A Floresta Proibida




Lumus!


Juro solenemente não fazer nada de bom.


Olá leitores!


Esse é um capítulo que eu gosto bastante porque eu adoro fazer as pessoas brigarem e esse... Bem, digamos que Ash soltou a adrenalina! kkkkkkkkkkkkk


Boa leitura,


Gaby Amorinha




Harry e Hermione não ousaram nem se olhar enquanto Filch os guiava pelo colégio. Apenas caminhavam em silêncio e com as cabeças baixas, enquanto o zelador resmungava possíveis punições, uma pior que a outra.


Depois de caminhar por um tempo, os dois se viram na porta da sala de McGonagall. Ela estava com o olhar ainda furioso por pegar Malfoy fora da cama, mas tanta fúria se misturou com decepção ao ver quem Filch levara até ela.


- Perambulando pelos corredores a essa hora da madrugada, ah, eu bem queria ver esses dois pendurados pelos tornozelos na minha sala...


- O que estão fazendo de pé? Não me digam que é aquela história mirabolante sobre um dragão que o Malfoy veio me contar.


Os dois pareceram de repente muito interessados em seus sapatos. Era a primeira vez que Hermione não respondia à pergunta de um professor.


- Não acredito... Dois da minha casa! O que devo fazer com vo...


Mas antes que ela concluísse o raciocínio, um menino com o rosto redondo apareceu no corredor.


- Ah, finalmente achei vocês! Malfoy passou no corredor dizendo que ia dedar vocês por carregarem um dragão ilegal e...


E tudo foi por água abaixo. Hermione quase deu um tapa na própria cabeça para expressar o quanto Neville era tonto. Harry mal acreditava em sua falta de sorte. McGonagall olhava incrédula dos três rostos culpados um para o outro, até que...


- Entendi o que aconteceu aqui. Vocês dois inventaram uma história louca dessas pro Malfoy ser pego fora da cama, e acharam graça que Neville também caísse em tudo.


Hermione olhou de repente para Neville. Queria dizê-lo que não era isso, mas o garoto parecia profundamente desapontado e apenas olhava para o chão, sem acreditar que aqueles que ele julgara como amigos pudessem ter feito algo daquele tipo para ele.


- Estou profundamente desgostosa. Vou descontar cinquenta pontos da Grifinória.


- Cinquenta? – Harry perguntou, indignado.


- De cada um, Potter. E agora vão para seus dormitórios imediatamente. Cumprirão detenções também, que fique claro. Esperem por um aviso meu.


Os três sentiram um buraco abrir em seu estômago. Harry não sabia o que era pior: a rigidez como McGonagall crispara a boca em severidade, ou o brilho de decepção presente nos olhos dela. Por fim, os três acharam melhor ir logo para sua sala comunal.


- Eles estão demorando, não? Era para ser rápido... – Rony comentou, ordenando um cavalo que se movesse. Ele e Ash estavam jogados no chão da sala comunal, em frente à lareira, jogando xadrez de bruxo. Estava tão tarde que os dois estavam sozinhos já a horas.


- Eu sei... Estou me preocupando também, será que algo aconteceu? Torre na G5.


- Espero que não e... Rainha na F7. Xeque-mate.


- De novo? Ah não Ron, não tem graça jogar com você. Já é a quinta vez que você ganha.


- Bem, eu tinha que ser bom em alguma coisa, não? Vamos mais uma vez, não temos nada de melhor para fazer mesmo...


- Não, já deu!


- Deixe de ser má perdedora!


- Não sou má perdedora!


- É sim! Só porque não consegue ganhar de mim...


- Psicologia reversa não vai funcionar Ronald Weasley! – ela resmungou, agarrando a gola da camiseta de Rony.


- Quer brigar nos punhos? Não posso bater em uma menina, e eu ia ganhar feio de você! – ele pisou então no pé dela, a forçando a soltá-lo. – Caramba, que gênio difícil que você tem.


