A conversa



Nome da fic: Um dia especial


2- A conversa


-Érica. Acorde. São seis e quinze. – Harry batia na porta da menina.- Você tem que se arrumar ou chegaremos atrasados.


-Estou indo. – Com um pouco de má vontade, se levantou pra tomar banho. Aquele dia não seria nada fácil. “Com certeza vou levar uma suspensão. Sem livro e agora sem colégio?! Como eu vou agüentar? Uma semana é uma eternidade...” Ela suspirou alto.


Logo depois do banho colocou o uniforme e pegou um laço e escova e se dirigiu pra sala.


-Pai, penteia meu cabelo?


Harry deixou o jornal que lia de lado.


-Venha cá. Que tipo de penteado você quer?


-Uma trança embutida, pode ser?


-Moleza! – Harry disse se preparando pra fazer a trança.


Ele teve que aprender muitas coisas desde a morte de sua mulher, há dois anos atrás. Uma delas era pentear cabelo feminino (pediu muita ajuda para Gina), fez também um pequeno curso. Aprendeu a ser mais organizado (ah! Isso foi difícil) e teve que aprender a entender a mente da filha (não foi difícil e desde então eles não se “desgrudam” mais - não que antes eles se encontrassem distantes).


-Está bom?


-Ficou lindo! Adorei, muito obrigado pai.


-Agora já pra cozinha, temos hora!


-Torradas com café? – Ela disse sentindo o cheiro que a cozinha irradiava.


-Isso mesmo.


*****


-Pegou o material?


-Sim.


-Tem certeza que não esqueceu de nada? – Harry perguntou quando estavam na garagem.


-Não, está tudo aqui. – Ela disse apontando pra mochila.


-Pegou o casaco? O tempo está mudando.


-Aqui pai. – Érica sorriu, ele estava parecendo a vó Molly...


Depois de vinte minutos de carro eles chegaram na escola, a menina tremia de medo.


-Calma, querida. É só uma conversa. – Ele segurava sua mão.


-Mas se a Sra. Carmem quiser me dar uma suspensão? – Ela perguntou, seus olhos ansiosos.


Harry se ajoelhou na frente dela e a olhou nos olhos.


-Eu já deixei algo de mal acontecer com você?


A menina balançou a cabeça, em negação.


-Sempre estarei do seu lado. E se ela quiser te dar suspensão, eu mesmo te ensino todas ass matérias, até você voltar pra escola. – A ansiedade dela diminuiu e ela deu um pequeno sorriso. - Você confia em mim?


-Claro! – Ela abraçou o pai.


*****




-Então a srta. admite que bateu em seu colega de classe?


-Sim.


-Isso é uma falta grave. Teremos que tomar providências.


-Se me permite, - Harry falou.


-Sr. Potter... – Como que pra ele prosseguir.


-Minha filha só fez isso em sua defesa. O que sei é que o menino a insultou.


-Nada é relevante pra que ela possa bater em alguém...


-Não disse que minha filha fez o certo, Carmem. – Harry disse calmamente. – Mas é a primeira vez que Érica chega ao extremo. E ela já está de castigo. Tenho certeza que não acontecerá novamente.


-Harry você tem que entender, mesmo que sua filha seja a melhor aluna da classe, ela terá que arcar com as conseqüências. O rapazinho o qual Érica bateu, ficou com o olho roxo e desmaiado por uma hora, sua mãe ontem chegou aqui desesperada e hoje virá novamente pra ter uma conversa comigo.


-E o que acontecerá com Érica?


-Ficará em suspensão por três dias, - A menina prendeu a respiração. – E perderá dois pontos de cada matéria.


-Mas isso não é justo! – Érica exclamou. – Vocês não podem tirar pontos de mim.


-E porque não? – A mulher ergueu a sobrancelha.


Harry se meteu.


-Simplesmente porque não é regra da escola, eu li com muita atenção os termos legais daqui e você não tem o direito de tirar pontos de alunos por causa de brigas que não ocorreram na sala de aula... Além do mais, minha filha estudou muito pra conseguir todas suas notas, não deixarei que façam isso. E se continuar com essa idéia sem cabimento Carmem, esqueço que sou seu amigo e vou até as últimas conseqüências atrás dos direitos da minha filha! – ele disse enfático. – A suspensão eu admito, mas não vai tirar nenhum ponto dela.


Ela o olhou por alguns segundos, ele estava mais sério que nunca. Sua filha estudava lá desde os quatro anos de idade, sempre fora muito inteligente e realmente não era justo tirar pontos da menina por uma briga. Além do mais a amizade dela com a família Potter era muito grande e de anos.

Conhecia Harry o suficiente pra saber que ele faria qualquer coisa por sua filha, ainda mais se sabia que ela tinha razão.


-Está bem. Vocês venceram, nada de tirar pontos. – Érica ficou com uma aparência muito mais aliviada. -Mas a suspensão continua.


-Certo. E quando começa a suspensão dela?


-A partir de hoje. Agora só volte aqui quarta-feira.


-Preciso traze-la até você novamente?


-Não é necessário.


-Hum... Sra. Carmem?


-O que foi Érica? – perguntou sorrindo.


-Eu posso avisar a meus amigos e...?


-Você pode sim, só não atrapalhe a aula, certo?


-Certo.


*****




-Pai. Estou tão aliviada. Achei que iria ficar um mês sem ir para escola.


