Família



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Rony abriu um dos olhos e manteve ainda o rosto pressionado sobre o travesseiro. Virou o rosto de lado e viu que Hermione apenas ressonava e dormia mais pesadamente que uma pedra. Sentiu uma felicidade tremenda em seu coração e sorriu levantando-se e colocando a chinela de dedos no pé.


Seguiu pelo corredor da casa seguindo o choro ritmado que ouvia. O corpo, nu da cintura para cima, ainda apresentava algumas escoriações ainda não saradas. Abriu a porta do quarto e encontrou sua pequena bonequinha de cabelos vermelhos chorando desesperadamente. Aproximou-se e a segurou nos braços. Sorriu ao perceber que a menina se acalmava apenas com um toque.


Sentou-se na poltrona de frente ao berço e posicionou Rosa em seus braços, de forma que poderia olhar para ela facilmente. Realmente, ela era a sua cópia, e ele pedia que ela tivesse herdado a esperteza e inteligência da mãe.


 


- Então minha linda Rosa... Resolveu dar trabalho agora? - A menina o olhava atentamente e ele sentia-se maravilhado - Sua mãe disse que você era um anjo de tão quieta, e resolveu agora mostrar a que veio ao mundo eim...


“Mas por mim, pode chorar o quanto quiser meu bem. Vou estar sempre aqui para te olhar, te pegar nos braços e te dar colo sempre que você precisar. É complicado saber que quase perdi você e sua mãe, e duas vezes, mas agora tudo vai melhorar, eu te prometo.”


“E eu tenho certeza que você ficou esses dias quietinha para ajudar sua mamãe e sua vovó. Você sabia que as coisas estavam difíceis e quis ajudar, não é? E a forma de ajudar era deixar a sua mãe descansar, e por isso eu que vim te ver. Ela está dormindo tão pesado que parece uma pedra.”


 


Rony não havia percebido que estava sendo observado. Hermione, que havia acordado pouco depois que ele saiu o olhava com lágrimas nos olhos, mas as lágrimas não eram de tristeza, eram lágrimas de alívio, de alegria e de realização.


Sua família estava unida novamente e agora ela tinha todos os motivos para comemorar a vida que ganhara de presente no dia em que conheceu Ronald Weasley. Era simplesmente mágico estar junto daquele homem, e ser sua família era gratificante.


 


- E você sabia que eu te amo muito, não é? - ele continuou olhando a pequena Rosa - Tanto quanto eu amo a sua mãe, embora o amor seja um tanto que diferente... Mas você é o melhor presente que eu poderia ter ganhado em minha vida. E ganhar o melhor presente da mulher que mais amo no mundo é muito mais que perfeito.


- Assim a Rosa vai crescer mal acostumada com tanto paparico - Hermione se aproximou do marido sorrindo encantada.


- Você deveria estar dormindo Hermione - o ruivo ralhou não muito convincente.


- Acordei com o choro dela - ela sentou-se no braço da poltrona colocando o braço envolta do corpo do marido.


- Ela é linda, não é? - ele falou olhando para a menina. Hermione a olhava também.


- Linda! Sua cópia em versão feminina - ela sorriu.


- Espero que tenha herdado ao menos sua inteligência.


- Não fale isso Rony, você é muito inteligente.


- Não chego ao seu rastro.


- Não seja bobo - ela sorriu - E ela está cochilando. Quer que eu a coloque pra dormir?


- Não - ele respondeu olhando a menina que bocejava - Eu quero fazer isto. Preciso fazer isto.


- Tudo bem então - Hermione levantou-se dando um beijo na testa do marido e saindo em seguida.


 


Rony levantou-se e aproximou a menina de seu peito. Fez carinho na nuca da menina e começou a balançar o corpo embalado em uma música que não tocava. Dançava carinhoso com a filha em seus braços e nunca poderia definir em palavras a emoção que sentiu ao ver que a filha dormia, colocando-a de volta em seu berço.


 


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Harry acordou sentindo o calor revigorante dos raios de sol. Sua ruiva não estava deitada ao seu lado, mas os dois frascos de poção que precisava toma ao acordar estavam devidamente a postos no criado mudo ao lado da cama.


