Confrontados



Sai da sala, seguindo os movimentos dos outros alunos. Do lado de fora o sol estava a pino, me senti tentado a fazer como muitos outros alunos ali e me sentar a sombra de uma arvore na margem do lago.


Ao invés de ir direto para meu dormitório ou para o salão principal, esperar o almoço, comecei a andar em direção ao gramado.


Olhei ao redor, os rostos eram familiares, eram alunos de classes anteriores a minha no ano que se passara. Os que haviam estudado comigo ou que estavam no mesmo ano que eu durante o período do segundo levante do Mestre das Trevas eram quase inexistentes ali, alguns porque haviam desistido, outros porque estavam mortos.


Afastei estas lembranças lançando outro olhar ao redor. Pensei na garota.


Ela havia ficado um bom tempo comigo na Torre de Astronomia, percebi, que as vezes, um certo incomodo a atingia, devido a forma como ela se portava, mas então a abandonava pouco tempo depois e ela mirava a paisagem como se aquela fosse a melhor coisa a se fazer no mundo.


Eu sabia que ela estava consciente da minha presença, assim como eu estava da dela, por mais que tentasse mostrar indiferença.


Como se soubesse que pensava nela, a vi se aproximar, acompanhada de um rapaz, sem me notar.


Ela não estava muito perto, mas se eu a chamasse poderia me ouvir facilmente. Mas porque eu a chamaria? Nem sequer sabia seu nome.


Não havia dito nada na noite anterior, só se virara e saíra quando desejara. Também não disse nada e pouco depois também sai de la.


- Hey idiota! – uma voz me tirou de meus pensamentos.


Me virei em sua direção e percebi que era um rapaz sentado a uns dois passos de mim. Ele se revezava entre me fitar e fitar a colcha quadrada, na qual ele e uma garota estavam sentados e eu pisava.


- Olhe por onde anda idiota!


Ele havia me ofendido pela segunda vez. Não que algo vindo dele me afetasse mais do que se fosse vindo de outra pessoa, mas eu estava cansado de ‘ficar na minha’.


Retirei meu pé do tecido, mas sequer cogitei me desculpar. A marca da sola do meu pé estampava o tecido xadrez.


- Olha só o que você fez babaca! – ele me fitava irado.


Era mais baixo, porém era atarracado e com minha magreza devia ter duas vezes minha largura. Não me importei, me virei de forma a fita-lo diretamente e lancei um olhar de desafio.


A garota ao lado dele, que estava de olhos arregalados, deixou o queixo cair. Ele se levantou e percebi que colocara a mão no bolso, onde sua varinha devia estar.


Não me preocupei em fazer o mesmo. Aquele moleque não me assustava. Quando se tratava de duelar eu era, com toda certeza, melhor que ele. Eu era melhor de que qualquer outro aluno ali.


Mas se ele resolvesse partir para uma luta corporal, eu estaria ferrado, isto era óbvio.


- Sr. Bennet – uma voz atraiu a atenção do cara.


Me virei também e vi a nova diretora a nos fitar.


- Está tudo bem? – ela questionou.


Ele me lançou um ultimo olhar irado antes de se voltar para ela.


- Sim, está tudo bem – ele tentava manter o tom tranqüilo – Vamos Harley.


Estendeu a mão para a menina e pegou a colcha assim que ambos saíram de cima. Se afastou e senti que mirava minhas costas enquanto a diretora se fixava em mim.


- Tudo bem, Sr. Malfoy?


Não sabia se ela estava preocupada comigo ou com o que poderia fazer, mas respondi o mesmo que o tal de Bennet:


- Si, está tudo bem.


Ela demorou mais alguns segundos lançando um olhar clinico em mim antes de se afastar.


Quando ela atingiu umas boas passadas de distância suspirei e me virei para seguir em direção ao castelo. Foi quando a vi, assim como as outras pessoas que estavam ao redor.


Depois de passar meu olhar por todos, fiquei uns instantes mais longos fitando-a. Seu acompanhante desviou o olhar, mas ela manteve seus olhos nos meus durante todo o tempo em que fiz o mesmo.





N/A: Mais um pequeno capitulo on. Espero que vocês consigam entender o que busco passar nesta fic, pois as vezes penso que não vou conseguir. Meu maior intuito é focar os sentimentos, sensações, ânsias, etc que acometem Draco no pós guerra, unindo a nova relação que surge com Astória. Dai os capitulos curtos, com espaçamentos não muito breves entre os momentos narrados e sem muitos detalhes em coisas como ambiente, claro que temo que a fic fique meio vazia sem estes muitos referenciais, mas é assim que ela me vem e na verdade, eu gosto dela deste modo.

Então adoraria saber o que vocês pensam sobre, tanto o modo como a narrativa acontece, como o seu conteudo. 

Estão achando muito dramático? E que tal o modo como Draco e Ast reagem um ao outro? E finalmente quem me apoia na opinião de que Draco, mesmo depois de tudo que passou, se manterá petulante e orgulhoso, como semostra neste capitulo?

Respondendo:

Neuzimar de Faria que bom que minha fic chamou sua atenção, você possui uma fama muito positiva como leitora lá no grupo Plataforma 9³/4. E sim, Draco aprendeu muita coisa de 'modos difíceis', vejo-o  mantendo certas caracteristicas 'negativas', mas lidando com elas de forma mais sábia. Espero não frustrar suas expectativas sobre minha fic. :3
Quanto a minha beta: non ecxiste mais! Depois de ficar muito tempo com esta fic parada, June desanimou em beta-la e atualmente estou só aqui. :/
Abraço!

meroku obrigada por comentar!

E Lauriane, me desculpe por não responder seu comentário no capítulo anterior, como a notificação dele foi escluida há algum tempo (tanto quanto esta fic estava parada) e eu (lezada que sou) só olhei o cap. 1, só respondi os comentários presentes nele. Sinto muito mesmo. :'(
Mas ao menos você teve sua resposta: Sim, vou continuar postando! \o/
Beijos!

Obrigada a todas!

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Comentários (2)

  • Neuzimar de Faria

    Não está dramática, não. Acho que você enfocou muito bem a realidade do Draco depois da queda do Voldemort: humilhação, desconfiança, rejeição, ausência dos amigos, raiva, tristeza, falta de perspectivas, solidão. Acho que ele não era mau, apenas mal orientado (ou desorientado) pela educação equivocada que recebia da família. Claro, que nunca foi, nem se transformou em santo. Deve ter guardado alguma arrogância e petulância, mas acho que pode ter se transformado em alguém bem próximo da decência, pelo menos. E eu gosto das tramas com enfoque psicológico. Então, para mim, está no caminho certo!E eu não sabia que era uma leitora consagrada! rsrsrsrsrsrsrsrs Gostaria de saber mais sobre o grupo Plataforma 9 ³/4, me informe, por favor. Bjos!

    2013-02-22
  • Lana Silva

    Bem, não tô achando drámatico não, na verdade eu acho legal mostrar os sentimentos dele com relaçao a tudo que passou e que vai passar, quase nunca vejo nada sobre o que o Draco sentia em fanfic, ou se vejo não é nada muito concreto sabe ? Sempre coisa meio bobinhas e mais voltada para o romance sem complicações, como se ele não tivesse passado por nada, como se todo mundo tivesse aceitado tudo que aconteceu e o achasse um héroi ou algo do tipo. Eu gostei do capitulo dá pra ver como o povo tá tratando mesmo ele :/ Parabens, a fanfic está ótima :)Beijoos! 

    2013-02-22
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