Rachel Weasley



 



“Algumas escolhas são fáceis outras não, mas as que realmente importam são aquelas que nos definem como pessoas.”


 


6 de Julho


Eu me levantei pela manhã realmente cansada, como se não tivesse sequer pregado os olhos à noite, e talvez eu realmente não tivesse pregado. Na noite anterior o garoto por quem eu era apaixonada conheceu minha família, mas não por minha causa, mas pela minha prima. Sim, eu estava apaixonada pelo namorado da minha prima, não me orgulhava disso, mas era algo que não tinha escolhido, e isso me confortava um pouco. A vida é mesmo engraçada às vezes, ainda que não te faça rir.


- Bom dia Rach. – desejou David se sentando ao meu lado na mesa do café


- Bom dia Dave. – eu retribuí saindo do meu transe


Lizzie apareceu logo depois e se sentou a mesa também.


- Bom dia. – ela desejou animadamente


Eu e David retribuímos. Eu não havia sequer tocado no meu prato, estava sem fome, minha garganta parecia que estava entalada.


- Lizzie, a Ann já acordou? – eu perguntei


- Acabou de levantar, deve descer logo. – ela me informou


Eu balancei a cabeça, tentando tomar uma decisão.


- Pede ela pra me encontrar na entrada quando ela terminar o café, tudo bem? – eu disse de uma vez


Lizzie e David me olharam com os olhos arregalados e eu rolei os olhos.


- Não façam drama. – eu disse saindo, pegando minha máquina fotográfica pendurada na cadeira


Eu saí pela porta da frente e me sentei na escada, admirando o belo gramado e os muros que cercavam a casa, tudo pra termos um pouco de privacidade. Era uma linda casa, mas eu preferia a casa onde passamos nossa infância, onde meus pais e meus tios moraram quando saíram de Hogwarts, era mais aconchegante, menor e parecia mais com um lar. Tivemos que sair dela porque não tínhamos privacidade, pelo menos era o que diziam. A que vivíamos agora era uma verdadeira mansão, uma propriedade imensa e cercada por seguranças e muros por todos os lados. Fiquei sentada ali algum tempo, tirando algumas fotos, aquilo fazia eu me acalmar. Ouvi a porta se abrir, e olhei por cima do ombro.


- Oi. – disse Ann apreensiva, fechando a porta


Eu sorri pra ela e me levantei.


- Vamos dar uma volta. – convidei descendo as escadas – Tomar um sol.


Ela me seguiu e se postou ao meu lado, enquanto caminhávamos pelo enorme jardim de entrada, o dia estava realmente bonito.


- Como dormiu? – eu perguntei, mas já sabia a resposta


Ela sorriu.


- Muito bem. E você?


- Bem. – eu disse sem muita emoção – Richard se saiu muito bem ontem, correu tudo maravilhosamente bem.


Eu disse tentando parecer alegre e acho que consegui, mas a verdade era que meu coração doía só de lembrar. Ann não disse nada, apenas balançou a cabeça, eu percebi que ela estava tensa.


- Porque não vamos direto ao ponto prima? – ela disse sem rodeios me encarando, objetiva como tia Mione – Foi algo que eu te fiz? Porque parece que todo mundo já sabe, menos eu.


Eu franzi a testa. Era melhor eu dizer de uma vez, já tinha tomado minha decisão.


- Eu estou apaixonada por um cara. – comecei e a confusão tomou conta do rosto dela, eu tratei de continuar – E esse cara é meio que... bem, ele é meio que importante pra você.


Ela soltou um “Ah” e virou o rosto pra frente.


- E quem é ele? – ela perguntou receosa


Eu suspirei e passei a mão pelos cabelos, tomando coragem.


- Thomas Blaine. – eu menti, como o planejado


Eu vi o alívio tomar conta do rosto dela. Eu estava mentindo, mas para protegê-la, pra que ela não sofresse. Era uma boa razão, pelo menos eu achava que era. Blaine era um garoto que ela havia ficado algumas vezes antes de começar a namorar o Richard e ele meio que a decepcionou, foi o melhor que consegui pensar.


- Rach... – ela começou mais tranqüila, em tom meigo – Blaine e eu somos passado. Por Merlin! Eu jamais me chatearia com você por causa dele. Porque não me contou antes? Eu pensei milhares de coisas.


Eu dei de ombros, segurando a vontade de chorar.


- Me desculpe. Mas achei que eu devia esperar, até você e Richard... – eu engoli em seco – até vocês dois se firmarem.


