First Day





O salão principal com suas quatro típicas mesas já estava sendo totalmente ocupado.  As velas enfeitiçadas davam mais brilho ao céu cheio de estrelas que o teto enfeitiçado do castelo mostrava.  Os cinco jovens – Scorpius havia se separado deles e sentado na mesa da Sonserina – se sentaram na parte da frente da mesa da Grifinória.


- Tomara que a seleção não demore muito. – disse Hugo que tinha sua cabeça apoiada por suas mãos. – Estou faminto.


- Você está falando igual o papai. – disse Rose que estava sentada ao seu lado.


- E você igual à mamãe. – bufou Hugo fazendo com que Alvo, Tiago e Lilian rissem.  


- Você sabe que estou brincando não é Huguinho? – Disse Rose passando as mãos no cabelo do irmão. – Mas se continuar a comer desse jeito vai virar um lembrol redon... – Rose parou de falar quando Hugo bufou mais uma vez e tirou as mãos dela de seu cabelo. – Brincadeirinha. – Disse rindo, depois deu um beijo da bochecha do irmão.


- Atenção alunos. – disse uma voz feminina conhecida vinda da mesa de professores. – Mais um ano está começando na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Sejam todos bem-vindos. – Minerva Mcgonagall fez uma pausa. – Vamos dar inicio á seleção.


No mesmo instante em que Mcgonagall terminou de falar a porta no fim do salão se abriu. Duas fileiras de crianças atravessaram o salão principal. Algumas de cabeças baixas, outras conversando entre si, enquanto algumas acenavam para alguns alunos sentados. Atrás delas vinha Hagrid, que acenou mais uma vez para os garotos da mesa da grifinória.


O banco - que dava suporte para o chapéu seletor - onde aconteceria a seleção já estava posicionado em frente à mesa dos professores.


Hagrid que estava atrás das crianças seguiu até a mesa de professores, sentando ao lado de Neville. Minerva posicionou-se ao lado do banco. Tinha em uma de suas mãos segurando um pergaminho amarelado.


- Quando eu chamar seus nomes, vocês porão o chapéu e se sentarão no banquinho para a seleção. – disse Mcgonagall. - Annabelle Yart.


SONSERINA. Gritou o chapéu seletor. E a mesa verde e prata começou a aplaudir.


 - Andrew Byone.


LUFA-LUFA. Aplausos vindos da mesa da lufa-lufa.


- Bárbara Finnigan.


GRIFINÓRIA.


- Evanna Smith.


LUFA-LUFA


Mais alunos foram selecionados e cada um foi de encontro à mesa da casa designada. E após o ultimo aluno for selecionado para a Corvinal, Minerva enrolou o pedaço de pergaminho em sua mão e recolheu o chapéu seletor, entregando para Hagrid. Minerva virou para os alunos e disse sorridente.


 - Mais uma vez, sejam todos bem-vindos. Que comece o banquete. – Disse dando as costas.


As quatro mesas anteriormente vazias estavam agora fartas de comidas. Hugo foi o primeiro a se servir seguido por todos os outros.


- Tinha me esquecido como a comida daqui é boa. – disse Tiago enquanto comia frango.


- E pelo jeito esqueceu seus modos em casa não é? – disse Rose. – Tenho certeza que a tia Gi ensinou que não se deve falar de boca cheia.


- Da um tempo Rose. – disse Tiago revirando os olhos.


Voltaram à atenção para os pratos. Hugo e Tiago repetiam enquanto, Lilian e Rose conversavam sobre as matérias. Alvo tinha sua atenção voltada para a mesa na outra extremidade do salão. Ele procurava por uma menina de pele morena e cabelos enrolados, mas ela não parecia estar por ali.


- Não se preocupe. – disse Rose pegando na mão de Alvo. - Bonnie não deixaria de vir. – Alvo encarou-a e Rose sorriu torto.


- Pare de ler minha mente Rose, você me assusta assim. – disse Alvo sorrindo.


- Eu só te conheço. – Disse Rose dando de ombros.


- Estamos vendo sua cara de apaixonado Al. – Disse Lilian beliscando as bochechas do irmão. – Não precisa esconder. – sorriu.  


- Não estou escondendo. – disse Alvo encarando Lilian com um sorriso torto. – É só que...


- É tudo muito novo – completou Rose. – É eu sei, já ouvi essa história. – Rose pousou sua mão no ombro de Alvo. – Ei, dá pra ver que você gosta bastante dela. E com certeza ela gosta de você. – Alvo encarou Rose apreensivo.


- Nós só saímos uma vez... E se, for só por interesse? Só por eu ser o filho do Harry Potter? – Alvo suspirou. Seus olhos subiram encontrando os castanhos intensos de sua irmã. Lilian desencostou a mão que estava em sua nuca, pegando a mão de Alvo, apertando-a forte.


- Al, sempre vai ter essas pessoas. – Disse Lilian sem tirar os olhos dele. – Mas isso é você que vai ter que descobrir. Se você realmente gosta dela, arrisque-se. – Ela tirou as mãos das dele e endireitou-se na cadeira. – Além disso, Bonnie te escreveu as férias inteiras. Se for só por interesse, ela finge realmente muito bem. – disse dando de ombros, fazendo com que Alvo abrisse um sorrisinho.


- É. Quer saber, vou falar com ela depois do jantar. – Disse Alvo, fazendo Rose e Lilian sorrirem.


- Mas tem a Cassie... – disse Lilian apoiando novamente sua cabeça em suas mãos.


- Ela não é a Bonnie. – disse Alvo dando de ombros.


- Você ta apaixonado mesmo em Al. – Disse Lilian rindo fazendo Alvo revirar os olhos.


