O exército de Belatriz



Povo, nesse capítulo já vou ter adiantado vários anos, ok? É porque nos outros anos não ia ter nada que não vá comentar aqui, não de suma importância, então, pulei para o quinto ano, onde a “real” história começa!”


Eis o capítulo:


 


Capítulo 4 – O exército de Belatriz


(31 de Outubro de 1995, quinto ano em Hogwarts)


POV’s Alicia:


 


A guerra continua lá fora, e eu presa aqui dentro. Não completamente presa, mas também não completamente bem.


         Podia-se reparar como tudo estava diferente de cinco anos atrás. As pessoas sentiam medo, os adultos, as crianças, todos, inclusive eu. Medo de não sobreviver ao amanhã que viria.


         Aqui em Hogwarts, as medidas tomadas eram drásticas. Tinha começado a ter aulas de Defesa Avançada – com minha mãe, Marlene (ela ficara de licença do St. Mungus há quatro anos para vir ensinar – além de Defesa Contra as Artes das Trevas, dada por Remo.


         Tínhamos também a aula de Duelos, dada pela minha tia Lily – que há três anos ficara de licença no Ministério, ela faz seus trabalhos de Inominável daqui de Hogwarts mesmo. Tio Pontas e papai moram aqui em Hogwarts também, mas todo dia de manhã tem que ir para o QG dos aurores... E eu não sabia se eles voltariam.


         Agora, pareciam que todos os alunos, desde o primeiro ano, aprendiam a se defender. Todos sabiam pelo menos “Expelliarmus!” e os alunos do quarto ano para cima tinham“Aula de Duelo Avançada”- dada por tia Lily também – e não só “Duelos”.


         O clima era de tensão, todos sentiam, todos eram melancólicos. Mortes aconteciam todos os dias, mas parecia empatado. A Ordem da Fênix, a qual me orgulhava de minha mãe e meu pai terem finalmente deixado eu entrar esse ano, estava enorme. No mínimo, quatrocentas pessoas, de diversas habilidades e setores.


         Meus amigos – Su, Neville, Jake, Rony, Gina e Hermione – também entraram para a Ordem, depois de muitas insistência com Dona Molly, devo acrescentar.


         Quase todos os alunos do quinto ou quarto ano pra cima já entrara na Ordem – Dumbledore deixara de lado o fato de serem menores de hoje, e eu concordava, nos tempos atuais... – porque os pais também já tinham, provavelmente, entrado também.


         Não participávamos diretamente de missões contra Comensais da Morte, mas éramos responsáveis por ver o que acontecia em Hogwarts, como ouvidos.


         Voldemort parecia estar mais envolvido nessa guerra do que na passada, então, eram mais devastações, mais mortes, mais perdas...


         Um ano atrás, já tínhamos descoberto como ele voltara. Dumbledore anunciara para toda a Ordem – felizmente tio Pontas me contou, porque nessa época eu ainda não era integrante – como ele retornara.


         Horcruxes. Era assim. Dividira a alma em sete partes, uma delas sendo ele próprio. Agora, tinha um grupo próprio na Ordem para buscar e fazer pesquisas sobre isso.


         E, enquanto não descobriam e nem achavam as tais Horcruxes, as mortes continuavam, principalmente trouxas.


Claro que prometo. A voz dele ainda tendia a preencher minha cabeça, mas eu aprendera a seguir em frente. Claro que ainda lembrava dele, e chorava as vezes por estar longe – não morto – mas ainda tinha que continuar, de cabeça erguida.


         Mas, quem sabe, hoje, talvez, eu possa relaxar. Era trinta e um de Outubro, o que significava que era meu aniversário.


         Já tinha aberto o presente de meus pais, uma Firebolt novinha em folha, de meus padrinhos, uma bolsa sem fundo, e de Remo, um livro “Azarações poderosas”.


- Vamos, Ly, depois da festa de Halloween voltaremos para cá e abriremos seus presentes – chamou Mione.


         Assenti, e descemos nós quatro para o Salão Comunal, encontrando Neville e Rony.


- Nossa, quanto tempo pode demorar para uma garota tomar banho? – brincou Neville. Ele finalmente tornara-se confiante, depois de ter mostrado que sabia duelar.


         Eu sorri e pisquei meus olhos.


- Tomar banho e maquiar, Nev, tomar banho e maquiar – respondi-lhe.


         Gina assentiu, fingindo-se de séria, concordando. Enquanto ríamos e conversávamos, fomos para o Salão Principal.


         A decoração era a de todos os anos, e, mesmo assim, não me deixava de me surpreender em como era bonita. O céu estava com estrelas, e as velas flutuavam, junto a algumas abóboras. As mesas estavam lotadas de doces, e alunos, que conversavam animados, tentando esquecer um pouco a guerra que acontecia lá fora.


         Acenei para tio Aluado, meus padrinhos e meus pais – papai e Tio Pontas tinham descanso essa noite, pelo meu aniversário. Era mais do que justo!, trabalhavam todos os dias, o dia inteirinho.


- Sabe, Ly, acho que você vai gostar do meu presente – comentou Gina.


         Eu sorri, me servindo de um pedaço de torta de maçã e framboesa.


- Aposto que sim, Gi. Você tem ótimo gosto – respondi.


         Susana girou os olhos, castanhos mel e falou: - Você fala isso para todo mundo, Ly.


