O Começo do Fim



MAis um cap´tulo fresquinho hehe :D

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Narração de Clarie


            Acordamos cedo no outro dia, animadas para os reencontros. Os novos monitores chefes eram, tecnicamente, um mistério já que todos os monitores foram convocados para uma reunião no trem, onde seria falado os nomes dos monitores chefes de todas as casas, mas ninguém tinha dúvidas de que Lílian seria a da Grifinória. O único segredo ainda era quem, na opinião masculina, o sortudo que dividiria o fardo com a ruiva.Começamos a nos arrumar cedo, mas mulheres são mulheres e têm o intenso desejo de estar sempre, de preferência, melhor que as outras ou, pelo menos, sentir isso, assim, depois de muitos avisos de possíveis atrasos se demorássemos mais para nos arrumar dos pais dela, finalmente fomos para a estação. Antes de passarmos pela parede que nos levaria de volta ao mundo mágico que pertencíamos, passamos no banheiro para dar uma última checada no “todo” e fomos reencontrar o pessoal. Assim que passamos pela “parede”, eu senti como uma das Senhoritas deve se sentir; Assim que aparecemos do outro lado, todos, sem tirar ninguém, olharam pra gente (na verdade foi pra ela, mas deixa eu me achar, vai...). Fiquei me sentindo uma verdadeira rainha, mas isso já deve ser normal pra Lílian porque ela, simplesmente, procurou por algo e, depois de encontrar o que eu supus serem suas amigas, saiu andando em direção a elas. Elas não estavam, exatamente, no meio da estação, pra falar a verdade, estavam em um canto um pouco mais afastado, mas parecia que tudo convergia pra que elas fossem o centro, e assim era. Nesse aspecto, deve ser bom ser uma das populares... Eu logo esqueci meus devaneios porque a Amanda pulou nas minhas costas como um sinal de boas vindas e nós fomos procurar um vagão pra sentar, me fazendo perde-las de vista.


 


Narração de Lílian


            Assim que passei para “o outro lado”, verifiquei em volta na busca por minhas amigas afinal aquela atenção toda me incomoda um pouco, algo inexplicável eu diria.


            Assim que as encontrei, fiz o favor de ir até elas o mais rápido que a elegância me permitia não me importando em deixar a Clarie ali sozinha, ela logo encontraria as amigas e devia estar aproveitando da atenção mais do que eu. Eu as alcancei no meio de uma conversa sobre alguma coisa obscura que eu não entendi muito bem e não me dei ao trabalho de perguntar, depois alguém me diria alguma coisa, elas sempre me dizem alguma coisa.


- Oi ruiva! – Falou Olívia assim que eu me aproximei delas


- É incrível como, não importa quantos anos passe, eu nunca me acostumo com essa atenção toda, a gente ainda não fez nada... – Eu falei pra elas, mas acho que, além de mim, Olívia e Bárbara sentem a mesma coisa.


- Como foi agüentar os marotos Lílian? – Perguntou Bárbara depois de um curto silencio


- Insuportável... – Eu murmurei depois de pequena hesitação, que passou despercebida por todas, menos Bárbara que, infelizmente, me conhece muito bem. Provavelmente vai me fazer contar, eu vou ter que inventar algo convincente... Já imagino o que elas diriam se soubessem como foi minhas férias.


            Fomos às últimas a entrar no trem já que não tínhamos a mesma pressa que todos os outros de garantir uma cabine, já tínhamos a nossa. Acomodamos-nos no segundo em que o trem entrou em movimento. Eu aparentava calma e normalidade como em qualquer outro ano, mas por dentro, eu sabia que era diferente, era nosso último ano, últimas chances, MINHAS chances.


            A viagem ocorreu normalmente e, rapidamente, já estávamos todos nos acomodando para o banquete de boas vindas. Como esse ano eles decidiram mudar algumas coisas, os monitores chefes não foram avisados antes...


- Bem vindos alunos... – O Dumbledore começou o seu discurso de sempre, exatamente o momento da cerimônia que eu me desligo e começo a observar o salão. – E agora o momento que vocês deviam estar esperando... Os monitores chefes das casas. - E é nessa hora que eu volto a me ligar pra poder prestar atenção a provável menção do meu nome...