A briga foi interrompida pelo buraco do retrato se abrindo, e Harry, Hermione e Neville entrando com caras deprimidas.


- O que... Aconteceu? – Rony perguntou, ajeitando a camiseta.


- Eu é que pergunto. Não estavam brigando, estavam? – Harry questionou.


- Ah, não foi nada. – Ash respondeu, se assentando e massageando o pé dolorido. – Me desculpe Ron.


- Tudo bem.


- Ah, bom mesmo. – Hermione retrucou, se jogando na poltrona mais próxima. – Grifinória não pode se dar ao luxo de perder mais pontos.


- Como assim? – Ash perguntou, preocupada. Rapidamente, os três narraram o que acontecera. Neville ficou surpreso em saber que toda a história do dragão era verdadeira.


- Puxa, eu estraguei tudo, de novo! É tudo culpa minha.


- Imagine Neville, foi o Malfoy que... – Harry começou.


- Não foi nada! – Ash se manifestou de surpresa. – A culpa é de vocês dois só de vocês dois! Não adianta por a culpa no Malfoy ou no Neville!


- Como é? – Harry perguntou.


- Se vocês não tivessem sido tão estúpidos a ponto de esquecer a capa da invisibilidade lá em cima, Filch não teria pegado vocês, Neville e Malfoy iam se ferrar sozinhos! O estrago ia ser menor!


- Pirou? Não se importa que o Neville pegue uma detenção? – Harry retrucou. O tom de voz de ambos já estava bem exaltado. Rony engoliu em seco, não lhe agradava a ideia de Ash brigando tanto assim com eles mesmos.


- NÃO! ELE É TAPADO, ENTÃO QUE SEJA TAPADO SOZINHO! VOCÊS NÃO PRECISAVAM FAZER A BURRADA JUNTO COM ELE! ESTÚPIDOS! AGORA ALÉM DE A GRIFINÓRIA ESTAR COM 150 PONTOS A MENOS, EU AINDA ESTOU SEM A ÚNICA LEMBRANÇA QUE TINHA DO MEU PAI!


Ela se virou para subir para a torre da Grifinória. Era difícil dizer por causa do olhar injetado de fúria, mas Hermione podia jurar que a garota estava à beira de lágrimas.


- Eu cuido disso. Não fiquem bravos com ela meninos, é por que a gente perdeu a capa que ela está assim.


- Não tenho tanta certeza... – resmungou Rony.


- Vou subir. Falar com ela. – Hermione disse, subindo as escadas para o dormitório. Ao chegar lá em cima, no entanto, viu que seus esforços seriam inúteis. Ela já adormecera.


No dia seguinte, a notícia de que o notório Harry Potter, herói da Grifinória, e dois amigos seus haviam perdido 150 pontos para a Grifinória de uma vez só pareceu se alastrar como fogo em palha seca. Não só os alunos da Grifinória, mas também Corvinal e Lufa-lufa estavam profundamente irritados com Harry: todos queriam ver a Sonserina perder. Os sonserinos, no entanto, aproveitavam todas as oportunidades que tinham para agradecê-lo com um exagero de mesuras, especialmente Draco Malfoy.


Quando parecia que nada poderia ficar pior, Harry acabou por descobrir algo que o deixou à beira de um colapso nervoso.


Passava à frente da sala de Quirrell quando o ouviu gaguejante e nervoso como sempre, conversando com alguém.


- N-não, por favor, n-n-não...


Um ganido baixo de dor e sucumbência soou dentro da sala. Harry se atreveu a olhar por uma fresta da porta, mas não conseguiu ver muita coisa, além de Quirrell agachado no chão, com as mãos na cabeça, como se sofresse de algum tipo de dor física. Por fim, ele se levantou.


- Está bem... Tudo b-bem...


Harry só teve tempo de se virar e fingir que andava despreocupadamente pelo corredor antes de Quirrell sair. De qualquer forma, o professor não parecia ter notado a presença dele. O garoto correu até a sala para olhar melhor dentro do aposento, mas tudo o que viu foi uma porta aberta no fundo. Porta essa pela qual ele poderia jurar que Snape tinha acabado de sair.


