Daily Life



O sol já estava aparecendo no céu nublado. Rose estava deitada com um das mãos no peito de Scorpius, a abóboda ainda aberta permitiu que o sol entrasse. Rose piscou forte com a luminosidade. Seus olhos abriram devagar. Ela levou as mãos até os olhos, tapando-os do sol. Jogou sua mão pro lado, em busca de sua varinha. Seu braço bateu forte no chão. Ela sentou-se devagar, suas mãos ainda esfregavam seus olhos.


- Mas o que... - disse Rose ao abrir os olhos. Ela ficou em pé rapidamente. Seus olhos fitavam seus primos e amigos dormindo. Seus olhos depois subiram ao céu, já totalmente claro. – MERLIN! – Rose gritou, fazendo com que todos se mexessem. – ACORDEM! VAMOS ACORDEM! – Rose gritava e pegava tudo o que conseguia do chão, arrastando as carteiras para os lugares. – JÁ ESTÁ DE MANHÃ! A TRELAWNEY VAI CHEGAR A QUALQUER MOMENTO, VAMOS.


- O que? – disse Tiago resmungando. – Pare de gritar Rose, estou tentando dormir.


- PARAR DE GRITAR? – Disse Rose brava. – EU NÃO QUERO PEGAR DETENÇÃO NO SEGUNDO DIA DE AULA TIAGO.


- Ta bom, ta bom só mais cinco minutinhos. – Tiago se enrolou no cobertor que antes ele dividia com Naomi, - que estava de pé, ajudando Rose a recolher as coisas. - Rose chegou á seu lado, puxou uma parte do cobertor fazendo com que rolasse e caísse no chão.


- Pode ficar ai se quiser, mas o cobertor vai comigo. – Rose dizia brava. Naomi ria da situação, depois foi ajudar Tiago a se levantar.


A sala ficou arrumada entre bocejos. Eles terminaram de posicionar as carteiras, e foram embora.


- Só eu estou com dor nas costas? – perguntou Lilian.


- Não. – responderam todos em um uníssono.


Cada um seguiu até sua sala comunal, na esperança de conseguir se trocar e tomar café. Tiago foi para seu dormitório e tomou um banho quente. Vestiu seu uniforme deixando dois botões de sua camisa aberta, a gravata frouxa e seu cabelo bagunçado.


Ele foi até o Salão Principal já vazio. Pegou duas torradas e saiu em direção à aula de Defesa Contra Arte das Trevas. O caminho até as masmorras foi em completo silêncio. Apenas os passos apressados de Tiago eram escutados.


- Com licença Profª Parkinson. – Disse Tiago entrando na sala sentando-se ao lado de Naomi.


- Onde você tava? – Perguntou Naomi em voz baixa, fazendo careta.


- Eu fui tomar banho. – Disse Tiago fazendo Naomi revirar os olhos. – O que? – perguntou ele cinicamente.


- Potter. – Disse Pansy em voz alta. – Você chegou atrasado à minha aula e ainda se dá o direito de conversar? – Perguntou franzindo suas grossas sobrancelhas. – Menos dez pontos para a Grifinória. – Tiago abriu a boca para reclamar, mas Pansy o cortou. – E se der mais um piu serão cinquenta. – Tiago encolheu-se na cadeira e começou a copiar as anotações do quadro.


- Vadia. Escreveu Tiago em um pedaço de papel que empurrou para Naomi.


- Ela te odeia, vai achar motivos para te incriminar sempre. – Sussurrou Naomi para Tiago. – Tem que ser mais cuidadoso. - Tiago deu de ombros


- Ela odeia meu pai, não significa que tenha que me odiar.


Alguém assoviou fraco. Naomi e Tiago olharam para a mesa ao lado onde um menino de cabelos loiros escuros entregou um pedaço amassado de papel para a loira. Ele sorriu e voltou a copiar os exercícios do quadro.


Dentro do pequeno papel amassado havia outro. Os bilhetes estavam nomeados. Um como uma caligrafia redonda e perfeita, e a outra uma letra mais bagunçada. Tiago abriu o que continha seu nome.


