O Embarque na Plataforma Nove



Harry e Ashley estavam se sentindo sozinhos. E isso era incrivelmente bom.


Assim que voltaram para a casa em Surrey, pensaram que seriam trancafiados no armário, ou qualquer outra coisa do tipo, mas não. Ambos foram surpreendentemente ignorados, e Dudley parecia ter medo dos dois agora, como se pudesse ser transformado em um porco inteiro.


Os gêmeos haviam circulado o dia primeiro de Setembro no calendário e vinham cortando os outros dias, ansiosos para a chegada do embarque. Distraíam-se muito com seus livros de escola, e Ashley sempre fora meio CDF, então andava pela casa carregando o de transfiguração e o de poções embaixo do braço, por serem seus favoritos. Harry dizia: "Eu sabia, você ama mudanças. Ama cozinhar. Sabia que ia gostar mais desses dois, é a sua cara!"


Harry não tinha um preferido, mas gostava de ler o de história da magia, distraía-se muito fazendo isso. Acabara lendo o nome "Edwiges" e resolveu batizar assim sua coruja. Inspirada pelo irmão, Ashley procurara algo legal e escolhera "Morgana" para sua coruja negra.


Agora os irmãos se perdiam em horas no quarto, à noite, conversando e lendo partes de seus livros. Harry tinha um pendor para defender as pessoas e coisas práticas, e se apegou a Defesa Contra as Artes das Trevas e Feitiços.


Os dias iam se arrastando razoavelmente melhor, sem a chateação dos Dursley, mas aos poucos ficou meio entediante. Se eles não tivessem um ao outro, seriam capazes de implorar a Dudley para que os xingasse um pouco, só para sair da monotonia.


O fato é que o dia 31 de agosto chegou e os Gêmeos tinham um assunto importante para tratar que não podia mais ser adiado.


- Fala você. - sussurrou Harry quando os dois estavam no pé da escada.


- Não, fala você.


- Juntos então.


- Juntos.


Eles se aproximaram de Válter um tanto quanto nervosos. Ashley chama a atenção do tio:


- Tio Válter?


- Hn... - ele resmungou como resposta. Os gêmeos entenderam isto como um incentivo para falar.


- O embarque para Hogwarts é amanhã, em King Cross. Às onze da manhã. - disse Harry.


- E... - disse o tio, já não gostando da história a partir do momento no qual a palavra "Hogwarts" foi mencionada.


- E queríamos saber se o senhor nos dá uma carona. - o garoto terminou.


- Tudo bem. Tenho que ir a Londres de manhã, se não nem me daria ao trabalho.


Ashley não queria abusar da sorte e da paciência do tio, mas sua curiosidade venceu:


- Vai fazer o que em Londres?


- Levar Dudley a um hospital particular. Ele precisa tirar este rabo antes de ir a Smeltings.


...


- Vamos de roupas comuns e trocamos no trem. Não quero chamar atenção na estação. - disse Ashley guardando suas roupas no malão, junto com a mochila e todo o material escolar. Ela colocara apenas o seu vestido favorito (azul com estampas de florezinhas vermelhas e uma fita azul escura na cintura, de alcinhas) em cima da cama para usar no dia seguinte, pois era o único do tamanho certo, e usaria sandálias rasteirinhas brancas. Harry separara o menor suéter vermelho, que ainda assim era muito grande, calças jeans azuis e tênis.


Eles se deitaram para dormir, mas nenhum deles conseguia pregar os olhos, tamanha a ansiedade que sentiam.


- Harry, você está dormindo?


- Não. Não consigo dormir. E você?


- Também não consigo dormir. Você acha que lá vai ser diferente? - havia certa nota de tristeza na voz da garota quando ela disse isso.


- Diferente como?


- Ah, você sabe, diferente. Acha que vamos fazer amigos?


- Mas é claro, você não viu como fomos tratados no Caldeirão Furado? As pessoas gostam de nós. Ou pelo menos não nos odeiam.


- À exceção daquele loirinho na loja de roupas né? Nunca vi um menino com a cara mais chupada e mal humorada no mundo!


Eles riram ao comentário de Ashley.


- Acho que até que entremos no trem não vou acreditar no que está acontecendo. - murmurou Harry.