- Faz tanto tempo que a Cass gosta do Al que ela já deve até ter desencanado. – disse Rose. – Ela tava em Hogsmeade no dia em que vocês saíram não estava?   


- Não sei. – Disse Alvo. – Acho que não. Não no Café da Madame Puddifoot, quase ninguém estava lá aquele dia. – Deu de ombros. – Agora que tal comermos a sobremesa antes que o Tiago e o Hugo acabem com tudo? – Disse Alvo pegando uma fatia de pudim. Lilian e Rose riram e se serviram.


O prato de aparência antiga onde estava o pudim de Tiago, ficou rapidamente vazio. Ele virou seu corpo para que pudesse dar uma rápida olhada na mesa azul e prata.  “Ela deve estar me esperando” pensou. Tornou a encarar Lilian que estava sentada em sua frente, passou a mão nos cabelos bagunçando-os e levantou-se.


- Vou procurar a Naomi. – disse e saiu correndo em direção a grande porta do salão principal.


 Chegou ao saguão, onde várias pessoas conversavam. Mia Wood estava lá. A garota mais linda de toda Hogwarts. Tiago sempre saia com ela quando podia, mas ela era tão contra relacionamentos sérios quanto ele. Seus lindos olhos azuis o encararam, com aquela cara de anjo que só Tiago sabia que não passava de encenação.


- BU! – No mesmo momento em que disseram isso, algo pesou nas costas de Tiago. – Sentiu minha falta? – disse Naomi ao descer das costas de Tiago e abraçá-lo corretamente.


Naomi é a melhor amiga de Tiago, apesar de estarem em casas diferentes – Tiago na Grifinória e Naomi na Corvinal - a marotagem e o dom de pegar sempre detenções fizeram com que eles fossem muito amigos. Ela é dona de cabelos ondulados e loiros até o meio de suas costas. Seus olhos são verdes amarelados, e em seu rosto possuem sardinhas claras.


- Biju! – disse Tiago abraçando-a mais forte ainda. – Senti muito a sua falta. Eu amo passar as férias com minha família, mas as coisas só ficam legais quando junta o Ted. – riu Tiago.


- Não me chame assim em publico. – Naomi fingiu reprovação. – Ainda não sei por que me chama assim. Sou tão doce a esse ponto? – Disse Naomi sorrindo. – Então quer dizer que o Ted é dos nossos?


- Com certeza é dos nossos! – disse. - Falando nisso bijuzinha, o que temos para hoje?


- Estava pensando em não fazer nada. – disse Naomi passando uma mecha de seu cabelo para trás da orelha. – Pegamos muitas detenções ano passado. – disse pousando as mãos na cintura – Perdi muito tempo de estudo.


- Qual é Naomi, estudar? Sério? – Disse Tiago cruzando os braços.


- Pra você é normal falar, é filho do Harry Potter. – disse rindo. – Mas pra mim é diferente, a não ser que meu pai seja bruxo eu sou nascida trouxa e preciso dar valor na sorte que eu tive.


- Ok, ok. – disse Tiago derrotado. – Mas me conte como foram suas férias? Sua mãe está melhor?


- Pior do que nunca Ti. – Naomi o encarou por alguns segundos depois baixou o olhar para seus pés – Não sei se devo ficar aliviada por ter voltado para Hogwarts ou com medo por ter deixando a Chloe com aquela louca.


- Mas o que ela fez dessa vez? – perguntou Tiago


- No mesmo dia que voltei de Hogwarts ela já sumiu. Achou um namorado novo e sumiu com ele. – ela gesticulava com as mãos enquanto falava. – Pensei que dessa vez eu não iria poder voltar para terminar Hogwarts. Mas ela apareceu dois dias antes da viagem. Claro que eu falei com uma vizinha conhecida para ficar de olho na Chloe, mas...


- No próximo feriado você e a Chloe vão para minha casa. – disse Tiago entusiasmado – Minha mãe vai adorar recebê-la.


- A Chloe tem três anos Ti, ela dá trabalho. – Naomi mordeu o lábio. – Não sei se vai ser possível.


- Eu não perguntei se você iria, eu afirmei. – disse sorrindo fazendo com que Naomi sorrisse também. Ela o abraçou novamente, encostando sua cabeça em seu ombro.


- Obrigada. – Ela deu um passo para trás para e o encarou. – Por tudo.


- Para com isso biju. – Tiago passou as mãos no cabelo dourado de Naomi. – Você já fez muito por mim. – Naomi se afastou rapidamente e o encarou sorrindo.


- É, verdade... – disse Naomi cruzando os braços com um sorriso no rosto. – Como aquela vez que você quase foi pego agarrando a Alice no armário de vassouras.


- Você salvou minha vida aquele dia biju. – disse Tiago sorrindo. – Poupou-me de uma detenção daquelas.


- Ou aquela vez que você tentou ser romântico com a Mia. – disse fazendo cara de pensativa.


- Eu nunca soube ser romântico. E se não fosse você me tirar daquela festa... – disse Tiago de braços cruzados.


- Você com certeza seria expulso. – disse Naomi encarando-o. – Pegar as Sementes de Tentáculos Venenosos da estufa “Plantas Venenosas” – Naomi fez aspas com as mãos.  – e entregá-las para a Mia em prova do seu amor, não me parece algo romântico e sensato.


- Eu estava bêbado. – Tiago deu de ombros.


- Outro fator que te expulsaria. – sorriu.


– Mas cara, aquela vez a Mia tava no papo. – Tiago espalmou a própria perna. – Porque é que eu tinha que estragar tudo?


- Quando é que a Mia não está no papo? – Disse Naomi revirando os olhos.


