Talento prodígio.



O dia seguinte amanheceu ainda mais animado e frio. Hermione estava agitada para o que iria ocorrer naquela noite. Mesmo temerosa. Sempre carregava consigo um teclado. Decidiu tocar um pouco, para aliviar sua tensão.


 


Os dedos deslizavam tão sensivelmente... A harmonia do som... Tudo era tão simples. Ela tocava e cantarolava Boston. Um de suas músicas lentas, tocadas por piano, favoritas. Era cantada por Augustana. Outra banda que admirava.


 


You don't know me
You don't even care... oh yeah
She said, you don't know me
You don't wear my chains... oh yeah
Yeah...


 


A música saia de seus lábios tão tranquilamente.


Ronald estava passando pelos corredores, por que iria a apartamento de seus pais para fazer alguma coisa útil, quando a voz dela lhe alimentou a audição. Ele estacou em frente a porta dela. Levemente assustado... Ouvi-la cantar era... Novidade.  


 


I think I'll go to Boston,
I think that I'm just tired
I think I need a new town, to leave this all behind
I think I need a sunrise, I'm tired of the sunset
I hear it's nice in the summer some snow would be nice... oh yeah


 


Boston...where no one knows my name, yeah
No one knows my name...
No one knows my name...yeah
Boston... no one knows my name
Boston... no one knows my name


 


E quando percebeu que ela havia parado de tocar, bateu na porta.


Hermione assustou-se. Guardou o teclado e foi atender ao chamado. Abriu-a e vira Ron parado, sorrindo para ela.


- Para uma campista, você é ótima com pianos – comentou.


 


- Eu não sei do que está falando – corou.


 


- Não sabe? Hermione, você acabou de fazer uma paródia de Boston. Eu nunca vi ninguém fazer igual, a não ser a própria banda! – indignou-se.


 


- Conhece a Augustana? – arregalou os olhos.


 


- Lógico – riu pelo nariz. – Os sigo desde o início da carreira. Os caros têm várias músicas incríveis. E Boston é a minha favorita quando estou meio decepcionado com alguém ou com algo. A música me deixa tranqüilo, por que me faz pensar que existe alguém no mundo tão sozinho quanto eu.


 


- Nossa... Você é bom com palavras tocantes – sorriu ela.


 


- Eu me esforço – deu de ombros. – Por que não me disse que tocava e cantava?


 


- Ah, droga! Você me ouviu cantar? – corou fortemente.


 


- Se eu ouvi a música, é bem provável que eu a tenha escutado, não? – riu-se.


 


- Ah, é – fitou os pés.


 


- Por que não me disse?


 


- Tenho medo de criticas. Tenho medo de não ser o suficientemente boa para todos. Mas por um lado, eu me esforço para apenas ser suficiente para mim mesma.


 


- Depois eu que sou bom com palavras – brincou. Hermione o encarou, sorrindo. – Enfim, você é muito boa! Os seus agudos são impecáveis! Devia gravar uma música. Fazer sucesso... Você tem talento, garota – sorriu abertamente.


 


- Obrigada... Eu acho – corou, alisando seu braço esquerdo.


 


- Deus, tive uma idéia! – ele exclamou.


 


- Que idéia? – riu-se.


 


- Posso entrar? – pediu primeiro.


 


- Claro – abriu passagem. Ron entrou e sentou no sofá, olhando para ela como se uma luz nova a iluminasse. – Qual a idéia?


 


- Harry, um amigo meu, tem um padrinho que trabalha com esse lance de cantores novos. Eu acho que posso marcar com você para ir à gravadora – sorriu, indicando ela com a cabeça.


 


- Não acho isso uma boa – corou.


 


- Você sempre discorda do que eu falo – riu-se.


 


- É por que eu gosto de cantar apenas para mim mesma.


 


- Mas vai ser ainda melhor ser famosa, não acha? É um talento impressionante.


 


- Parece uma boa, mas eu não sei bem... – corou.


 


- Vou agendar um encontro com ele, para você – insistiu. – Quais são as músicas que curte ouvir?


 


- Ah, sou bem mais para o lado das românticas. Gosto de Michael Jackson, Whitney Houston, Augustana, Creed, Evanescence, Paramore, Lifehouse, Celine Dion... Rock clássico. Todo tipo.


 


- Que ótimo! Esses sons podem levar você a fama rapidinho. Aliás, como conheceu tantas dessas músicas se morava no campo? – arqueou a sobrancelha;


 


- Meu tio mora na cidade, e nas férias passava lá. Ele levava o Laptop dele, e lá eu baixava as músicas das bandas. Sua mãe disse que eu não sou muito moderna, e é verdade. Mas sei desenrolar algumas coisas sozinhas.


 


- Caramba – sorriu.


 


- Qual o nome do cara, afinal?


 


- Charles Johnson.


 


- Acho que sei quem é! Ele conseguiu colocar vários amigos meus, que tinham uma banda, para gravar um CD.


 


- Ele é o cara – riu-se. – Pode fazer ainda mais por você!


 


- Nossa... – sorriu.


 


- E aí? Você topa? Eu ligo agora mesmo para o Harry.


 


- Eu preciso pensar um pouco... – corou.


 


- Tudo bem. Quando se decidir, me avise. – sorriu meio convencido, levantou-se do sofá e abriu a porta do apartamento.


Hermione pensou: Não seria tão mal assim. Não faria mal agradar a milhões de pessoas. Sua mãe sempre lhe disse que era talentosa, por que não mostrar isso ao mundo? Eles só precisavam de uma nova cantora. Que outra chance teria? Coisas boas assim não se repetem todo dia. Ron ia fechando a porta quando ela alertou:


- Está bem, eu topo.


O ruivo estacou e voltou seus passos para encará-la, boquiaberto.


 


- Sério?


 


- Sim, é. Eu vou tentar falar com o Johnson – sorriu.


 


- Isso é... Incrível! Obrigado mesmo, Hermione - seus olhos ganharam um brilho diferente, e sorria a todo instante.


 


- A praia a noite ainda está de pé? – perguntou distraída.


 


- Claro, lógico que está! Até as sete – e saiu animado. Hermione fechou a porta e foi praticar um pouco no teclado.


 


XXX

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