 – Começando pela Sonserina, os monitores são: Rodolph Lestrange e Narcisa Black – Desconectei de novo; pra que eu vou querer saber os monitores da lufa-lufa e da corvinal; só me interessam da Grifinória e da Sonserina... Ligando! – Grifinória: Lílian Evans e James Potter! – Acho que agora eu desliguei de vez, não que eu demonstre que to abalada por ELE ser o meu companheiro; por fora eu to com uma mascara de tranqüilidade, mas como ELE foi escolhido? Ele é um maroto! Esquece! Eu vou conversar com as meninas depois, isso pode atrapalhar, e muito, os nossos planos.


x-x-x


            Quando desci novamente para a sala comunal, depois de ter acompanhado todas as crianças, as meninas já esperavam por mim sentadas nos sofás, quietas e muito tensas.


- Meninas... – Eu disse assim que me joguei no sofá ao lado de Olívia


- Isso é péssimo... – Murmurou Bárbara, não precisando especificar o assunto


- Mas não podemos deixar isso nos impedir... – Eu falei, não acreditando muito em mim mesma


- Mas... – Começou Larissa – Como nós vamos fazer alguma coisa com eles sempre atrás de nós... Eles terão todas as vantagens que NÓS temos com a Lílian...


- É, mas nós ainda somos mais inteligentes que eles... – Eu falei, e somos mesmo


- A Lílian está certa! – Lívia falou pela primeira vez – Nós não vamos deixar que eles nos atrapalhem assim tão fácil!


- Nós somos as Senhoritas... – Eu falei com entusiasmo – Eles vão aprender que não é com qualquer uma que eles estão lidando...


- Esse ano vai ser bem divertido... – Bárbara murmurou recebendo um sorriso de cada uma de nós; esse ano ia ser muito divertido, para nós é claro!


            Mais um tempo de conversa e nós todas fomos dormir.


x-x-x


            O dia logo amanheceu, mas nenhuma das meninas teve pressa para acordar e encarar mais um longo e tedioso sábado. Mais alguns minutos de intensa luz no quarto fez com que Lilian se levantasse, indo para um longo e relaxante banho.


            A menina saia do banheiro secando seus ruivos cabelos quando percebeu que nenhuma de suas amigas ainda havia se levantado. Passou um momento apenas observando aquelas quatro meninas que dormiam tão inocentemente. Ainda pareciam crianças desse jeito.


“ - Definitivamente não somos mais criança ruiva – Falou Ge em sua cabeça – Crianças não fazem nem metade do que a gente apronta por ai...


 - Nisso você tem razão – Pensou Lilian com um ar de tristeza


 - Impressão ou ficou triste? – Perguntou Di, aparecendo na conversa


 - É que se eu for pensar em tudo que nós quatro abrimos mão por causa dessas vinganças... Às vezes, eu penso se realmente valeu a pena isso tudo...”


            Os pensamento da ruiva foram interrompidos por uma leve movimentação na cama ao seu lado e, logo, ela focalizou grandes olhos castanhos observando-a atentamente.


 - Alguma coisa errada Lilian? – Perguntou Lívia friamente


 - Tudo quieto demais para o meu gosto – A ruiva respondeu, tentando manter um tom de pouco caso


 - Nisso eu sou obrigada a concordar – Respondeu Larissa, levantando de sua cama


            As outras duas meninas nada responderam. Encararam-se por longos minutos e a tensão se fez presente no quarto. Lívia se levantou e entrou no banheiro, esbarrando em Lilian.


 - Aconteceu alguma coisa entre vocês? – Perguntou Larissa, percebendo a tensão entre as garotas


 - Não – Respondeu a ruiva pegando um livro e indo rumo as escadas do dormitório – Se quiserem alguma coisa, vou estar no salão comunal...


            Quando a ruiva alcançou o último degrau da escada, observou todo o ambiente e percebeu que se encontrava sozinha. Todos os outros alunos estavam nos jardins aproveitando o belo dia de folga. A menina se jogou no sofá em frente à lareira e começou sua leitura. Estava entretida com sua leitura que não percebeu a aproximação lenta de um dos marotos.


 - Posso me sentar? – Perguntou Remo, apontando para uma das poltronas próxima a ruiva


 - Fique a vontade Lupin – Ela respondeu sem desviar os olhos do livro


 - Fico feliz de ver que seu hábito de leitura não foi perdido por causa delas – Ele falou, olhando seu livro


            Lilian não respondeu, apenas observou o garoto por um tempo e logo retomou sua leitura.