- Somos dois então. - ela sorriu para ele. Ele sorriu de volta.


Passados alguns minutos eles conseguiram dormir.


...


Pela manhã, Válter parecia de muito bom humor. Ele estava assim pois os gêmeos comentaram que a plataforma onde pegariam o trem era a nove e meia, e Válter estava certo de que tal plataforma não existia. Os próprios gêmeos estavam com um pouco de medo, Válter estava feliz demais para ser apenas um palpite.


Dudley se expremera no canto direito do banco de trás tentando nem mesmo encostar nos primos. Os gêmeos acharam que se não fosse pelo rabo ele já teria se borrado de medo.


Eles chegaram na plataforma às 10:50. Harry e Ashley tiveram que descer correndo, e as corujas não paravam de piar.


- Calem a boca! - implorou Harry, para que elas parassem de chamar atenção. Não adiantou nada.


O pânico se instalou na boca do estômago dos irmãos quando chegaram no meio das plataformas nove e dez e não havia nada lá além de uma pilastra.


- Harry, tem certeza que é plataforma nove e meia?


- Absoluta, está escrito no bilhete, olhe!


Eles releram o bilhete umas três vezes para ter certeza, e era isso mesmo. Nove e meia, trem partindo às onze. Eles se entreolharam assustados.


- Vamos perguntar ao guarda. - sugeriu Ash.


- Claro. "Senhor guarda, meu nome é Harry Potter e minha irmã e eu estamos procurando por um trem que parte às onze e vai para uma escola de Magia chamada Hogwarts. A propósito, o trem parte em uma plataforma chamada "Nove e meia", que aparentemente não existe. Pode nos ajudar?" - ele respondeu sarcástico.


- Me desculpe, eu só não consegui pensar em nada melhor.


Os dois começaram a ficar realmente nervosos quando o relógio da estação indicou faltarem apenas cinco minutos para a partida do trem.


Então, milagrosamente (ou magicamente, vai saber) uma família ruiva surgiu. Harry entreouviu a frase "cheio de trouxas, é claro" ser dita pela mãe e saiu atrás deles, com Ash em seu encalço.


- Vá primeiro Percy. - disse a mulher. Um dos filhos ruivos pôs se à frente da pilastra do meio e começou a caminhar até ela calmamente empurrando seu carrinho com o malão. Ele não parou nem mesmo quando estava de cara com e pilastra e de repente... sumiu.


Os gêmeos ficaram completamente boquiabertos, mas não tiveram muito tempo para absorver a informação:


- Agora você, Fred, vá.


Um garoto se adiantou.


- Mãe, eu sou o Jorge! Francamente, ainda diz que é nossa mãe.


Ele foi correndo até a barreira e sumiu.


- Agora você Fred.


E um garoto idêntico ao anterior se adiantou.


- Brincadeirinha mãe, eu sou o Jorge. - ele foi correndo até a pilastra e a atravessou como se fosse de água.


- Com licença. - Harry se pronunciou. - Eu e minha irmã somos novos e não...


- Não sabem como chegar à plataforma?


- É. - Ash confirmou à mulher, que prosseguiu:


- Tudo bem, também é o primeiro ano do Rony. - ela indicou com a cabeça um filho mais jovem, bem alto, ruivo e sardento como os irmãos. - Você só tem que andar direto até a pilastra, pode ir correndo se estiver nervoso. Por que não tenta agora?


Harry e Ash se olharam. Ele resolveu ir na frente. Respirou fundo e começou a correr até a pilastra.


O pânico tomava conta dele quão mais perto da pilastra ele chegava. Ia colidir, disso tinha certeza, mas agora não dava mais para voltar atrás.


Ele fechou os olhos para não ver a batida...


Quando os abriu estava em uma estação de trem com uma enorme máquina a vapor escrito "Expresso de Hogwarts". Famílias caminhavam de um lado para o outro levando os filhos aos vagões, empurrando malões, carregando gatos, sapos e corujas.


- Harry! Conseguimos!


Ele olhou para trás e viu a irmã ao seu lado.


- Vem Ash, precisamos achar um vagão para nós.


Eles foram andando pela extensão do trem até encontrar um vagão não tão cheio. Eles começaram a tentar subir com os malões mas era complicado.


