Uma manhã muito longa



Uma semana depois

- Nina, eu vou ter que ir até o Ministério da Magia amanhã, para acertar os meus documentos como bruxa. Você fica de olho na Sara enquanto eu estiver fora?

- Claro, senhora. Mas estou percebendo que você esta meio aflita...

- Eu estava tentando prolongar essa minha visita ao Ministério o máximo possível, mas eu recebi uma notificação, vou ter que ir até lá!

- Mas, qual é o problema?

- Eu posso encontrar algumas pessoas que eu não quero ver.

- Por quê? Já faz tanto tempo que você foi embora, esta na hora de você procurar seus velhos amigos.

- NÃO! Não! – disse mais baixo

- Hermione, o que aconteceu com você aqui há dez anos? Por que foi para os Estados Unidos?

- Isso é uma longa história, outro dia nós conversamos sobre isso, ok? Agora já está tarde, e amanhã eu tenho uma luta pessoal a travar. Vou dormir. Boa noite Nina!

- Boa noite!

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Hermione não pegou no sono tão facilmente. Ir para um lugar onde alguma pessoa, qualquer pessoa a reconhecesse era um sério problema. Ficou caminhando pelo quarto durante algum tempo até resolver se sentar no chão de frente para a lareira e relaxar o corpo. Ela acabou dormindo em cima do tapete.

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- Mamãe, o que houve?

Hermione tinha acabado de entrar na cozinha esfregando a cabeça.

- Nada, quando eu levantei, eu bati com a cabeça na quina da cama, mas já estou melhor. – disse abrindo um grande sorriso para a filha.

- Que bom, então a gente já pode ir?

- Ir para onde querida?

- Mãe, você não lembra? Você me prometeu me levar para conhecer Londres!

- Filha, me desculpe! Eu esqueci! Eu tenho que resolver uns problemas.

- É sempre assim!

- Sara, tira esse bico da cara! Olha, vamos fazer o seguinte, eu vou na rua, faço tudo o que tenho que fazer, volto, almoçamos e eu fico a tarde toda contigo te mostrando a cidade! Que tal?

- Promete?

- Sim.

- Oba!!! Ah! Eu tenho que me arrumar! – falou Sara correndo para o quarto

- Dá pra acreditar? E ela só tem quatro anos...

- Ela é mais parecida com você do que imagina! Mudando se assunto, tomou coragem? Vai no Ministério?

- Vou! E vou agora, talvez eu não encontre ninguém, né?

- É isso ai! Pensamento positivo!

- Obrigado, tchau!

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Quando chegou no hall do Ministério, Hermione teve uma surpresa.
O Ministério da Magia não era mais como ela tinha em mente. Ele estava definitivamente mais alegre.

As cores antes neutras agora eram azuis claro. Ela lembrou do quarto de Sara quando era bebê. Também se lembrou que não estava ali para ficar admirando e resolveu ir à recepcionista.

- Com licença! Eu acabei de me mudar, e recebi uma notificação me mandando vim aqui para atualizar uns dados, onde eu faço isso?

- Bom, a senhora vai ter que ir até o quinto andar!

- Obrigado

- De nada.

Hermione parou em frente à fila para pegar o elevador, até ali estava tudo bem, não tinha encontrado ninguém conhecido e ela espera que ficasse assim.

Quando a porta do elevador abriu só tinha uma pessoa lá dentro. E entre milhares de pessoas, tinha que ser uma que ela conhecia.

- Hermione Granger, é você?

- Olá, Sr. Weasley! Como vai? – perguntou Hermione tremula, abraçando o velho amigo.

- Bem, bem, muito melhor agora. Nossa quanto tempo! Você agora já é uma mulher feita! Da ultima vez que eu te vi, você tinha, quantos anos
mesmo?

- Vinte e dois! – disse ela olhando para baixo.

- Nossa, é mesmo, estou me lembrando. Vem, venha para minha sala.