            Os dois estavam absortos em suas respectivas leituras quando ouviram uma pequena explosão vinda dos dormitórios e levantaram com um pulo, ambos empunhando suas varinhas.


 - O que foi isso? – Ela perguntou sem tirar os olhos da escada


 - Não tenho idéia... – Ele respondeu


 - Se tiver alguma coisa... – Mas ela não terminou de falar, pois foi interrompida por risos vindos da escada que levava ao seu dormitório.


            Logo Sirius e Tiago puderam ser vistos descendo as escadas do dormitório feminino. Os dois pararam assim que viram Remo e Lilian juntos no salão comunal, ambos ainda em posição de ataque.


 - O que vocês dois estão fazendo aqui embaixo juntos? – Perguntou Tiago, olhando interrogativamente para Remo


 - Estávamos apenas lendo... – murmurou Remo já sabendo que seria alvo da fúria dos amigos


 - Não acredito – Murmurou Sirius, seguindo o caminho para seu próprio dormitório e sendo seguido por Tiago


 - O que tá acontecendo? – Lilian perguntou para Remo antes de o menino olhá-la profundamente e seguir os outros dois


            Gritos vindos do andar de cima chamaram a atenção da ruiva e, com um último olhar para a escada pela qual os meninos subiram, saiu correndo em direção aos gritos.


            Demorou um tempo antes que Lilian conseguisse alcançar a porta de seu quarto já que uma pequena multidão se aglomerou em frente à porta; ninguém com coragem suficiente para abri-la e olhar o que estava acontecendo. Com a varinha em punho, a ruiva abriu a porta, tomando cuidado para que ninguém conseguisse enxergar dentro, e entrou no quarto. A princípio, a ruiva apenas notou a enorme confusão na qual o quarto se encontrava: todas as roupas das cinco meninas se encontravam espalhadas por todo o quarto em pedacinhos, o cortinado das camas parecia que havia pegado fogo e não restava muito delas, os colchões estavam pendurados no teto e todas as paredes estavam pichadas com adjetivos nada agradáveis sobre todas.


            A ruiva caminhava lentamente pelo quarto a procura de suas amigas quando ouviu um grito vindo debaixo do seu pé. A menina deu um pulo pra trás e um grito escapou de sua boca quando o rosto de Larissa pode ser visto no chão. A ruiva se ajoelhou ao lado da amiga, que parecia mesclada ao chão, a não ser pela cor rosa que apoderava todo o seu corpo.


 - O que aconteceu Larissa? – A ruiva perguntou assustada


 - Eu não tenho nem idéia – Ela respondeu com dificuldade – Por um momento nós estávamos dormindo, nós sentimos uma fumaça tomando conta do quarto e nos sufocando e, quando percebemos, tudo isso já havia acontecido.


 - Como você tá? – Ela perguntou


 - É como se eu fosse parte do chão... – Ela respondeu com mais dificuldade – Meu corpo tá doendo e eu acho que quebrei algumas costelas. Eu to com dificuldade de respirar...


 - Onde estão as outras meninas? – Ela perguntou observando o quarto


 - Elas devem estar fazendo parte de alguma coisa do quarto também – Ela respondeu, antes de desmaiar


            A ruiva pensava rapidamente no que poderia fazer pra ajudar a amiga, mas logo alguns barulhos sufocados puderam ser ouvidos do outro lado do quarto, na parede que estava tampada pela cama que, com todo o estrago, foi jogada para o lado. A menina puxou a cama para longe da parede e encontrou o rosto ensangüentado de Olívia.


 - AI MEU DEUS – a ruiva berrou, tentando limpar o sangue do rosto da amiga e impedindo que ela se sufocasse – O que aconteceu? – Disse ela, reparando no corpo todo laranja da menina


 - Eu não sei direito – Ela respondeu, cuspindo mais sangue – Eu tava dormindo e quando eu percebi já fazia parte da parede e essa cama veio na minha direção. Lily...


 - O que houve? – Ela perguntou muito assustada com a situação da amiga


 - Acho que meu nariz quebrou por causa da cama – Ela falou com dificuldade – Você vai ter que por ele no lugar pra eu conseguir respirar.