- É eu sei, ela é bem fácil. – Disse Tiago. – Mas eu não me canso daquela menina. Daqueles olhos, daquele corpo. – Naomi cruzou os braços e revirou os olhos, fazendo com que Tiago a abraçasse.


- Brincadeirinha. – disse Tiago rindo. – Sabe, - ele afastou Naomi do abraço e a encarou. – porque é que você odeia tanto ela?


- Esse assunto de novo não... 


- Qual é biju, ela não é tão ruim assim... – Falou Tiago.


- Eu durmo no mesmo dormitório que ela á sete anos Tiago, - Naomi o fuzilava com os olhos. – Eu tenho muitos motivos para odiá-la. – Ela fez uma pausa. – Olha, desde que eu entrei aqui ela vive me infernizando, falando de minha família, da minha condição financeira, e de tudo que ela tem direito. Ela fica comentando de seus namorados e de como eu nunca saio com ninguém. Eu lembro muito bem quando ela chegou comentando que saiu com você. – Tiago a encarou curioso. – “Hoje eu sai com o Tiago... ele me levou para seu quarto. Ele está tão na minha que posso fazer o que eu quiser com ele.” – Naomi disse afinando a voz imitando a voz de Mia. - Isso pode não ser suficiente para você odiar alguém, mas acho que é mais que suficiente para mim. – Naomi parou de falar e tomou fôlego. Seus braços antes soltos agora estavam cruzados junto á seu peito. Seus olhos que fitavam Tiago, agora encaravam o chão.


Tiago ficou observando os movimentos lentos de Naomi. Os olhos verde-amarelados de Naomi deixaram de fitá-lo para encarar o chão. Ele sempre soube que havia algo entre Mia e Naomi, e sempre soube superficialmente das provocações de Mia. Mas a maneira que Naomi expressou seus sentimentos, a raiva que estava presente em cada palavra que ela disse fez com que Tiago se sentisse culpado por ter tocado no assunto. Ele passou uma mecha do cabelo dourado de Naomi para trás de sua orelha. Seus olhos ainda encaravam o chão e seus braços permaneciam cruzados. Ele puxou-a, fazendo com que encostasse no seu peito, e envolveu-a em um abraço apertado.


- Me desculpe. – Disse Tiago passando as mãos no cabelo dela. – Não pensei que chegasse a esse ponto. – Naomi soltou seus braços e passou pelas costas de Tiago, fechando-o em um abraço. Ele encostou seu queixo no topo da cabeça dela.


- Eu a odeio muito, – disse Naomi ainda nos braços de Tiago. – mas é algo que já me acostumei. – Ele desencostou seu queixo de sua cabeça e a olhou. – Ela sempre vem com provocações, mas eu nunca respondo. Aprendi a ter paciência convivendo com minha mãe, o que me rendeu um número menor de brigas com Mia. – Os dois agora estavam separados, um encarando o outro. – Se eu falasse tudo o que eu sempre quis dizer para a Srta. Fresca, acho que eu pegaria um mês de detenção. – deu de ombros arrancando um sorriso de Tiago – Mas é só questão de tempo, é nosso último ano, ainda posso fazer muita coisa. – disse abrindo um largo sorriso.


- Essa é minha Naomi. – E os dois riram.


Tiago olhou em volta, observando o saguão que agora encontrava praticamente vazio. A grande escadaria que levava para as outras escadas já não tinha seus degraus ocupados por estudantes conversando. O sofá vermelho desbotado que ficava ao lado do corredor que levava á cozinha e ao salão comunal da Lufa-Lufa não tinha mais os casais se mimando e matando a saudade. Seus olhos então voltaram para Naomi, que acompanharam os seus e estavam fitando o saguão vazio.


- Acho que está tarde. – disse Naomi virando-se para ficar de frente para Tiago. – Você com certeza perdeu a senha. – disse Naomi mordendo o lábio.


- É, acho que sim. – Tiago falou tranquilamente. – Nada como começar bem o ano não? – disse sorrindo torto. – Vou subir, quem sabe acho alguém. Qualquer coisa eu passo a noite na torre de astronomia. – deu de ombros.


- Era tudo o que você queria não é mesmo? – sorriu Naomi. – Já que eu não topei fazer algo hoje, você vai fazer por você mesmo, estou certa? – Ela perguntou erguendo uma sobrancelha.


- É... Bem... – Tiago sorriu marotamente. – Quem sabe...


- Você não tem jeito. – Naomi bateu no braço de Tiago levemente. – Então, eu já vou subir. Preciso ler alguns livros de herbologia. – disse animada.


- Tudo bem, - disse Tiago sorrindo. – A gente se vê amanhã?


- Sim. – Naomi sorriu e acenou. – Boa noite. – Ela se virou e saiu andando pelo corredor que levava ao lado oeste do castelo.


Tiago virou-se, bagunçou os cabelos, afrouxou a gravata e abriu alguns botões da camisa. Então seguiu ao lado contrario onde Naomi havia sumido, na direção da Torre da Grifinória.


 


(N/A: Bom, essa cena aconteceu a partir do momento em que Tiago saiu do salão principal, e como são muitas histórias diferentes para contar, a próxima cena vai acontecer enquanto a de cima estava acontecendo... hahahaha esperam que tenham entendido ahahha.)


 


A mesa onde antes estava cheia de alunos famintos, agora se encontrava praticamente vazia. Rose havia saído para andar com Scorpius, e na mesa só sobraram Alvo, Lilian e Hugo. 