-Eu sabia que você ficaria uns três dias em casa.


-Morri de medo quando ela disse que tiraria pontos de mim.


-Eu sei disso. Mas Carmem não tinha o direito, é uma regra. E agora o que farei com você? Estará em casa cinco dias.


-Me desculpe... Eu não queria trazer problemas para o Sr.


-Já disse que você nunca é problema. E não se culpe. – Ele a abraçou. – Já viu seu pai não resolver algum problema?


-O senhor resolve todos.


-Então. Vá falar com seus amiguinhos, que estarei no carro lhe esperando. Me dê a sua mochila, acho que terá que aposentá-la por algum tempo...


-Tá. – Ele se dirigiu à saída e ela a sala de aula.


*****




Érica entrou de fininho na sala, mas ainda não tinha nenhum professor lá.


-Érica! Eu pensei que você não vinha hoje.


-Não vim pra assistir aula, Silvia. – Ela disse sorrindo sem graça. – peguei suspensão de três dias. – Ela falou no ouvido da amiga.


-O quê?! – ela gritou, chamando atenção das pessoas da sala.


-Érica! E ai como está? – Perguntaram umas cinco garotas e três meninos se juntando as meninas.


-Estou bem... Mas...


-Me conta direito isso! – Silvia interrompeu.


A garota contou tudo resumidamente pros amigos e elas estavam indignadas.


-Mas ele que começou! – André disse com veemência.


-Eu sei, eu sei. O que posso fazer? Tenho que aceitar...


-Três dias!? – Silvia não acreditava. - Não se preocupe, amanhã eu vou na sua casa e te dou a matéria que os professores passaram.


-Muito obrigado! Você é uma amigona!


-Eu sirvo pra isso! – Ela seu um sorriso e abraçou a amiga.


-Bem, eu já vou. Meu pai esta me esperando.


-Manda um beijo pro tio Harry!


-Vou mandar.


Érica estava se virando para sair quando sentiu alguém lhe seguir com o olhar, virou novamente pras amigas e seus olhos encontraram com os de Maycon, que rapidamente desviou o olhar. Ela ficou ali alguns segundos ali, tinha ouvido a diretora dizer que ele estava com o olho roxo, mas agora não tinha nenhuma marca em seu rosto... Ela decidiu esquecer, afinal não era de sua conta (mas como a curiosidade fazia parte de seu instinto...).


-Hum... Tchau gente.


Érica saiu com a sobrancelha franzida e estava tão distraída de trombou com alguém na porta da sala.


-Me desculpe, - ela disse olhando pra uma mulher, que estava a sua frente. – Eu não vi a Sra., Mil desculpas.


A mulher sorriu. Ela era muito bela, tinha cabelos cacheados e castanhos, os olhos doces e gentis.


-Tudo bem. Acredito que você não tenha feito por mal, não é mesmo?


-Sim, quero dizer não! Eu não fiz por mal. – Ela disse sem graça.


-Mas acho que você deveria estar na sala de aula.


-Ah! Não, eu levei... – Ela franziu a testa novamente, estava falando com uma estranha. –Eu tenho que ir. Muito prazer em conhecê-la. – E rapidamente foi ao encontro do pai.


A mulher olhou confusa a repentina mudança da garota. Mas logo deu de ombros e entrou na sala de seu filho.


-E então mãe? Falou com a diretora?


-Falei sim. Ela já resolveu tudo. A menina que lhe feriu levou suspensão.


-Eu soube, ela veio aqui falar com seus amigos, saiu agora pouco.


-Não me diga que aquela menina ruivinha e de olhos verdes era a tal de Érica.


-A senhora a viu? – perguntou surpreso.


-Ela sem querer esbarrou em mim quando eu ia entrar.


-O que achou dela?


-Ela parece ser muito educada e é uma linda menina também.


-É, todo mundo acha ela linda. – ele disse meio emburrado.


-Está com ciúmes, Maycon? – a mulher sorriu.


-Dela?! – ele cruzou os braços. – Até parece...


-Soube também que ela é uma boa aluna.


-A melhor. – ele murmurou a contragosto.


-Você a insultou por quê? – O tom de voz dela mudou de um divertido para um desgosto.


-Podemos conversar depois mãe? A professora vai chegar daqui a alguns instantes.


-Tudo bem. Mas não pense que irá escapar me mim quando chegar.


Ele assentiu, estava encrencado...


*****




-Demorei?


-Só um pouco. Agora coloque o cinto.


-O que o Sr. vai fazer em relação a mim?


-Não sei se chamo uma babá ou...


-Babá não! Babá não. – ela quase pulou no pescoço do pai, só não o fez por estar presa pelo cinto de segurança.


-Você nem ouviu a segunda opção...


-Eu prefiro a segunda. Eu sei que vou preferir a segunda.


-Como estava falando, - Ele disse a sorrir. – Não sei se chamo uma babá ou se te deixo com a Gina ou ainda te levar n’A Toca.


-Eu não disse?! Eu quero ir pra casa da tia Gina. Gosto d’A Toca, mas quero ir vê-la, estou com saudade da tia.


-Ok! Então para o beco diagonal. – disse Harry.


-Eba!


*****


(continua)




Gente, desculpa por qualquer erro...

Eu fiz agora e não revisei, valeu?!

B-jão e espero que gostem...

Ele tá bestinha mais tudo bem...

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