione estava chorando, mas não queria isso para ela. Não queria sofrer por um garoto que arriscava a vida por vingança. Harry não se conformava pelas mortes de Dumbledore, Sirius e seus pais. Harry achava que se não fosse por Voldemort, todos eles ainda estariam com ele.

Alguns alunos no primeiro ano tinham sido liberados, mas começava a nevar e eles estavam entrando no castelo.

Hermione tinha se levantado para entrar também, mas algumas meninas ainda estavam sentadas do outro lado do lago. Como monitora-chefe, Hermione tinha que garantir a segurança dos alunos.

Pediu para elas entrarem no castelo, mas quando se virou para segui-las, Harry estava ali parado com um buquê de crisântemo.

- O que você está fazendo aqui fora? – perguntou ela fria, passando por ele e se dirigindo para o castelo. – Está nevando, todos devem entrar.

- Mione, eu queria conversar com você. – sua voz dizia claramente que ele estava triste, mas Mione não ia perdoá-lo tão fácil dessa vez.

- Acho que já conversamos tudo o que tínhamos que conversar, Harry. Você deixou bem claro seu ponto de vista e eu o meu. – disse ela ainda andando sem olhar para ele, que estava um pouco atrás.

- Pois se você não quiser conversar comigo, eu vou ficar aqui. – dizendo isso Harry sentou no chão.

Hermione virou para encará-lo pela primeira vez. Estava na cara dele que ele também estava sofrendo.

- Harry, você sabe que eu não posso deixar nenhum aluno aqui fora enquanto neva. Mesmo sendo um aluno com dezessete anos e responsável do próprio nariz.

- Eu só quero conversar. Você nem me deu escolha. Disse que estava tudo acabado e foi embora.

- Harry, nós temos pensamentos diferentes sobre esse assunto e sinceramente não quero voltar a discuti-lo, já que fiz isso com você quase o ano todo.

Harry tinha levantado para poder olhar nos olhos de Mione.

- Porque você simplesmente não aceita?

- PORQUE EU ME IMPORTO DEMAIS PARA CONSEGUIR ACEITAR!

Hermione já não conseguia suportar, estava chorando como um bebê. Há muitos anos não chorava desse jeito e o que ela menos queria era chorar na frente de Harry.

Harry tentou abraçá-la, mas ela se esquivou.

- Eu te amo, Harry. Amo como nunca amei ninguém na minha vida, mas não posso ficar parada assistindo você tentando encontrar Voldemort, arriscando sua própria vida.

Harry olhava para ela com ternura. Ele também a amava e não queria colocá-la nesse situação.

- Eu também te amo, Hermione Granger. – respondeu ele com um sorriso. – E para provar que eu te amo, eu te trouxe essas flores.

Harry se abaixou e pegou o buquê. Olhou bem fundo nos olhos de Hermione e disse:

- O Neville uma vez me disse que cada flor tem sua personalidade. Eu escolhi o crisântemo, porque assim como você, ele passa alegria aos olhos, e prima pela organização, o equilíbrio e a justiça. Tudo o que realiza é espontâneo. Seu emblema é a simplicidade.Representa a beleza, a perfeição, o amor.

Hermione ficou calada escutando Harry dizer aquelas palavras. Ela o amava tanto que nem conseguia lembrar o porquê estava zangada com ele.

- Você decorou isso, não é? – perguntou ela, com algumas lágrimas ainda escorrendo, mas rindo do fato do garoto ter se esforçado para conseguir gravar aquelas palavras.

- Por você eu faço tudo e muito mais.

Harry se aproximou dela, esperando um sinal de que podia avançar. Hermione apenas olhava para ele. Não tinha mais mágoa, não queria mais brigar com Harry. Apenas queria ficar com ele. Ela deu um passo para frente e entrelaçou seus braços no pescoço dele. Harry a puxou mais para si pela cintura e abraçou-a.

Ainda abraçados, Mione disse:
- Nós temos que entrar. Eu estou morrendo de frio.

- Está bem. – disse ele soltando ela por um instante e pegando a mão dela.

Hermione carregava o buquê na sua mão livre. Nunca iria esquecer daquele momento. As flores e o modo como Harry tinham lhe dado, alegrou o dia para ela.

Eles andaram juntos até o castelo, onde ficaram abraçados pelo resto do dia, aproveitando cada momento junto.



Fim do FlashBack


Será que foi ele? Ele é o único que poderia me dar crisântemo. Na verdade, qualquer pessoa poderia lhe dar um buquê de crisântemo! Mas não é uma flor muito comum para alguém te dar de presente... Chega de pensar nisso Hermione!

A porta do quarto se abriu e o curandeiro que tinha atendido Hermione no dia anterior entrou.

- Doutor, eu vou ser liberada quando? – perguntou Hermione se lamentando pelo tempo desperdiçado naquele lugar.

- Se você se comportar, hoje mesmo! – respondeu ele rindo da cara dela.

- Então, eu vou esperar.

- O melhor é você dormir...

- Mas eu acabei de acordar – disse ela retrucando.

- É melhor você descansar, se você quiser se liberada hoje!

- Está bem. – respondeu ela sendo vencida.

Uma enfermeira entrou no quarto para abrir a janela quando o curandeiro saiu. Hermione pensou que ela não teria nada a perder perguntando a mulher.

- Com licença?

- Sim. – respondeu ela se virando toda sorridente.

Hermione achou que era pouco provável que ela soubesse quem teria trago o buquê, já que ela devia trabalhar em turnos.

- Será que você pode me tirar uma dúvida?

- Claro. – respondeu a enfermeira se aproximando.

- Você pode me dizer quem trouxe aquelas flores?

Hermione tinha apontado para o buquê que ainda estava do lado dela.

- Na verdade, isso é um mistério até para nós.

- Como assim?

- Ele apareceu aqui ontem de noite. Uma enfermeira viu um homem sair do seu quarto de noite, mas não sabe dizer quem foi, estava muito escuro.
Hermione sentiu seu coração acelerar. Só podia ter sido Harry. Não tinha outra explicação.

- E não deixaram nenhum cartão? – perguntou Mione esperançosa.

- Não, sinto muito.

- Está tudo bem. Obrigado mesmo assim.

- Disponha.

Hermione ficou olhando para a janela. Sabia que tinha sido ele. Sentia no seu coração que tinha sido ele. Mas o que aquilo significava? Harry tinha perdoado ela? Hermione desejou que sim.

Naquele momento, no seu coração, um sentimento esquecido ganhava força.



Olá, gente! Demorei dessa vez para atualizar porque estava atrás de uma beta. Bom, quero apresentar minha beta, Erika Costa.
Ela tem me ajudado muito e também me apoiado. Espero que vocês gostem mais da fic agora, já que eu e a Érika estamos nos dedicando a ela.
Beijos para todos e espero que vocês aproveitem!!!

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