Sorriu lembrando-se de alguns momentos amargos. Pensou na infância difícil que tivera, do carinho e proteção que nunca recebeu. Pensou então que havia sido muito abençoado em sua vida, pois se não teve uma boa família e carinho quando criança, os recebeu de muito bom grado ao conhecer os Weasley, a família que havia adotado para si e que o haviam adotado também.


 


- Papaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiii! - Pequeno James correu após abrir a porta e com alguma dificuldade devido a pouca altura, conseguiu subir na cama onde o pai ainda estava e jogar-se em seu pescoço para um delicioso abraço em seguida.


Atrás dele vinha à ruiva dona de seus pensamentos. Os cabelos amarrados em um rabo de cavalo, a barriga acentuada em um vestido folgado de alças branco com listras azuis, uma bandeja trazida à moda trouxa e um sorriso enorme no rosto


 


- Vai com calma James, ou você quebra o papai - Gina falou colocando a bandeja no criado mudo e sentando-se também na cama, ao lado do marido.


- To com saudade do papai, mamãe - o menino que tinha os cabelos começando a avermelhar falou enquanto agarrava-se ao pai.


- Também senti saudades garotão - o pai respondeu bagunçando o cabelo do filho - E o que você aprontou esses dias?


- Nada de mais papai. Fiquei naquela casa estranha e não fiz muita coisa. Não tinha meus primos pra brincar e não podia sair, mas a vovó fez biscoitos muito gostosos.


- Que bom - o pai sorriu - E cuidou direitinho da sua mãe e do seu irmão?


- Fiz o melhor que pude papai. - o garoto respondeu parecendo mais adulto que a idade lhe cabia ser.


- Ele cuidou muito bem de nós - Gina comentou acariciando a cabeça do menino que estava sentado no colo do pai.


- E que tal tomarmos café? - Harry perguntou e o garoto se animou.


- Sim papai, eu fiz panquecas com a mamãe.


- Sério James?


- Foi sim papai. A mamãe me deixou mexer. E ela fez tudo sem varinha. O Monstro que não gostou, mas ficou todo animado quando a mamãe deixou ele lavar a louça.


- Trabalhado manualmente, amor?


- Sim - ela sorriu - Quis fazer isso hoje. E você nem pense em fazer piadinhas da minha comida.


- Nem pensei nisso, amor. - ele sorriu animado.


- Como se sente? - a ruiva perguntou.


- Melhor impossível. Na verdade, eu gostaria de voltar logo a trabalhar, mas...


- Não venha com ideias idiotas Harry James Potter. Você está de licença e vai aproveitá-la até o último momento - a ruiva ralhou o marido que apenas sorriu.


- Tudo bem minha senhora, sua palavra para mim é uma ordem - ele sorriu e ela sorriu em resposta. Trocaram um delicado selinho e acompanharam o menino que demonstrava raízes Weasley devorando as panquecas do pai.


 


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- Não quero que se esforce tanto Draco.


- Não estou me esforçando Tony. Estou bem, já te falei - a voz do rapaz saiu leve e tranquila. Segurava o filho e brincava animado com o pequeno, mas Astoria insistia em mantê-lo deitado e em repouso desde que voltara do St Mungus: há exatos quatro dias.


- Mas você precisa descansar, ouviu o que o medibruxo falou. Está em observação.


- Eu sei meu amor, mas você não pode me impedir de brincar com nosso filho. Ele deve ter o que, seis quilos no máximo? Isso não é nenhum exagero, e você fique calma, eu estou ótimo. Me sinto muito bem. Pronto para outra.


- Não fale isso nem de brincadeira, ouviu? - a voz da mulher ficou claramente nervosa.


- Não vai acontecer mais nada, eu prometo. Estamos bem, a louca está presa e nunca mais vai poder nos prejudicar. O louco do irmão está morto e os outros, presos. Tenho certeza que o Potter e o Weasley não deixarão por menos. Aquele pessoal não sai de Azkaban nunca mais.