Ela parou de andar e eu fiz o mesmo, ficamos uma de frente pra outra.


- Nenhum garoto nesse mundo vai mudar nossa relação, você é minha prima e eu amo você. – ela disse sincera


Nós nos abraçamos e eu me senti a pior pessoa do mundo. Eu sabia que nossa relação não mudaria por causa de um garoto, eu tinha certeza disso, mas esse não era o problema, o problema era que agora eu havia mentido pra ela e isso ela talvez jamais perdoaria. Nos soltamos.


- Só tome cuidado tudo bem? – ela me disse preocupada – Thomas não é muito confiável, não quero que você se machuque.


Merlin, estava ficando cada vez mais difícil. Mas eu estava fazendo aquilo por ela, não importava meu sofrimento. Era uma escolha, entre mim e ela, eu havia escolhido ela, havia escolhido a felicidade dela. Se eu contasse a verdade ela ficaria arrasada.


- Obrigada. – agradeci sorrindo fracamente


Voltamos a caminhar, dessa vez em direção a casa.


- Você está apaixonada, apaixonada mesmo? – ela perguntou divertida, eu a encarei mortalmente, ela riu – Desculpe, é que achava que Thomas não era muito seu tipo.


Eu ri também. Era verdade, ele não era nada meu tipo. Um completo idiota, diga-se de passagem, não sabia trocar duas palavras sem dizer algo absurdo, além de ser grosseiro com as pessoas. Ele era bonito, mas isso de pouco importava. Não sabia como Ann tinha agüentado ele.


- Fazer o quê? - eu disse sem vontade – A gente não manda no coração.


Ela concordou. Na verdade eu não mandava nas escolhas que ela fazia, Thomas foi minha única opção, já que era o único com quem ela tivera algo mais duradouro. Entramos em casa ainda em silêncio. Encontrei meu pai logo na entrada e ele beijou Ann e depois me abraçou, enquanto Ann subia as escadas em direção ao quarto.


- Sua mãe está atrás de você. – ele disse em tom de segredo – Fuja o quanto puder, ela quer te levar pra fazer compras.


Eu resmunguei.


- Que saco pai! – eu disse suspirando – Porque ela gosta tanto de me torturar?


Ele riu e me abraçou novamente, me dando um beijo.


- Eu tenho que ir. – disse se afastando – Não diga a ela que eu te contei.


- Pode deixar medroso. – eu o provoquei e ele deu de ombros – Obrigada pai.


Ele piscou pra mim e saiu pela porta da frente. Eu suspirei e subi as escadas, passei pelo meu quarto e não havia ninguém lá, guardei minha máquina, escovei os dentes e então fui até o quarto dos garotos.


- Bom dia pra quem não vi ainda. – desejei me jogando sobre a cama do John


Reparei os olhares sobre mim, alguns de reprovação, outros com malícia e deduzi que Ann já havia contado a eles. Ann não estava no quarto e David também não, tinham acabado de sair, eu tinha passado por eles no corredor.


- Thomas Blaine... – começou John irônico e eu comecei a rir – Ótimo sujeito. E eu sabia que a Ann mão ia se importar, eu te disse isso maninha.


Eu bati nele e ele se esquivou rindo.


- Cala a boca John! – eu o ameacei rindo – Eu e Ann conversamos e está tudo resolvido.


- Claro que está resolvido, você mentiu pra ela! – me acusou Peter


Eu fiz sinal pra ele falar baixo.


- E o que vocês queriam que eu dissesse? “Hei prima eu estou apaixonada pelo seu namorado”? – eu disse nervosa, mas em tom baixo. Eles ficaram em silêncio – Eu não queria mentir pra ela, mas também não podia falar a verdade. E não se preocupem, é só uma paixonite adolescente, vai passar.


Eu disse com convicção, apesar de não acreditar verdadeiramente naquilo.


- E o que você vai fazer agora? – perguntou Lizzie – Ela está disposta a te ajudar com Blaine.


Eu suspirei e Ben começou a rir, seguido por John.


- Qual é a graça? – eu perguntei indignada


- Você ainda pergunta? – disse Ben entre os risos – Você e Blaine juntos... hilário!


Lizzie e Peter começaram a rir também. Eu fingi uma risada e voltei a suspirar.


- Eu vou dar um jeito, eu tenho que dar um jeito. – eu disse mais pra mim mesma do que para eles


Ficamos em silêncio e algum tempo depois David e Ann voltaram ao quarto.


David estava abatido.