- Estou dizendo a vocês! – Harry repetiu em resmungo, na Sala Comunal da Grifinória, tarde da noite de forma que apenas os quatro estavam lá. – Quirrell cedeu! Temos que fazer alguma coisa ou Snape vai roubar a pedra!


- Não Harry, não temos que fazer mais nada! Fomos ajudar Hagrid com Norberto e olhe no que deu. Eu não quero perder mais pontos para a Grifinória. Talvez fosse melhor contar logo a Dumbledore e deixar que ele mesmo resolva o problema.


- Contar o que a Dumbledore? – Rony resmungou. – Além de ser a palavra de um professor contra a nossa, e não é nenhum segredo que odiamos Snape, teríamos que explicar como sabemos da pedra, o que daria um trabalhão além de meter Hagrid em confusão.


- Rony está certo. – Ash murmurou. – Mas eu não deixo de concordar com a Hermione, já nos envolvemos demais nisso tudo. É melhor deixarmos para lá. Não é como se Snape fosse se tornar o imperador do mundo, ou algo do tipo. Só rico, imortal e solitário. Depois, eu acho que Dumbledore saberia se Snape roubasse a pedra, e ele mesmo iria fazer algo. Esqueça isso Harry, não está mais em nossas mãos.


Na manhã seguinte, o ânimo de Harry e Hermione despencou ainda mais ao ver o bilhete na mesa do café da manhã:


"Sua detenção começará às vinte e três horas.


Aguardem o Sr. Filch no saguão de entrada.


Professora Minerva".


- Bom... – começou Mione.


- Não precisa dizer que merecemos.


Para piorar ainda mais o dia, eles tinham dupla poções logo nos primeiros horários. O tempo todo Snape se mostrava mais irritante que o comum, mas parecia meio decepcionado com Draco ter pegado uma detenção, pois puxou menos saco dele. Ao final da aula, ele deteve Ash para que limpasse os caldeirões sujos.


Ela ficou nervosa com os olhos negros dele em cima dela, olhando-a trabalhar com avidez, quase procurando um erro para puni-la. E de tanto pesar o olhar, ela acabou por deixar o caldeirão cheio de poção estragada, preparada por Neville, cair nos lustrosos sapatos pretos de Snape. É claro, a poção teria se derramado no chão se ele não estivesse tão perto assim dela.


- Que pena Srta. Potter. É uma sorte saber que seu irmão vai cumprir detenção hoje à noite. Junte-se a ele.


Ela resolveu não argumentar.


Pela noite, Harry, Hermione, Ash e Neville desceram para a detenção. Ash achou melhor evitar explicações mais complexas sobre também cumprir detenção e apenas disse que era "algo com o Snape", o que foi mais que o bastante para explicar a situação.


Filch estava parado à porta do Saguão de Entrada com Madame Nor-r-ra em seu encalce. Não havia sinal de Draco em parte alguma.


- Aposto que o filhote de cobra vai matar a detenção. – resmungou Ashley. – Não tem vergonha na cara e nem coragem para pagar pelas coisas erradas que faz.


- Oh, não se preocupe gatinho desmamado. Não vão fazer a detenção sem a minha ilustre presença.


O loiro vinha subindo as escadas que vinham das masmorras com a mesma expressão pretenciosa de sempre no rosto.


- Ilustre... pff... – Ash virou o rosto para Filch.


- Vamos andando crianças... – ele começou a caminhar em direção à Floresta. – No que dependesse de mim, vocês cumpririam suas detenções pendurados na minha sala... Guardo as correntes azeitadas para o caso de as velhas regras voltarem a valer... Mas não, para o Diretor levar vocês para a Floresta é o bastante...