- Eu adoraria, mas eu tenho que comparecer a uma reunião. Eu tenho que atualizar todos os meus dados como bruxa.

- Tudo bem, eu peço para a minha secretária fazer isso! – disse ela apertando o botão sete.

- Obrigado, mas não precisa mesmo. Eu posso fazer isso...

- Não é problema algum. E, ora, você não quer minha companhia?

- Não é isso. Mas, já que o senhor insiste! Eu vou!

- Ótimo. Você não quer passar antes na sala de reuniões dos aurores? Assim você pode ver Gina, Rony, Harry, eles já devem estar trabalhando há essa hora. – disse ele indo apertar outro botão.

- Não, por favor! – disse ela desesperada, com os olhos cheios de lágrimas.

- Pelo visto, eles não sabem que você está aqui, não é mesmo? – perguntou ele mudando sua fisionomia, de brincalhão a um homem solidário.

- Não, não sabem. E prefiro que fique assim, pelo menos por enquanto. – disse ela na hora que a porta do elevador se abriu.

Ela caminhou em silencio até a sala dele, enquanto várias pessoas paravam para falar com ele. Continuou andando, mas reparou que o Sr. Weasley tinha parado numa porta, achou que ele tinha que ir falar com alguém e continuou parada.

- É aqui! – disse ele depois de alguns instantes.

Hermione andou até a porta, do lado dela, na parede, tinha uma descrição: Ministro da Magia.

Ela olhou para o Sr. Weasley pasma.

- O senhor é o ministro da magia?

- Sim. Vamos entre!

A sala era grande, lembrava a antiga sala de Dumbledore enquanto ele ainda era vivo. Só tinha uma diferença entre as duas salas. Na de Dumbledore, era cheio de aparelhos e do Sr. Weasley cheio de brinquedos.

- Não ligue para a decoração! Todo mundo acha que eu devia tirar tudo isso, até Molly! Mas acho eles fascinastes!

- Imaginei, mas desde quando você é ministro?

- A uns quatro anos. Nos Estados Unidos você não tinha notícias de tudo o que acontece? – disse ele indicando a cadeira de couro.

- Tinha, mas eu me afastei um pouco do mundo bruxo.

- Posso saber por quê?

- Claro. Eu tenho uma filha.

- Filha? – pela primeira vez ele parecia surpreso.

- Ela tem apenas quatro anos e eu tenho que cuidar dela. Mas eu se...
Hermione foi interrompida por alguma pessoa que tinha acabado de entrar na sala.

- Pai, você já assinou a autorização?

Hermione gelou, era o Rony, não podia vê-lo porque ele estava atrás dela, mas saberia reconhecer aquela voz em qualquer lugar. Arthur olhou para ela e percebeu o desespero dela. Hermione fez um sinal de negativo com o rosto.

- Rony, eu tenho certeza que eu e sua mãe te demos educação! – disse o Sr. Weasley ficando totalmente sério e irritado.

- Do que você está falando pai?

- Ele ta querendo dizer que ele está com visita! – disse outra voz.
Hermione estava tento quase um treco. Era Gina.

Rony e Gina na mesma sala que ela, não podia ficar pior. Bom, na verdade podia sim.

- É melhor a gente voltar mais tarde. – disse uma voz calma e suave.

Aquilo era pior do que tudo. Não poderia ficar ali nem mais um minuto. Se algum deles chegasse para frente, com certeza eles veriam ela. Mas escutar as vozes deles trazia milhares de lembranças à tona e junto com elas, saudades. Hermione ficou entre as opções do ela podia fazer. Eu posso desmaiar, posso também fingir que sou louca e sair daqui correndo, ou posso me virar e falar com eles. E acabar com toda essa angustia. Será que dá para aparatar daqui?

O Sr. Weasley que estava calado até agora, olhou para Hermione por alguns segundos, talvez esperando alguma reação dela. Mas ela apenas se abaixou mais na cadeira.

- Meninos, será que você poderiam me deixar a sós com a visita? Depois vocês voltam aqui.