- Sobe você, aí eu empurro e você puxa. - sugeriu Ash. Ainda não estava dando muito certo.


- Precisam de ajuda? - uma dupla de vozes perguntou.


Eram os gêmeos ruivos da plataforma.


- Seria ótimo.


Os dois colocaram a bagagem dentro do vagãos e os irmãos Potter entraram.


- Eu sou Fred, esse é Jorge. - um dos ruivos se pronunciou. - E vocês são...


- Harry e Ashley, prazer.


Momento de silêncio.


- Harry e Ashley Potter? - os gêmeos ruivos perguntaram juntos.


- Hm... É. Nós.


- Caramba! Bem, então, nos vemos em Hogwarts. Espero que entrem para a Grifinória.


E os ruivos se foram.


Mas não por muito tempo. Logo voltaram, com uma menininha ruiva como eles à tiracolo.


- E essa aqui é nossa irmãzinha, Gina. Queria te dar um oi, Harry, ela não vai para Hogwarts esse ano e não acreditou quando dissemos que era você, então quis ver antes que o trem partisse.


- Ah. Oi. - Harry disse.


Gina ficou ainda mais vermelha que seus cabelos e saiu correndo.


- Liga não, ela meio que tem uma quedinha por você. - disse um ruivo.


- É, ela te acha brilhante. - completou o outro.


- Ah, bem. - Harry ficou meio sem jeito. - Digam a ela que... Eu... Ah, obrigado.


E os ruivos saíram.


- Legal Harry, já tem uma fã louquinha.


- Ah, cala a boca.


- Que tal ela comprar umas camisetas, escrever "Team Harry" e sair distribuindo por aí, hein?


- Eu já te falei para calar a...


- Caham.


Os gêmeos olharam para fora da cabine. Havia um ruivo tão alto quanto os gêmeos de antes do lado de fora, mas aparentava ser mais jovem, na idade dos Potter.


- O resto está cheio. Posso me assentar com vocês? - perguntou o garoto.


- Claro.


Ele entrou e se acomodou no mesmo banco que Harry. Ash estava no da frente.


- E você é... - perguntou Ash.


- Sou Rony! Rony Weasley. Os gêmeos que ajudaram com o malão são meus irmãos mais velhos, a menina é minha irmã mais nova.


- Ei, você estava na plataforma!


- Não foram vocês que mamãe ensinou a atravessar?


- É foram... Quer dizer, fomos.


Um breve silêncio. O trem entrou em movimento.


- E vocês, quem são?


- Ashley e Harry Potter. - ela respondeu.


- NÃO BRINCA? SÉRIO?


Harry levantou o cabelo exibindo a cicatriz.


- Uau! Uau... Vocês moram com trouxas, não é? Eles são legais?


- Não. Quer dizer, sim. Quer dizer...


- Ela quer dizer que existem muitos trouxas legais, mas nossos tios não são tão legais assim.


- Entendi.


- Mas e sua família? - perguntou Ash. Os gêmeos achavam Rony tão divertido quanto ele os achava.


- Tenho cinco irmãos e uma irmã. Gui e Carlinhos são os irmãos mais velhos e já terminaram Hogwarts.


- O que um bruxo faz quando termina a escola? - perguntou Ash.


- Gui trabalha pro Gringotes, e Carlinhos está estudando dragões na Romênia. Minha mãe é dona de casa e meu pai trabalha no Ministério.


- Que demais! O que ele faz? - perguntou Harry.


- Não é nada muito interessante, ele trabalha na seção de Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas. - breve silêncio. - Mas é verdade, não é interessante mesmo.


E a conversa fluiu. Rony explicou várias coisas que os gêmeos não sabiam:


Grifinória, Lufa-lufa, Corvinal e Sonserina eram casas em Hogarts. Você era selecionado para a casa com a qual tivesse mais qualidades em comum. Elas prezavam, respectivamente, coragem, lealdade, inteligência e astúcia. Embora o diretor insistisse em dizer que nenhuma escola era melhor que a outra, a sensação produzida era de que Grifinória era dos heróis, Sonserina dos vilões, Corvinal dos nerds e Lufa-lufa dos panacas.