- Mesmo assim, não quero que fale essas coisas. Sabe que não gosto. Foram os piores dias da minha vida ter você e o Scorp longe de mim. Nunca mais quero que isto aconteça. Não quero nem imaginar vocês longe de mim.


- Então você tem um bom tempo para se acostumar...


- Por que diz isto?


- Esqueceu que nosso filho vai para Hogwarts?


- Mas isto ainda demora.


- Com essa sua superproteção, é bom se preparando. - ele sorriu.


- Hoje pela manhã, antes de você acordar, eu recebi uma coruja dos Potter.


- E o que queriam? - ele perguntou sem muita alteração, ainda empolgado com o filho.


- Queriam saber como está? Se está recuperado e se não teve sequelas.


- Já respondeu?


- Ainda não - ela sentou-se ao seu lado - Acho que você deveria fazer isto. Afinal, eles arriscaram a vida e a sanidade de suas famílias por nós quando não tinham nenhuma responsabilidade conosco.


- Eu sei - ele suspirou - E está certa. Nunca poderei agradecer o Potter e os Weasley como deveria.


- Não precisa agradecer amor - Astoria continuou amável - Eles são pessoas bondosas por natureza. Não ajudam o próximo esperando algo em troca. Apenas fazem o que podem para que todos e sejam tão felizes como eles são.


- E desde quando se tornou representante do fã clube? - ele sorriu da brincadeira.


- Desde que eles se dispuseram a nos ajudar. Desde que recebi o apoio e a proteção que precisei. Desde que me prometeram trazer meu filho e meu marido de volta, e cumpriram. Só espero que Merlin os retribua por todo o bem que nos fizeram.


- É verdade. Vem, pega o Scorpius que vou pegar o pergaminho e a caneta.


 



 


- Não papai, não é assim - James ralhava com o pai que o ajudava a voar na vassoura infantil que ganhara de George.


- E como é então? - o moreno perguntou brincalhão.


- James - Hermione meteu-se - Sabia que seu pai é um dos melhores montadores de vassouras de todo o mundo bruxo?


- Sei sim tia Mione, mas a minha só quem sabe montar sou eu.


- É... Realmente não nega as raízes -Rony brincou.


- Com esses cabelos? Não mesmo - Hermione sorriu.


- Não, não mocinho, pode ir descendo dessa vassoura agora - Gina bronqueou.


- Mas mamãe... Como vou mostrar pra tia Mione e pra o papai como se monta na minha vassoura?


- Não aqui dentro senhor James Sirius Potter - a ruiva continuou - Não vai quebrar mais nada por hoje. Mais tarde você pode voar lá fora.


- Mamãe...


- E nem adianta vir tentar me chantagear com esses olhinhos pidões. Não sou seu pai, ok?


- O que quer dizer com isso ruiva? - Harry perguntou falsamente ofendido.


- Que você faz tudo o que esse rapazinho quer. Nunca vi tão babão.


- Eu sim - Hermione sorriu - O Rony consegue ser pior...


- Êpa Mione, não me coloque no meio de discursões que não me pertencem.


- A Roniquinho... Sei muito bem como você é - Gina brincou.


- E também, você tem razão - Harry defendeu - Nunca vi uma menina tão linda quanto a Rosa. Só mesmo quando a Gina e eu tivermos a nossa, ai sim a Rosa será a segunda mais bonita.


- Mas você está ficando louco Potter? - Rony aumentou a voz entrando na brincadeira, mas foram interrompidos por uma bela e imponente coruja negra que adentrou pela janela da sala aberta.


- De quem é Harry? - Hermione perguntou primeiro após o moreno pegar o envelope.


- Do Draco.


- Sério? - Rony assustou-se.


- Sim - Gina continuou - Mandei uma coruja pedindo notícias do Draco, e era sempre a Tony quem respondia.


- Tory? - Rony sorriu brincalhão.


- Passamos quatro dias juntas em uma casa, Rony - Hermione falou - Nós nos confortávamos e nos ajudávamos. O que queria? Acabamos nos familiarizando, mesmo tendo sido uma situação ruim.


- Tudo bem - Rony abraçou a esposa pelos ombros - Não vamos falar sobre isto.