“Querido Tiago hoje irei a seu dormitório, estou com saudades. Será como sempre fazemos, eu vou para lá ás 23h e não saio muito tarde. Se estiver de acordo me chame no final da aula.


Te espero a noite.


 Mia Wood.”


Tiago abriu um largo sorriso após terminar de ler o bilhete. Eles já estavam no segundo dia e não havia saído com ninguém a não ser seus primos e Naomi, precisava começar o ano bem, e uma noite com Mia seria perfeito. Ele guardou o bilhete no bolso de sua calça. Seus olhos alcançaram a menina loira de cabelo liso algumas mesas para frente. Ela olhava-o sorrindo, ele piscou e voltou sua atenção para o quadro.


- O que dizia o seu? – Perguntou Naomi curiosa.


- Hm... É... Nada de mais. – Disse rapidamente, fazendo Naomi levantar a sobrancelha. Ele havia esquecido como Naomi odiava Mia. E sabia que ela faria de tudo para que eles não se encontrassem.  Naomi ainda o fuzilava com o olhar, e ele sabia que se não contasse ela pegaria por contra própria. Ele suspirou derrotado. – Ok. É da Mia. – Naomi continuou encarando-o com a sobrancelha erguida. – Ela quer ir ao meu dormitório hoje...


Naomi ainda o observava, a expressão um pouco mais relaxada. Tiago encarava a mesa. Em um movimento lento, tirou do bolso o bilhete e colocou-o aberto em cima da mesa, para que Naomi pudesse lê-lo. Ela desviou seus olhos para o bilhete amassado.


- E ai? Não vai dizer nada, ou me xingar por cogitar a ideia? – Tiago a encarava derrotado.


- Não. – Naomi disse tranquilamente. – Se você quer, eu não tenho nada para falar. – Deu de ombros.


- Eu sei que você ficaria chateada.


- Não. – disse sinceramente. – Sabe, eu estive pensando... Só porque eu não gosto dela, não significa que você também tenha. – Naomi bagunçou os cabelos do amigo.


- Mas ela vai implicar com você não vai? Quer dizer, é o que ela sempre faz não?


- Ti, é nosso ultimo ano. – Naomi falava sorrindo. – Tudo o que eu quero é ter uma chance para falar tudo o que eu sempre quis para ela. – Tiago sorriu e apertou a mão da amiga que estava sobre a mesa em um gesto de carinho. – Mas só te peço uma coisa... – disse Naomi pausadamente fazendo com que Tiago soltasse um “Lá vem.”- Não se apaixone por ela... Eu já ouvi o que ela fala de namorados para as amigas. Ela só irá te fazer sofrer.


- Essa é moleza... – Disse Tiago brincalhão. – Eu sou difícil. Não me apaixono facilmente.


- Sei que não. Mas vai saber. – deu de ombros. – Essas garotas quando querem algo fazem de tudo.


A conversa foi interrompida pelo o sinal. Eles começaram a recolocar seus materiais nas bolsas e mochilas. Tiago sorriu para Naomi e foi falar com Mia. Naomi sabia que era o que ele queria. Mesmo não gostando nada da ideia ela não podia impedi-lo.


- Naomi? – Perguntou uma voz grave.


- Ei, Mark. – Sorriu enquanto pendurava sua bolsa em seu ombro. – Como vai?


- Tudo ótimo, e com você? – Ele exibiu belos dentes para a loira.


- Eu vou bem, obrigada. – Mark era um garoto alto, cabelos loiros escuros e espetados. Dono de olhos azuis perfeitos. Era o típico menino que as meninas babam. Ele sorria alegremente para Naomi e a acompanhava até a saída da sala. – Como foi de férias?


- Ah, deu para descansar. – Sorriu amarelo. – E as suas? Fez algo interessante?


- Além de aturar as amigas da minha irmã me enchendo o saco? Nada. – Sorriu. “Metido” pensou Naomi soltando um sorrisinho. Tiago saiu da sala ao lado de Mia. Mia seguiu até o lado de seu irmão. Tiago se juntou a Naomi, olhando feio para Mark.


- A gente se vê Mark. – Naomi sorriu.