Pensando desta forma, apenas Grifinória parecia uma casa atraente.


Ele explicou sobre Quadribol, um jogo com quatro bolas e sete jogadores de cada lado, com o objetivo de marcar pontos...


Por volta da metade da viagem, os estômagos deles começaram a roncar. Rony se virou para a mochila e tirou dois embrulhos de plástico.


- Estão com fome? Eu trouxe de casa... - Rony abriu os sanduíches. - Droga, ela sempre se esquece de que não gosto de carne enlatada. Minha mãe, sabe. Não tem muito tempo, somos cinco.


Nesse momento, uma mulher gorducha parou na frente da porta empurrando um carrinho cheio de guloseimas.


- Vão querer alguma coisa, queridos? - ela perguntou, com uma voz bondosa.


- Nossa! NOSSA! - Ashley pegou a bolsa de dinheiro e correu até a porta. - Três de cada, por favor!


Ela e Harry pagaram, e espalharam tudo na mesa.


Os Gêmeos começaram a comer, e Rony começou a ficar meio verde.


Ashley já tinha comido meia tortinha de abóbora quando se virou para Rony e com a boca cheia de recheio de abóbora:


- Não vai pegar uma não? - e estendeu uma tortinha para ele.


- Não precisa, tenho os sanduíches.


- Come logo. - ela jogou a tortinha em cima dele que começou a comê-la, distraído.


- Hey, Rony, o que é isso? - perguntou Harry, apontando para uma caixa grande com outras cinco caixinhas menores dentro. Ele pegou uma das caixinhas, que tinha a forma de um pentágono.


- São sapos de chocolate!


- Sapos de verdade?


- Claro que não, são comestíveis. E uma delícia.


Harry abriu a caixinha e um sapinho de chocolate pulou para fora, pela janela.


- Deu azar Harry, eles só pulam uma vez. Mas não tem problema, o que importa é a figurinha. Vê qual têm aí, tá me faltando a Agripa. Ah, o Ptolomeu também.


Harry tirou uma figurinha do fundo que tinha uma foto com um senhor de barbas brancas. Embaixo da foto o nome "Alvo Dumbledore".


- CARACA, É O DUMBLEDORE!


- É, tenho uns duzentos.


Harry virou a figurinha para ver o que estava escrito:


Alvo Dumbledore, atualmente diretor de Hogwarts.


Considerado por muitos o maior bruxo dos tempos modernos


.Dumbledore é particularmente famoso por ter derrotado Grindewald, o bruxo das trevas, em 1945, por ter descoberto os doze usos do sangue de dragão e por desenvolver um trabalho em alguimia em parceria com Nicolau Flamel.


O Professor Dumbledore gosta de música de câmara e boliche.


Harry virou a figurinha de volta.


- CADÊ O DUMBLEDORE? ELE SUMIU!


- Claro, queria o quê? - perguntou Rony - Que ele ficasse aí na foto parado o dia inteiro?


- Bem, geralmente é assim que é.


- Nas fotos trouxas as pessoas não se mexem? Nossa que esquisito.


Os três riram.


- Esses aqui, são o que? - perguntou Ashley, segurando um pacotinho.


- Feijõezinhos de todos os sabores. Quer dizer, todos mesmo. Tem chocolate, morango e menta, mas tem também pimenta, alho e couve de bruxelas. Uma vez meu irmão disse que achou um de meleca.


Ash morsicou um vermelhinho que era de morango. Gostou. Tomou coragem e pegou um verde.


- Eca, couve de bruxelas!


- Eu disse. - comentou Rony.


Eles começaram a se divertir com os feijõezinhos, e chegaram a tomar coragem para morder um cinzento, que era pimenta.


Mais uma vez o tempo se arrastou, até que...


Um garoto de cara redonda apareceu na porta, parecia meio... retardado.


- Vocês viram o meu sapo? - os três fizeram que não com a cabeça. - Droga, vovó vai me matar... - ele disse em um tom choroso, e saiu a procura do tal sapo.


De repente Rony se manifestou.


- Querem ver um feitiço? Meu irmão Fred me ensinou.


- Claro! - responderam os gêmeos, que há muito estavam ansiosos por um feitço novo. Rony pegou um rato de dentro das vestes e colocou no colo, e então pegou uma varinha gasta com algo brilhando na ponta.