Alvo estava apreensivo, na mesa na outra extremidade Bonnie ainda comia a sobremesa, e ele não queria interrompe-la. Suas mãos pousaram em seu cabelo liso, e por lá ficaram, apoiando-se na pesa pelos cotovelos. Ele não queria ir para o salão comunal, nem esperá-la na saída, ele queria poder sair com ela daqui, e matar a saudade em algum canto do castelo. “Droga” suspirou.  “Porque eu tenho que ter tanta vergonha?”. Seus olhos que antes fitavam a mesa agora observavam Lilian e Hugo, que só estavam ali para não deixá-lo sozinho.


Lilian e Hugo jogavam xadrez bruxo. Como um bom filho de Rony Weasley, Hugo estava ganhando, o que não impressionava nem Lilian nem a ele. Ele observava seu bispo destruir a torre de Lilian sem o menor entusiasmo.


- Oi. – disse uma voz feminina fina e baixa. Ambos viraram e observaram Anastásia chegar alisando sua saia.


Anastásia é uma das melhores amigas de Lilian. Seus cabelos loiros escuros caem ondulados até seus ombros. Seus olhos cor de mel são contornados por grandes cílios. Anastácia era muito tímida, sua voz era sempre em tom baixo, e quase nunca conversava com quem não conhecia. Lilian, Hugo e Cassie eram as únicas pessoas que ela falava abertamente, mas ainda assim parecia ficar sempre envergonhada quando tinha que dirigir a palavra diretamente para eles. Suas mãos estavam soltas em frente ao seu corpo magro, entrelaçadas entre si. Ela esbanjou um sorriso tímido para eles e tornou a falar:


- Posso me sentar? – perguntou passando uma mecha de seu cabelo para trás da orelha.


- ANA! – gritou uma Lilian empolgada que em um salto levantou e abraçou a amiga. – Claro que pode menina, onde já se viu perguntar? – Lilian sentou e deu espaço para que Ana sentasse ao seu lado.


- Olá Ana. – disse Hugo sorridente. – Como foi de férias?


- É... Hm... Foi, divertido. – Anastásia lançou um olhar para Lilian que assentiu com a cabeça para que ela continuasse. Ela sorriu amarelo para Hugo. – E as suas?


- Foram muito legais. – disse Hugo eufórico. – Eu e Lilu conhecemos o parque de diversões!  É incrível Ana, você já foi a um não foi? Você é nascida trouxa.


- Eu fui uma vez quando eu era pequena. – disse com sua voz baixa.


- Mas só uma vez?  - perguntou Hugo curioso. – Se fosse eu iria todo ano.


- Minha mãe não gosta muito dessas coisas. – comentou Anastásia ruborizada.


- Então quando a gente for de novo você vai com a gente o que acha? – sugeriu Lilian passando seu olhar por Ana parando em Hugo.


- Isso, você pode ir com a gente! – disse Hugo entusiasmado.


- Eu não sei se minha mãe deixaria. – disse encarando a mesa.


- A gente da um jeito Aninha. – disse Lilian piscando para ela.


Anastásia sorriu. Uma de suas mãos parou em sua nuca, enquanto a outra brincava com o garfo que estava posicionado na mesa.


A conversa entre eles se prolongou, e não demorou muito para que Anastásia se sentisse a vontade. Mas ao lado deles havia alguém que não estava tranquilo. Os olhos de Alvo não desgrudavam de Bonnie. E seguiam cada movimento que ela fazia. E que movimentos perfeitos ele pensou. Os cabelos enrolados e pretos de Bonnie pareciam estar mais lindos que nunca. Ele respirou fundo e levantou. Não podia ficar apenas desejando-a, teria que correr atrás se a quisesse.


- Eu vou falar com a Bonnie. – Disse direcionando o olhar para Lilian.


- Já estava na hora. Ela deve estar cansada de esperar. – Sorriu Lilian ao ver a cara de reprovação do irmão. 


- Idiota. – disse Alvo em resposta do comentário de Lilian, e saiu em direção à mesa na outra extremidade do salão.


Bonnie estava de costas e não pode ver Alvo se aproximando. Mas as duas amigas dela que estavam em sua frente avisaram-na que ele se aproximava. Ela virou o corpo de maneira que pudesse observar ele se chegando. Ele sorriu ao ver que ela também sorria. Chegou ao lado da grande mesa onde se encontravam apenas alguns estudantes da Sonserina. Sentou-se ao lado de onde Bonnie estava ainda sorrindo para ela.


- Ei. – Disse passando uma mecha do cabelo dela para trás da orelha. – Senti sua falta.


A pele morena de Bonnie corou. Ela pegou na mão dele se levantando. Disse um “Encontro vocês no dormitório” para as amigas e saiu do salão carregando Alvo pela mão.


Ela o levou até o saguão de entrada onde os alunos se encontravam para matar a saudade. O salão estava vazio, não havia ninguém a não serem os dois. Ainda segurando a mão de Alvo, Bonnie parou e o encarou.


- Eu pensei que você não viria falar comigo. – sorriu envergonhada. Bonnie era uma menina maravilhosa. Sua pele era morena clara, e seu cabelo era de um preto intenso. Seus olhos caramelo fitavam Alvo intensamente. Sua mão – que ainda segurava a dele – estava encostada em sua saia cinza.


- Eu não queria atrapalhar. – disse dando de ombros fazendo com que Bonnie soltasse sua mão e posicionasse-as em sua cintura.


- Você nunca atrapalha. Quantas vezes vou ter que falar isso para você? – Disse enrugando a testa.


- Tudo bem, me desculpe. - Ele pegou a mão de Bonnie que estava apoiada em sua cintura e segurou-a forte. – Eu estava mesmo com muitas saudades.


Ela sorriu, e em um movimento rápido soltou a mão que Alvo segurava para que pudesse pendurar seus braços no pescoço dele. Ela observou Alvo abraçar sua cintura e sorriu com o movimento.