- Até a noite Tiago. – Piscou Mia para ele. E Tiago acenou.


Eles deram as costas e saíram andando na direção contraria onde Mark e Mia ficaram parados. Tiago caminhava quieto, enquanto Naomi procurava algo em sua bolsa.


- O que Mark queria com você? – Perguntou Tiago com as mãos no bolso.


- Achei. – Disse Naomi tirando um pequeno pacote de alcaçuz da bolsa. Ela tirou um do saquinho e deu uma mordida. – Merlin, isso é divino. Ainda bem que trouxe vários desses para Hogwarts, eu não aguen...


- BIJU? – Falou Tiago em um tom mais alto, parando no corredor.


- Ah! Me desculpe. Eu esqueci de oferecer. – Naomi apontou o saquinho vermelho para Tiago. – Aceita?


- Biju. Você ouviu o que eu disse? – Perguntou impaciente.


- Não... Você disse algo? – Pareceu confusa.


- Ah, deixe para lá. Não importa. – Eles voltaram a caminhar. Tiago ainda estava com as mãos no bolso.


- Não vai aceitar um mesmo? – perguntou Naomi oferecendo alcaçuz para ele novamente. – Eu vou comer tudo e você ficará sem. – Tiago a encarou. Ela estava com um tubinho vermelho na mão apontando para Tiago.


- Ok! – Ele se deu por vencido e pegou o tubinho vermelho da mão de Naomi. – Isso... Isso é maravilhoso. – Disse ele depois de dar uma mordida. - Você tem mais ai? – Perguntou um Tiago guloso.


- Tenho. Mas é para durar até o Natal. – Disse Naomi em tom de reprovação.


Eles seguiram o mesmo caminho, tendo apenas que se separarem em um corredor, indo a aulas diferentes.


A tarde veio rápida, os Potters e os Weasleys se encontraram no salão comunal onde jogaram conversa fora. A semana também passou sem que eles ao menos notassem. A promessa de todo jovem no inicio de um ano letivo estava sendo muito bem cumprida pelos garotos. Eles passavam os dias empenhados nas matérias e estudando. Até Tiago que se considerava autodidata se rendeu aos estudos com Naomi. A semana chegou ao fim atendendo as preces de Hugo que já implorava por férias.


O sábado veio chuvoso e o céu estava tingido de cinza, um perfeito dia para o primeiro passeio a Hogsmeade do ano. As galochas vermelhas de Rose batiam no chão ritmadas. A garota estava nas escadas, em frente ao retrato da mulher gorda esperando impacientemente por Scorpius. Seu pé batendo incessantemente no chão.


Tap. Tap. Tap.


A garota se inclinou um pouco tentando observar alguma pessoa loira nas escadas sem sucesso. As escadas estavam vazias. Bufou. Odiava esperar. Por mais que seja Scorpius, esperar nunca foi e nunca será o forte de Rose Weasley.


Tap. Tap. Tap.


- Pare já com esse barulho irritante. – Disse a mulher gorda tapando os ouvidos. – Você está me dando nos nervos.


- Ah... Me desculpe. É que eu estou esperando meu namorado, mas ele está um pouco atrasado. – Rose sorriu torto para o retrato.


- Desista queridinha ele não virá.


- Ah ele virá sim. – Respondeu. – Ele sempre vem. – Disse procurando mais uma vez nas escadas.


A garota ajeitou a fita preta em seu cabelo e apoiou seus cotovelos no corrimão. “Eu odeio esperar.” – sussurrou.


Passos rápidos foram ouvidos pela ruiva. Ela foi até o começo da escada e viu Scorpius subindo correndo. O garoto sorriu ao ver Rose parada na escada o esperando. Chegou rápido ao lado da ruiva e a beijou ternamente.


- Eu odeio essas escadas. – disse ofegante. – É uma maratona para conseguir chegar até aqui em cima. – Ele sorriu. – Ah, trouxe isso para você. – Com um feitiço não verbal, Scorpius fez com que da ponta de sua varinha saísse um buquê. – Rosas vermelhas para a mais linda das rosas. – Ele fez uma reverência e as entregou á Rose.