- Este é meu rato, Perebas. Era do Percy, então está muito velho. E a varinha era do Carlinhos, é de Freixo. Ah, o pelo de unicórnio está quase saindo...


Rony coçou a garganta e empunhou a varinha. Quando ia falar algo, uma garota de cheios cabelos castanhos e dentes grandes com aparelho ortodôntico, já usando as vestes da escola, apareceu na porta da cabine e começou a falar:


- Vocês não viram um sapo viram? Neville perdeu o dele, as pessoas não param de berrar pelos corredores, aparentemente um bando de garotas está com medo do tal sapo e eu não consigo achá-lo. Ah, você vai fazer um feitiço? Quero ver! Andei praticando um pouco em casa e acabei conseguindo alguns bem simples, como o de consertar coisas. A propósito meu nome é Hermione Granger e vocês são...?


Quando ela parou de falar o ar ficou até mais leve. Ela tinha um tom de voz muito mandão e metido.


- Ashley e Harry Potter, e Ronald Weasley. - Ash respondeu.


- Conheço vocês! Estão em um bocado dos livros de magia que li, como Ascenção e queda das Artes das Trevas.


- Estamos? - os gêmeos perguntaram.


- Nossa, eu ia querer saber de tudo se fosse comigo. - ela retrucou. - E você aí, vai fazer o feitiço ou não?


- Ah, claro. - Rony pigarreou de novo. - Sol, violetas, amarelo maduro. Muda para amarelo esse rato velho e burro!


Nada aconteceu.


- É isso? - Hermione perguntou. - Não parece muito bom.


- E você, sabe algo para ficar falando? - retrucou Rony, irritado. A garota tirou uma varinha das vestes e fez Harry e Ash assentarem-se lado a lado. Ela pigarreou exatamente como o Weasley, apontou a varinha para os gêmeos e...


Oculos reparo!


Magicamente os óculos deles ficaram como novos. Rony ficou absurdamente vermelho, mas não tinha como saber se de raiva ou vergonha.


- Bem, vejo vocês depois. Preciso achar este sapo.


E ela saiu.


- Seja qual for minha casa, espero que ela não esteja lá. - resmungou Rony.


Eles riram novamente.


Mais um bom tempo de viagem se passou. Os três riram, e se divertiram, e deram o recheio dos sanduíches de Rony para Morgana e Edwiges. Elas gostaram.


No entanto, a paz deles logo acabou.


- Ora ora, vejamos o que temos aqui! Não são os dois da loja da Madame Malkin? Fiquei sabendo que são os Gêmeos Potter. Prazer em conhecê-los, sou Draco Malfoy.


Além do garoto loiro, haviam dois outros garotos gigantes atrás dele, os ditos "armários".


Rony riu.


- Acha meu nome engraçado? Meu pai falou que na família Weasley são todos ruivos e sardentos e com mais filhos que podem sustentar. Já se enturmaram mal Potter, mas não é tarde. - ele estendeu a mão direita. - Posso ajudá-los a fazer as amizades certas.


- Mesmo? - se pronunciou Ash. - Muito, muito tentador. Mas...


- ...acho que minha irmã e eu sabemos reconhecer as amizades certas e as erradas sozinhos.


- Mas agradecemos sua oferta. - os gêmeos encerraram, juntos.


- Vão se arrepender por isso. - ele ia se virando quando olhou para os sapos de chocolate e os feijõezinos restantes. - Nossa comida acabou, parece que vocês ainda têm algo. Crabbe, Goyle, sabem o que fazer.


Malfoy estralou os dedos e os armários começaram a ir até a mesa. Quando o primeiro pôs a mão em um sapo, o gênio mega estourado de Ash explodiu:


- LARGA A MINHA COMIDA SEU CARA DE PASSA!


E a confusão estava armada. Os três começaram a brigar, e a gaiola de Morgana caiu, e se abriu, e a coruja começou a bicar os três valentões, e Rony mordia a mão de um dos grandes, e Harry e Draco trocavam socos, ambos estavam com as mãos vermelhas e muita dor nos estômagos de tanto apanhar na barriga. Ashley subira nas costas do outro grande e batia na cabeça dele com a coruja lhe bicando até que de repente...