         Corei, eu acho, porque senti meu rosto esquentar. Pisquei, e fiz uma careta inocente.


Inocente, rá, riu-se Universo, em minha cabeça.


Ah, para de ser chato, brinquei, devolvendo.


         Ele riu.


- Na verdade, o presente da Gina é... – mas Rony parou, fazendo uma cara de enjoado.


         Motivo? Bom, Gina tinha soprado um beijinho para Dino Thomas, que estava sentado ali próxima, seu namorado. Não podia culpá-la, sabe, Dino era muito atencioso e carinhoso com ela, e os dois realmente se amavam.


- Dá para não fazer isso na minha frente? – chiou Rony.


         Gina sorriu.


- Só porque você não tem ninguém... – começou Gina, mas deu um sorriso malicioso – Só porque você é burro demais para reparar que gosta da Mione, não significa que tem que cortar minha onda.


         Hermione quase cuspiu o suco de abóbora em Neville, que olhou-a assustado. Ela agora era um pimentão, junto a Rony.


- Ai, gente, o amor é lindo – comentei, sorrindo da vergonha dos dois.


         Rimos, mas paramos quando vimos a cara feia que Ron e Mione faziam para nós.


- Só to falando a verdade – retruquei, mas tratei de mastigar minha tortinha...


         O resto do jantar passou leve, com brincadeiras e risadas, e, bom, eu sem querer acertei um pedaço de torta na cara do Rony, mas isso não vem ao caso – eu limpei com um feitiço, usando a varinha, pois muita gente não sabia sobre minha aura poderosa.


         No final do jantar, Dumbledore levantou para fazer um breve discurso – ele sempre faz! – por ser dia das bruxas:


- Espero que tenham gostado da ceia, porque, cá entre nós, quem não gosta de doces? – e piscou um olho, para ninguém em especial. Alguns riram. – Agora, gostaria de dar alguns avisos...


         Mas ele foi interrompido por um barulho de explosão. Olhando para cima, vi que nuvens negras tinham se formado de repente.


         Uma voz falou, parecendo sair das paredes:


- SAIA,DUMBLEDORE, OU NÓS ENTRAREMOS! – era feminina.


         E eu, logo reconheci. Já tinha visto ela no dia em que... Harry morrera. Ela estava lá, gargalhando.


         Depois de sua voz penetrando nas paredes e chegando até os ouvidos de todos, um silêncio mortal recaiu sobre o Salão Principal. Mas depois, já era o pandemônio. Alunos gritavam, batiam uns nos outros, alguns pareciam a beira do desespero.


- Silêncio! – disse Dumbledore, forte, sua voz ecoando.


         Todos o olharam.


- Monitores, levem os alunos para seus dormitórios – falou o diretor – Integrantes da Ordem, permaneçam.


         Os mais novos iam saindo, e eu via, com uma cara assombrada. Muitos alunos permaneceram, quase todos do quarto ano para cima, exceto da Sonserina, que parecia sorrir diante de tudo isso.


         Como se fosse uma recompensa as mortes de inocentes...


         Alguns instantes depois, vi sair de meu anel da Ordem um holograma do Dumbledore, as mãos cruzadas em frente ao corpo, a expressão não muito serena.


- Ataque a Hogwarts – é, o aviso foi breve, mas eu sabia que logo esse salão estaria lotado de gente da Ordem...


         Su se aproximou, nervosa.


- Voldemort – ela não tinha medo de dizer o nome como muitos outros – nunca tentou destruir Hogwarts... E se conseguir, a esperança de muitos vai acabar.


         Assenti.


- Sim, Hogwarts é mostrar a força que ainda nos resta. Mas iremos lutar... – falei, tentando parecer confiante –... e vencer.


         Não demorou nem dez minutos para comprovar que eu estava certa. Vários integrantes da Ordem entravam apressados pelo salão, checando seus filhos (também integrantes), perguntavam a Dumbledore o que estava acontecendo, diziam ter chegado por Rede de Flú, porque não dava para aparatar nos portões.


         Mesmo alguns minutos depois, Belatriz parecia estar ficando cansada de esperar: - IREMOS INVADIR, VELHO GAGÁ!


         Vi que todos voltaram seus olhos para Dumbledore.


- Bom, não preciso dizer preparem-se – e passou pelas portas do Salão Principal, todos seguindo-o.


         Antes de começar a segui-lo, abracei todos os meus amigos, desejando boa sorte. Abracei minha, chorosa, mãe, garantindo-lhe que ficaria bem e tentaria não entrar muito na luta – pura mentira.


         Andamos, uma multidão com mais de quinhentos, torcendo para que fosse o suficiente. Mas, mesmo assim, quando pisamos nos jardins de Hogwarts, logo vimos atrás dos portões – já abertos – da escola.


         Era uma exército enorme. Devia ter o dobro de Comensais ali do que o número de integrantes da Ordem – sem contar que muitos eram alunos aqui, por mais que tivessem tido algum treino...


         Dementadores flutuavam acima das cabeças dos Comensais, sedentos por almas, provavelmente. Bem na frente, vi Belatriz, com seu sorriso cínico e olhar vidrado, sempre.


         Lúcio Malfoy estava ali também, e muitos outros do círculo interno de Voldemort. Muitos usavam mascaras, muitos não, admitindo não ter medo de mostrar quem eram.


         Iria lutar, e esperava que minha habilidade fosse o suficiente para me deixar viva.

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