Na mesma rapidez que se abraçaram eles começaram a se beijar. Bonnie fazia carinhos na nuca de Alvo e ele amava cada movimento. O beijo foi uma mistura de sentimentos. A saudade que eles tanto sentiam era o mais forte deles. Mas qualquer um que visse a cena perceberia que eles estavam felizes, mais felizes do que nunca.


E foi isso que uma menina de cabelos castanhos escuros cumpridos, e de grandes olhos azuis percebeu ao ver aquela cena. Ela estava passando pelo saguão em busca de Lilian, Hugo e Anastásia, mas ficaria feliz se tivesse encontrado Alvo em algum outro momento. Seus olhos azuis turquesa ficaram rapidamente molhados.


Nem Alvo nem Bonnie perceberam a rápida presença de Cassie no saguão. Ela passou correndo pelos dois em direção ao salão principal. De seus olhos escorriam grossas lágrimas, mas ela não se importava. Precisava achar algum de seus amigos.


O salão principal estava vazio. “Dormitório” pensou ela. Ela virou-se e correu em direção as escadas que levavam a torre da grifinória.


As escadas para alívio de Cassie não se mexeram, e a levou diretamente ao retrato da mulher gorda que dava acesso ao salão comunal da grifinória.


A mulher gorda olhou desconfiada para Cassie, parando seu olhar na gravata amarela e preta que estava frouxa no pescoço de Cassie.


- Senha. – disse a mulher gorda.


- E-eu n-n-não sei. – Disse Cassie entre soluços.


- Sem senha, não entra.


- P-por favor, eu preciso encontrar meus amigos que estão aí. P-por favor. – implorou Cassie.


A mulher gorda riu e respondeu-a com um seco “não”. Cassie estava aos prantos, precisava falar com algum deles. Ela então chegou perto e começou a bater no retrato como quem bate uma porta. A mulher gorda reclamava da ação de Cassie mas isso não fez com que ela parasse. As lágrimas ainda escorriam por seu rosto.


Não demorou muito para que alguém respondesse a ação dela. A porta que dava passagem ao salão comunal abriu, dando espaço para Lilian e Anastásia que estavam com cara de assustadas.


- Ah... – Exclamou Cassie correndo para abraçar Lilian.


Lilian passava a mão na cabeça da amiga como consolo mesmo sem entender nada. Anastásia esfregava as costas de Cassie delicadamente, mas nada a fazia parar de chorar.


Lilian a afastou de seu ombro para que pudessem encará-la. Seu rosto estava vermelho e muito molhado e seus olhos estavam mais azuis possíveis.


- Cass... O que aconteceu? – perguntou Lilian preocupada. Anastásia chegou mais perto para que pudesse limpar as lágrimas de Cassie.


- E-e-eu v-v-vi... – Tentava dizer ela entre soluços.


- Respira Cass. Respira e nos fale com calma. – Disse Anastásia.


Cassie tomou fôlego e disse:


- Eu vi o A-alvo...b-b-b-beijando a B-bonnie. – Disse Cassie e voltou a chorar. Lilian a abraçou forte.


- Vem cá, vamos sentar aqui. – Disse Anastásia apontando para um dos degraus. Elas se sentaram e Cassie deitou no colo de Anastásia. Ana mexia em seu cabelo enquanto Lilian dizia frases reconfortantes.


Elas ficaram assim um bom tempo. Até que Cassie parou do chorar e resolveu ir para o dormitório. Anastásia e Lilian também iam se deitar, pois já estava tarde e amanha teriam aula. Elas estavam entrando no salão quando Tiago apareceu gritando.


- Ei, espera! Eu preciso da senha! – Ele estava ofegante.


- Chegou a tempo, a gente já ia entrar. – Disse Anastásia esboçando um sorriso.


- Olá. – disse Alvo sorridente, depois de alcançar a turma. – Eu encontrei a Cassie na escada. Ela tava chorando?


- É. Ela viu você e a Bonnie. – Disse Lilian cruzando os braços. – Eu sabia que iria dar nisso. – Deu de ombros.


- Eu não sabia que ela estava por perto. - Alvo mordeu o lábio. - Teria tomando mais cuidado. – Disse se sentindo culpado.


- Ela iria saber de uma forma ou outra. – disse Anastásia. – Por um lado foi bom, assim ela esquece você de uma vez. – Deu de ombros.


- Perai. – Tiago entrou na conversa. – A Cassie gosta de você? – Ele agora olhava Alvo.


- Sim.


- Mas você está com a Bonnie? – Alvo assentiu com a cabeça. – Que complicado... As duas são lindas. – Alvo deu um soco no braço do irmão. – Ok, desculpa. Mas porque que é que você não fica com as duas? – disse Tiago em tom obvio. Alvo e Lilian reviraram os olhos e Ana soltou uma risadinha. – O que é? – Perguntou cinicamente.


- Vamos entrar, vai. – Disse Lilian empurrando Tiago para frente do retrato. Elas disseram a senha entraram e foram direto para os dormitórios.


 


 


Rose acordou cedo naquela manhã. Era o primeiro dia de aula e ela estava animada. Foi ao banheiro, escovou os dentes e deixou que seus cabelos ruivos caíssem em seu ombro em uma trança. Colocou seu uniforme e se agasalhou com uma fina blusa vermelha de mangas cumpridas. Ela saiu do banheiro e suas colegas de quartos ainda estavam esparramadas na cama. Pegou sua bolsa e desceu para o salão comunal.


Para a surpresa de Rose ele não estava vazio. Alguns primeiranistas ansiosos já conversavam animados nas poltronas vermelhas. Ela deu uma rápida olhada para ver se alguém conhecido já havia acordado. “Claro que não” pensou Rose sorrindo. Ela alisou sua saia cinza e saiu pelo retrato indo em direção ao Salão Principal.