- Onde vocês estavam? – perguntei preocupada com ele


David não respondeu. Ann, que já estava sentada, foi quem contou.


- Com o papai. – ela disse sem muito ânimo e não disse mais nada, nós também não perguntamos – Tia Thereza está te procurando Rach.


Eu fiz uma careta.


- É eu sei. Ela quer me levar pra fazer compras. - eu disse dando de ombros


- E você vai! – ordenou Lizzie – Eu e Ann também vamos, aliás, todas as mulheres vão. Não é ótimo?


Ann riu balançando a cabeça e eu resmunguei.


Algumas horas depois e eu estava numa loja de grife com minhas primas, minha mãe e minhas tias. Eu estava visivelmente contrariada e ouvi mamãe o caminho inteiro me mandando não reclamar. Lizzie estava em um estado de ânimo totalmente oposto do meu, parecia uma criança.


- Rachel. – me chamou minha mãe – Vamos pra sessão de vestidos, você precisa de um pra usar na Festa.


- Mãe, eu não preciso de roupa, estou cheia de vestidos em casa, por Merlin! – eu protestei


Ela continuou andando, eu a segui.


- Rachel, eu não vou deixar você usar qualquer coisa nessa festa. – ela disse ainda andando – Você parece seu pai!


Eu suspirei, ia começar o sermão. Quando ela dizia “você parece o seu pai” eu tinha que agüentar ela reclamando do papai, de como ele era relapso e insensível, do quanto ele era chato, e outras coisas. E no final sobrava sempre pra mim. Pensei no casamento deles e nos dos meus tios, e me lembrei de uma teoria que eu tinha, de que existiam quatro tipos de casais naquela casa.


Tipo 1: Meus pais, Rony e Thereza. O tipo de casal que ignora um ao outro. Mamãe o achava um chato e papai a achava uma chata. Eles não se olhavam, não se falavam e muito menos se tocavam, um era invisível para o outro. Só se falavam quando era estritamente necessário.


Tipo 2: Tio Cedrico e tia Monica. Aparentemente um casal comum, se falavam cordialmente, às vezes tinham algumas demonstrações de carinho, mas no fundo no fundo um casal falido. Ela estava mais preocupada com o trabalho e ele, inexplicavelmente, havia se tornado um garanhão da meia idade, o que ela fingia não ver.   


Tipo 3: Tio Draco e tia Gina. O casamento deles se resumia em uma só palavra: sexo. Ele era louco por ela e ela parecia estar sempre de saco cheio dele. Tia Gina parecia ter saído de uma revista de moda, ela era uma das mulheres mais lindas que conhecia, e quando tio Draco se aproximava, ela se esquivava com repúdio. Mas na cama se entendiam perfeitamente bem, e só.


Tipo 4: Tio Harry e tia Mione. Eles realmente se odiavam, quando estavam perto um do outro a tensão entre os dois era nítida. Tio Harry era um poço de grosseria e, entre quatro paredes, tia Mione não levava desaforo pra casa. O problema era que na frente das pessoas eles tentavam manter as aparências e tentavam se suportar, tia Mione tentava transparecer ser a esposa perfeita.


Bom, pelo menos era assim que eu via as coisas, e tio Olívio sempre dizia que eu era muito observadora. Era estranho viver com aqueles quatro tipos de casais, quando os livros e histórias insistiam em retratá-los apenas como um tipo: o tipo que se amava.


- Você está me ouvindo Rachel? – perguntou mamãe me tirando dos meus pensamentos


- Sim mãe, estou. – menti e ela voltou a tagarelar


Às vezes me perguntava como alguns de nós ainda acreditávamos no amor, na verdade era muito mais racional não acreditar, assim como Lizzie. Vi ela conversando animadamente com tia Gina e sorri, ela era a mais inteligente de nós, amor era uma palavra que não entrava no seu dicionário. Mamãe tinha parado de falar, talvez tivesse percebido que eu não estava mesmo prestando atenção.


- Rach. – me chamou Ann e eu me virei para olhá-la – O que você acha desse vestido?


Ela esticou sobre o corpo um lindo vestido preto de renda.


- Muito bonito. – eu disse, mas ela não pareceu ouvir


- Sabe, eu estive pensando... – ela pausou – Talvez você e Thomas não sejam assim tão diferentes um do outro.


Eu fiquei sem reação. Ela estava pensando e se preocupando com algo que não existia, com uma mentira. Mais uma vez me senti culpada, odiava mentir, ainda mais para Ann, ela era sempre tão sincera. E esse era o problema das pessoas sinceras, elas acreditavam que todos também o eram.


