Casa nova



- Hermione...

- Que foi Harry?

- Tenho uma coisa para te falar.

- Ok, pode falar.

- É que...

- Que...

- Eu...

- Você...

- Eu... você... é....

- Que foi Harry?

- Hermione, eu...



- Mãe, acorda! – chamou Sara - Já chegamos!

Hermione sentia mãos empurrando seu corpo. Relutando por estar com sono, abriu os olhos lentamente e encarou Sara que sorria para ela. Notou que o avião já havia pousado no aeroporto de Londres.

Elas saíram e foram em direção as filas de táxi. Hermione olhou para o céu e respirou fundo. Fazia muito tempo que ela tinha ido embora, mas tudo parecia como era antigamente. Endireitou seu casado, pois estava frio ali, estava com cara de que iria nevar.

Como nos velhos tempos, pensou.

- Mãe, lá é grande? – perguntou Sara, cinco minutos depois de saírem do aeroporto.

- Aonde? – ela se virou e ficou olhando a filha

- Nessa casa – explicou ela - Aonde a gente vai ficar.

Hermione sorriu. Sara sempre foi muito curiosa e Hermione suspeitava que essa fase demoraria a passar. Reconhecendo o lugar onde o táxi tinha chegado, Hermione apontou para a paisagem que era vista pela janela do carro.

- Bem, por que você mesma não olha – Sara subiu no colo de Hermione para ficar mais perto da janela - Já chegamos! – Sara ficou de boca aberta, enquanto olhava a fachada da casa.

A casa era realmente grande. Ficava no alto de uma colina, então praticamente todo o espaço ali era aproveitado. Estava toda pintada na cor branca com pequenos detalhes em azul. Hermione lembrou que Jennifer odiava cores escuras e escuridão, por isso a casa tinha grandes janelas e muitas lâmpadas espalhadas.

Tinha um grande jardim de entrada com muitas flores coloridas. Sara desceu correndo o táxi e ficou parada olhando para o lugar. Nina também saiu do carro, admirando a majestosa casa, enquanto Hermione pagava o motorista.

- Nossa... – deixou escapar Sara.

- Gostou filha? – perguntou Hermione atrás dela. O táxi já tinha ido embora e ela estava parada com as malas delas no chão.

- É muito linda! – Sara se virou para Hermione animada.

- Anda, pode entrar – Hermione pode ver um brilho de felicidade nos olhos de Sara - Mas cuidado para não se machucar com alguma coisa! – advertiu ela, enquanto Sara corria para a porta.

- Eu vou entrar também – Hermione entregou a chave da porta para Nina – Vou ficar vigiando a Sara! – a senhora sorriu para ela - Com licença – Nina pegou uma das malas e seguiu em frente em direção a Sara que esperava impacientemente pela chave da porta.

Nina chegou até Sara. Ela abriu a porta e a menina se esgueirou para dentro curiosa. Nina seguiu seus passos, deixando a porta aberta para Hermione.

Hermione olhou em volta. Não tinha muitas lembranças de sua infância, porque passou muito tempo em Hogwarts, mas cenas passavam rapidamente por sua mente. Andou pela lateral da casa a procura da antiga jaqueira, em que ela brincava ali quando era pequena. Sorriu ao ver que a velha árvore ainda estava inteira.

Continuou andando e viu de longe um balanço pendurado numa árvore. Não se lembrava dele, mas sabia que Sara ia adorar saber que tinha um balanço no seu quintal.

Deu a volta novamente e subiu a varanda. Parou a alguns passos da porta e suspirou. Estar em Londres novamente era acima de tudo, relembrar o passado.

Quando entrou na casa, na hora se lembrou do quarto assombrado, apelido que ela e os primos deram para um quarto no segundo andar da mansão que volta e meia, à porta se fechava sozinha.

Com móveis eram exatamente como Hermione se lembrava. Tinha mudado poucas coisas, mas mesmo assim tudo tinha o mesmo estilo clássico. Percebeu que algumas paredes estavam precisando ser pintadas e todos aqueles móveis mereciam ir para a lixeira!
Passou o dedo num vaso e viu o quanto aquilo estava sujo. Jennifer ao final de vida, ficou internada no hospital e demitiu todos os empregados. Tava ai a razão para toda aquela sujeira.

- Acho que essa casa vai dar mais trabalho do que eu pensei! – comentou para si mesma. Nina que tinha entrado na sala, observava o lugar assim como Hermione.

- Você acha seguro deixar a Sara aqui?

- Não – admitiu - Vamos fazer o seguinte, eu vou sair agora, vou procurar um encanador, vou comprar tinta e alguns móveis – enumerou ela, pegando a bolsa - Você fica aqui com a Sara, porque se eu a levar, é provável que eu não acabe de fazer nada hoje!

- Com certeza – concordou ao acompanhar a mulher até a porta - Do jeito que ela é curiosa!

