A família Potter





Os dias passavam normalmente, isto é, trabalho, trabalho e trabalho. Não que ele não gostasse, ele amava seu trabalho, chefe do departamento de feitiços do ministério. A verdade era que ele nem precisava trabalhar, era um dos homens mais ricos do mundo, mas ele se sentia bem assim.

Mas hoje era diferente, se encontrava em casa, mais precisamente na cozinha dela fazendo a maior bagunça de sua vida e em companhia de quem mais gostava no universo, de quem ele daria a vida ou perderia um membro sem pensar duas vezes, sua filha, Érica.


-Não pai! Aqui diz meio litro, só meio litro.


-Me descontrolei! –Ele exclamou. – É a idade...


A menina deu uma risadinha.

-Não acho que esteja velho.


Harry amava cozinhar ou fazer qualquer coisa com a filha, tirava uma parte do dia pra isso, sempre. Ela também adorava curtir seu pai, contava os segundos todos os dias pra que chegasse a “hora”.

Érica era uma menina de dez anos, muito inteligente para sua idade, Harry tinha certeza que ela puxara a mãe em todos os aspectos intelectuais, só neste ponto mesmo, porque a semelhança parava por ai. Érica tinha os olhos tão verdes quanto os de seu pai, os cabelos, lisos e estranhamente ruivos. Na realidade todos diziam que ela era uma réplica exata de Lílian Potter nesta idade. O que, sempre a deixava muito orgulhosa, continuamente ouvira falar muito bem de sua avó paterna.


-Como foi sua aula hoje, querida? – Eles agora limpavam a cozinha (extremamente suja de trigo).


O lindo sorriso dela se desfez, fazendo Harry erguer a sobrancelha, sabia que ela estava escondendo algo dele.


-Hum... Er... Pai... Eu, eu...


-Está me deixando preocupado, Érica. O que houve?


-Er... Eubatinummeninodocolégio. – Ela falou rapidamente.


-O que?


-Eu bati em um menino da escola e o senhor tem que ir amanhã no colégio, porque se não eu não poderei entrar. – Ela começou a chorar e o abraçou. – Me desculpe papai, eu não queria te decepcionar...


-Calma, minha linda. Você não me decepcionou. – Ele a segurou em seu colo. – Agora, me conte devagar o porquê de você ter feito isso... – Disse secando as lágrimas da menina.


-A culpa toda é do... Do Maycon. Ele começou a implicar comigo... – Harry sorriu, ela sempre teve uma personalidade forte, não levava desaforos pra casa, o que resultava em muitas idas na escola pra conversas longas (põe longas nisso) com a diretora. – Porque está rindo?


-Você me lembra seu tio.


-O tio Rony?


Ronald Weasley, seu padrinho e melhor amigo do seu pai. Era o que se podia dizer de um cara muito legal, um de seus “tios” favoritos. Ela amava cada membro da família Weasley como se fosse sua família, mas deixava claro que acima de todos, e primeiramente privilegiado, vinha seu pai.

O Rony era um pouco estourado, ainda mais se falassem mal de seus irmãos ou amigos, ele literalmente se transformava num bicho. Ele agora tentava tomar jeito (o que Harry achava meio impossível), estava apaixonado (o que acontecia com freqüência).


-Ele mesmo. – Ele sorriu para a filha. - Mas o que esse menino fez pra ficar tão irritada?


-Ele disse, ele disse que eu não tinha mãe... – Ele a olhou sério.


-Sabe que não é verdade. Claro que você tem mãe. – Ele disse muito sério. – Ela só não está mais entre nós. Mas está aqui. – Ele apontou pro coração da garota e pro seu. – E sempre estará conosco enquanto você se lembrar dela.


-Eu nunca vou esquecê-la. – A menina murmurou aconchegada no colo do pai.


Eles passaram algum tempo calados, não precisavam de palavras para expressar o que sentiam naquele momento.


-Agora me fale... – Ele quebrou o silêncio. - O estrago foi muito grande? Com o tal Maycon?


Ela fez uma careta.

-Ele desmaiou, ficou na enfermaria por umas duas horas. – Ela corou.


-Acho que não será uma conversa fácil amanhã... – Disse, mas não aparentava estar aborrecido.


-E olha que eu nem usei magia. – Ela sorriu maldosa, - Ele estaria acabado.


-Você não o ameaçou, não foi? Não esqueça que está no meio trouxas.


-Só estava brincando papai. Esqueceu que não tenho varinha, ainda?


-Nada impede você de fazer magias involuntárias, e você sabe muito bem disso. – Ele disse olhando pra ela de canto de olho. Lembrava-se muito bem de quando ela foi tomar sua primeira injeção, - e quem disse que conseguiram aplicar nela?! A menina sumiu, deixando um Harry descabelado a procurando por tudo que é lugar, enquanto Érica encontra-se sentadinha em sua poltrona favorita (a do pai) tomando sorvete, em casa...