- Uau... – Disse Rose pegando as flores. – São lindas. Obrigada, mesmo. – Ela o abraçou forte finalizando com um beijo. – Vem comigo, vou colocá-las no meu dormitório e depois iremos.


Rose adentrou o salão comunal da grifinória com o sonserino ao seu lado. Subiu rapidamente em seu dormitório colocando as flores em seu criado mudo. Sorriu ao vê-las decorando seu quarto. Deu meia volta e desceu as escadas observando Scorpius de mãos nos bolsos encostado em uma parede. Ao vê-la chegar, ele se aproximou e pegou sua mão. A garota com um sorriso maroto virou para ele e disse:


- Você me deixou esperando. – Disse a ruiva observando o garoto rir com sua observação. – Você sabe como eu odeio esperar.


- Eu sei. – Concordou com um sorriso no rosto, mas sem tirar os olhos do chão.


- E não irá se desculpar? – Perguntou em um tom mais sério, ainda observando-o.


- Não. – Ele sorriu e fitou Rose com um olhar apaixonado. – Você também me deixou esperando tempo demais. – A garota corou ao entender a comparação. Rose havia de fato feito Scorpius esperar por ela. – E isso é algo que não me arrependo. Ter esperado por você foi a coisa mais sensata que já fiz em toda minha vida. – Rose ficou da cor de seus cabelos. Ela entrelaçou seus braços no pescoço do garoto acariciando levemente sua nuca.


- Eu não mereço você. – Sorriu.


Os dois seguiram até onde se encontravam as carruagens que os levariam a Hogsmeade. Poderia ter sido uma viagem demorada, mas Scorpius e Rose decidiram que aproveitariam aquele momento só para eles. A carruagem parou e eles desceram sentindo pingos finos de chuva caírem.


- Aonde quer ir? – Perguntou o loiro observando a grifinória.


- Hm, eu tenho que ir à Gemialidades comprar algumas coisas que o Hugo pediu, depois nós podemos tomar uma cerveja amanteigada, o que acha? – Perguntou.


- Perfeito. – Concordou. Eles seguiram até a Gemialidades Weasley de mãos dadas. Rose parou na soleira da entrada mordendo o lábio.


- Nós iremos entrar na loja do meu tio agora. Se importa de agirmos como amigos só por um tempo? – Ela olhou para as mãos entrelaçadas. – É só que, minha família ainda não teve tempo de se acostumar com a ideia. – Ela o encarou mordendo o lábio esperando que ele ficasse irritado, porém a expressão de Scorpius era serena.


- Sem problemas. – Sorriu fraco. Ele soltou a mão da dela e a deu um beijo em sua bochecha. – Preciso comprar algumas coisas também, a gente se encontra aqui na frente daqui a pouco. – Ela assentiu e entrou na loja.


Estava lotada como sempre, não houve uma única vez que Rose veio á loja e ela estava vazia. Ela tirou de seu bolso um pequeno pedaço de pergaminho escrito com a caligrafia torta de Hugo. Como se já esperasse, a lista incluía bombas de bosta e caramelos de efeitos diversos. Rose bufou.


- Não vou comprar essas coisas. – Disse olhando para a lista.


- Qual é Rosinha deixa seu irmão curtir um pouco, leva pra ele vai. – disse George sorrindo para a sobrinha.


- Oi tio. – Ela o abraçou. – Eu não vou levar, ele vai acabar pegando detenção. Como ele pode pensar que eu compraria pra ele?


- Cada vez mais parecida com sua mãe Rose. – Disse um quadro na parede.


- Nem vem tio Fred, eu sou bem mais tolerante. – A garota cruzou os braços rindo.


- Então compre para ele. – George disse pegando no ombro da sobrinha e levando-a até o corredor das bombas. – Vamos Rou, faço pela metade do preço pra você. – A garota rolou os olhos.