Não estava vazio. A mesa da Corvinal estava boa parte ocupada, enquanto a mesa da Grifinória estava praticamente vazia. Ela deu uma rápida olhada na mesa da Sonserina, mas parecia que Scorpius também estava dormindo. Ela seguiu até a mesa da vermelha e dourada onde sentou e tomou o café.


Comeu suas torradas rapidamente e encheu sua caneca de leite de dragão duas vezes. Roxanne – monitora chefe da grifinória – entregou-a seus horários sorridente. Conversaram sobre as aulas e depois Rose seguiu em direção á biblioteca, onde iria ler sobre Poções, sua primeira aula o ano.


Rose estava com pressa, precisava ler sobre algo para a primeira aula. Ela não percebeu que havia alguém, também distraído, vindo em sua direção. Eles trombaram, fazendo com que alguns livros caíssem.


- Me desculpe, eu estava distraída. – Rose ajudava a pegar os livros do garoto que haviam caído. – Me desculpe, mesmo. – Ela levantou e entregou os livros para ele. Ele sorriu e a encarou.


- Non foi nada. – O garoto alto e forte de cabelos chocolate sorria para Rose. – Meu nome é Felipe. Felipe Krum. – Ele estendeu a mão.


- Rose. Rose Weasley. – sorriu a ruiva. – Me desculpe mais uma vez Felipe, não percebi que você estava vindo e...


- Non prrecisa se desculparr Rose. – disse Felipe com um sotaque engraçado. – Eu também non estava prrestando atençon.


- Você é novo aqui? – Perguntou curiosa. – Eu nunca havia te visto, e você tem sotaque...


- Sim, eu sou da Bulgária. Estudava em Durmstrung. Mas meus pais tiverram que se mudarr e preferriram que eu viesse junto. – disse simplesmente.


- Que legal. – disse sorrindo. – Mas... E a seleção? Você a fez?


- Ah sim, eu fiz uma seleçon diferrente, com a prrofesorra Minerva. Fui selecionado prra Corrvinal.


- Entendi. – Ela sorriu. – Felipe, foi um prazer te conhecer, mas tenho que ir ler umas coisas antes da aula começar. A gente se vê por ai. – Ela acenou e foi andando em direção a biblioteca.


 


Não demorou muito até todos terem acordado e tomado café. Eles já estavam com seus horários e se encaminhavam para as aulas. Lilian, Hugo e Anastásia teriam trato de criaturas mágicas com a Corvinal. Alvo e Scorpius procuravam Rose para irem para a aula de poções. Tiago repetia o quarto pedaço de bolo escocês, e parecia não estar muito preocupado com os horários.


- Bom dia alunos. Sejam bem-vindos de volta. – Hagrid estava de pé em frente a uma grande caixa branca que se remexia. – Antes de qualquer coisa, quero que coloquem protetores para tornozelo que estão naquela caixa. – Hagrid apontou para uma caixa preta no canto da mesa. – Alguém pode me dizer o que é um Cava-Charco? - Hugo e Anastásia levantaram as mãos.


- Primeiro as damas. – sorriu Hagrid. – Por favor, Srta. Willians.


- Cava-Charcos são criaturas pequenas que vivem normalmente em brejos. Parecem pedaços de madeiras quando parados. Eles se alimentam de pequenos mamíferos ou mandrágoras. – Disse Ana em sua habitual voz baixa.


- Dez pontos para a Grifinória. – Disse Hagrid, fazendo com que Ana sorrisse.  – Sabe me dizer por que os protetores Hug... Quero dizer Sr. Weasley?


- Porque Cava-Charcos podem causar ferimentos graves nos tornozelos quando zangados. – disse simplesmente.


- Ótimo. Mais dez pontos para a Grifinória. Agora quero que cada grupo pegue um Cava-charco. Eles são filhotes então terão de alimentá-los e cuidá-los. Porém cuidado, - algumas pessoas já se levantavam e pegavam o seu. – se não tratá-los direito ele poderá ficar bravo e...


- AI! – Gritou um menino corpulento da Corvinal. – AI. AI. AI. AI. AI. – O menino chacoalhava um dedo onde uma pequena porção de pelo marrom estava pendurado.


-... Grudar em seu dedo... - Hagrid levou as mãos à boca. Ele correu para perto do menino e puxava o Cava-Charco com as mãos. Hagrid fazia força, mas ele não soltava. O menino chorava mais de medo do que de dor, já que o animal ainda não havia dentes. Lilian chegou ao lado do menino e apontou sua varinha. “RELAXO” disse em voz alta.


O pequeno Cava-Charco caiu no chão, Lilian o pegou com cuidado, fazendo movimentos circulares em seu pêlo acariciando-o. O menino corpulento parou de gritar e aceitou a ajuda de Hugo para levantar-se.


- Você está bem? – Perguntou Hugo observando o dedo vermelho do menino.


- S-sim. – disse passando os braços nos olhos limpando as lágrimas.


- Quer que eu te acompanhe até a enfermaria? – Perguntou Hugo educadamente.


- N-não precisa, estou bem. – Disse o menino mais calmo. Hugo sorriu deus uns tapinhas nas costas do menino e seguiu até o lado de Hagrid.


- Não me culpe... – Hagrid disse de cabeça baixa. – Não posso usar magia.


- Eu só iria dizer – murmurou para Hagrid - que essas vão ser umas das melhores aulas do ano. – Hugo sorriu para o professor, que retribuiu.


 


 


O dia passou rápido. Terminaram as aulas do horário da manhã e almoçaram. Depois do almoço todos voltaram para mais algumas aulas. O dia terminou e todos se encontraram no salão principal para o jantar.  


