Ronald Weasley.



05hr.


 


Depois de se olhar no enorme espelho que tinha no seu quarto - um tanto espantada, já que seus espelhos eram mínimos e não ficavam em lugares muito expostos – ela finalmente terminou de se arrumar.


 


Foi até a sala, apagou as luzes e saiu do apartamento. Pegou o elevador, e esperou-o fechar.  Mas algo a assustou. Uma mão masculina segurou a porta antes que ela fechasse e entrou no elevador um tanto afobado.


 


Os cabelos ruivos flamejantes estavam rebeldes e sua roupa amarrotada. Ela fez de tudo para não encará-lo por muitos instantes. Mas com ele se movendo era quase impossível.


 


- Com licença, posso saber quem o assaltou? – o olhou sarcástica.


 


O garoto ruivo agora que reparara que ela estava no elevador e a olhou assustado.


 


- Desculpe, o que disse?


 


- Perguntei quem o assaltou – repetiu, sem o quê de importância.


 


- Ninguém me assaltou.


 


- Você parece que saiu correndo de alguém.


 


- Na verdade foi, - ele riu. – Foi da minha namorada e... Espera! – seu sorriso sumiu. – Por que estou te contando isso? Eu te conheço?


 


- Felizmente, não – sorriu irônica.


 


- É a filha de Amélia Granger? – arqueou as sobrancelhas.


A garota o fitou mais assustada.


 


- Como sabe?


 


- Ela é amiga da minha mãe. Não parava de falar de você.


 


- E como pode ter certeza de que sou eu? – amarrou a cara. Era claro que sua mãe tenha comentado sua aparência, só que esta hipótese não lhe vinha à cabeça.


 


- Você é filha de Amélia Granger? – seu tom continha asco.


 


- Sou!


 


- Está aí a prova – a olhou com cara de óbvio. – É a Hermione, então?


 


- É, sou eu – fitou as portas de ferro, rezando para sair dali o mais rápido possível.


 


- Nome esquisito.


Ela o olhou com veemência.


 


- Não tenho culpa se o livro de nomes que sua mãe deu para a minha era falso – zombou.


 


- Isso não teve a menor graça – a olhou, descrente.


 


- E quem disse que eu me importo com o que você acha graça?


 


- Não pedi para se importar – ralou os olhos para o teto.


 


- Ótimo! – bufou. A porta abriu. Hermione saiu apressada. E para a sua surpresa o ruivo também saiu. – Quê que é? Deu agora para me seguir, foi?


 


- Me desculpe, senhorita. Mas minha mãe mora vizinha à sua – disse zombateiro.


Ela corou fortemente e bateu na porta do apartamento de sua mãe o mais rápido que conseguiu. Já ele, entrou no da sua suposta mãe sem cerimônias.


 


- Hermione, que bom que chegou – sua mãe sorriu abertamente. – Entre.


 


- Tudo bem – ela entrou e avaliou o lugar. Sua mãe sabia ser organizada quando queria.


 


- Ah, querida. Quero que conheça Molly Weasley. Ela trabalha comigo. Conhecemo-nos essa semana e já somos ótimas amigas – apresentou uma senhora baixinha, gordinha e ruiva que saia da cozinha, sorridente.


 


- Então você é a Hermione – disse, erguendo a mão para ela.


 


- Até onde eu saiba. Sim, sou – riu pelo nariz, segurando a mão erguida.


 


- O ótimo humor foi herdado da mãe, creio eu – sorriu, se afastando.


 


- Pode ter sido – sentou-se no sofá.


 


- Molly tem sido uma ótima companhia, minha filha. Sabe o que ela fez? Bom, felizmente eu aluguei esse quarto vizinho ao dela. O seu quarto, era o quarto de um dos filhos dela. Ela cedeu para você!


 


- Por sorte são apenas os mais novos. Se você fosse vizinha dos mais velhos, iria sofrer – riu-se a outra – Molly acrescentou.


 


- Como assim? – Hermione arqueou a sobrancelha.


 


- Acredite em mim. Foram os anos mais desgastantes da minha vida. Mas valeram à pena. Um está casado, o outro noivo, alguns estudando... – sorriu, contando nos dedos.


 


- A senhora tem quantos filhos? – a olhou, assustada.


 


- Tenho sete – sorriu sincera. Deve ter sido realmente difícil cuidar de tantos filhos, principalmente por sua cara de cansaço.


 


- Nossa – suspirou. - Por acaso um de seus filhos é alto e ruivo? – perguntou.


 


- Ah, eu tenho muitos filhos altos e ruivos – riu-se. – O viu por aqui?


 


- Sim, vi.


 


- Então é. Chama-se Ronald. Um garoto calmo. É desobediente e preguiçoso quando eu menos espero – sorriu de canto. – Aonde o viu?


 


- No elevador. Estávamos descendo para cá – corou.


 


- Por Deus, e ele foi educado? – a olhou envergonhada.


Hermione pensou um pouco na resposta. Não queria que aquela senhora simpática obrigasse seu filho mal-educado a tratá-la com mais respeito. Deixaria como está.


 


- Foi - Seu sorriso era desconcertado.


 


- Que bom. Ele costuma intimidar os novos residentes desse apartamento. Recebo reclamações duas vezes por semana – suspirou, cansada. – Se ele te fizer algo que seja intolerável, por favor, me avise.


 


- Pode deixar – sorriu de canto.


 


- Bom, vamos jantar? – sua mãe se anunciou depois de estar calada.


 


- Ah, sim, estou faminta – Hermione levantou-se, sorridente.


 


- Hermione, querida. Posso lhe fazer um pedido? – Molly retornou a falar.


 


- Claro que pode.


 


- Amanhã é o aniversário da minha filha mais nova, Gina. Ela é sua vizinha. Ela vai convidar algumas amigas e alguns amigos. Você gostaria de ir? É bom para se enturmar.


 


- Claro, vai ser ótimo – animou-se um pouco.


 


- Bom! Avisarei a ela. Ah, tome cuidado com algumas convidadas – sussurrou, sem que Amélia pudesse ouvir. – A namorada de Ronald é uma idiota. Ainda não sei o que ele viu nela. É só. – aumentou seu tom. – Amélia, minha querida, estou indo para meu apartamento agora. A família me espera – sorriu, abraçando a amiga.


 


- Tudo bem, Molly. Até amanhã – retribuiu. A ruiva despediu-se de Hermione e saiu. Hermione juntou-se a sua mãe na pequena mesa.


 


- Muito simpática – comentou, colocando generosas colheradas de macarronada no seu prato.


 


- É. Eu acho que só não fui muito com a cara do filho dela. A família dela é toda assim, carismática. Achei impressionante você dizer que o Ronald foi simpático com você – disse.


 


- Ele não foi. Só não quis dar muito trabalho para ela.


 


- Fez bem. Ela é uma mulher incrível – sorriu, servindo-se.


 


- Posso imaginar o quanto, mãe – bebeu seu refrigerante e passaram o resto da noite conversando.


 


XXX

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