- Ok, eu irei. – Disse pegando um pacote da prateleira. – Mas se o Hugo pegar detenção falarei pra minha mãe que é culpa sua. – A menina deu as costas para o tio sacudindo a caixa em sua mão. Ela foi até o corredor dos caramelos pegando os que estavam na lista. Estava tudo certo, Rose havia pegado tudo o que Hugo pedira. Caminhou em direção ao caixa com as embalagens em suas mãos deixando um caramelo cair. Ela virou-se rapidamente deparando com uma estatua de anjo do tamanho de um elfo no chão, perto do caramelo. Rose observou atentamente a imagem.


- Você... Você não estava ai. – Falou para a estátua. A garota sacudiu a cabeça tentando desfazer a imagem, porém quando abriu os olhos ela estava com a mão esticada na direção de Rose. A ruiva grunhiu. – Mas você... não estava... – Rose pegou o caramelo rapidamente do chão e seguiu em direção ao caixa. Olhou novamente, mas dessa vez a garota não viu nada. – O que é você? – Rose pagou rapidamente e saiu da loja atordoada.


- Ei, você demorou. – Disse Scorpius desencostando da parede com as mãos no bolso.


- Eu vi algo bem estranho agora. – Disse Rose séria. – Tinha algo dentro da loja que parecia uma estátua só que ela se mexia e...


- Tem coisa nova? Eu deveria ver esses novos produtos...


- Não Scor, você não entendeu. – Rose puxou o loiro pelo braço. – Não era um produto novo. Era algum tipo de anjo de pedra.


- Como você sabe que não era só um produto que saiu da prateleira Rou? – Perguntou em tom casual.


- Eu não sei. Mas eu sinto que não era só um brinquedo estúpido. – Rose suspirou. – Bom você pode estar certo. Devo estar ficando louca, quero dizer, eu comprei artigos vale-detenção para o Hugo. Quer maior prova de loucura? – Rose sorriu e caminhou junto a Scorpius até o Três Vassouras.


Não muito longe deles, Tiago e Naomi jogavam conversa fora.


- Não tem nada de interessante pra fazer em Hogsmeade hoje. – Disse Tiago entediado.


- Você diz isso porque vem aqui pelo menos oito vezes por mês. Ilegalmente devo acrescentar. – Naomi arqueou uma sobrancelha.


- Não seja tão certinha Naomi, todos sabemos que não faz seu estilo. – Disse sorrindo.


- Ah, cale a boca. – Naomi cruzou os braços e Tiago riu.


- Olá dois. – Cumprimentou Arthur se aproximando. – Posso me sentar?


Arthur Shidmith era colega de quarto de Tiago. Eles eram melhores amigos, até Tiago substituí-lo por Naomi. A loira gostava bastante da companhia de Arthur, mas Tiago preferia evitá-lo. Ele tinha uma boa aparência e competia com Tiago em popularidade com as garotas. Seus cabelos eram castanhos e sempre estavam perfeitamente arrumados em um topete enquanto seus olhos eram de um verde profundo causando loucura nas garotas e deixando Tiago enciumado.


- Ei Artie. – Respondeu Naomi. – A vontade. – Disse dando espaço para Arthur ao seu lado.


- Dia chato não? É esse tempo nublado. Odeio dias nublados, é tão meio termo. – Disse observando a janela.


- Viu Naomi, não sou o único que acho que o dia está chato.  – Disse Tiago bebericando um gole de sua cerveja amanteigada fazendo Naomi rolar os olhos.


- Ei, vocês ficaram sabendo da nova? – disse Arthur apoiado na mesa. – Uma lufana do sétimo ano está grávida.


- Quem? – Quis saber Naomi.


- Ruby Hudson. – Disse.


- Aquela ruiva gostosa? – Arthur assentiu – Cara, até eu queria engravidar aquela menina. – Disse Tiago rindo enquanto Naomi o observou nervosa.


- Você é tão idiota. Como pode falar uma coisa dessas? A menina deve estar passando por maus momentos agora. – Disse Naomi quase gritando.


- Calma ae bijuzinha, foi só uma brincadeira.  – Tiago disse na defensiva. – Eu realmente não iria querer engravidar a menina. – Acrescentou sorrindo.


- Idiota. – Naomi rolou os olhos.


- Mas me fala Artie, quem é o pai? – Perguntou Tiago.