- Lilu, Lilu... – Tiago pegou no braço da irmã quando essa estava se sentando.


- Sim?


- Vamos fazer um piquenique? – Ele mostrava um sorriso de orelha a orelha.


- Agora? – Lilian o encarou. Ela abriu um sorriso largo. – Eu to dentro. Aonde?


- Torre de astronomia. Vou avisar quem eu encontrar, avise o Hugo a Ana e a Cass?


- Claro. – Lilian virou-se para o final do corredor. – Espera. Que horas?


- Ás 23h. Vou pedir pro Alvo me ajudar a pegar a comida. – Lilian assentiu com a cabeça. – Procure a Rose também. – Lilian assentiu e saiu pelo grande porta.


- Al, Al. – Tiago puxou o irmão pela camisa. – Preciso da sua ajuda.


 


 


 


- Tem certeza que não vamos ser pegos? – Alvo e Tiago desciam as escadas que levavam para o salão comunal da Lufa-Lufa.


- Não. – disse Tiago simplesmente. – Mas não podemos deixar de correr o risco. – Tiago tirou do bolso um pedaço de pergaminho amarelado velho. “Juro solenemente não fazer nada de bom” sussurrou, e no pergaminho antes liso agora começaram a aparecer escritas.


- O que é... Isso não é do papai?


- Sim, mas você não vai contar não é? – Tiago perguntou encarando Alvo.


- Claro que não, além disso, se ele não sentiu falta até agora, não vai sentir mais. – comentou


- Ótimo. – Tiago fechou o pergaminho e sussurrou “Malfeito Feito”. – A barra ta limpa, vamos. - Eles seguiram pelo corredor e pararam até um quadro grande.


- Chegamos. – Eles pararam em frente do quadro de natureza morta. Tiago elevou a mão e fez cócegas em uma pêra, que depois de se remexer virou uma maçaneta verde.


- Simples assim? – Perguntou Alvo indignado, seguindo Tiago para dentro da cozinha.


- Simples assim. – Tiago fechou a porta e virou-se para a grande cozinha que estava em sua frente.


O lugar era amplo, aparentemente maior que o salão principal. Havia quatro mesas como no Salão Principal. Muitos elfos trabalhavam no local. Tiago se aproximou de um e pediu para que ele pegasse algumas coisas para ele. Que foi sorridente procurar o que Tiago pedira.


O elfo voltou com várias sacolas de papel nas mãos. Dentro das sacolas haviam bolos, bolachas, tortas, torradas, geléias, sucos entre outras coisas. Eles agradeceram o simpático elfo, que parecia mais feliz em ter ajudado do que eles em terem conseguido. Tiago fez um feitiço indetectável de expansão em sua mochila, e colocou as sacolas lá. Ele deu mais uma olhada no mapa do maroto, e saiu com Alvo para a torre de astronomia.


 


- Cadê eles? – Lilian perguntou pela terceira vez. – Estão demorando de mais.


- Eu disse que não era uma boa idéia. – Rose deu de ombros.


- Disse que não era uma boa idéia, mas está aqui não é mesmo? – Disse Hugo irritado. Fazendo que Rose revirasse os olhos.


- Fiquem calmos. – Tranquilizou Naomi. – Tiago sempre da um jeito de conseguir o que quer.


A torre de astronomia era um lugar circular, contém uma abóboda de vidro que deixa o ambiente aconchegante pela luz que a lua e as estrelas faziam. Um ambiente a pouca luz, possui algumas velas nas paredes. No chão há um grande tapete macio, e as carteiras que ali ficavam foram cuidadosamente arrastadas por eles para a parede.


Lilian estava sentada em cima de uma carteira, apreensiva. Seus pés balançavam rapidamente. Hugo estava deitado no tapete macio observando o céu estrelado. Rose estava encostada ao lado da porta, esperando por Scorpius enquanto Naomi lia um livro qualquer sentada no tablado de madeira onde os professores davam a aula.


- Lilu? – Chamou Rose, e Lilian a encarou. – Porque a Ana e a Cass não vieram?


- Ana tinha que terminar de fazer as tarefas, e a Cass não quis.


- Ela está mal não está? – Perguntou Rose


- Bastante. – Lilian mordeu o lábio. – Mas vai passar, é coisa de tempo.


- Ela sabe que se quiser eu ajudo-a a esquecê-lo. – Disse Hugo tranquilamente.


- Você gosta dela Hugo? – Perguntou Naomi curiosa.


- Não. – Ele fez uma pausa. – Mas bem que eu poderia aprender a gostar. – Deu de ombros.


Naomi riu fraco, enquanto Rose e Lilian rolaram os olhos.


A porta que dava a entrada para a torre abriu, dando espaço para Tiago e Alvo ofegantes.


- Tinha que escolher o lugar mais alto do castelo? – disse Alvo bravo.


- A gente já chegou Al, pare de reclamar. – Retrucou Tiago. – E ai galera, pronta para uma boa refeição para começar o ano? – Tiago sorria. Naomi correu até seu lado para ajudá-lo a colocar as coisas.


- Vocês demoraram de mais. – Disse Lilian esticando uma toalha xadrez no chão.


- Não precisa se preocupar, Tiago Sirius Potter sabe o que faz. – disse Tiago dando uma piscadela para a irmã.


Eles colocaram as comidas sobre a grande toalha. Havia muita coisa. O ambiente estava aconchegante, e todos estavam se sentindo a vontade. Não demorou muito até a porta tornar a abrir, dando espaço para Scorpius e Bonnie.


- Desculpem a demora. – Disse Scorpius com um sorriso torto. – Mas trouxemos cobertores, caso queiram abrir a abóboda. – Ele disse mostrando os cobertores.  Hugo fez cara de reprovação com a chegada de Scorpius, mas não reclamou, estava ocupado demais comendo sua terceira torrada.