Neville engoliu em seco. Malfoy parou de andar. Hermione começou a listar mentalmente os possíveis perigos da floresta e os feitiços que sabia para combatê-los. Harry olhou para a floresta, apreensivo. Ashley começou a suar frio.


- Chegamos... Divirtam-se, ou não... – Filch resmungou, assim que chegaram à frente da floresta. Havia um vulto grande e indistinguível na orla. Ash e Mione ergueram as varinhas.


- Oooh, vão mesmo me enfeitiçar? – a voz era única, e o vulto caminhou para a luz.


- Hagrid! – Harry exclamou, correndo até ele. Mione e Ash fizeram o mesmo. De repente a detenção ficara muito mais divertida.


- O que devemos fazer Hagrid?


- Vamos andando. Vem Canino!


O grupo começou a adentrar a floresta enquanto Hagrid falava.


- Alguma coisa está atacando os unicórnios da floresta. São animais difíceis de pegar, e estão sempre sendo encontrados com muito sangue em volta. Precisamos tentar encontrar uma pista, o atacante ou tentar salvar algum unicórnio ferido, se encontrarmos algum.


- Estão nos colocando para fazer seu serviço? – Draco extravasou. – Meu pai vai saber disso!


- Sim, e vai perguntar por que raios Hogwarts não lhe deu um castigo mais pesado quando lhe encontrou perambulando pelo castelo altas horas da madrugada. Fique de boca calada se sabe o que é bom para você. – Hagrid respondeu, sem medo. Aparentemente ainda culpava Draco por perder Norberto.


Andaram por um tempo razoável até chegarem a uma bifurcação.


- Bem, aqui nós vamos nos dividir em grupos.


Draco olhou apavorado para a floresta e em seguida para a baba e os dentes de Canino.


- Eu quero o Canino!


- Como quiser, mas já vou avisando, ele é medroso. Neville vá com os dois.


Aparentemente Neville não gostou nem um pouco da ideia.


- Só nós? – o menino começou a suar frio. Não gostava da floresta, não gostava do Malfoy, não se sentia mais seguro com Canino por perto. Se lembrou de como Ash ficara brava com os erros de Harry e Mione, e lhe pareceu uma menina forte por brigar com tanta vontade, embora ela só o fizesse por ser chata. – E-e-e-eu... Eu quero a Ash!


Draco caiu na gargalhada imediatamente.


- HAHAHAHAHAAAAA! Potter, Potter... E eu achando que não podia descer mais... Está saindo com o Neville? HAHAHAHAHAAAAA!


- CALA A BOCA MALFOY!


Sem entender nada, Ash avançou em cima dele. Neville só a achou ainda mais corajosa, quando na verdade ela estava derrubando toda sua covardia e seu orgulho em cima do loiro.


- PAREM! – Hagrid segurou cada um com uma mão. – É melhor não brigarem dentro da floresta!


"Péssima ideia deixar esses dois juntos..." – pensou Harry.


- Vamos. Vocês vão por ali. Não saiam da trilha! Disparem fagulhar verdes se encontrarem algo e vermelhas se estiverem em perigo. – Hagrid puxou seu grupo para a esquerda e deixou que os outros quatro fossem pela direita.


O quarteto de Ash seguiu pela trilha da direita. O clima estava mais tenso por Ash e Draco dividirem o grupo do que por estarem na floresta. Neville tremia como uma gelatina. Seguiram por longos caminhos, Ash começou a se apavorar em ver quão densa a floresta estava. Engoliu em seco.


De repente, o barulho de algo se arrastando rapidamente passou ao longe. Draco olhou para os lados apavorado, e uma aranha apareceu, atravessou a fila e foi embora. Uma aranha grande como uma tarântula. Draco suspirou de alívio.


- UUUUUU... O "grande" Draco Malfoy tá com medinho da floresta é? Cuidado que os lobisomens vão te pegaaaaaar...


- Cale a boca Potter! Pensa que não vi você se borrando toda quando viu que estávamos indo muito fundo na floresta? Pelo menos eu não tenho medo de escuro!


