Convite de natal.
A tarde estava bem fria. A proximidade, de verdade, do natal estava deixando algumas pessoas bastante agitadas.
Sua mãe saiu com ela para fazer umas compras. As variedades eram impressionantes.
As árvores, os enfeites, as roupas, acessórios... Tudo. Sua mãe levou um pouco de cada em dobro, já que eram para elas duas.
Depois de horas inacabadas de compras, elas finalmente voltaram. Amélia estava arrumando seu apartamento e Hermione o dela. O seu estava empestado pela música Jingle-Bell Rock.
Ela cantarolava alegre enquanto arrumava sua árvore de natal e pregava os outros enfeites nas paredes. Os jarros natalinos substituíram os comuns e assim ela ficou.
Uma risada rouca a fez pensar que aquilo não fazia parte da música e virou-se para encarar a porta, quase caindo do banquinho em que estava em pé.
- Não vai se matar antes do natal, não é? – era Ronald.
- O que faz aqui? – perguntou, mais calma, descendo do banco.
- Eu ouvi você cantando – sorriu ao ver a cara de constrangida dela.
- Não consigo escapar de seus ouvidos – ela resmungou. Ele riu mais ainda.
- Não mesmo.
- Bom, que tal? – apontou para o apartamento. Ron entrou mais um pouco e analisou o recinto.
- Comparado ao meu, está muito bem organizado – elogiou. – Gina está transformando aquilo em uma... Exposição de mini Papais Noéis e renas. Sem contar nas luzes pisca-pisca e a falsa neve espalhada por todo o lado.
- Ela leva muito a sério, o natal, não? – ela tentou se esforçar para não rir. Quando Ron virou-se com uma careta ela não conseguiu mais segurar. Os dois gargalharam.
- Nem me fale – ele disse ao recuperar a voz. – Todo natal é essa loucura. E piorou para mim, já que estou morando com ela esse tempo.
- Se quiser, eu devolvo seu quarto numa boa – ela disse séria.
- Não! Claro que não! Foi só uma força de expressão... Imagina – ele lamentava, constrangido.
- Tudo bem! Bom, o natal é depois de amanhã... Isso significa que amanhã rola a ceia. É a parte que eu mais gosto – sorriu.
- Eu também – ele disse com os olhos brilhando. – Aquelas farturas e gostosuras espalhadas pela mesa, os assados brilhando para você, o vinho gelado, a sobremesa, o cheiro... Ah! O cheiro! Nossa... – ele ficou um tanto aéreo, mas quando viu a cara de confusa de Hermione, com as sobrancelhas erguidas, ele estacou. – Bem, o natal é realmente ótimo.
- Com certeza. Bom, mas eu não falava disso... Ceia me lembra a família. Eu gosto por que a família da minha mãe e do meu pai ia lá ao campo para não nos deixar sozinhas. Era incrível. Mas já que estamos aqui, vamos ter que comemorar sozinhas – ela virou-se para uma estante e vira uma foto. Ron percebeu que ali havia realmente muita gente. E que seria injusto ela perder a força da tradição. Então teve uma súbita idéia e a pronunciou:
- Vocês vão passar a ceia conosco.
Hermione o fitou, risonha.
- Não, obrigada. Vamos ficar bem.
- Eu não estava pedindo, Hermione. Vocês duas vão passar a véspera de natal com a gente – seu olhar era decidido.
- Ron, não... Não precisa. Não seria justo. Vocês são da família, mas nós não. Por favor, não insista.
- Minha mãe vai ficar muito chateada com você por não querer aceitar minha ordem, já que não estou pedindo – seu olhar era divertido.
Hermione ficou sem jeito.
- Imagine só... A querida Molly vai ter um surto natalino, pois a filha de sua melhor amiga e esta não comparecerão a nossa adorável e familiar ceia de natal. Pense bem nisso.
- Eu ainda não sei, tenho que perguntar a minha mãe – corou.
- E você crê que ela vai recusar? – arqueou a sobrancelha esquerda.
- Bom, minha mãe sempre foi bem educada. Ela não aceitaria assim tão fácil. Iria achar que era demais se intrometer em algo de família.
- Caramba, como vocês duas são teimosas – bufou. – Espera aqui, está bem? – ele apontou para a porta e saiu correndo por ela.
- Espera, Ron, aonde você...? – tentou alcançá-lo, mas o elevador que ele pegara acabara de descer. Hermione soltou um muxoxo alto e voltou a enfeitar a casa.
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