- Mark Wood. – Disse pausadamente.


- O que? – Disse Naomi com os olhos arregalados. Tiago a fitou por um momento depois voltou seus olhos para Arthur.


- São boatos, não é algo que eu tenha certeza. – Disse suavemente.


- Desde quando você sabe disso? – Perguntou Tiago.


- Desde o segundo dia de aula. Pelo que eu entendi, ela descobriu que estava grávida nas férias.


- Então ele sabe que vai ser pai? – disse Tiago.


- Creio que sim, por quê?


- Porque ele me chamou pra sair essa semana. – Disse Naomi com os olhos fixos na mesa. – Como alguém pode ser tão insensível?


- Desculpe Naomi, eu não sabia que vocês tinham algo. – Disse Arthur mordendo o lábio.


- Eles não têm. – Disse Tiago. – Mas pelo jeito ele queria. – Tiago observou Naomi que ainda tinha os olhos fixos na mesa.


- O problema nem é esse, quero dizer, coitada da menina, ter um filho com um otário desse. – mentiu. - Idiota. – Naomi suspirou e voltou a encarar os meninos. Ela virou o resto de cerveja amanteigada que ainda tinha em seu copo e se levantou. – Bom, acho que tenho que desmarcar um encontro com alguém.


- Não, espera. - disse Tiago. – Eu vou com você. Você sabe que a tempos estou querendo dar uma lição nesse cara.


- Não, você não vai. – Disse Naomi séria. – Você sai com a irmã dele, ela não ficaria nada feliz em ter o irmão azarado pelo namorado. Além disso, não tenho nada com ele, só vou dizer que não vou ao encontro.


- Ela não é minha namorada. – Complementou.


- Você saiu com a Mia Wood? – perguntou Arthur sorrindo. – Zerou a vida cara. – Tiago bebeu mais um gole de cerveja amanteigada fazendo cara de convencimento.  


- Ah, por favor. – Naomi rolou os olhos e girou os calcanhares.


- Naomi espera. O Artie pode ir com você. – Disse Tiago. – O que acha Artie? Não quero deixar a Biju ir sozinha, não confio nesse Wood. Se quer saber eu não gostava nem um pouco da ideia dela ter um encontro com ele. – Naomi rolou os olhos e Arthur sorriu.


- Claro, eu posso ir com você se você quiser. – Ele sorriu e encarou Naomi.


- Por mim tudo bem. – A loira deu de ombros.


- Eu vou pegar meu casaco e já volto aqui.


O moreno levantou e Naomi apoiou-se na mesa deixando os longos cabelos caírem na mesma.


- Você acha mesmo que eu não sou capaz Tiago? – Disse a loira irritada.


- Não é isso Bijuzinha. – O moreno pegou no rosto da loira. – É que você gosta dele, e se ele jogar um charme você cede. – A loira desapoiou-se da mesa e cruzou os braços envergonhada. – Não quero você caindo nas armações dele.


- Você conhece bem as atitudes de um canalha. – Naomi sorriu levemente. – Até parece que você é um. – Tiago sorriu dando de ombros.


O moreno se levantou, deixando alguns galeões na mesma e guiando a loira para fora do bar. Eles pararam do lado de fora e Tiago passou o braço pelos ombros de Naomi. Arthur se aproximava devagar ajeitando o casaco. Tiago o observou de canto de olhos e voltou pra Naomi.


- Só pra deixar claro ainda não gosto do Artie. – Sussurrou no ouvido da loira.


- Faz uma forcinha.- Disse Naomi sorrindo. – Se não pode com eles, junte-se a eles Ti. – Naomi piscou.


- Quem disse que eu não posso com ele? – Perguntou fingindo serenidade.


- Vamos Naomi? – Arthur chegou sorrindo. Naomi saiu do braço de Tiago que posicionou seus braços no bolso.


- Se cuida. – Sussurrou Tiago para a loira.


 


 


 


- Você tem visto a Cass, Lilu? Ela anda meio esquisita. – Disse Anastásia.


- Conversei com ela ontem, mas ela parecia meio apressada, não estava querendo muito papo.