- Quem é que tem medo de escuro aqui hein?


- Você mesma!


- EU? VOCÊ! Aposto que não aguenta cinco minutinhos na floresta sem chorar igual uma menininha medrosa!


- APOSTADO!


O grupo de Harry seguia lentamente pela sua trilha. Caminharam por alguns minutos sem encontrar muito de interessante, até verem um vulto passar andando no fundo da trilha.


Hermione se agarrou à mão de Hagrid.


- O que é aquilo? – Harry perguntou.


- Eu não sei, mas pode ser o que estamos procurando.


Eles apressaram o passo, mas a coisa tinha sumido. Em vez do vulto, o que encontraram foi um homem... Ou o que era um homem da cabeça até a cintura.


O que havia na frente deles era um centauro. A parte do cavalo era negra e brilhante como graxa. A parte homem era forte, musculosa e altiva, como um líder. Seus cabelos iam até o queixo, emaranhados e bagunçados. Ele possuía um olhar forte e determinado. Carregava um arco na mão direita e trazia uma aljava pendurada nas costas.


- Agouro! – Hagrid exclamou.


- Na floresta há essa hora?


- Estou cumprindo detenção com essas crianças.


- Entendo...


- Há mais três com Canino do outro lado de bifurcação. Talvez você possa nos ajudar.


O centauro franziu o cenho.


- Hagrid...


- Só quero informações Agouro, apenas isso.


- Bem... Então pergunte. – Agouro estava com a voz ligeiramente ofendida.


- Viu algo de estranho por aqui ultimamente?


Inesperadamente, Agouro olhou para o céu.


- Marte está brilhante hoje. – ele respondeu. Hagrid suspirou.


- Sim, mas algo anormal.


- Marte está brilhante. Um brilho anormal.


- Ok Agouro... Mas talvez algo um pouco mais próximo da terra?


O diálogo foi interrompido por um patear de cascos e outro centauro apareceu. Este possuía o corpo de cavalo castanho e os cabelos até nos ombros, em um tom ruivo um pouco mais vermelho que os de Rony.


- Ronan! Estava mesmo perguntando a Agouro se vocês não viram algo de estranho ultimamente...


Ronan se juntou a Agouro.


- Marte está brilhante hoje.


Hagrid deu um tapa na própria testa forte o bastante para derrubar um humano normal.


- Obrigado, vou continuar procurando.


Hagrid puxou a dupla pelo caminho.


- Nunca, repito, NUNCA tentem obter uma resposta direta de um centauro. Não estão interessados em nada que esteja mais próximo que a Lua.


Já fazia quatro minutos desde a aposta e Draco estava impassível. Ashley ficou irritada.


- Oh, eu acho que vi alguma coisa! – ela mentiu.


- Onde? – Neville perguntou, tremendo da cabeça aos pés.


- Lá longe... Vou subir nesse carvalho para ver melhor.


- Hmpf... Macaca.


Ela ignorou o comentário de Malfoy. Começou a subir a árvore lentamente... Não vira coisa nenhuma, só queria encontrar uma maneira de assustar Draco. Lá de cima ia jogar um galho lá embaixo bem na frente dele, e era só esperar pelo gritinho apavorado.


Subiu até onde deu e começou a se esgueirar como uma cobra no galho grande. Pegou outro galho que estava solto entre as folhagens e olhando lá embaixo, mirou bem no espaço entre ele e Neville.


Draco olhou entediado para Neville. Queria fazer algo para se distrair enquanto a macaca checava suas suspeitas.


- Longbottom, atrás de você!


Neville se virou assustado. Draco estralou os dedos e deu um grande empurrão em Neville, deixando-o cair de cara no chão. Neville nem pensou que pudesse ter sido Draco, pensou que fora uma criatura, e atirou faíscas vermelhas para o alto.


- SEU IMBECIL! – Draco xingou. – FOI SÓ UMA BRINCADEIRA PANACA!