- O que diz a carta então, Harry? - Gina perguntou.


- Vou ler...


- Vem cá James, vamos ouvir o papai ler. - Gina colocou o menino no colo e todos pararam para ouvir o moreno.


 


Olá Potter,


 


Aproveito o bilhete que sua esposa nos mandou perguntando a respeito de minha saúde para dirigir-me a vocês.


Estou bem, sem sequelas aparentes e me sinto novo. E devo isso a vocês.


Você e o Ronald, embora nunca tenhamos sido os melhores amigos, na verdade, nunca fomos, nunca poderei agradecer ou retribuir a altura o que vocês fizeram por mim, minha esposa e meu filho.


Eles são o que há de mais importante para mim e quem os faz bem será sempre motivo de minha gratidão.


O Scorpius também está ótimo e a única pessoa que realmente parece mal aqui é a Astoria, que não pode me ver de pé ou com meu filho nos braços que diz que estou me esforçando.


Bem, mesmo assim, agradeço, então tenho palavras para agradecer pelo que nos fizeram, por todos os Weasley nos ajudando, dando um bom suporte a Astoria, cuidando do meu filho e protegendo minha família.


Também não acredito que seremos os melhores amigos de hoje em diante, na verdade acho que começamos mal, mas sei que poderei contar com você e com o Ronald, da mesma forma que sempre estarei à disposição para ajudar no que me for possível. Sei que de agora em diante, mesmo que permaneçam as diferenças, nos mostramos adultos e saberemos passar por cima de nossas diferenças.


Sem mais para falar, novamente, agradeço, e peço desculpas pelos erros do passado. Agradeço a capacidade que sua família tem em passar por cima de dificuldades e desentendimentos, e espero que assim continue.


Draco Lucius Malfoy


 


- Nossa! - Gina foi a primeira a falar.


- Nossa mesmo - Hermione continuou.


- Uma coisa aprendemos com todos esses problemas - Rony falou - Não adianta nada berço, puro sangue, dinheiro ou status. O que importa mesmo é a família, estar perto dos que se ama e ser feliz. Parece que agora o Malfoy entendeu o que nossa família sempre defendeu.


 


 


 


To be continued______________________________


 


 


Então pessoal. Está ai o último capítulo desta fase. Ficou pequeno comparado com os enormes que costumo escrever, mas acredito que não dava pra ficar enchendo linguiça, e embora pequeno, achei que ficou muito bom.


 


Como avisei antes, não pretendo terminar a fic, mas vou dar um tempo para poder começar a terceira fase, que vai mostrar o crescimento dos filhos, alguns desentendimentos, e como sempre, terão algumas reviravoltas.


 


Quem estiver acompanhando As Coisas Como Elas São, agora vou concluí-la, já que estou descansada com AVC. E estou finalizando Entendendo os Sentimentos, para iniciar uma Hargin, uma Dracória e uma Marlene/Sirius, todas terão entre dez e vinte capítulos. Serão menores.


 


Então, mantenham-se atualizados que virá muita novidade de minha parte, e deixem AVC marcada porque assim que postar o primeiro capítulo da fase três, vocês terão como saber.


 


Mais uma vez, agradeço a todos os que acompanharam, e gostaria de pedir que os comentários fossem postados no menu da fic, pra me ajudar a divulgar essa fic que tanto amo.


 


Nos encontramos nas outras fics, e por aqui em breve!

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Comentários (3)

  • Letícia Tonks

          Aaaaaaaaa que fic perfeits, li a primeira rezando para que tivesse uma continuaçao e agora to esperando pela terceira! Amei, terceira por favor!! Você ta é de parabens isso sim, beijo

    2012-10-24
  • Neuzimar de Faria

    M A R A V I L H O S A  fic. Você está de parabéns! Aguardo a continuação. Nota 5.000! Bjs.

    2012-09-07
  • Mariana Arantes

    Ficou ótimo o final! Adorei!! Voce ta de parabéns!! Principalmente a carta do Draco! :) Quero continuação mesmo heim, olha lá! hahaha Beijos!

    2012-08-30
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