A menina sorriu abertamente. – Eu agora consigo me controlar. Graças ao senhor! – Ela lhe deu um beijo na bochecha.


Érica era uma menina muito doce e carinhosa com seus entes queridos e com os amiguinhos da escola, todos tinham um grande afeto por ela. Mas desde que Maycon chegou na escola, ela não tem mais sossego. O menino parece fazer de tudo para irritá-la, magoá-la e humilhá-la (o que definitivamente ele não conseguia), está sempre disputando com ela por qualquer coisa, de jogos a exercícios escolares. Eram os melhores alunos da classe, ela vinha em primeiro lugar, seguida de perto por ele.


-Estou orgulhoso de você! – Ele disse olhando para o boletim da menina (nota máxima em todas as matérias). – Aposto que sua mãe também ficaria! – Ele deu um beijo na testa da menina. - Mas por que sempre me dá a notícia ruim primeiro?


-Pra ver se ameniza minha culpa. – Ela debochou.


-Sabe que tem castigo não é? – Ele disse. – Eu iria até deixar passar, mas por causa do deboche... – Ele ironizou.


-E qual é dessa vez?


-Uma semana sem livros de feitiços à noite.


-Mas pai! – Estava pronta pra reclamar, podia ficar sem televisão, sem som, sem videogame, até sem esgrima (seu esporte preferido), mas os livros não!


-Sem contestação, mocinha. – Érica fechou a boca e não disse mais nada. Sua teimosia não se comparava nem com 10% da de seu pai. E ele sempre vencia quando ela tentava dar uma de advogada de si mesma (tinha argumentos bem melhores e mais convincentes que os dela, tinha que admitir).


Ela suspirou e foi ver o bolo.

-Acho que está pronto...


-Então vamos tirá-lo. – Harry desligou o forno e o abriu. – Pegue as luvas, estão na...


-segunda gaveta à esquerda do armário maior. – Ela disse automaticamente e correu para pegar. – Aqui.


*****




Rony Weasley chegou à casa dos Potter as sete da noite, como era costume toda quinta-feira.


-Tio! – Érica gritou e correu para um abraço bem apertado.


-Olá, pequena. – Ela desorganizou os cabelos dela, sabia que ela odiava isso (como era vaidosa! Outra característica que puxou da mãe).


-Benção tio... – Ela disse meio emburrada ajeitando, como dava, o cabelo.


-Deus te abençoe. Harry amigo, como vai? Não apareceu hoje! – Ele bateu nas costas do homem.


-Muito bem. Mas pensei que hoje você não pudesse vir, por causa do...


-Nada mais importante que meu amigo e a mais linda de todas as minhas afilhadas.


-Eu sou sua única afilhada. – Disse com um grande sorriso.


-Fui o único desequilibrado o suficiente a deixá-lo com tamanha responsabilidade.- Sussurrou Harry para Rony. – Que o olhou feio.


-E a tia Gina, como está? Não vem nos ver a tempo...


Gina era a madrinha da garota.


-Está trabalhando muito com os gêmeos... Mas lhe mandou um grande beijo.


-Manda outro pra ela e pra tio Jorge e Fred também! –Ela disse sorridente. – Tio, o senhor quer bolo? Papai e eu que fizemos!


-Acho que vou aceitar um pedacinho... E é de que?


-Chocolate com cobertura de brigadeiro e recheio de caramelo.


-Estava mesmo pensando em chocolate. – Ele disse fingindo estar pensando. – Vocês adivinharam os meus pensamentos!


A menina sorriu e correu pra cozinha para pegar um pedaço do bolo.


*****


Depois de comer quase todo o bolo, e de Érica ter dito ir dormir.


-Nem pense nisso, mocinha. – Harry falou alto o bastante para que Érica ouvisse do segundo andar (onde era seu quarto).


-Como o senhor sabe que eu iria ler? – Ela apareceu na escada.


-Anos de pratica. Você não pode esconder nada de mim, filha.


-O senhor tem certeza que não quer me liberar deste castigo? Sabe, não foi tão grave assim...


-O que ela fez? – Perguntou Rony baixo.


-Não, acho que terá que agüentar desta vez.


Ela o olhou triste (não podia viver sem os livros) e Harry quase voltou atrás.


-Você pode ouvir música. Ou treinar esgrima se quiser.


-Mas papai, eu gosto de ler!


-Só é uma semana, vai passar rápido, você vai ver.


Ela suspirou e voltou pro seu quarto.


-O que ela fez?


-Bateu em um menino da escola. – Harry disse. – Tenho que ir amanhã para a escola, você pode me substituir amanhã? Por umas três horas?


-Por mim tudo bem. – Ele deu de ombros. – Me conte essa história de bater direito.


*****


(continua)


Espero que gostem! Comentem tá?

**Quem será a mãe dela?! **

Sugestões? ^^'

Desculpem algum erro.

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