Ash pulou no chão o mais rápido que pôde, correndo até os dois.


- MALFOY SEU INÚTIL! O QUE VOCÊ FEZ?!


- NADA DE MAIS!


- SEU RIDÍCULO!


- RIDÍCULA É A MÃE!


- Ah, agora foi longe demais.


Ela fechou a mão em um punho, pronta para socá-lo, mas ele segurou. Logo os dois estavam rolando no chão, tentando chutar, bater, arranhar, morder, cada parte existente do corpo do outro. Neville começou a gritar por ajuda. Quando havia sangue, arranhões e mordidas o bastante para parecer o ataque de um animal, Hagrid e os outros apareceram no local onde estavam.


- Faíscas vermelhas, o que diabos... PAREM JÁ VOCÊS DOIS!


Foi um custo separar a briga. Se Malfoy estava cheio de arranhões e hematomas, Ash estava mil vezes pior.


- O que aconteceu? EXIJO UMA EXPLICAÇÃO!


Neville foi o que explicou, uma vez que as versões de Draco e Ash estavam se mostrando muito imparciais.


- Vocês dois... Ok. Neville vem comigo. Harry fica com eles. Quero ver se o Malfoy prega susto em você, e eu sei que você não vai deixar que os dois briguem de novo.


Dito isso, Hagrid seguiu com o novo grupo de volta para a trilha que seguia e os Potter e Malfoy ficaram com Canino.


No minuto praticamente seguinte, Harry viu um brilho fraco no fundo da trilha. Aproximou-se mais.


Então o trio testemunhou a coisa mais triste e bela de suas vidas. Um unicórnio estava caído no chão, emitindo um brilho perolado de sua pelagem albina. O sangue prateado escorria de um ferimento. O chifre estava apagado.


Os três foram tomados de uma angústia terrível. Harry sentiu tanta pena do animal que quis se aproximar e salvá-lo, mas não teve tempo para tanto: o mesmo vulto encapuzado se aproximou do unicórnio.


Draco e Ash gritaram. O loiro saiu correndo. O vulto se abaixou no ferimento do unicórnio e começou a beber o sangue, como um vampiro.


Harry sentiu uma dor terrível em sua cicatriz. Ash estava com um péssimo pressentimento. Harry levou a mão à cabeça, tentando conter a dor. Não suportou. Ash começou a berrar por socorro, não conseguia se concentrar o bastante para usar as faíscas – era péssima em feitiços. Harry gemia e choramingava em seu colo. Ela se assentara e o abraçava desesperada. Ela quase podia ver a cicatriz em chamas, tamanha dor que ele demonstrava.


Por fim, o vulto foi embora. Harry se acalmou aos poucos, mas Ash continuou gritando por ajuda. Ainda não fazia mais do que fagulhas vermelhas.


- Harry olha pra mim, presta atenção em mim, solte faíscas, eu não consigo, solte faíscas!


Ela ainda tentava fazê-lo recobrar senso quando um som de cascos ecoou e mais um centauro apareceu. Este possuía o corpo equino alvo e cabelos longos e loiros, bem como os olhos claros.


- Oh, vocês estão bem?


- Não, não estamos! Ajude-nos, por favor...


- Meu nome é Firenze. Ajude-me a colocar seu irmão na garupa.


- Me conhece? – ela perguntou, ajudando Harry, um pouco mais sóbrio, a subir nas costas de Firenze. O garoto começou a esfregar a cicatriz e respirar fundo. Aos poucos conseguiu voltar ao seu estado normal. Ele ajudou a irmã a montar atrás dele.


Firenze começou a cavalgar lentamente pela Floresta. Haviam avançado muito pouco quando Agouro e Ronan surgiram.


- FIRENZE! O QUE ESTÁ FAZENDO? VOCÊ É UM CENTAURO OU UMA MULA DE CARGA?


- Os encontrei sozinhos na floresta, Agouro, o garoto mal podia se por de pé, queria que eu os deixasse lá?