- Você poderia ir esvaziando as malas para mim? – perguntou ao colocar um óculos escuro no rosto.

- Claro.

- E pede ajuda a Sara! – disse voltando a onde Nina estava - Você não pode fazer tudo sozinha!

- Eu já entendi – ela sorriu para Hermione - Agora vá embora, antes que você não encontre nada aberto! – Hermione sorriu para ela.

- Esta bem – Hermione se afastou um pouco de Nina e se concentrou. Há muitos anos não ia a Londres e esperava que nenhum trouxa a visse desaparatar.

Nina olhava Hermione, e num piscar de olhos, ela desapareceu da sua frente. Nina ainda não conseguia se acostumar com aquelas coisas que Hermione era capaz de fazer. Entrou na casa novamente a procura de Sara.


*****************************************************

Não teve problemas na hora de desaparatar. Ficou um pouco confusa com os lugares, porque tudo era novo e diferente para ela. Enquanto andava pelo centro da cidade, tentava reconhecer os lugares que existiam ainda no seu tempo e ficou surpresa ao encontrar uma velha lanchonete que seu tio dizia que era o melhor lugar para se comer cachorro-quente.

Já tinha escurecido quando Hermione finalmente chegou em casa. Ficou o dia todo na rua, a procura de um encanador. Encontrou um e por sua sorte, ele tinha aceitado ir na casa hoje mesmo. Ela deu o endereço e instruções, dizendo que Nina estaria lá para informar quais eram os problemas. Permitiu-se ficar o resto do dia, andando de loja em loja, comprando todos os móveis da casa. Lembrou-se que precisava levar as tintas também, mas isso preferia levar consigo, do que esperar a loja entregar.

Pegou um táxi novamente e levou todas as tintas que tinha comprado, junto com algumas sacolas de supermercado, incluindo um mouse de chocolate, sobremesa preferida de Sara e seguiu para casa. O taxista a ajudou colocar os latões de tinta na varanda e Hermione deu uma gorda gorjeta para ele. Ele agradeceu muito feliz e foi embora.

Hermione entrou dentro de casa e sorriu ao ver alguns dos móveis básicos que tinha comprado no meio da sala. O que o dinheiro não faz? Pensou. Tinha oferecido uma quantia razoavelmente alta para que alguns móveis fossem entregues naquele dia mesmo, como o grande sofá branco, a cama delas, a mesa de jantar e alguns aparelhos eletrônicos.

Nina entrou na sala e tentou passar pelo caminho livre que tinha ali. Não quis arrumar os móveis, pois isso ficaria a gosto de Hermione, já que a casa era dela. Ela viu Hermione fechando a porta e foi até ela.

- Os móveis chegaram bem rápido – Hermione sorriu marotamente – Quanto que você teve que dar para eles?

- Uma pequena fortuna – comentou indo a direção à cozinha – Por que?

- Um deles estava falando que ia poder fazer a tão esperada viagem com a mulher!

Hermione riu e largou os sacos cheios de compras em cima da pia.

- Fico feliz em ter patrocinado a viagem dele então!

- Hermione, você não pode esquecer que dinheiro não é para sempre! Se ficar gastando muito agora, não vai ter nada daqui a alguns meses!

- Eu sei, Nina!

- Então ta bom – a senhora se aproximou e começou a ajudar Hermione a esvaziar as sacolas.

- E o encanador? – perguntou Hermione abrindo a geladeira e guardando algumas frutas – Consertou tudo?

- Sim e ele já foi embora! - respondeu Nina entregando um saco de laranjas.

- Menos um problema – comentou Hermione se abaixando para arrumar a comida na geladeira.

- Quando vai vim os pintores? – perguntou Nina lavando uma maça e mordendo um pedaço. Hermione se levantou para endireitar as costas que já doíam.

- Eles não vêm – Nina olhou confusa para a mulher – Eu vou pintar os cômodos!

- A senhora? – perguntou Nina incrédula.

- Vai ser uma distração – comentou sem perceber o sorriso de Nina.

- Sei, uma distração – repetiu Nina com ironia.

- Fica quieta, Nina! - disse Hermione brincando com a velha senhora.

- Você é muito boa no que faz – disse Nina se aproximando de Hermione – É uma ótima mãe, excelente profissional, mas pintora?

- Você esta me subestimando, Nina? – perguntou Hermione brincalhona - Pois então, agora mesmo que eu vou pintar tudo! E vai ficar lindo!

- Você que sabe, pois não diga que não avisei – disse dando mais uma mordida na fruta.

- Nina, assim você não ajuda! – exclamou Hermione voltando a guardar os alimentos na geladeira.

- Bom, eu posso até te ajudar... – começou Nina.

- Sério? - perguntou Hermione se animando.

- Eu ajudo na hora de dizer se ficou bom ou não! – ela sorriu para Hermione que olhou para ela sem acreditar.

- Valeu! Você ajuda muito assim!

- Não precisa me agradecer - respondeu Nina rindo.

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