- Você acha? – disse tentando agir normalmente, ela concordou – É talvez sim...Me diz uma coisa, o que você via nele quando estavam juntos?


Ela maneou a cabeça e pensou por um tempo. Isso era algo que eu realmente desejava saber.


- Ele tinha uma ótima lábia. – confessou dando de ombros – O problema é que ela acabou um dia.


Eu lhe dei um pequeno sorriso e encerramos o assunto. Tia Mione apareceu com um vestido tomara que caia xadrez, em tons de cinza e preto.


- Rachel, experimente esse. – ela disse me entregando o vestido


- Obrigada tia. – agradeci – Gostei dele, melhor do que os que mamãe quer me empurrar.


As duas riram.


- Ann, leve esse mesmo filha, está lindo. – ela disse a Ann e eu concordei


Tia Gina e Lizzie se aproximaram também. Lizzie tinha uns três vestidos nas mãos.


- Qual desses você vai levar? – perguntei já sabendo a resposta


- Todos. – ela respondeu óbvia, nos fazendo rir


- Eu não sei mais o que fazer com você Elizabeth. – disse tia Gina


Lizzie não tinha limites, ela era a princesinha da casa e ninguém nunca conseguia dizer não a ela, principalmente tio Draco e tia Gina. Eu entrei no provador para experimentar o vestido. Ele tinha ficado na medida perfeita. Era realmente a minha cara e era adequado para a festa, que não era muito formal, mas também não muito casual. Era uma festa pra celebrar a entrada do verão, a ocasião pedia roupas leves, não muito sofisticadas. Saí do provador com o vestido na mão.


- Já escolheu? – perguntou minha mãe


- Sim, esse aqui. – eu disse mostrando a ela o vestido


Ela o analisou por algum tempo.


- É eu gostei. Ficou bom no corpo? – quis saber e eu concordei – Você precisa de mais alguma coisa amor?


- Não mãe, só isso mesmo. – respondi


Na verdade nem precisava daquele vestido, tinha milhares de vestidos no guarda-roupa que nunca havia usado na vida, mas eu tinha sido praticamente obrigada a escolher um.


- A senhora já escolheu também? – perguntei, louca pra ir embora daquele lugar


Ela balançou a cabeça afirmativamente e começou a se dirigir para o caixa. As outras já estavam lá. Eu, Ann e Lizzie nos afastamos e ficamos aguardando em algumas das poltronas da loja.


- Porque tia Mônica não veio? – eu perguntei


- Teve que ir à editora, problemas de última hora. – contou Ann


- Por falar na editora, lembrei da boate. – eu disse – Hoje é quinta, dia de abrir. Nós podíamos ir, o que vocês acham?


A boate também era da nossa família e era um dos lugares que nós mais freqüentávamos quando estávamos de férias. Lá não entrava imprensa, isso era terminantemente recomendado por meu pai, que era responsável pelo lugar, as vezes alguns fotógrafos na porta, mas nada demais. Elas concordaram prontamente.


- Então vamos falar com os garotos. Você vai levar o Richard? – perguntei normalmente e ela confirmou – Vou ver com o John se London também vai.


Nossas mães concluíram a compra e nos chamaram. Saímos da loja e entramos na limusine. Depois de um tempo em silêncio tia Mione se dirigiu a Ann.


- Ann, seu pai conversou com você e David hoje? – perguntou tia Mione


- Se a senhora chama aquilo de conversa... – Ann disse contrariada – Então sim, conversou.


- Sobre o quê Hermione? – perguntou tia Gina, folheando uma revista


- Sobre meus pais. – disse tia Mione indiferente – Harry não quer que os meninos os visitem esse ano.


Tia Gina balançou a cabeça, como se já soubesse do que se tratava, e realmente devia saber.


- Eu só não entendi o porquê. – disse Ann indignada – Todo ano nós os visitamos, mesmo que ele não vá, a gente sempre ia.


Eu e Lizzie trocamos olhares.


- Ann, não questione as decisões do seu pai. – disse tia Mione firme – Ele quer assim e está decidido!