- Acha que ela está nos evitando? – Perguntou Ana mordendo o lábio.


- Não sei. – Lilian deu de ombros. – Talvez esse negócio do Al, realmente a afetou.


Anastásia assentiu um pouco entristecida. Era horrível ver uma amiga se afastando, principalmente quando não se pode fazer nada. Ela terminou de colocar a meia fina na bolsa e a fechou. Colocou-a em um de seus ombros e suspirou.


- Tenta falar com ela, a gente não pode a deixar ficar desse jeito.


- Eu sei. – Lilian rolou na cama. – Eu vou falar. Só preciso ter tudo preparado na minha cabeça. A Cassie é ótima com as palavras, se ela estiver com raiva de algo que nós fizemos, com certeza não vai deixar argumentos para mim. – Lilian suspirou e sentou na cama. – Vai logo ensaiar, deixa que eu cuido da Cass. – Lilian sorriu e Ana sorriu de volta antes de sair do quarto apressada.


Lilian jogou o corpo na cama novamente, deixando seu cabelo camuflar no edredom vermelho. Tudo que a ruiva queria naquele momento era dormir um pouco. Não havia nada que Lilian gostasse mais de fazer no tempo livre do que dormir. Talvez até quando seu tempo estava corrido, tirar uma soneca era sempre bem vinda. Mas naquele dia, descansar era o que ela menos conseguiria fazer.


- LILU. – Gritou uma voz um pouco abafada. – LILUUU! – Lilian abriu os olhos tentando identificar a voz. – LILIAN LUNA! – Cantarolava Hugo na beira da escada. – EU SEI QUE VOCÊ ESTÁ ME OUVINDO. – A ruiva tapou seu rosto com o travesseiro tentando abafar mais o som. – LILIAN LUNA POTTER, SE VOCÊ NÃO DESCER AGORA EU VOU TENTAR SUBIR, E VOCÊ SABE O BARULHO QUE FAZ QUANDO UM MENINO TENTA SUBIR NO DORMITÓRIO FEMININO. – Lilian se levantou depressa, calçando seus sapatos rapidamente. Desceu alguns degraus onde conseguia enxergar seu primo. Porém o garoto já subia o primeiro degrau. O que antes era escada, agora virara um tipo de escorregador. Lilian escorreu caindo em cima de Hugo, enquanto uma sirene tocava alto.


- Que ótima maneira de acordar. – Disse ainda caída em cima de Hugo.


- Minhas costas Lilu. - Gemeu o ruivo. – Dá pra, por favor, sair de cima? – disse irritado.


- O que você quer hein? Precisava desse escândalo todo Hugo? – Disse a ruiva se levantando.


- O que houve com a Ana? – Perguntou Hugo, enquanto Lilian alisava sua blusa. – Eu a vi saindo correndo daqui, tentei conversar com ela, mas ela se atrapalhou toda, disse que tinha um trabalho pra fazer e que estava com pressa. Sério mesmo? Quem faz trabalho em pleno fim de semana de visita em Hogsmeade? – Disse cruzando os braços.


- Até parece que você não conhece a Ana, Hugo. – Lilian sorriu. – Não se preocupe ta tudo bem com ela. Ela deve estar adiantando algumas matérias como ela sempre faz. – Disse pousando a mão no ombro de Hugo.


- Esquisita.


- Você deu esse escândalo todo só pra perguntar da Ana? – Lilian perguntou arqueando uma sobrancelha.


- Claro que não. Eu queria te irritar também. – Hugo sorriu e apertou as bochechas da prima. – Você não percebe que hoje é um dia perfeito pra começarmos bem nosso ano letivo? Quero dizer, a escola ta vazia, a maioria das pessoas estão em Hogsmeade. – Lilian olhou pra ele com um meio sorriso.


- Hum, interessante. – A ruiva cruzou os braços. – E o que você que fazer?


- Eu esperava que você respondesse essa pergunta.


- Interesseiro. – sorriu. – Ok, tenho uma ideia. O que você tem no seu dormitório?


- Estou sem nada, gastamos tudo Lils. – Sussurrou.