 - Tá – Ela respondeu hesitante


            Com as mãos tremendo um pouco, a ruiva se aproximou da amiga e pôs rapidamente seu nariz no lugar correndo. Segurou suas lágrimas com o grito da amiga.


 - Você viu o resto das meninas? – Ela perguntou rapidamente, percebendo que a amiga estava a ponto de desmaiar de dor


 - Olha pra cima – Foi tudo que ela conseguiu dizer antes de ficar desacordada


            Lilian levantou a cabeça vagarosamente e deu de cara com Bárbara, com o corpo azul, desacordada no teto do quarto. Procurou mais um pouco e viu Lívia presa na parede do outro lado do quarto.


 - O que aconteceu? – Lilian perguntou para a Senhorita que estava calada apenas observando o quarto


 - Eu estava no banho, mas tenho certeza que foram os marotos – Ela respondeu focando a menina a sua frente


 - Eu também tenho certeza – Lily disse se lembrando dos dois marotos rindo descendo as escadas – Você tá machucada?


 - Acho que quebrei um braço, mas nada muito grave... – Ela respondeu pensando em sua dor – Como estão as meninas?


 - Péssimas... Mas acho que a pior é a Olívia. Uma cama atingiu o rosto dela; tem uma possibilidade enorme de ter uma concussão ou coisa pior.


 - Você tem que dar um jeito nisso Ruiva – Ela murmurou assustando a menina a sua frente, mas logo desmaiando também


 - Ai meu deus... – Murmurou a menina percebendo a gravidade com a qual as meninas se encontravam e não tendo nem idéia do que faria.


            Não demorou muito e a menina percebeu que não conseguiria resolver sozinha; assim, logo saiu do quarto, passou por todas as pessoas que ainda estavam do lado de fora, e foi em busca de algum professor que pudesse ajudar. Logo a menina esbarrou no diretor Dumbledore conversando com o professor Slughorn e a professora McGonagall.


 - Boa noite – A jovem falou, se aproximando dos três entretidos – Me desculpe pela interrupção, mas nós estamos com sérios problemas no dormitório e eu não tenho como resolver sozinha – Ela falou tentando não transparecer medo ou fraqueza


 - Tudo bem – Os três falaram e logo seguiram a menina


            Assim que chegaram ao quarto das garotas, pararam um momento na porta assustados, mas logo ouviram o barulho sofrido das meninas e começaram a ajeitar as coisas, separando as meninas dos lugares onde estavam. Lilian só saiu do quarto para ir até a enfermaria avisar madame Pomfrey sobre o que estava acontecendo e logo a menina voltou correndo para o lado de suas amigas enquanto deixava a mulher arrumando tudo para a chegada das quatro.


            Uma hora se passou ate que tudo se acalmasse e todas as meninas fossem conduzidas até a ala hospitalar com a promessa dos professores de que o quarto voltaria ao normal e eles descobririam os culpados.


            Vários exames foram feitos nas meninas. Lilian foi logo liberada quando ficou óbvio que nada havia ocorrido a ela. Lívia tinha um braço quebrado, Larissa tinha três costelas quebradas, Bárbara tinha uma hemorragia interna que já tinha sido controlada, mas era Olívia que mais preocupava a todos. A menina havia quebrado o nariz, algumas pequenas outras partes do corpo, um dos braços e, como Lily havia previsto, tinha uma concussão. Não foi permitido pela enfermeira que Lilian ficasse ao lado das amigas na ala hospitalar a noite, assim, ela se encaminhou sozinha para o dormitório, quando todos já estavam dormindo.


            A ruiva sentia dores em todo o corpo. Sentia-se cansada e a preocupação com as amigas não a deixaria dormir. Tinha vontade de chorar, mas tinha medo de que alguém a visse. Quando finalmente alcançou o quadro da mulher gorda e pode entrar no salão comunal, reparou que não havia mais ninguém no ambiente e, não agüentando, jogou-se no chão em frente a lareira e chorou com todas as suas forças. Devido ao cansaço, logo adormeceu no chão mesmo.


            No dia seguinte, Lilian acordou com tímidos raios do sol entrando pela janela. Quando ia se levantar percebeu que, apesar de se lembrar de ter dormido no chão do salão comunal, estava confortavelmente deitada em sua cama. Tinha certeza que alguém a tinha levado até o andar de cima, mas não teria tempo de pensar no assunto, pois já corria para a enfermaria em busca de notícias de suas amigas.


 

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