- Eu não sei por que vocês ainda insistem em questionar nossas decisões, isso está começando a ficar chato. Principalmente quando vem do Harry. Todos sabemos que ele é irredutível, quando decide está mesmo decidido. – disse tia Gina calmamente, ainda folheando a revista


- Mas tia... – começou Ann


- Ann, chega! – mandou tia Mine e ela se calou


Ann cruzou os braços e o restante do caminho seguiu em silêncio, um silêncio incômodo, diga-se de passagem. E eu fiquei me perguntando por que tio Harry era tão respeitado, porque as decisões dele eram sempre acatadas sem discussões. Veio-me a mente uma matéria publicada em uma conceituada revista bruxa, americana, há uns dois anos atrás, a capa era tio Harry com o globo na mão, com os dizeres: O dono do mundo. Tudo porque ele havia expandido a Se7en até os EUA. Talvez as pessoas o vissem assim, como o homem que havia conquistado o mundo e, por isso, merecia ser considerado o dono dele. Quando chegamos Ann foi a primeira a descer e nós a seguimos para o quarto. Ela não quis falar sobre o assunto e nós a respeitamos.


- Vou falar com os garotos sobre a boate. – eu disse já saindo


Cheguei à porta do quarto e bati antes de entrar. Eles estavam todos lá. John e David discutiam sobre alguma coisa, Peter lia um livro e Ben estava deitado ouvindo música.


- Já voltaram? – perguntou Peter notando minha presença – Como foi?


Eu dei de ombros, todos prestavam atenção em mim agora.


- Como sempre. – eu disse e Peter riu – Queria saber se vocês querem ir à Se7en hoje?


- A editora? – brincou John


Eu e os garotos rimos.


- Não idiota, a boate. – eu disse e ele balançou a cabeça rindo


­­‑ Você leu os meus pensamentos. – disse Ben animado – Seria ótimo!


- Ótimo. Uma noite de diversão, sem fotógrafos e jornalistas. – disse Peter e David concordou


Olhei para John, esperando uma resposta dele.


- Vou ver com London. – ele disse sem ânimo – Não estamos muito bem.


Eu concordei e antes que pudesse dizer qualquer coisa ouvimos uma gritaria vindo do andar de baixo. Nos entreolhamos e corremos pra ver o que estava acontecendo. Encontramos Ann e Lizzie igualmente assustadas e descemos os sete juntos, mas nosso susto deu lugar a felicidade quando vimos o motivo da gritaria. Tio Olívio estava parado na sala de entrada, sendo abraçado por tia Mione.


- Também senti sua falta. – ele disse a ela


Tio Harry estava com uma mala nas mãos e sorrindo, mas não era aquele sorriso frio que ele costumava dar, era u sorriso de verdade. Tia Mione soltou tio Olívio e ele finalmente nos viu na escada. Ele sorriu ao nos ver.


- Aí estão meus meninos. – ele disse alegremente – Venham me dar um abraço.


Nós começamos a descer o resto da escada, um a um. O primeiro a chegar até ele foi John, eles se abraçaram.


- Johnny boy... – disse tio Olívio abraçando-o forte – Meu primogênito.


John se afastou sorrindo.


- Uau, faz muito tempo que ninguém me chama assim. – disse John surpreso e alegre


- Olha só pra você, um homem feito. – disse com as mãos segurando o rosto de John – Rony, nós estamos mesmo ficando velho.


Papai riu e John se afastou. Ann foi a próxima e se adiantou para abraçá-lo também.


- Minha garota Potter preferida. – ele disse beijando-a no rosto e se virando para olhar as outras “garotas” Potter – Nina e Mione, me desculpem, mas não posso mentir. – disse fazendo-as rir e se voltou novamente para Ann - Você está ainda mais adorável, me lembra tanto sua mãe quando nova, não fisicamente, digo esse ar meigo. – ele pausou suspirando - Você está linda!


- Obrigada tio. – Ann agradeceu tímida


O próximo era Peter, e Ann deu lugar a ele. Tio Olívio o olhou assustado.


- Não acredito! – disse abraçando Peter e soltando uma risada – Eu sabia que você não ia me decepcionar, sabia que não ia ficar um franguinho feito sei pai quando novo.


Peter ria também e tio Cedrico discordou rindo.


- Eu não era um franguinho. – protestou ele com aquela voz estrondosa


Tio Olívio e Peter se soltaram.


- Você definitivamente era um franguinho. – ele disse e voltou a olhar para Peter – Você deve fazer sucesso entre as garotas. Olha essa cara de galã!


- Um pouco tio, um pouco. – disse Peter sem graça se afastando


Lizzie se postou a frente dele e ele a olhou admirado.


- Elizabeth Malfoy... achei que seria impossível você ficar ainda mais bonita! – ele disse se adiantando para abraçá-la – Minha caçula... você não parece ter só quinze anos.