- Firenze está certo, Agouro, ele não podia os deixar lá. – Ronan retrucou. – Mas daí a carrega-los no próprio flanco? Não reconhecemos você.


- Não importa. Estou os ajudando por vontade própria. Vou leva-los até Hagrid. Com licença.


Firenze começou a galopar ainda mais rápido, saindo da região onde os outros centauros estavam.


- Firenze... – Ash começou. Gostara muito do centauro loiro. – Por que alguém mataria unicórnios? Eles são tão bonitos...


O centauro suspirou.


- Vocês sabem para que se usa o sangue de um unicórnio?


- Não, só usamos a cauda e o chifre nas aulas de poção. – Harry respondeu.


- O sangue de um unicórnio possui propriedades mágicas incríveis. É capaz de manter vivo alguém que esteja quase morto enquanto este se alimentar dele, mas como os unicórnios são criaturas extremamente puras, o preço que se paga por isso é terrível. Insuportável.


- Então... – Ash comentou, chegando mais para frente para que Firenze a ouvisse em meio aos galopes. – Então não seria melhor morrer a viver dependendo de unicórnios e em angústia eterna?


- Seria. A menos que a pessoa possua um plano B. Por acaso vocês sabem o que está guardado em Hogwarts, protegido por vários feitiços e encantamentos, nesse exato momento?


- A Pedra Filosofal. – Harry disse. Mas de repente, seu olhar saiu de foco e ele entendeu. Entendeu tudo.


"Alguns dizem que ele morreu. Besteira em minha opinião. Acho que está por aí, cansado demais para continuar."


- Não...


- Garoto esperto você... Oh, HAGRID!


O guarda-caça se virou para eles.


- Graças, estava me preocupando! Obrigado Firenze.


Os irmãos desmontaram. Draco e Canino já estavam com os outros.


Harry fez todo o caminho de volta para a Sala Comunal no piloto automático. Quando chegou lá, se certificou de que apenas ele, Ash, Rony e Mione estivessem lá para que pudesse falar. Neville fora dormir imediatamente.


- Estávamos enganados. Snape não quer a pedra para si, ele quer para Voldemort!


- Não diga esse nome! – Rony resmungou.


- Voldemort está bebendo sangue de unicórnio para se manter vivo, enquanto Snape tenta roubar a pedra para que ele possa voltar! A situação é muito pior do que imaginávamos...


- Quer parar de dizer esse nome!?


- Snape não pode por as mãos na pedra, não pode!


- Harry, durma um pouco. Está transtornado, podemos conversar sobre isso amanhã.


- Não! Snape sabe como passar pelo truque de Quirrell, eu ouvi a conversa e vocês sabem! Amanhã pode ser tarde!


- Ainda tem o Fofo Harry. – Mione retrucou. – Hagrid venderia a própria alma antes de trair Dumbledore.


Harry respirou fundo.


- É... É, está certa... Eu vou dormir. Vocês estão certos, preciso descansar.


- Todos nós Harry.


E cada um foi para a sua cama, mas a noite ainda guardava mais uma surpresa para Harry. Assim que chegou


a seu dormitório, viu sobre a cama um tecido cinza, fino como seda, fluido como água. E espetado à capa da invisibilidade, havia um bilhete em uma caligrafia fina, a mesma do presente de natal: Por via das dúvidas...




E aí, gostaram? Me deixem uma review!


Beijos,


Gaby Amorinha


Malfeito feito,


Nox


NB- Olá meus queridos leitores dessa maravilhosa fic! E ai gostaram do capítulo? Eu particularmente amei a Drash (Draco e Ash) que rolou aqui kkkkkkkkkkkkkkkkk' os dois são hilários juntos não é não?! Enfim espero que vocês tenham gostado e comentem para incentivar a Gaby a escrever a segunda temporada da fic, afinal a primeira tá acabando para a tristeza de todos nós... Beijinhos da Beta Dri !


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