- Eu acho que ainda tenho uma bomba de bosta no meu. – Ambos sorrirem. – Eu vou pegar, enquanto isso vá até o quarto do Al e pega a capa da invisibilidade do meu pai. Fica na primeira gaveta ao lado da cama, em um fundo falso. – Hugo assentiu. – Te espero aqui. - E ambos correram um pra cada lado.


 


 


- Quando você disse um fundo falso, não esperava que fosse tão fundo. – Disse Hugo chegando com a capa na mão.


- Vamos. – Lilian pegou o primo pela mão e começaram a descer as escadas.


- O que vamos fazer? – Perguntou Hugo enquanto seguia a ruiva.


- Dar boas vindas ao Filch. – Sorriu marota.


- Não é nada muito pesado né? Ele deve ter no mínimo uns 100 anos.


- Relaxa Huguinho. – Sorriu Lilian. Eles caminharam até o corredor parando para observar se tinha alguém vindo. – Ok, vai ser assim: Eu vou chamar o Filch dizendo que vi algo no corredor, enquanto isso você entra na sala dele e arma a bomba. Só isso. Entendeu?


- Porque eu sempre tenho que ficar com a parte de armar as bombas? – Perguntou cruzando os braços.


- Por que você é péssimo em atuar. – Hugo concordou e apontou para o corredor onde Filch estava com a gata. – Me de capa. Assim que eu virar o corredor você entra. Não demora. – Lilian deu um beijo na bochecha do primo e correu até onde o Zelador estava.


- Zelador Filch. – Gritou Lilian. – Um grupo de alunos do terceiro ano está duelando no Saguão.  – Embora não confiasse em qualquer pessoa que vinha com o sobrenome Potter, Filch seguiu Lilian apressado, torcendo para colocar alguns alunos em detenção.


Hugo, assim que percebeu que Lilu tinha sumido com Filch adentrou a sala do Zelador. Já havia estado ali antes, mas o lugar parecia ainda mais sujo e bagunçado. As prateleiras empoeiradas cheia de objetos confiscados que poderiam estar ali desde que seus avós frequentaram a escola. Hugo então pegou a bomba de bosta e a posicionou em cima de uma mesa. Ele então fechou a porta e saiu correndo.


- Hugo, espera. – Lilian tirou a capa da invisibilidade de si e alcançou o primo. – É melhor correr, Filch ficou bravo quando eu “sumi”. – Lilian riu.


- E perder a cara do Filch ao entrar na sala dele? Jamais. – Eles se cobriram com a capa e observaram Filch entrar na sala.


- O QUE É ISSO? – Filch saiu da sala tossindo. – AI ESSE ALUNOS. ELES TÊM QUE SER EXPULSOS. COMO FAZEM UMA COISA DESSAS? Aposto que foi aquela menina Potter. Ai se eu pego aquela menina. – Lilian ria embaixo da capa.


- Vamos. – Lilian puxou Hugo. – Tenho que preparar meu álibi. – Eles sorriram e correram até o salão comunal da Grifinória, ansiosos pra contar o que haviam feito de bom naquele dia. 


N/A:
~LUMOS~
Olááá lindinhos, estou de voltaaaaa! Mil anos se passaram desde minha ultima visita, peço desculpaa e agradeço aqueles que continuam comigo apesar da minha lerdeza. Enfim, o que eu tenho que falar, ah, A FIC JÁ FEZ UM ANINHOOO! Simmm, é tempo né? Bom, como a péssima mãe que sou demorei pra postar sobre o um ano da fic, mas aqui estááá! Que muitos de vocês continuem comigo pros próximos anos! Ahh, durante esses tempos eu escrevi uma songfic sobre Tiago e Lily ( que vamos combinar é um casal mais que lindooooo) e eu particularmente amei ela, se der dão uma passadinha lá. Ah, bom, quero agradecer aos leitores que ainda estão aqui (mais uma vez) e dar boas vindas aos novatos. É isso gente, sujestões, dúvidas, comentários são sempre aceitos. Você também estão livres pra me adicionarem no Face pra gente manter sempre o contato. Beijinhosssssss, e não se esqueçam de mim D:

~NOX~ 

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