- Engraçado, estão sentindo esse cheiro? – perguntou Harry.

- Que cheiro?

- De um perfume.

Hermione novamente sentiu um frio na espinha. Ele com certeza devia estar falando do seu perfume.


FlashBack

- Toma, é para você!

- O que é Harry? – perguntou Hermione pegando o presente e sentando no sofá.

- Abre. – disse ele sorrindo.

- É um perfume? – falou ela tirando o papel.

- É! Mais, não é qualquer perfume.

- Como assim? – perguntou ela colocando um pouco no braço.

- Bom, tem uma loja em uma cidade da Dinamarca que faz perfumes personalizados, o Hadrid ia lá para resolver alguns problemas para a Mc. Gonagal e eu pedi para ele trazer um para você. Eu falei que tinha quer ser especial, por que se fosse ruim o perfume eu não ia chegar mais perto de você!

- Ah, como assim? – falou Hermione rindo batendo nele.

- Mas, eu gostei e achei que você também ia gostar! – disse ele segurando as suas mãos e rindo dela.

- Eu gostei do perfume, vou usar para sempre, até quando eu estiver morta! – comentou ela colocando o perfume em cima da mesinha.

- Que bom, que você gostou. Eu não sabia o que ia te...

- Eu te amo Harry.

Harry ficou surpreso, ele estava namorando Hermione a muito tempo mais nunca tinham falado que se amam, apesar de saberem os sentimentos que cada um sentia pelo outro.

- Eu também te amo, Mione!

Harry puxou Hermione para perto de si e começou a beijá-la.


Fim do FlashBack



- Esse perfume está me lembrando uma pessoa. – disse ele pensativo se aproximando da cadeira onde Hermione estava sentada.

Hermione podia sentir o seu perfume agora e também o barulho de seus passos chegando perto. É o fim! Ele vai me ver.

- Harry, por favor, queira se retirar! – falou Sr. Weasley se levantando da cadeira e indicando a porta com o dedo. – Eu não quero repetir novamente isso a vocês. Por favor, se retirem e aguardem lá fora!

Harry tinha parado muito próximo, se ele inclinasse a cabeça, poderia ver Mione.

- Tudo bem! Eu devo ter me enganado. Com licença.

Quando a porta se fechou e Hermione não escutou mais nenhum barulho de passos, ela se ajeitou na cadeira.

- Obrigado – disse ela meio rouca

- Mione, entendo que você não queria vê-los, mais uma hora, isso vai acontecer. Você não pode se lembrar, mas você é famosa aqui!

- Por quê? – perguntou com a voz um pouco melhor.

- Você ajudou Harry a derrotar Voldemort há alguns anos. Você, Rony, Gina e Luna e claro, Harry são bem famosos. Se você não for vista por um deles, com certeza logo vai estar em algum lugar estampado que Hermione Granger voltou para a Inglaterra.

- Eu não tinha pensado nisso!

- Olha, na próxima sexta é aniversário da Molly, e eu consegui convencê-la a deixar eu organizar tudo. Vai ser numa dessas casas de festas trouxas. Eu gostaria muito que você fosse – disse ele pegando um convite na gaveta e entregando a Hermione.

- Eu não sei se é uma boa idéia.

- Olha, você tem medo da reação deles ao te ver depois de tanto tempo, não é mesmo?

- Também.

- Você não acha que seria muito pior se eles descobrissem que você está aqui por uma reportagem?

- É...

- Então, aparece lá na festa! Ah, e vá com roupas trouxas, já que o lugar é de trouxas.

- O Sr. que teve essa idéia, não é? – perguntou ela rindo

- Sim.

- Bom, eu tenho que ir, prometi para minha filha que ia levá-la para conhecer Londres.

- Eu quero conhecê-la!

- E vai. Obrigado pelo apoio que o você me deu hoje, senhor ministro.

- Até sexta-feira!

- Até.

Não deixem de comentar!!! Bjs

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