- AAAAAAAAAH!


Um dos grandes balançava a mão loucamente, Perebas pendurado em sua mão pelos dentes. Ele balançou a mão até o rato voar, bater na janela e cair desmaiado.


- Andem, vamos sair daqui! - ordenou Malfoy, e os três saíram correndo.


Harry, Ash e Rony ainda tentavam respirar adequadamente.


- Sinceramente Ash, se você não controlar seu gênio vamos ter sérios problemas. - disse Harry.


- Tá brincando? - retrucou Rony. - Imagina uma menina dessa jogando de artilheira em um time de quadribol, o time adversário ia abrir caminho para ela fazer quantos gols quizesse!


- Anh, obrigada Rony, vou me lembrar disso quando entrar para um time de quadribol.


Eles riram e se assentaram de novo. Ashley colocou um espelho no colo e começou a arrumar o cabelo e retocar o gloss.


- Garotas... - os rapazes murmurarm. Nisso, Hermione Granger voltou.


- Não estavam se metendo em confusão, estavam?Vão nos causar problemas antes de chegarmos à escola! Não achei o sapo, vocês têm certeza de que não o viram? Que pena. Vistam-se, estamos quase chegando.


E tão rápido quanto chegara, ela se foi.


- Bem, detesto admitir, mas ela tem razão. Ash, se importa de dar licença para que seu irmão e eu troquemos de roupa?


Ela pegou as vestes e foi se trocar no banheiro do vagão.


Alguns minutos depois uma voz anunciou que estavam chegando, e disse aos passageiros para deixar as coisas no vagão pois depois seriam descarregadas. Os três desceram juntos do trem e logo, no meio dos alunos, Harry e Ash avistaram uma figura familiar segurando um lampião no alto:


- Alunos do primeiro ano, por aqui alunos do primeiro ano...


- HAGRID!


Os três correram até lá.


- Que bom vê-los, já fizeram um amigo hã? Quem é?


- Ronald Weasley senhor, prazer.


- Sou Hagrid, guarda-caças, guardião das chaves e das terras de Hogwarts!- então ele se virou para os alunos que ficaram. - PRIEMIRO ANO, TODOS AQUI? ENTÃO SIGAM-ME!


Ele começou a rumar para a parte sul do castelo. Os burburinhos de excitação e curiosidade aumentavam conforme o tempo de caminhada e Hagrid sorria com um ar de importância que fez Rony e os Potter rirem um pouco. Depois de muito avançar, chegaram a um lago com meia milha de diamêtro. Do outro lado do lago havia um penhasco e acima do penhasco, um castelo imenso, com quatro torres enormes e facilmente sete andares.


- Vamos atavessar de barco, tomem cuidado com as criaturas do lago


- Tipo a Lula Gigante? - berrou alguém.


Os gêmeos se olharam. Havia uma lula gigante no lago?


- Não, a Lula é pacífica. Tipo sereianos e grindylows. Agora, quatro em cada barco por favor. - disse Hagrid indicando alguns barcos na beira do lago. Ele tomou um para si.


Harry, Ash e Rony acomodaram-se em um e ficaram esperando a quarta pessoa. Neville Longbotom apareceu, o menino redondo que perdera o sapo.


- Posso me assentar com vocês? O outro barco tem aquela menina metida dos cabelos cacheados, e ela é legal, mas me dá medo.


Rony riu baixinho.


- Claro que pode. - disse Ash. - Assente-se aqui. - ela encerrou chegando para o lado.


Cada um pegou um remo e eles começaram a remar pelo lago. Neville se atrapalhava com o remo constantemente, e Rony tinha que fazer força dobrada do seu lado do barco para compensar. Eles viram várias árvores na beira do lago, tiveram até que abaixar para evitar alguns galhos. Depois de muito remar chegaram à margem do lago e desceram, todos muito ansiosos. Pararam na frente das portas de entrada do castelo, enormes portas rústicas e esculpidas em madeira pesada, ladeadas por enormes estátuas de javalis alados. Hagrid se pronunciou:


- Prontos? Então vamos lá! - ele disse, abrindo as enormes portas do castelo.

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