Ele a afastou ainda a admirando. Lizzie era mesmo linda, de tirar o fôlego de qualquer garoto.


- Sua mãe também amadureceu rápido. Muito rápido. – disse divertido fazendo gestos esquisitos


- Olívio... – o repreendeu tia Gina rindo


Ele gargalhou gostosamente e abraçou Lizzie outra vez.


- Ainda mais linda que sua mãe! – ele disse por fim e vi tia Gina rir orgulhosamente


- Obrigada tio. – ela disse convencida e ele riu-se


Ela se afastou para dar espaço a Ben. Tio Olívio já o encarou sorrindo e Ben retribuiu com um sorriso malandro. Eles se abraçaram.


- Ainda dando muito trabalho parceiro? – brincou tio Olívio


- Sempre. – admitiu Ben


Tio Olívio o afastou para olhá-lo melhor.


- Merlin, você está a cara do seu pai. – disse admirando-o saudoso – Até o jeito marrento.


Todos riram e eles se afastaram. Eu era a próxima e já estava ansiosa para abraçá-lo. Quando ele me viu abriu os braços e eu pulei em cima dele. Eu e ele sempre nos demos bem.


- Menina Weasley. – ele disse divertido – Minha Rachel, como você cresceu e como está linda.


- Estava com saudades tio. – eu disse me afastando um pouco


- Você ainda não desistiu de se casar comigo não é? – ele perguntou fingindo preocupação e eu ri – Sua mãe já me prometeu sua mão. Não é Thetê?


- Eu só aceitei a escolha dela Oli. – brincou mamãe


- Você ainda é o número um da lista tio. – eu o tranqüilizei beijando-lhe a face


Ele me deu um beijo também e nos afastamos. Tio Olívio suspirou.


- Ainda falta um, contei apenas seis. – ele brincou


Ele e David ficaram frente a frente um pro outro e sorriram. Eles se abraçaram sem dizer uma palavra. Ficaram abraçados por algum tempo antes de se afastarem um pouco.


- Como vai meu campeão? – tio Olívio perguntou carinhoso


- Melhor do que nunca. – respondeu sorrindo, com os olhos úmidos


Tio Olívio balançou a cabeça e o abraçou novamente. Quando se soltaram tio Harry falou pela primeira vez.


- Eles crescem rápido não é? – disse tio Harry suspirando


- Demais. – concordou tio Olívio


Ele olhou para todos novamente. Aqueles dois anos devem ter sido difíceis pra ele, nós éramos o que mais próximo ele tinha de uma família. Ele passava os verões e os natais com a gente, às vezes vinha em nossos aniversários e até nos visitou em Hogwarts algumas vezes.


- É bom estar de volta. – ele disse emocionado


- Harry, você e Mônica deviam ter nos avisado que ele chegava hoje, teríamos preparado uma recepção melhor. – disse tia Mione


- Quisemos fazer uma surpresa. – ele disse gentil, sem aquele jeito áspero com que a tratava sempre


Tia Mione franziu a testa surpresa, mas sorriu.


- Bom...Obrigada Harry. – ela disse sincera e se virou para tia Mônica – E obrigada Nina.


- Ter Olívio aqui é sempre uma boa surpresa. – disse tia Mônica abraçando o primo – Agora vamos almoçar que quero roubá-lo mais tarde pra resolver alguns negócios.


Tio Olívio rolou os olhos.


- Claro, você não vai me dar sossego, eu devia ter imaginado. – ele disse


Eles começaram uma discussão divertida enquanto todos nos dirigíamos rindo para a sala de jantar. Eram raros momentos como aquele na nossa família, momentos em que nos sentíamos realmente em família, que nos sentíamos ligados e felizes. Em momentos como aquele eu me perguntava se a felicidade era uma questão de escolha. Se nós poderíamos simplesmente escolher sermos felizes, deixar algumas coisas pra trás e nos concentrarmos em coisas que realmente valiam à pena. Eu reparei que estava com a máquina na mão e registrei aquele momento, afinal as fotos mais valiosas eram fotos tiradas em momentos raros, preciosos, momentos que podiam não se repetir, como aquele.


 


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Pessoal, desculpem a demora, mas viajei no feriado e não tive tempo de postar!!


Por favor, não esqueçam de comentar!!


O porque de Harry ter se tornado o que se tornou vai ser explicado no decorrer da fic, aguardem!!


Obrigada a todos que estão comentando!!


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