Tiago abriu a abóboda que cobria toda a torre, sentou-se ao lado de Naomi e os cobriu com um dos cobertores que Scorpius havia trazido. Naomi encostou-se em seu ombro e assim eles ficaram.


Alvo estava deitado no chão macio ao lado de Bonnie, que estava deitada em cima de seu braço. Eles ficaram conversando sobre as estrelas.


Scorpius sentou ao lado de uma Rose encolhida. Ele a cobriu com um cobertor inteiro, e a abraçou por cima dele. Beijou-lhe a testa e acariciava lentamente seus cabelos.


Hugo e Lilian estavam deitados no chão, próximos de Alvo e Bonnie.


- O Tiago ta namorando a Naomi? – sussurrou Hugo


- Não que eu saiba. Acho que não, Tiago é daqueles que não entra em relacionamentos, mas acredito que se um dia ele entrar, fará questão que todos saibam – Disse Lilian abrindo um sorriso.


- É ruim né? Ser o único da sua casa que não tem ninguém. – Hugo olhava para sua irmã que trocava carícias com Scorpius. Ele virou o rosto e voltou a encarar o céu.


- É. – Lilian observou Tiago e Alvo depois acompanhou o olhar de Hugo fitando o céu. – Mas não sei se quero um relacionamento agora. Não sei se quero ficar de mimimi por todos os lados. – disse Lilian soltando um sorriso de lado.


- Eu quero. – Disse Hugo suspirando fazendo com que Lilian o encarasse. – Você já beijou Lilu?


- Sim, ano passado.  Mas não conte para meus irmãos. Não sei o que eles fariam se descobrissem. Você já? – Ela ainda observava Hugo.


- Já. – Hugo sorriu e a encarou. – Ninguém suspeita disso né?


- Não mesmo. – Riu Lilian. – Mas isso é bom. Não queremos ter fama de safados como o Tiago né? – Ela riu. - Melhor deixar por baixo do pano mesmo.


- Concordo. – Hugo sentou. – Ei Lilu, você acha que eu devo me preocupar com Rose e Scorpius? – Ele voltou a olhar o casal. – Meu pai me mandou ficar de olho, mas mesmo não tendo nenhuma simpatia por ele, não acho que ele seja uma pessoa ruim.


 - Não. – Lilian acompanhou seu olhar. – Rose sabe se cuidar, ela não escolheria qualquer um.


- É. – Hugo suspirou. – Eu tenho muita pena de você Lilu. – Lilian o encarou curiosa. – Tiago vai espantar todos seus pretendentes durante toda sua vida.


– Se eu encontrar alguém que queira correr o risco de conhecer os três homens mais ciumentos da face da Terra, eu me caso com ele.  - Lilian sorriu


 


 


A noite passou rápida fazendo com que pouco a pouco, todos pegassem no sono. Hugo e Lilian foram os primeiros. Eles dormiam esparramados no chão. Alvo e Bonnie estavam abraçados, cobertos por um cobertor marrom escuro. Naomi estava deitada em cima do peito de Tiago, e ele tinha seus braços atrás da cabeça. Rose estava deitada de frente para Scorpius, seus rostos estavam próximos, a centímetros de distancia.


Durante um bom tempo eles ficaram assim. Totalmente esquecidos de que teriam aula dali a algumas horas. Não se preocupando com nada. Nem com os testes, nem com tarefas. Eles se mexiam devido a brisa que entrava pela a abóboda de vez em quando. Mas nem a brisa gelada nem os roncos de Tiago fariam eles acordar aquela noite, pois naquele momento eles não precisavam de mais nada. 







N/A:

~LUMOS~


Bom galera, depois de muitos e muitos anos eu estou de volta. O capítulo - assim como eu gosto. - está grandíssimo. Porém passei muito tempo dele descrevendo os personagens novos. Espero que gostem mais do que eu gostei. HAHAHAHAHH Ah, vocês não sabem como eu fico feliz em ver vocês cobrando me cobrando a demora do capítulo, apesar de não fazer com que a espera fosse menor, eu fiquei feliz por ver que vocês gostam mesmo da fic, e isso me da um orgulho :') hahhahah Bom, como eu disse nos comentários, mas não sei se todos viram, eu estava pensando em fazer um album de fotos, e pegar algumas fotos ( agora fotos, pois desisti dos fanarts ) que ilustre algumas cenas, ou talvez até algumas imagens que me inspiram. Enfim, o que acham da idéia? Não se esqueçam que vocês que movem tudo isso, então mais do que tudo preciso da opinião de vocês ahuahuahauha. Enfim, como a atrasada que sempre sou, preciso começar o próximo capítulo, porém a parte díficil ja passou - ufa! - HAHAHAH beijos para todos. Espero que tenham gostado do cap! HAHAHAHAHHAHA  Até a próxima pessoal :DDDD

~NOX~ 

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Comentários (2)

  • Mrs J Barreto

    Qe fofo *___* Continua!

    2012-06-21
  • Leticia Depiro

    Luluuu, desculpa demorar pra comentar. Mas eu ameeei muitoo, sério. Me identifiquei com a Anastacia. hahahahah.  E to achando muito lindo o Tiago e a Naomi, não sei se essa era sua intenção mas eu achei muito muito muito fofo os dois. o Alvo e a Bonnie tbm, e a Rose e o Scorpius... Enfim, to achando lindooo. E adorei esse piquinique, hahaha, me lembrei da gente, e dos nossos piquiniques no recreio hahahaha.Continua assim hein Dona Luana... ^^ hihihi 

    2012-03-25
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